Esme: Podemos ir com vocês? Afinal sou bisavó apesar de minha neta ser muito nova para isso. E acho que Alice e Rosalie também concordam comigo.

Bella: Olhe Esme a consulta é da Kathy eu estou indo acompanha-la e não o inverso portanto pergunte á ela. E chame-a por favor o táxi já deve estar chegando.

Esme retornou para dentro da casa e quando saiu me informou que Kathy havia concordado com a ida das tias e da avó. Logo as três saíram e eu me dirigia para o portão da mansão para pegar o táxi.

Alice: Aonde vai Bella?

Bella: Pegar o táxi.- respondi um pouco grosseira devido minha irritação.

Rosalie: Não. Nós iremos em dois carros para não ficar desconfortável.

Respirei bem fundo para antes de responder.

Bella: Fica chato eu deixar o taxista esperando.

Esme: Mas ele já deve ter ido embora pela sua demora. Vamos você vai comigo e não há o que discutir e as irão com Rosalie.

Kathy sussurrou um “Me desculpe” somente acenei como resposta. Eu estava me irritando com a hipocrisia delas a momentos atrás eu era a Isabella vadia ... agora sou a boa alma que está ajudando sua neta. Suspirei seguindo-a.

Enquanto caminha algo veio a minha cabeça: essa simpatia repentina só poderia ser chamada de consciência pesada.

...

A situação era desconfortável. Haviam se passado dez minutos que estávamos no carro e o silêncio permanecia. No meu caso eu não tinha porque falar e Esme não sabia o que falar.

-Bella eu gostaria de falar com você mas não sei por onde co... –fomos interrompida com meu celular tocando.

Eu agradeci mentalmente a quem quer que estivesse me ligando.

-Alô?

-Bella, Bella estou atrás de você desde ontem de manhã e também tenho uma ótima novidade para te contar. Está muito ocupada?

-Ocupada, ocupada mais ou menos mas sabe que sempre tenho um tempinho para você.

-Queremos que vá jantar lá em casa hoje a noite para anunciarmos a novidade e matarmos a saudade.

-Tudo bem estaremos ai hoje a noite mas só vou levar uma certa torta de limão se você me contar, não gosto de ficar curiosa.

-Eu sei que não gosta de ficar curiosa, eu sei que não vou contar e sei também que irá levar a torta para o gostosão aqui.

-Ok, chegaremos para o jantar. Beijos seu convencido.

-Beijo Bells.

Depois de conversar com Jacob fiquei mais calma. Ele me acalmava mesmo sem saber.

Esme: Hum...Vejo que se dá bem com o rapaz. -disse insinuante.

Bella: Sim, me dou super bem com ele. - “E com Leah, sua esposa” pensei.

Esme: Superou Edward rapidamente.

Bella: Esme sejamos sinceras e vamos corrigir sua frase: Isabella sua vadia não era para estar com outro. Era essa sua vontade, não era. Esme quero que fique claro que não sou criança e nem uma mulher de palavras e meia. Vou te contar algo porque eu quero e não porque devo ao a você ou a sua família. - eu dizia tudo calmamente pois se me irritasse nenhuma de nós duas iria gostar do resultado.

Esme: Não Bella, me desc...

Bella: Esme já disse que não sou mulher de meias palavras. – falei grosseiramente. –Continuando: Não me envolvi com ninguém, não em um relacionamento sério. Tenho minhas necessidades que precisam ser saciadas. –falei calmamente e espiei Esme, ela estava vermelha tive vontade de rir mas prossegui meu momentâneo monologo. – E nessa palhaçada toda a menos errada sou eu. Não sou coitada para que fiquem com pena de mim, não sou inocente para que sintam remorso. Não quero nada que venha do seu filho. –falei um pouco alterada, na verdade eu desabafei.

Esme não me respondeu, não havia o que responder.

...

Após vinte minutos de nossa chegada a San Diego’s Health Care Leader ou SHARP fomos chamadas pela recepcionista que ao ver as quatro levantar se surpreendeu afinal o “normal” seria vir um homem acompanhando uma mulher -garota no caso de Kathy- e não três mulheres.

Recepcionista: Bom dia. – acenamos como resposta. – Somente uma poderá acompanhar e senhora ... – olhou para a ficha em suas mãos e sacudiu a cabeça negativamente, deve ter visto a idade da Kathy. – Desculpe, senhoras.

Alice: Não há como todas nós entrarmos?

Ela fez uma cara tão fofa que a senhora quase cedeu. Quase ri com sua pequena chantagem emocional.

Recepcionista: Me desculpe mesmo mas só é permitido a entrada de um acompanhante.

Kathy: Tudo bem. A Bella me acompanha. –disse olhando para a vó com um pedido mudo de desculpas.

Esme: Tudo Bem querida. O plano inicial era a Bella lhe acompanhar e nada mais justo que ela entre com você nessa. – sorriu. – E fiquem sabendo que a próxima consulta eu entro. –disse tentando transparecer que não ficou chateada.

Ela ficou chateada sim mas foda-se.

