Stranger escrita por danny96_chan


Capítulo 5
Capitulo 5




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Aidou esquivava-se por entre as árvores procurando um meio de entrar no dormitório sem ser percebido. Pensou por um instante se Akatsuki o perceberia entrando pela janela. Talvez se ele o congelasse... E então Aidou caiu. Estranhou, afinal estava tão acostumado a esgueirar-se naquele colégio que era quase impossível ter caído assim. Então levantou-se e viu um vampiro olhando-o. Um vampiro que não parecia ameaçador, porém Aidou sabia que o cuidado era indispensável.

— K-Kaname-sama. - O loiro fez com uma reverência, sua mente funcionando rapidamente para que pudesse achar uma boa desculpa para seu atraso. Percebeu que Kaname observava alguma coisa em seu rosto.

— Aidou, você está sendo descuidado. - A voz do firme do sangue puro quase assustou o outro, ele pensou que levaria um tapa quando viu Kaname levantar a mão mas esse apenas tirou um pouco do sangue seco que ainda havia em seu lábios inferior.

— Lider Kuran, eu...

— Fique tranquilo, - Kaname pediu.

Aidou imaginou como sua expressão estaria, com certeza não das melhores.

— Eu não desprezo pessoas como você. Porém está pondo a segurança dela em risco. E a nossa também.

— O que devo fazer? - Aidou perguntou obedientemente mesmo sem a intenção de dizer tal frase, sentia os lábios moverem-se contra a própria vontade.

— Apague as lembranças dela. - E então os olhos azuis encheram-se de água. Aidou sabia que faria qualquer coisa que Kaname mandasse, mesmo que aquilo custasse sua vida. O loiro sentiu-se cair. Ele não queria que ela se esquecesse. Realmente não queria. Pela primeira vez alguém o ouvia de verdade, alguém o conhecia, alguém queria estar com ele. E o sangue dela era tão...

— Líder Kuran, por favor. - O menino balbuciava. Suas lágrimas pingavam no chão deixando a cor da terra mais escura onde os pingos caíam. Ele se tornara dependente de Yori, como poderia agora deixá-la de esquecer de tudo? Deixar que ela se esquecesse, a pessoa que ele mais amava. Quem suportaria com tal dor? - E-eu não conseguiria...

— Desculpe Aidou. Ou você apaga ou eu. Não podemos correr esse risco. Sinto muito. - O loiro viu apenas os pés do lider virarem-se, mas Kaname não deu um passo. Se Aido tivesse olhado a expressão deste certamente veria que o amigo não falava isso por maldade. Era necessário. E se havia alguém que sabia o que era amar e não poder ter e ver a pessoa com quem mais se importa simplesmente não se lembrar de nada, esse alguém era Kaname. Ele não queria que Aidou sofresse do mesmo modo, mas por outro lado, não podia deixar que a paixão do menino por uma humana acabasse com tudo o que ele havia conseguido construir na Academia Cross.

— H-Hai. - Aidou falou obedientemente.

— Um dia pode ser que... - O moreno murmurou, parecendo arrepender-se logo após.

— Ser que? - Aidou levantou o rosto esperançosamente, mas apenas viu Kaname perdido em pensamentos, o moreno olhava a lua.

— Esqueça. Apenas um devaneio. Não me olhe assim Aidou. Eu sei como se sente, mas precisa ser paciente.

— Entendo. - O loiro respondeu.

E era a mais pura verdade. Ele entendia, sabia desde o começo. Mas deixou que seus sentimentos falassem mais alto como era típico dele. Agora, teria que lidar com as consequências.

Aidou não foi ao dormitório de Yori no dia seguinte, nem no outro dia. Apareceu apenas depois de algumas semanas. Trazia em sua mão um pingente de cristal na forma de um floco de neve, trazia em seu olhar uma grande tristeza que Yori logo percebeu.
— Que expressão preocupada. - A menina comentou quando o viu aterrissar no são sem barulho algum. Os cabelos loiros caiam sobre os olhos quando o menino olhava para o chão.

