Morphine escrita por Hoppe, Mih Ward


Capítulo 10
Chapter Nine - Ainda há esperanças?


Notas iniciais do capítulo

Milena: Oi, como estão?
Queria agradecer aos reviews do capitulo anterior e pedir desculpa pela demora, é que eu to falando pouco com a Ho agora, ela me trocou pelo namorado sabe, além do que aconteceram umas coisas bem ruins aqui em casa, fora provas, trabalhos, cursos...
Enfim, eu nem mostrei esse capitulo pra Hoppe, mas como eu vou viajar amanhã eu queria já deixar postado.
Se puderem, ouçam com a musica How To Save a Life - The Fray
Acho que combina com essa fic, haha.
Link: http://letras.mus.br/the-fray/329715/traducao.html



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Olhei incrédula para o garoto a minha frente, ele não poderia pedir para eu fazer uma coisa dessas, poderia? Era a coisa mais horrível que eu sequer cogitaria, era brutal, sujo.

- É seu desafio, Violet – Tom murmurou friamente e eu sentia meu peito se apertar ao ver a expressão dura e fria em seu rosto.

O que acontecera com o meu Tom? Quem era aquele que estava a minha frente?  Meu amigo ainda estaria em algum lugar dentro daquele ser desconhecido por mim? Haveria esperanças de muda-lo?

E quanto mais perguntas eu me fazia, mas eu me convencia que não deveria tentar mais, Tom Marvolo Riddle parecia não existir mais e, em seu lugar, restada apenas o impiedoso Lord Voldemort.

Ele ainda me encarava sem emoção alguma em sua face e eu fazia de tudo para não demonstrar tudo o que se passara em minha cabeça naquele momento, agradecendo por ter aprendido a bloquear minha mente do garoto antes, quando ele era apenas um menino solitário e misterioso, quando eu o conhecia.

- Qual a sua resposta, Violet? – ele perguntou e eu suspirei pesadamente, não conseguiria aceitar aqui.

Desviei o olhar dele, respirando profundamente, prestes a negar. E então, como uma brincadeira estúpida do meu próprio cérebro, relembrei meu último sonho com ele, os galhos escuros o puxando e eu chegara tarde demais para salva-lo, será que já era tarde demais? Algo me dizia que eu deveria tentar, meu coração estupido parecia que quebraria só de pensar em desistir do garoto, porém minha consciência estava horrorizada com o que ele havia falado, minha primeira missão.

- Olhe para mim, Violet – ele murmurou duro, puxando meu queixo com uma de suas mãos, me obrigando a encara-lo – Você aceita ou não?

Eu entreabri meus lábios tentando achar alguma resposta, os olhos castanho-esverdeados me encaravam intensamente e, bem lá no fundo, eu via que ele não era um monstro ao todo, pelo menos não ainda. Se eu observasse com bastante atenção, eu conseguiria ver que ele realmente queria que eu aceitasse, queria que eu ficasse ao seu lado e, mesmo sendo errado, eu não poderia negar esse pedido, não se ainda resta qualquer esperança, por menor que seja.

Eu salvaria Tom Riddle dele mesmo e para isso, eu teria que aceitar aquilo. Teria que matar um unicórnio.

- Tudo bem – respondi em um sussurro, tentando não parecer tão insegura quanto me sentia. Havia aprendido, com Tom, a esconder qualquer emoção o problema era que ele era o único que conseguia ver através daquela mascara que ele mesmo ajudara a construir.

Ele soltou meu queixo, mas ao contrario do que eu imaginava que ele fizesse, ele não se afastou, seus dedos gélidos acariciaram minha face por curtos segundos e sua boca se curvou em um sorriso quase imperceptível.

Soltei um ofego involuntário e meu coração se acelerou de forma absurda, ele parecia tão... normal, parecia que tudo continuava como antes e ele ainda era meu, não das artes das trevas.

- Tom... – choraminguei, mas antes que eu pudesse falar alguma coisa, Lory entrou na sala.

- Milord, está tudo p... – ela começou a falar, Tom ainda possuía a mão em meu rosto e olhava para ela de maneira dura. Ela arregalou os olhos e estremeceu, ficando pálida de repente - Oh, me desculpe senhor, eu não sabia que...

- Está tudo bem, Lory – eu falei, me afastando de Tom, ele não parecia muito feliz com a entrada da garota e eu temia o que ele poderia fazer.

Ela se virou para mim, a expressão mudando rapidamente para uma fria e impenetrável, algo que me fez encolher levemente, não esperava isso dela.

- O que você quer, Lory? – Tom perguntou a lançando um olhar cortante, que logo fez ela tirar os olhos de mim, fingindo inocência.

- Eu já sei onde encontrar a criatura, podemos sair depois das 10 e ninguém irá nos pegar – ela murmurou sem emoção, eu ainda me perguntava o porque dela me olhar daquele jeito, o que eu teria feito?

