- Sim, eu o conheci no Brasil. Ele foi a minha primeira paixão.  – Disse lhe olhando.

- E vocês estão juntos até hoje? – Me perguntou virando para olhar as crianças.

- Não, essa também é uma longa história... – Disse me deitando na grama, não querendo lembrar essa história que por muitos anos foi à razão de meu choro e do meu sofrimento.

Ele me olhou com uma expressão confusa, do tipo ‘continue a história’.

- Tudo bem... – disse me levantando. – Sabe aquele tipo de primeira paixão, que nos faz sofrer, nos faz chorar, e muitas vezes é a razão do nosso sofrimento?... – Perguntei o olhando, ele assinalou com a cabeça, então eu continuei. – Ele foi meu primeiro amor... Meu Deus, como eu sofri por ele. – Disse me lembrando elevando minha mão cabeça.

 – Ele sempre namorou, e me considerava uma amiga, sempre me falava que eu só pedia pra namorar quando ele estava namorando, e que talvez algum dia fossemos namorar... Então, um pouco depois que vim para o Canadá, em uma vez que estava falando com minha mãe, ela me disse que um tal de Matheus foi me procurar, e estava declarando seu amor por mim, pra quem quisesse ouvir. No começo eu não acreditava nesse ‘amor’ dele por mim, achava que era apenas por interesse, vim para Canadá, talvez melhorasse de vida. – Disse abaixando a cabeça e mexendo na grama.

Voltei a olhar pra cima e Justin me olhava com uma cara de incompreensão, como se ele achasse que a história não tivesse acabado.

- Voltei para o Brasil, para falar com ele. Nós conversamos e acabamos discutido, o que me fez voltar para o Canadá pensando em esquecer até o nome dele. Alguns dias depois, era umas 7h00 da manhã e a campainha tocou, quando abri, não acreditava que ele estava lá... E ai percebi que ele realmente estava me amando. - Disse sorrindo.

- E mesmo depois de tudo que ele fez você sofrer, você esqueceu-se de tudo, e ficou com ele? - Ele me perguntou confuso. - Se entregou a ele? - Ele disse meio tímido.

- Não gosto de lembrar o quanto sofri por ele, e sim dos momentos bons que tivemos um ao lado do outro. Minha mãe me ensinou a não guardar mágoa de ninguém, então não fico revirando o passado. - Disse o olhando e sorrindo de canto. - E respondendo a sua pergunta. Sim, eu fiquei com ele. E sim, eu me entreguei a ele. - disse rindo. - Como pode ver. - Apontei para Sophia.

- Verdade. - Ele disse olhando na direção que eu apontei e sorriu. - E então? Você se lembra das One Less Lonely Girls? - Ele me olhou.

- Se eu lembro? A pergunta não seria: Algum dia você não sonhou em ser uma das  One Less Lonely Girls? - Eu o perguntei com um sorriso. - -E claro que eu lembro né! Algumas posers roubando lugar de beliebers, algumas que realmente eram beliebers. E outras, que não tinham nenhuma reação, e não conseguíamos falar se eram posers ou beliebers. - Disse gesticulando, o que o fez rir, me fazendo rir automaticamente.

-E você nunca foi a One Less Lonely Girl? - Ele me perguntou confuso.

- Não, infelizmente não. - Disse um pouco triste.

-Ta bom... Algum dia você não sonhou em ser uma das  One Less Lonely Girls? - Ele repetiu as minhas palavras ditas alguns minutos antes.

- Ta brincando comigo né? Preciso mesmo responder? - Olhei pra ele indgnada, ele estava com uma expressão desconhecida. - Lógico que já sonhei né seu bobo! - Eu disse rindo e lhe dando um soco de leve em seu braço.

- Aii! - Ele reclamou rindo. - então ta legal.

- Então ta legal... - Ele disse se levantando.

- Heey, aonde você vai? - Disse me levantando rapidamente o acompanhando.

- Calma. - Ele ria de mim. - Só vou no banheiro e já volto. - Ele disse apontando para o mesmo. Deu um beijo em minha testa e foi andando.

- Tudo bem. - Disse me sentando novamente.

Me deitei na grama, e comecei a pensar em tudo que acabou de acontecer. Sim, eu estava em um parque com Jus, Jazz e Jaxon. E eu tinha acabado de contar toda a minha história pra ele.

Estava quase dormindo, até que ouvi uma voz perfeita cantando.

‘There's gonna be one less lonely girl‘

Eu olhei e Justin estava segurando várias das flores amarelas que tinham no parque.

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Eu realmente comecei a pirar. Eu continuava a letra em minha cabeça enquanto ele cantava.

‘How many I told you's and start overs

And shoulders have you cried on before

How many promises be honest girl

How many tears you let hit the floor

How many bags you packed

Just to take 'em back tell me that

How many either ors but no more

If you let me inside of your world

There'd be one less lonely girl’

- Você está louco? - Disse rindo enquanto ele me rodeava e colocava o ‘buque’ em meu colo.

Ele não me respondeu, apenas continuou a cantar. Eu fechei meus olhos e cantava a letra em minha mente. Comecei a me imaginar com 14 anos de novo, a idade que fui em seu show. Imaginando tudo isso eu comecei a chorar ouvindo aquela voz que mesmo depois de anos continuava perfeita.

 - Você está bem? - Ele me perguntou parando de cantar e me fazendo voltar a realidade.