Ele andou até ela sentando-se na cama ao lado da menina sem encara-la, passou seus braços ao redor dela. Sentiu o doce aroma que vinha dela. Sentiu os cabelos macios encostarem em sua face. Quis ficar ali com ela para sempre. Sentiu os olhos molhados outra vez. Ele não queria chorar na frente dela. Tarde demais. Um lágrima escorreu por seu rosto molhando a manga da blusa da menina.
— Houve alguma coisa, Aidou-kun? - Ele ouviu a voz preocupada dela em seu ouvido.
— Preciso... - Ele tentou falar mas um soluço o interrompeu.

Yori o soltou e olhou nos olhos dele. Ele percebeu que ela importava-se de verdade. Sentiu o coração doer.

— O que foi? - Ela o balançou de leve, ele não pode deixar de imaginar o que se passava na mente dela. Afinal, ver Aidou sem seu típico bom humor era de certo algo muito raro e ainda mais preocupante.

— Preciso que você me esqueça. - Ele disse entre soluços. Agora olhava para os olhos dela.

— Por que, Aidou-kun? - A expressão no rosto dela era impossível de decifrar.

— Porque... - Aidou sabia que haviam inúmeros jeitos de explicar para ela o porque. Mas nada parecia ser grande o suficiente ou sério o suficiente para separá-los. - Desculpa Yori, não posso colocar todo mundo em risco, só porque eu te amo. Não posso deixar você em risco. Eu queria...

Outra vez os soluços. Mais uma vez Aidou sentia-se patético. Via que a garota o olhava, será que ela estava sentindo a mesma dor que ele? Se estava guardava para si, pois continuava simplesmente olhando para ele. Então ele a viu levantar-se sentar-se sobre ele.

Deu-lhe um beijo nos lábios e depois moveu o curto cabelo que ocultava seu pescoço deixando esse a mostra. Aidou via as veias, podia ouvir o sangue movendo-se entre elas. Quase podia sentir o sabor.

— Aidou... - Ele a ouviu murmurar, como se o mandasse fazê-lo. Sua mão foi até a nuca do menino e conduziu-o delicadamente até seu pescoço.

— Não faça isso. - Aidou implorou. Ele não queria colocá-la em risco. E se não conseguisse parar? E se ela perdesse sangue demais?

— Você vai se lembrar? - Ele a ouviu perguntar baixinho. A voz dela falhava um pouco provavelmente pelo choque.

— Claro que vou. - Aidou nem precisou pensar para responder. Como ele poderia esquecer? Aidou levantou a cabeça e olhou-a nos olhos.

— Promete? - Yori insistiu enquanto as testas se encostavam novamente. Eles se olharam por um tempo antes que Aidou diminuísse por completo a distância entre os dois. E ambos nem sequer sabiam quanto tempo passavam com os lábios unidos.

— Eu lembrarei de você por toda a eternidade. - Aidou falou assim que se separavam. Ainda haviam lágrimas saindo de seus olhos. Agora mais controladamente, mas ainda sim. Ele se sentia derrotado. Estava prestes a perder quem ele mais amava em todo o mundo. E não podia fazer nada para impedir.

— Então... - Yori cravou suas unhas no próprio pulso até que o liquido vermelho começasse a sair.

— O que está fazendo? - Foi a pergunta perplexa de Aidou que agora tinha os olhos da mesma cor do pulso dela. Olhava sem poder desviar o olhar e pela primeira vez sentiu-se um animal, mesmo naquela situação ele não conseguia controlar seu desejo por sangue.

— Você apagará minha mente mesmo, então apenas... - Yori levou seu braço até a boca de Aidou. Esse olhava-a sem entender ao certo.

— Yori-chan...

