Vento no Litoral escrita por Janine Moraes, Lady B


Capítulo 41
Capítulo 41 - Pais e filhos


Notas iniciais do capítulo

N/A: Voltei rápido! Esse capítulo é tipo... gigante!, porque o próximo é bem curtinho. Acontece muitas coisas nesse, mas espero que tudo tenha corrido de um jeito agradável. Então é isso aí, esse é o penúltimo capítulo. Espero que gostem.



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No final das contas, Igor fora muito mais esperto que eu. Com Edith agora morando com Pablo por causa da gravidez e por poder ter seu próprio escravo particular, eu ficava mais sozinha no apartamento. Com isto acabei quase me mudando para o apartamento de Igor quase em perceber. Ele acabou roubando alguns cd’s meus, o DVD, alguns pratos e talheres que ele dizia mais limpo, me fazendo rir. E logo a maioria de minhas roupas, se não todas, roupas estavam divididas pelo guarda-roupa de Igor e ele nem parecia incomodado e constrangido a cada semana tirar algo do meu apartamento na maior cara de pau e colocar no dele, agia quase como se eu não percebesse, como se fosse natural e fizesse parte da rotina, mesmo que ele tentasse ser o mais sutil possível. E ao longo dos últimos 3 meses, fora o que ele conseguira. Eu passava quase todo o tempo em seu apartamento. Ele só se dera finalmente satisfeito quando eu finalmente avisei o zelador que o apartamento estava desocupado e eu estava morando com Igor.

No final das contas, eu voltara a morar com um homem. Mas eu era quem cuidava da casa, Igor tentava colaborar, mas só ganhava broncas. Sentia que naquele apartamento, finalmente encontrei a minha casa. O meu lar. O lar que possuía a minha decoração e a de Igor misturadas; com o quarto do Eduardo sempre a espera de algum final de semana prolongado com o pai, em que nós três acabávamos nos divertindo mais do que algum dia julguei possível. Eu era feliz, todos os dias, sem me dar conta disto. E eu simplesmente parara de planejar tudo milimetricamente no meu dia, agora tudo fluía natural e tranquilamente, assim eu me sentia plena e realizada.

O telefone tocou. Minhas pernas estavam sobre as de Igor, eu estava analisando um documento atrasado do Planetário, que eu protelara para analisar propositalmente, sobre a contratação definitiva de Daniela, agora uma mulher noiva de Carlos, ambos tão insuportáveis que realmente não fiquei surpreendida ao ver o casório se encaminhar tão rapidamente, na verdade, era quase um alívio já que ambos agora nos olhavam com desprezo calculado, dava pra ver o que os unira inicialmente, mas eu preferia acreditar que eles realmente se apaixonaram. Enquanto analisava o documento, pensava em como comentar com Igor a notícia que meu chefe em Porto Alegre queria que eu voltasse para lá. Já este, fingia que lia um livro, a todo instante massageando meu pé e tornozelo, tirando minha concentração, se esforçando para ganhar minha atenção de vez. Estiquei a mão, pegando o telefone.

– Alô? – ri baixinho, quando Igor fez cócegas de leve no meu pé.

– Malu, é você? – Pablo disse, a voz semidesesperada no telefone.

– O que foi, criatura? – Procurei prestar atenção nele, puxando meu pé e me sentando. Igor fez um muxoxo.

– A Edith... Ela... ela... ta parindo! – Levantei do sofá num salto.

– Como é?

– A gente tava no planetário, aí ela começou a sentir as dores e o Gabriel nos trouxe e agora eu não sei o que fazer!! – Ele praticamente gritou no telefone, me fazendo ter que afastar o bocal levemente. Respirei.

– Calma, respira. Ela vai fazer a parte mais difícil nessa história toda.

– Eu vou ter um negócio. – Sua voz parecia desesperada, com leves tons de pânico. – Preciso de ajuda, por favor!

– Calma, respira. Isso, devagar. – ouvi o som dele tentando se acalmar. – Não pira! Ela precisa de você mais ou menos calmo.

– Certo. Entendi, entendi. – Ele diz, a voz rouca.

