Vento no Litoral escrita por Janine Moraes, Lady B


Capítulo 1
Capítulo 1 - O tempo não para


Notas iniciais do capítulo

Bem, eu avisei antigas leitoras que voltaria no dia das crianças. rs Então, Feliz dia das Crianças pra você que sempre será uma criança no seu interior. haha
Gostei muito dos últimos reviews e das leitoras que apareceram. Só não entendo como vocês podem odiar tanto o Igor! KK Talvez eu seja suspeita pra falar, já que como autora conheço ele muito bem, mas eu gosto muito desse personagem. Acho que sou uma Malu da vida.



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Pov. Malu

Se fosse pra resumir a minha história, do início ao fim, eu diria que tive que abrir mão de muita coisa. Como todos, tive que abrir mão do que me fazia mal, e até mesmo bem, por algo melhor e maior. A felicidade e a harmonia. Eu tive que abrir mão dos meus amores, das minhas desavenças familiares, meus dramas, minhas depressões, de uma parte de mim. Tudo que um dia me magoou, eu deixei pra trás. Deixei tudo pra trás e viajei. E foi a melhor coisa que eu fiz. Tudo pareceu ter desaparecido quando desembarquei na Inglaterra, em um intercâmbio a trabalho que duraria um ano. Estudei, conheci pessoas novas, espaireci e consegui uma grande alavancada na minha carreira. Quem diria que eu trabalharia lidando com pessoas? Ainda mais na área de Turismo? Mas foi isso que fiz.

Com uma boa grana voltei pro Brasil e me instalei em uma cidade a milhas de distância da casa de meus pais, deixei a pequena cidade no Rio de Janeiro e fui para Porto Alegre. Deixei pra trás as brigas, uma parte de mim, absolutamente tudo. Fiz minha faculdade e estou com uma boa estabilidade financeira. Tento não me lembrar do passado catastrófico e doloroso. Passado esse onde deixei muita coisa pra trás. Um amor adolescente e uma irmã grávida. Mais do que isso, deixei um coração destroçado para trás. Coisas que eu preferia não pensar e fazia de tudo pra deixar lá atrás.


O telefone da minha mesa de escritório, sala com qual eu dividia com mais duas garotas, tocou tirando-me dos meus devaneios e conclusões. Geralmente atendíamos telefonemas de pessoas querendo agendar passeios e viagens. Já que essa Agência de Turismo em que eu trabalhava era bem requisitada.


– Malu? – a voz de Marisa soou estridente na linha. – O senhor Valadares quer vê-la.


Me assustei, ouvindo a ligação ser cortada abruptamente. Suspirei fundo, me levantando, vendo as meninas me olharem curiosas e dei de ombros. Caminhei até a sala do meu chefe e dei de cara com Marisa, a secretária, que sorriu amarelo pra mim e me deu passagem. Entrei no escritório amplo e aberto do senhor Marcelo Valadares, chefe da sessão onde eu trabalhava. Eu trabalhava basicamente atendendo telefonemas e atendendo recados, suprindo a necessidade dos clientes. Então não fazia ideia do que tinha feito para estar no escritório. Ele fez um gesto para que eu me sentasse e eu me acomodei silenciosamente na cadeira.

– Srta. Tavares, certo? – ele disse; os aros de grossos óculos fitos em uma ficha, provavelmente minha. – Então você morava na cidade de Santa Bárbara, no Rio de Janeiro?

O olhei interrogativa, ficando ainda mais confusa. Estranhei sua pergunta, mas procurei me manter firme.

– Sim, já morei lá.

– A vida toda?

– Grande parte dela.

– Inclusive há alguns anos atrás?

– Sim, senhor. – engoli em seco, não entendendo muito bem aonde ele ia chegar.

– Então conhece praticamente toda a cidade?

– Sim, senhor. É uma cidade pequena, fácil de se locomover e localizar.

– Exatamente, senhorita, exatamente! – ele se animou, um grande sorriso aparecendo na cara arredondada. – E ainda por cima tem boa infraestrutura turística, praias lindíssimas, além de hotéis baratos e confortáveis. E, claro, lugares para passeios, incluindo o Planetário do centro da cidade, que é um dos locais mais visitados e considerados um dos melhores da América Latina, certo?

– Sim, o senhor parece saber bastante.

– Tenho que saber, pois firmei contrato com hotéis da Região, museus e, felizmente, com o coordenador do Planetário. – algo agitou-se em meu estômago e fiquei ainda mais apreensiva e séria. Lutei para encontrar minha voz:

– Isso é ótimo, suponho.

– Isso é absolutamente perfeito, Srta Tavares. Vamos levar nossa agência além das cidades grandes, mas mostrar que cidades pequenas também são belíssimas e lucrativas.

– Realmente, um bom investimento. Só... Não entendo porque me chamou, senhor

– Preciso de uma equipe. Algumas pessoas fluentes em inglês para acompanhar e explicar sobre o Planetário, contar histórias, entretê-los e blá blá para os Turistas. Nos outros pontos turísticos, já se tem funcionários e estrutura para esse tipo de... negócio. Mas o Planetário é carente desse tipo de pessoal, e além do mais é o mais lucrativo. – ele sorriu abertamente, os dentes amarelados a mostra. – Vamos ganhar a maior parte do lucro com as viagens e passeios para esse local. Como disse, preciso de uma equipe. E pela sua ficha, bem competente por sinal, você me parece perfeita. Então, minha oferta é essa senhorita. Quero que retorne para a sua antiga cidade!



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Notas finais do capítulo

Lembram de como comecei Meu Querido Cunhado? Então, primeiro com o tempo atual. Malu tinha 16 anos antes e agora tem 21 anos. 5 anos se passaram. Vou ir acrescentando lembranças e flashbacks com o tempo. Está meio confuso, eu sei. Explico melhor depois, o sono está me consumindo. KK Amanhã provavelmente posto o próximo capítulo, não prometo nada, claro.
Obrigada muito por lerem.