— Pegue as lembranças agora. - Ele a ouviu pedir. E então a primeira lágrima daquela noite rolou dos olhos castanhos da menina, não tardou a ser seguida por várias outras.

— Yori...

— Seja forte Aidou. - A voz embargada da menina lhe pedia. Ele desviou-se do braço ensanguentado dela e beijou-a mais uma vez. Alternava entre beijá-la calmamente e com urgência. Quando enfim separam-se ele só pode olhá-la.

— Não queria que terminasse assim. - Ele sentia o coração virar pó no próprio peito. Respirar era difícil.

— Nem eu. - Yori disse abraçando-o.

— Eu te amo Tanto, Yori-chan. - Ele disse em seu ouvido enquanto acariciava os cabelos da menina. - Tanto, tanto, tanto.

— Eu... Também te amo... Aidou-kun. - Ela murmurou em seu ouvido. Então se separam e ela lhe estendeu o braço, sem reclamar quando as presas dele furaram sua pele, drenando um pouco de seu sangue.

Aidou olhava nos olhos dela. Jamais poderia apagar tudo o que haviam passado de modo que apenas bloqueara a mente da garota, de propósito deixara um vestígio de seu sorriso na primeira vez que ele invadira seu dormitório na mente da jovem. Colocou suavemente o pingente de floco de neve na mão da jovem.

Ao terminar, ficou com a menina até que ela caísse no sono. E beijou os lábios inconscientes dessa antes de sair, sabendo que da próxima vez que se olhassem apenas ele saberia de tudo o que viveram.

— Por favor Yori... - Ele murmurou para o nada enquanto voltava ao seu dormitório. - Não pare de me amar.


*****

 

Algumas semanas depois Yori caminhava rumo ao dormitório. Estava atrasada e por acaso, andava no horário da troca de turnos. Quando os portões da turma da noite abriram ela sentiu que era observada. Virou-se e percebeu que os belíssimos olhos azuis do tal Idol-senpai a fitavam, Ele havia parado e seu sorriso havia se desfeito, parecia hipnotizado enquanto olhava boqui-aberto para ela. Por alguma razão ela sabia que ele ficava muito mais bonito com um sorriso. Ela sentiu que seu coração acelerava. Como podia? Ela só o havia visto algumas vezes e nunca havia sido o tipo de garota que se apaixonada platonicamente. Virou o rosto já corado para o lado oposto, decidindo voltar ao seu dormitório de uma vez quando sentiu algumas meninas esbarrarem nela derrubando-a no chão, de certo corriam na direção dos portões.

— Gomen né, Yori-chan. - Uma dela disse enquanto a ajudava levantar-se - Quase perco a troca de turnos... Está aqui por eles também?

Yori explicou a garota que estava no local apenas por acaso.

— O que acha dos alunos da turma da noite? - Uma delas perguntou enquanto arrumava a roupa após o tombo.

— Não são lindos? - Acrescentou a outra.

 

Aidou viu de longe quando os dedos da menina quase que inconscientemente tocaram o delicado pingente que ela mal sabia ser um presente do vampiro que a amava. Yori pareceu pensar por instante fazendo uma careta de frustação antes de olhar para as meninas ao seu lado que ainda esperava uma resposta.

 

— São. - Ela admitiu, seus olhos castanhos fixaram-se nos olhos azuis de Aidou que a encaravam há alguns metros de distância - Mas você não acha que há algo sinistro sobre eles? Não parecem meio... Perigosos?

 


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Notas finais do capítulo

Ok, podem me matar. A verdade é que o capitulo já estava pronto a bastante tempo, só que eu tinha medo de postar por causa da reação de vocês ><

Eu não queria mexer muito para parecer mais possivél de encaixar na história original, e pode ser que haja uma segunda temporada e se não, tentarei fazer apenas um epilogo...

Contem-me o que acharam, sim?

E muito obrigadas a todas que acompanharam, vocês fizeram meu coração muito feliz.