– Se acalma, entra na sala com a Edith porque ela precisa de você, já estamos chegando. – avisei. Igor correndo pela sala para calçar seu sapato.

– Ok! – Ele desligou o telefone.

– Edith vai ter o bebê. – Igor disse, animado.

 – Arran. – sorri.

Nos arrumamos apressadamente, Igor segurando a chave do carro girando-a enquanto eu calçava uma sandália apressadamente, para que corrêssemos para o hospital. Meu celular tocou, o atendi sem olhar no visor, talvez fosse Pablo ainda em desespero, ri da careta de Igor e diante de sua impaciência.

– Alô?

– Oi, Malu. – paralisei ao ouvir aquela voz, procurando a minha própria.

– Victor! – exclamei, a respiração falhando. A expressão de Igor vacilou como a minha. Ele virou o rosto para o outro lado, pensativo. Procurei me concentrar na ligação. – Você sumiu e...

– Desculpe...

– Eu liguei pra Porto Alegre e... – deixei as palavras morrerem em minha boca. O ouvi suspirar. Quando eu ligara para Porto Alegre não tinha recebido nenhuma resposta. Nada além de uma caixa com os meus pertences escassos.

– Estava passando um tempo no interior de São Paulo nos últimos meses, resolvendo algumas coisas. Desculpe. – Ele se explicou. – Como você está?

– Bem e você? – enrolei uma mecha de cabelo entre os dedos, com medo de ele acabar desligando. Me sentindo temerosa, afinal de contas, eu realmente sentira falta dele. Ele fora uma peça fundamental do passado para que eu conseguisse me recompor e de certa forma, eu sempre o amaria.

– Eu estou ótimo... Eu liguei porque queria saber se... – Ele respirou fundo, procurando as palavras. Me sentei, a voz de Victor havia me deixado levemente tonta, como se me lembrasse um passado distante. Como se fizesse anos e não meses que não nos víamos. – Você e Igor finalmente estão juntos.

– Sim. – concordei com sua afirmação.

– Acho que sabia que isso iria acontecer.

– É...

– Você está feliz certo?

– Muito. – sorri levemente.

– Eu entendo. Entendo como é finalmente achar alguém e saber que é com ela que você deve estar. – Ele disse, a voz agora mais firme, com mais pontadas de sentimento.

– Você conheceu alguém! – Praticamente gritei. Não me surpreendi ao ver que havia ficado feliz com isso. Não havia doído, nem minimamente. Pensar em Victor feliz parecia ser como receber notícias de um velho amigo, em como você só poderia ficar feliz como se fosse sua própria alegria com suas conquistas.

– É. – Ele riu baixinho e eu sorri ante seu riso lento e suave. Aquele seu riso sem graça raro que, quando ele soltava, era absolutamente encantador.

– Me fala dela. – pedi, curiosa.

– Ela é incrível. Ela é linda, engraçada, anteciosa, inteligente, meio louquinha e gentil... E capaz! Ela está sempre sorrindo e rindo e é impossível não ser contagiado por isso. Ela acredita em mim. E ela gosta de mim. Sabe? Com tudo que eu sou. Mesmo sendo irritante e tudo o mais. Eu acredito em nós, por inteiro. Eu sinto como se ela me amasse e... – Ele me disse. Ver Victor se embolando coma s palavras, a voz se derretendo, me fez ver que ele finalmente tinha algo que ele sempre quis. Alguém que ele pudesse amar e ser correspondido na mesma intensidade.

– Você a ama.

– Sim, eu a amo. – Ele disse, rindo comigo gostosamente, por pura alegria com aquilo. Em ver que ele dizer que amava outra pessoa não nos magoava.

– Como é o nome dela?

Nayara. – Ele disse baixinho, o nome parecendo ser ainda mais bonito quando saído de sua boca com tanto carinho.

– Ela parece ser maravilhosa. Estou feliz por você. Quem sabe um dia você poderia trazer ela pra me conhecer, se não for estranho demais...

– Um jantar, entre casais, hã?

– É só uma sugestão.

– Parece bom pra mim. Sério.

– Malu... – Igor me interrompeu, lembrei-me subitamente de para onde devíamos estar indo.