Seguimos a recepcionista pelo corredor extremamente claro com paredes pintadas de branco e bege com alguns detalhes em outras cores pois a ala hospitalar era dividida entre obstetrícia e pediatria. Paramos em frente a uma porta de madeira muito bonita com uma placa dourada escrito em letras trabalhas e na cor negra  Dra. Jennifer Brown e mais embaixo também na cor preta com a letra em tamanho menor Ginecologista Obstetra. A recepcionista abriu-a e indicou para que entrássemos. Assim que entramos ela se despediu com um aceno e um sorriso simpático. A médica indicou para que sentássemos nas elegantes cadeiras.

Dra.: Bom dia senhorita e senhora Cullen. - fechei os olhos assim que meu nome de casada que a tanto tempo eu não ouvia. Respirei fundo para acabar com a sensação que me percorreu.

Bella: Bom dia doutora. Prazer Isabella Swan. E sou  solteira. – riu para quebrar o clima chato que ficou.

Dra.: Oh! Me desculpe. Senhorita Swan. – riu divertida. – Quando a jovem senhorita solteira estiver por aqui não vou deixar ninguém da ala masculina desse hospital aparecer por aqui. – rimos de sua tentativa de piada. – Bom, vamos ao que interessa. –quando a conversa se voltou para Kathy ela ficou visivelmente constrangida. –O que esta acontecendo, querida?

Aproximei minha cadeira de Kathy assim que a obstetra dirigiu a consulta a ela e dei a mão a ela em sinal de apoio e mesmo assim Katherine permaneceu calado durante uns cinco minutos e percebi que a medica queria deixa-la a vontade sem pressionar muito.

Dra.: Katherine estou aqui para ajuda-la. Sei que é uma situação complicada e saiba que nos últimos anos atendi muitas pacientes jovens. Eu preciso que você confie em mim pois se realmente tiver um feto ai nós nos veremos com muita frequência e você esta entregando sua saúde em minhas mãos. – dizia calma e delicadamente. –Agora eu quero saber se você esta entregando sua saúde a mim porque existe a possibilidade de nos termos uma relação amistosa e de confiança ou porque você simplesmente tem que estar aqui?

Kathy suspirou audivelmente e eu apertei sua mão que estava na minha.

Kathy: Doutora eu quero que a senhora saiba que eu não me sinto pronta pra ser mãe e essa situação toda é muito difícil para mim.

Dra.: Sim querida imagino o quão difícil seja. E vamos facilitar antes das perguntas faremos a ultra para identificar se há feto e caso exista não será possível identificar quase nada.

Kathy: Você acha melhor Bella?

Bella: Caso se sinta bem e a vontade será melhor.

Ela concordou e foi trocar a roupa pela camisola hospitalar. Assim que ela saiu da sala a médica começou a falar.

Dra.: Como médica preciso que estejam cientes de algumas coisas mas como percebo essa situação é bem delicada e Katherine não irá me falar muito não por agora. Não quis falar na frente dela pra ela não ficar mais nervosa mas tenho quase cem por cento de certeza de que a menina esta grávida os teste dificilmente erram. – pausou.- Peço que relate o que sabe pois qualquer informação é plausível.

Concordei e comecei a falar.

Bella: Bom, ela teve uma única relação sexual, sem preservativo, uma semana depois que sua menstruação parou de vir. –parei organizando as informações que Kathy havia me contado. -E duas semanas depois teve alguns enjoos não muito frequentes e ficou assim durante semanas, a seguir os seios começaram a ficar sensíveis mas achou que seria a menstruação pois já estava próximo. –pausei novamente -Porém não veio e isso se segui durante dois meses e pouco  assim até que tomou coragem e fez o teste de farmácia  e deu positivo.

Assim que terminei de falar Katherine saiu da saleta fomos para a sala onde havia toda a aparelhagem necessária em obstetrícia.

Foi confirmado a existência de um feto de quatorze semanas.

Kathy: Então estou mesmo grávida. –sussurrou para si mesma antes de voltarmos ao consultório.

Logo que nos acomodamos a médica iniciou a conversa.

Dra.: Ambas sabemos que você estava errada em não usar preservativo. – Kathy se avermelhou muito. –Não fique com vergonha. O passado não volta então vamos resolver o agora, sim? – assentimos. – Kathy preciso da sua confiança lembre-se disto para me responder.

Kathy: É o melhor para mim e para meu bebê, não é? -a médica assentiu. –Então vou fazer o possível.- sorri discretamente, ela estava começando a se acostumar com a criança.

E a consulta prossegui com o ultrassom confirmando a presença do feto de quatorze semanas sem nenhuma anomalia até o momento. Jennifer como pediu que a chamássemos - era um modo de se aproximar de Kathy, com um tratamento menos formal -perguntou sobre a frequência que Katherine tinha relações sexuais, com quantos parceiros ela havia se relacionou, se na relação que ela achava que engravidou era somente um parceiro –pergunta extremamente constrangedora porém necessária -e quando a médica perguntou sobre a primeira e  a última menstruação dela Kathy ficou super sem graça e olho pra mim de rabo de olho com um pedido mudo de desculpas somente sorri como resposta a ela.

Confesso que a doutora teve trabalho em arrancar respostas de Kathy mas com minha ajuda conseguiu. A medica deu orientações sobre alimentação, conduta da Kathy em relação ao bebê, indicação de um psicólogo renomado para ajudar Kathy e a família a lidar com a situação, recomendou algumas vitaminas e comentou alguns riscos devido ao seu corpo não estar “pronto” para abrigar uma criança.

Assim que saímos da sala as meninas esperavam afoitas para saber as novidades.