All About Us escrita por Helle


Capítulo 8
Heartbreak Warfare


Notas iniciais do capítulo

Desculpa meus amores, mas a inspiração só me visitou hoje '-' Espero que não me matem (ou torturem).
Aí está mais um capítulo fresquinho! O penúltimo, pra ser mais exata >.<
Música do cap: Heartbreak Warfare - John Mayer ♥



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-Granger? -Soou uma voz conhecida aos ouvidos de Hermione. -O que faz aqui?

-Draco? -Perguntou a garota meio grogue. Havia dormido em meio aos soluços e lágrimas da noite anterior. Recordava-se vagamente de ter saído aos prantos da sala precisa. Não fazia ideia de onde estava... A garota se encontrava naquele estágio entre estar dormindo e estar desperto. Tudo poderia muito bem ser um sonho da grifinória, mas algo lhe dizia que a cena era real. Ergueu-se do chão, que era onde estava, lentamente e passou a mão no rosto sentindo os rastros que as lágrimas deixaram.

-Você estava chorando? -Perguntou o garoto se aproximando.

A garota apenas assentiu. Não fazia sentido mentir naquele momento. Até um trasgo saberia que ela esteve chorando.

Lembrou-se de sair chorando da sala precisa e de andar aos soluços para o único lugar em que sabia que não seria encontrada por ninguém.

-Foi o Weasley de novo? -Quis saber o rapaz se sentando numa poltrona branca que, aos olhos da castanha, não estava ali antes.

Hermione olhou para o sonserino, querendo descobrir o que seus olhos falavam. Draco era assim, refletiu ela: Seus olhos falavam mais que sua boca. Percebeu que ele estava mais pálido que o normal e que não fora a única a ter chorado. Ela pode ver que algo estava muito errado na expressão do jovem. Ele parecia se sentir mais culpado e honestamente, parecia muito mais velho e cansado do que deveria.

-Não importa. Você esteve chorando. -Não foi uma pergunta, Draco percebeu. Ela viu o que se passava dentro dele.  -O que houve? -Quis saber a garota.

-Não importa. -Repetiu o sonserino em um tom amargo.

Encararam-se por longos minutos. Nenhum dos dois ousou interromper o silêncio confortável em que sempre caíam.  Draco ouviu um ronco e viu Hermione ruborizar.

-Você está com fome. -Dessa vez, quem não perguntou foi o rapaz.Ele concluiu a frase com um pequeno sorriso de canto.

Estavam na "biblioteca" de Salazar e Draco sabia que seria muito estranho para a moça sair dali em pleno horário de café da manhã, com todos aqueles alunos da Sonserina vagando pelos corredores das masmorras.

-Pense em algo. A sala trás. -Disse ele se esparramando mais na poltrona.

A garota suspirou e fechou os olhos para se concentrar melhor. Uma bandeija com torradas e uma pequena cesta de morangos apareceu a sua frente, juntamente com um pequeno bule de chá e duas xícaras.

-Aqui. -Ofereceu a garota entregando uma xícara com chá fumegante para Draco.

O rapaz ergueu uma sobrancelha em descrença, mas aceitou o chá e bebericou em silêncio. Ainda não sabia o que fazer. Como dizer a ela que...

-O que houve, Draco? –Perguntou Hermione espiando o rapaz por cima de sua xícara. O olhar curioso da garota divertiu um pouco a alma conturbada do loiro. Ele pigarreou um pouco antes de falar com a voz tão calma quanto podia, obviamente, não era lá essas coisas.

-Não podemos ficar juntos, não podemos ser amigos. Não podemos mais nos ver. –Disse ele. A castanha o observou incrédula... Desde quando ela havia perguntado por nada daquilo... Não tinha nada a ver com...

-Tem a ver sim. –Disse Draco sorrindo. Era um sorriso triste, mas ele não conseguia evitar. –Eu acho que você sabe o que eu sou. –Pontuou o rapaz, agora em um tom sério.

-Eu não...

-Eu sou um comensal da morte, Granger. Eu tenho uma missão aqui em Hogwarts, e não creio que você queira estar perto de mim. Eu não te quero perto de mim. –Disse ele pousando a xícara no pires e colocando os dois objetos de volta na bandeja.

O rapaz abaixou a cabeça e brincou com os dedos enquanto esperava a resposta inteligente de Hermione. Sabia que ela iria entender o recado e se afastar. Estava doendo nele, mas tudo acontecia porque ele não queria que, mais tarde, doesse nela.

-Eu não me importo. –Disse a garota se levantando. –Vou ficar ao seu lado aconteça o que acontecer. –Completou olhando obstinada para ele.

Draco olhou pra ela com assombro. Não esperava aquela resposta.

-Perdão, mas eu ouvi direito? – Perguntou ele com uma sombra de sarcasmo na voz.

-Eu não vou repetir, Malfoy. –Respondeu Hermione bufando.

Ele sorriu. Por um momento, ele se permitiu sorrir, sorrir mesmo. De felicidade, de divertimento, de idiota que ele era... Ele sorriu como nunca antes.

Eles podiam ter um relacionamento secreto. Fosse de amizade ou não. Eles podiam fazer funcionar por um tempo. Mas Draco sabia que viveriam era uma maldita guerra.