– Soube da Edith? Ela e Pablo vão ter um bebê. – falei.

– Sério? – Ele riu do lado da linha. – Na verdade sempre desconfiei dos dois. Isso é muito bacana.

– Na verdade, eu estava indo para o hospital. – expliquei, agora mais atenta a expressão de Igor, que era pensativa.

– Eu estou te prendendo, né?

– Não exatamente. – Eu só não podia perder um momento como aquele. Perguntei, temerosa. – Vai ligar outra hora?

– Claro. – sorri para o telefone. Definitivamente sentira falta de Victor e vê-lo voltando a minha vida assim, inesperadamente, como ele aparecera. Tornava tudo melhor. – Mande um alô pra Edith, Pablo, pra sua mãe... Pro Igor também.

– Ok.

– Se cuida, Malu. Antes... Bem... Acho que você já sabe que eu te amo, não é? Só que agora é como deveria ter sido. – Senti meu coração se encher de alegria, sorri.

– Eu também te amo, Victor... Beijos pra sua nova namorada!

Desligamos o telefone. Igor me esperava na porta, analisando minha expressão, pensativo, provavelmente digerindo minha conversa. Expliquei:

– Ele encontrou alguém, parece realmente feliz.

– Como você se sente?

– Muito, muito bem. – andei em sua direção, o abraçando. – Está tudo perfeito, agora. Ele te mandou um alô.

– Talvez agora ele não seja tão, tão chato... Já que tem uma nova namorada.

– Seu bobo. – ri baixinho.

– Você está feliz? Quer dizer, com tudo? – Ele perguntou, analisando minha expressão. – Não se arrepende?

– Estou feliz como nunca estive antes. Nunca imaginei que pudesse ser tão feliz assim. – respondi sinceramente, ele me beijou levemente. Fazendo todo meu corpo responder ao seu toque, com uma urgência quase insuportável. Ele gemeu nos meus lábios, baixinho, ao tentar aprofundar o beijo. Lembrei-o entre seus lábios: – Temos que ir ver Edith e Pablo...

– Eles podem ter um bebê e não podemos encomendar o nosso agora? Parece tão injusto. – Ele comentou, os lábios ainda nos meus. Ri baixinho, me afastando.

– Toma jeito, Igor.

Ele bufou, mas me puxou pela mão. Nós dois correndo para o hospital. Agora a imagem de Edith e Pablo dominando nossas mentes. Mais um membro para a família estava chegando, afinal.

~*~

Chegamos ao hospital esbaforidos, correndo para a sala de espera. Pelo visto Pablo ligara pra praticamente todo mundo, já que Alexandre, Cecília, Eduardo e minha mãe estavam na sala de espera. Ele estava sentado numa cadeira, os olhos inquietos, Cecília lhe dava tapinhas nos ombros, provavelmente segurando o riso. Quando nos viu, Pablo correu em nossa direção, abraçando-nos ao mesmo tempo. Sua voz saiu meio esganiçada.

– Socorro. – ri baixinho, dando-lhe tapinhas.

– Onde está Edith?

– Na sala de parto. – Cecília explicou já que Pablo se abraçara a mim feito um bebê. Igor não controlava o riso com Alexandre.

– Porque você não está com ela? – perguntei a Pablo, ele se encolheu.

– Acharam que ele ia desmaiar. – Minha mãe explicou, Igor, um ótimo amigo explodiu em risadas. – Edith tem sorte, estava com 7 centímetros de dilatação quando chegou aqui, não vai sofrer horas e horas antes do parto. Logo teremos o bebê em mãos.

– Eu sou um covarde. – Pablo gemeu, o conduzimos para a cadeira. Entendi o que minha mãe e Ceci estavam fazendo, o consolando. – Não consegui assistir meu filho nascer.

– É porque você está nervoso. – o acalmei.

– Igor também quase desmaiou e chorou quando Edu nasceu. – Ceci disse.

– Alexandre também. – Minha mãe nos confessou. – Os dois bobões se abraçando no meio do hospital. Choraram mais que Eduardo.