- Ótimo – ele falou, se virando para mim – Esteja pronta as 10:30, Lory irá acompanha-la.

- Eu pensei que você que iria c...

- Não seja tola, garota – Lory me olhou com desprezo – Milord não nos acompanha em missões, é o nosso dever cumpri-las, não dele.

- Eu não sabia – murmurei baixo, me sentindo estúpida.

- Pode sair Lory – Tom falou para a garota que pareceu levemente magoada com a frieza dele.

- Sim, Milord – ela respondeu, se retirando da sala.

- Eu...

- Não se atrase – ele me cortou, me olhando por alguns segundos, antes de deixar a sala rapidamente.

---

Eu tremia, tentava inutilmente dizer a mim mesma que era por causa do frio, quando na verdade era sobre o ato que eu estaria para executar em alguns minutos.

Lory andava a minha frente, sem nenhuma vez olhar se eu realmente a estava seguindo. Ela não falara nenhuma palavra desde que nos encontramos no salão comunal, apenas me olhou friamente, antes de sair da sala.

Eu me esquivava dos galhos e folhas com grande dificuldade enquanto a garota não parecia ter problema algum com eles, os afastando no tempo certo, sem tropeçar nenhuma vez.

Bufei quando um galho que ela afastara de si batera em meu rosto de modo que nem percebi que a garota havia parado, fazendo com que eu esbarrasse nela, que me lançou um olhar cortante.

Ela fez sinal para eu ficar quieta, enquanto apontava para frente, onde eu conseguia distinguir algo se mexendo.

- Estupore! – ela disse, apontando a varinha pro animal, que logo caiu no chão, sem nem ter chances de correr.

Ofeguei, a seguindo até o lindo unicórnio, que tentava se levantar, inutilmente.

- Sua vez – ela falou séria, apontando para o animal a nossa frente.

Suspirei pesadamente, se antes eu tremia, agora não era nada em comparação. Tentava inutilmente manter a varinha parada mais quanto mais tentava, mas ela parecia querer saltar de minha mão.

- Av... – a voz ficou presa na minha garganta enquanto eu sentia meu olhos arderem humilhantemente, eu não conseguia matar algo tão inocente e puro quanto um unicórnio, era a pior coisa que uma pessoa poderia fazer, era excessivamente perverso e errado – Eu não consigo...

Dei alguns passos para trás, enquanto o animal ainda se debatia, tentando levantar.

- Eu não posso, desculpe, não posso – murmurei, me afastando ainda mais e tropeçando em alguma raiz, fazendo com que eu caísse.

Lory bufou, enquanto me analisava por algum tempo.

- Consegue bloquear sua mente dele? – ela perguntou, me fazendo ficar confusa.

- Sim – murmurei, ainda sem entender.

Ela suspirou pesadamente, se virando para o animal e, com um aceno na varinha e um ‘bombarda’, tirou sua vida.

- Não! – deixei escapar, colocando a mão na boca, horrorizada.

- Não chora, ou ele vai saber – ela murmurou friamente – Levante-se.

Eu me levantei, ainda chocada com a frieza da garota, como ela conseguira?

- Toma – ela tirou sua capa, me oferecendo.

- Não precisa, obr...

- Está com sangue, vai parecer que você que o matou – ela revirou os olhos, bufando.

- Oh – eu não sabia o que dizer, ela mentiria para Tom, mentiria para me encobrir? Por quê?

Eu peguei a capa, ainda confusa com sua atitude e ela voltou a caminhar a minha frente, sem dizer mais nada.

Depois de um longo tempo, finalmente consegui ver as luzes do castelo e um suspiro de alivio escapou de meus lábios.

Apressei o passo, queria sair logo daquela floresta escura e assustadora e tirar aquelas imagens da minha cabeça.

- Preste atenção, mestiça – Lory se virou para mim, me olhando ameaçadoramente – Se ele descobrir que eu te acobertei, eu irei te matar, você está entendendo? E pouco me importa se ele nos proibiu de fazer qualquer coisa contigo, não vou te tratar diferente por ser a protegida dele.

Eu assenti, atordoada. Tom dissera para não me machucarem, eu era sua protegida?

- Estamos entendidas – ela murmurou, adentrando o castelo e logo sumindo da minha visão, não tinha ideia de onde ela fora, mas não me preocupei, minha cabeça girava e a única coisa que eu podia fazer agora era tentar dormir, para assimilar tudo que havia acontecido.

Por que Lory mentiria para mim se ela me odeia? Por que Tom falara aquilo para eles? Por que eu era tão fraca e não conseguia fazer aquilo que me foi dito? O que Tom faria se descobrisse a verdade? Eu conseguiria mentir para ele? 


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