Bombas cairiam pra todo lado, ninguém nunca ia vencer. Seria complicado, seria arriscado, perigoso para ambos e muito muito doloroso no final. Seria uma guerra de corações quebrados. E se dependesse dele, o coração de Hermione não seria quebrado nunca.

Indo contra o turbilhão de pensamentos que lhe inundavam o rapaz se levantou.

-Ok. Você me permite uma dança? – Perguntou o loiro estendendo sua mão para a garota. Fora assim que tudo começara. Lágrimas, sorrisos, irritação, uma dança. E era assim que tudo iria acabar, pois em sua mente a pergunta foi “Você me permite uma última dança?” .E ela permitiu.

Mesmo com os cabelos desgrenhados, os olhos meio inchados e a cara de cansaço de ambos, olharam-se como se nunca antes tivessem se visto e como se nunca fossem se ver novamente. Como se cada um fosse a coisa mais linda do planeta e não tivessem muito tempo para absorver a beleza um do outro. Talvez não iriam mesmo mais se ver. Não daquele jeito.

Uma música leve começou a tocar. A sala realmente atendia aos desejos dos seus ocupantes.

Começaram a se balançar no ritmo da música. Era calma, e gentil. Como um sussurro do vento no rosto dos jovens ali presentes. Era o tipo de música que acalmava, que confortava o coração.

Draco olhou para a garota em seus braços. Ela era linda, inteligente, corajosa... Merecia uma vida perfeita. Merecia o amor perfeito. Merecia o melhor. E ele não era o melhor. Algo se despedaçou dentro dele ao atingir o fato de que: Ele nunca seria o melhor para Hermione Granger.

A decisão foi tomada. Observando a única garota que despertara algo bom nele, Draco- pela primeira vez na vida- escolheu o certo ao fácil.

Seria mais fácil se entregar ao amor que sentia por ela. Seria mais fácil se jogar de cabeça naquilo e levar até onde pudessem levar aquela loucura. Seria mais fácil correr pra ela sempre que se sentisse só e desesperado. Seria mais fácil ceder a tentação de beijá-la sempre que a via. Mas não seria certo.

Ela não o amava. Nunca o amaria. Depois que toda a confusão se esvaísse, tudo o que sobraria na garota seria remorso. Draco Malfoy sabia plenamente disso e por incrível que parecesse, não doía tanto quanto pensou que doeria.

No final das contas, talvez, aquilo fosse o amor. Ficar feliz pela pessoa, estando ou não com ela. Sendo ou não, amado de volta. Definitivamente era estúpido. Pensou Draco. A coisa mais estúpida e ridícula de sua vida. Amar.

“Também é a melhor” –Pensou ele olhando nos olhos cor de avelã da bruxa. Era como se quase nada pudesse abalá-los quando se olhavam nos olhos. Quase.

-Hermione... –Chamou o rapaz.

A garota piscou lentamente ao ouvir seu nome. Estavam tão perto um do outro que sentiu o hálito quente do garoto em seu rosto.

-Eu te amo. –Disse ele. Lágrimas brilharam nos olhos cor de tempestade, mas não foram derramadas. –Eu te amo, tente não esquecer. Eu te amo. –Repetiu ele com urgência na voz.

-Eu... –As palavras ficaram entaladas na garganta de Hermione. Ela não o amava. Ou amava? Não sabia dizer.

No final das contas não precisou dizer mais nada. Draco silenciou a dúvida da garota com um beijo. Foi um beijo diferente do primeiro. Não foi casto, não foi calmo. Foi um beijo carregado de sentimentos e de urgência. Aquele beijo era quente, era sôfrego, era molhado por lágrimas que ela não sabia de quem escapava, já que percebeu que poderia estar chorando. As línguas dos dois travaram uma verdadeira batalha. Já não sabiam o que era respirar... Foi o beijo mais longo, profundo e inesquecível para ambos. Ou quase isso.

-Obliviate. –Ela ouviu as palavras saírem da boca do loiro, pronunciadas com calma naquela voz grave que tremia um pouco. Era mesmo uma maldita guerra onde corações seriam quebrados, mas não o de Hermione. Não se dependesse de Draco.

A grifinória quis dizer que não, mas não lembrava porque... Deixou-se cair no torpor que a embalava e não soube se disse ou não um singelo: Foi tudo sobre nós.

-Tudo sobre nós. -Ecoou o rapaz enxugando a única lágrima que se permitira derramar. Seu coração estava meio partido, meio quebrado. Mas ela estava bem e iria permanecer assim se dependesse dele. Esperou o tempo passar, sabia que a garota não iria acordar tão cedo. Ficou matutando possibilidades e chegou a conclusão de que havia uma esperança para Hermione.

"Agora o Weasley" -Pensou Draco antes de pegar Hermione no colo e a levar tranquilamente pelos corredores agora desertos das masmorras.


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Notas finais do capítulo

Espero que não me matem >.< Mil desculpas pelo atrasio. Mesmo.
Então é isso né? Reta final da fic. Quem sabe eu posto outras Dramiones que tenho escritas... Hmm. Enfim, espero que tenham gostado. Críticas, xingamentos, maldições, azarações, etc? Review =D