Com isto Edu soltou uma gargalhada infantil gostosa, que fez todos rirem junto. Pablo pareceu relaxar mais um pouco, mas quando viu uma enfermeira caminhar em nossa direção ficou em pé prontamente.

– Se acalme, senhor. Está tudo certo, ela ainda está em parto. – A enfermeira sorriu, parecendo já acostumada com esses pais nervosos. – Edith está chamando uma tal de Malu.

– Sou eu. – levantei, surpresa.

– Queira me acompanhar, por favor? – Acariciei o ombro de Pablo antes de seguir a enfermeira. Entrei no quarto tremula, Edith estava na cama suada. Caminhei em sua direção apressadamente.

– Preciso de uma mão pra segurar. – ela disse baixinho, os olhos semicerrados. A expressão abatida

– Tudo bem. – segurei sua mão. Ela soltou um grito de dor enquanto os médicos pediam para que ela fizesse força. Logo voltou a respirar sofregamente, agarrando minha mão.

– Durante o aperto vou te passar minha fertilidade e você ficará grávida e em breve sofrerá nessa porra de parto que dói pra caramba! E aí poderemos discutir sobre isso.

– Me jogando pragas enquanto o seu filho nasce? Toma vergonha, Edith. – Ela riu, jogando a cabeça para trás, limpei sua testa.

– Só consegui pensar em você nesse momento. – Ela disse, a voz embargada e rouca pelo por causa de sua respiração sôfrega. – Você sempre esteve comigo quando precisei.

– Digo o mesmo. – apertei sua mão. Meus olhos marejaram ao pensar em tudo que passamos juntas. Edith fora minha primeira amiga garota, a mais verdadeira de todas. Acompanhei seu sofrimento pelos próximos minutos no parto, o médico e enfermeiras lhe encorajando a fazer força.

– É agora. – Ela me disse, agarrando a minha mão suada e fazendo força, seu rosto se avermelhando. Quando ela relaxou pudemos ouvir o choro úmido e estridente do bebê. O médico o levantou acima de nós. Edith chorava e eu também, as duas bobocas da história agora. Foram o limpar e os olhos de Edith seguiram as costas do médico, coloquei minha testa na sua, tremendo junto com ela. Logo vimos alguém entrar tremulo na sala. Deixei Pablo ocupar meu lugar, seus olhos iam de Edith ao lugar onde saía o choro estridente da criança. O bebê foi trazido e depositado no peito de Edith, ela ria e chorava com Pablo enquanto acariciava delicadamente o topo da cabeça do bebê e eu me senti estupidamente sensível quando o bebê abriu os olhos fitando a mãe. Uma mão encostou em meu ombro, era o médico. Eu sabia que não se permitia mais de dois acompanhantes na sala de parto. Caminhei lentamente para a sala de espera, todos me olhavam em expectativa.

– Ele é tão fofo. – sussurrei, as lágrimas caindo abundantemente. Igor veio e me abraçou fortemente, logo todos se juntando ao abraço. Umas mãozinhas pequenas em minha cintura me fizeram olhar para baixo. Eduardo sorria para nós alegremente.

~*~

Estávamos tendo um momento calmo depois das horas de tensão e espera até o bebê ser limpo e Edith se recuperar um pouco, todos já havíamos visto-o no berçário. Aliás, logo o bebê ia ser levado para o quarto para ser amamentado e então poderíamos visitar mãe e filho e, claro, Pablo. Igor acariciava meus ombros, estávamos sozinhos na sala de espera, pois o resto do pessoal fora na lanchonete do hospital, já que Eduardo reclamara de fome.

– Você parece tensa. – Ele disse, me olhando nos olhos. Eu realmente estava tensa, tinha que lhe contar sobre a ligação que eu recebera, mesmo sabendo que a tensão era bobagem.

– Tenho que te contar algo.

– Vamos ter um bebê? – Ele brincou sorrindo.

– Ah... Não?

– Droga. – Ele resmungou, sorrindo divertido. – Seria uma boa ideia. Podíamos continuar tentando.

– Cala a boca, Igor. – ri, notando qual era sua intenção, recostada ao seu peito que estremeceu com uma risadinha. Subitamente percebi que não era nada com que me preocupar. Eu já sabia o que fazer, a tensão foi se esvaindo lentamente.

– Então, o que tem a me contar?

– Meu contrato tecnicamente com a empresa lá de Porto Alegre e aqui no Planetário acabou. – disse, esperando sua reação. – Já se passou o ano esperado.

– E? – Sua expressão ainda era calma, paciente, ele parecia mais velho assim.

– Estavam me chamando pra voltar pra Porto Alegre. Iam deixar a Edith cuidando do meu cargo quando ela voltasse da licença maternidade e eu ficaria com outro cargo. – expliquei. Uma proposta até tentadora, mas meio descabida. Aliás, porque eu deixaria meu emprego, minha família... Igor?

– Você vai? – Igor perguntou temeroso. Sorri para ele.

– Não. – respondi. Nunca houvera realmente dúvidas sobre isso, deixar isso claro é que fora um problema. Tinha esquecido que eu não precisava fazer escolhas tão complicadas, as que eu tomaria me levariam até Igor e as que me afastariam seriam descartadas. Simples.

– Mesmo sendo uma boa oportunidade?

– Não conseguiria te deixar. – Não importava o quão tentador fosse. Eu me reencontrara aqui. – Embora eu ache que vá ficar desempregada, caso eles me achem insolente por recusar isso.

– Ah, bem difícil eles fazerem isso, provavelmente irão te manter... E afinal de contas, Sr Gasques nunca perderia alguém tão competente quanto você.

– Sr. Gasques? – perguntei desconfiada.

– Eu, na verdade. – Ele deu de ombros. Alguém pigarreou, olhamos para o lado, era a enfermeira.

– O casal já pode receber visitas e estão os esperando. – sorrimos, acompanhando a enfermeira. Entramos em um branco, com cortinas alegres.  Edith tinha o bebê nos braços, que parecia absurdamente pequeno e rosado. Ela parecia cansada, mas alegre. Igor e Pablo se abraçaram fortemente, fazendo Edith limpar algumas lágrimas.

– Não consigo parar de chorar, socorro. – ela disse, beijei sua testa. Vendo o bebê, Igor vendo por cima do meu ombro. Ouvimos batidas na porta e logo Eduardo entrou correndo no quarto, passando a minha frente para ver o bebê. Ceci e Alexandre entraram com minha mãe, que estava chorosa.

– Ele é tão bonitinho. – Eduardo disse. – Um dia eu vou poder pegar?

– Claro.

– Ele é tão pequenininho. – repeti.

– Não tão pequeno assim. – Edith revirou os olhos, provavelmente lembrando do parto, e Pablo a beijou na bochecha. Estava quase sentado na cama, o braço em torno dos ombros de Edith, os olhos fitos no bebê.

– Posso segurar? – Igor pediu. – Faz tempo que não seguro um bebê.

– Claro, é seu afilhado mesmo. – Edith sorriu.

– Sério? – Igor parou, os olhos arregalados.

– Não fizemos o convite? Ah é... Vocês não tem escolha. – Ela sorriu, fazendo Igor sorrir.

– Nós? – perguntei, confusa.

– Dã. – Pablo disse, me fazendo rir.

– Ai, Deus! Eu sou madrinha! – ri animada e todos riram da minha expressão.

– E aí? Finalmente decidiram o nome? – Igor perguntou, esticando os braços para pegar o bebê.

– Não sei. Tínhamos pensado em Guilherme, Daniel ou Lourenço, porque amo esse nome e Pablo curte Daniel... – Ela passou o bebê para Igor, que o aninhou cuidadosamente e com desenvoltura, parecia não ter perdido a prática afinal. Fiquei levemente tristonha, e surpresa, em perceber que daria tudo para ver Igor sendo o pai de um bebê, pai de Eduardo. Igor se abaixou para que um Eduardo curioso pudesse ver o bebê de perto. – Mas acho que ele não tem cara de nenhum desses.

– Ele tem cara de Pietro. – Eduardo se intrometeu.

– Pietro?

– Arran. É um nome bacana. – Edu sorriu. Ceci acariciou seus cabelos.

– Pietro... – Pablo sussurrou e os grandes olhos castanhos claros, com algumas nuances de verde, do bebê vagaram até o rosto de Pablo, que sorriu. – Gostei. É, acho que temos nosso nome.

– Pietro. – Edith sussurrou para seu bebê, os olhos marejados. Igor caminhou na minha direção, esticando o bebê.

– Você precisa da sensação de segurar um bebê?

– O que? Não, eu... – E se eu o derrubasse? Ele era tão frágil! Igor me ignorou, me ajudando a ajeitar o pequeno Pietro em meus braços, que bocejou daquele seu jeito infantil, os olhinhos sonolentos. Me senti apaixonada ante a sensação de um bebê quente e suave em meus braços. Olhei para Igor e ele sorria, embevecido.

– Ele é tão pequeno! Quando vocês vão me dar um irmãozinho? – Todos os olhares se voltaram para Eduardo. – Dois na verdade! Um da minha mãe e um do meu pai! Já pensou que maneiro?

– Está assustando sua tia. – Alexandre disse, rindo. Ri sem graça.

– Provavelmente vai demorar. – Muito tempo, pensei.

– Quero uma menina ta, tia? – Ele sorriu para mim. – Vale o mesmo pra você, mãe. Vou cuidar das minhas irmãs junto com o Pietro, porque ele também é como um irmão, certo?

– Certo. – Edith sorriu.

– Aí vamos ser uma família bem grande e bagunceira, e todos vamos brincar juntos e assistir filmes juntos e surfar juntos e... mais um monte de coisas legais. – Ele ergueu os braços, animado. – E eu vou cuidar de todo mundo!

– Uma ideia bacana. – Igor sorriu.

– É, aí um dia quando eu estiver grande, bem grande, vou casar com a Monica e vamos ter bebês também. – Eduardo prosseguiu, animado.

– Tire a imagem de mim sendo avó da minha cabeça, por favor. – ri baixo da expressão de Ceci.

– Eu tenho a melhor família do mundo. – Eduardo sussurrou, os dedinhos de Pietro agarrando sua mão. Então logo Pietro começou a chorar agudamente, o entreguei a Edith que o embalou, levantando-se para trocar a fralda, tendo em seu encalço os dois mais babões pelo bebê, Pablo e Eduardo. Ver eles se ajeitando, um pouco desajeitados, mas cuidadosos, era algo incrível de se ver. Acolhedor, familiar e adorável.


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Notas finais do capítulo

N/A: Então Edith teve o bebêee. Sofri muito pra escolher o nome do bebê, a propósito, é que eram nomes muito lindos e talz. Mas uma leitura me ajudou, que foi a Joyce, que lê no Orkut (aliás somente eu e a Laura, que posta numa comunidade pra mim no Orkut, é que postamos essa história. Se virem em outro lugar, por favor, me avisem. =)))
Finalmente, Edith e Pablo são pais também no tocar seu bebê. Eu acho maternidade/paternidade algo tão bonito, apesar de tudo. E quanto ao nome do capítulo, eu achei justos, pois assim como os personagens sempre seremos filhos de alguém, ou futuros pais ;) Ahhhh e eu amo o nome Pietro, pfvr. =( Nome aprovado? Capítulo aprovado? Espero que sim.
Vocês viram que deu tudo certo? Parece mesmo final haha. Victor finalmente achou uma guria pra amar. Me sinto feliz por ele, pode? E algo me diz que serei amada por fazê-lo ficar tão feliz com isso kk
Malu e Igor planejando coisas. E claro, não podia faltar o que vocês mais gostam: fofurice do Eduardo.
Viu como me esforcei nesse capítulo? Hihi kkk
Ah, vamos fazer o seguinte? Por favor, comentem ~ou recomendem , cof cof, se quiserem, é claro~. Ando amando (sempre amo k) a opinião de vocês! Dependendo eu posto o último capítulo no sábado ou domingo, quem sabe até antes, tudo depende de vocês. Enfim, não vou ficar triste agora. Só no último. Na verdade, ainda não caiu a ficha de que é o penúltimo. =/ ~controla o desespero~ KKKKK Obrigada por lerem.