ANNABETH

            Peguei meu celular e liguei pro meu pai. Chamou umas três vezes até ele atender

-Alô?

-Alô, pai?

-Sim filha o que foi?

-Eu vou almoçar aqui na casa do Percy hoje ta bom?

-Claro, desde que não se esqueça de trazê-lo essa noite

-Não vou não

-Então ta certo, tchau filha

-Tchau pai

            Desliguei o telefone e voltei pra sala, Percy estava sentado no sofá olhando TV, fui e me sentei no lado dele, ele passou um braço pelo meu ombro, então esquecemos a TV e ficamos conversando, falar com ele era tão bom que me dava uma dor no coração quando eu não tinha mais assunto pra puxar.

            A mãe dele nos chamou e fomos almoçar. Comemos tudo normal. Depois disso nos arrumamos e eu e Percy saímos, era passado de uma hora e resolvemos ir ao parque.

            Chegamos lá e continuamos a conversa, e novamente, eu acho que isso tem de estar errado, por que quando eu converso com ele o tempo passa tão rápido? Olhei o relógio do celular e vi que já eram quatro horas.

-Nossa, já é tão tarde? – pensei em voz alta

-Que horas são? – ele perguntou ao meu lado

-São quatro

-É as sete lá na sua casa certo?

-Sim

-Então ainda temos tempo

            Depois disso ele me puxou em um beijo, que certamente eu retribui, a cada dia que passa na minha mente fica mais fortalecida a idéia dele ser meu príncipe encantado, se o meu pai não gostar dele, nossa, eu fujo de casa.

            Depois do beijo nos levantamos e fomos dando algumas voltas pela cidade, sem rumo certo, olhei novamente o relógio, e para sustentar a minha idéia de que algo está errado já eram seis horas.

-Seis horas – falei

-É bom eu ir indo pra casa então

-Tá certo

-Calma, antes de eu ir, vou te deixar na sua – ele disse sorrindo, que gracinha

            Fomos andando até a minha casa, chegamos lá por volta de seis e dez, ele me deixou na porta e foi embora, mas não antes de eu puxar ele em um beijo, sim agora fui eu.

-Tchau Annie, até depois

-A-até depois...

-Amo você – ele disse e saiu da porteira de casa

-Também amo você – devolvi, ele apenas olhou pra mim e sorriu

            Abri a porta e por pouco não tenho um ataque cardíaco, meu pai estava ali na porta espiando

-P-Pai? O que está fazendo? – perguntei com a mão no peito, impedindo que meu coração saltasse fora

-Ué, estou avaliando o rapaz

-E o que me espiar tem a ver com isso?

-Como eu disse, eu quero ver como ele te trata, entende?

-Claro que entendo – menti descaradamente – Então deixe-me entrar

-Anm, sim claro filha – então meu pai entrou e eu logo atrás dele

            Subi para o banheiro e tomei um banho, me vesti e fiquei pronta, coloquei uma calça jeans branca e uma camisa branca com detalhes em amarelo, as mesmas roupas que usei quando vi ele pela primeira vez.

            Bateu o relógio, eram sete horas, e não levou muito mais que cinco minutos para a campainha tocar. Fui até a porta e me certifiquei que meu pai não estava perto, então a abri.

            Abri a porta e nossa! Ele estava... Lindo! Mais do que o normal, ele usava uma camisa preta social, que desconfio que era a mesma que ele usou quando tomou os dois tiros, uma calça jeans preta, conseguia sentir seu perfume, parecia... Mar, o cheiro do mar.

            Quando ele me viu abriu um imenso sorriso e me abraçou

-Oi Annie

-Oi Percy, vem entra...

            Convidei ele pra entrar e ele entrou, começou a rodear a casa com os olhos

-Que legal a sua casa – ele disse ainda observando

-Ah é mesmo, você não veio aqui nenhuma vez ainda né? Vem, eu te mostro ela

            Falei e puxei ele pelo braço, comecei a apresentar a casa, a cozinha, a sala e os demais cômodos, e claro que por último ficou o seu quarto

-E esse é o meu quarto – falei abrindo a porta do meu quarto, felizmente ele estava arrumado.

-Bem mais arrumado que o meu – ele disse rindo

-Mesmo né? – ri de volta

            Então descemos e voltamos pra sala, onde meu pai estava, sim, parece que ele terminou de tomar banho, quando ele nos escutou, se levantou e nos encarou

-Huum, boa noite senhor Chase – falou Percy meio encabulado – Sou Percy Jackson

-Eu sei quem é você garoto... Sente-se, vamos conversar

-Pai!

-Tudo bem Annie

            Percy foi se juntar a ele

-Annabeth, você poderia pegar o jornal pra mim lá fora?

-O que?

-Vá lá filha, antes que chova...

-Affe, vai você pai

-Filha, você quer mudar de escola ou não? – ele me perguntou fazendo cara de reprovação

-Isso é chantagem sabia?

-Sim, e estou chantageando você para pegar o jornal pra mim lá fora!

            Soltei um suspiro de derrota e saí pegar o bendito jornal, mas lá fora não tinha nada, jornal nada mesmo, continuei procurando pelo quintal buscando o bendito jornal e não encontrava nada.

            Até que eu me toquei do tamanho da minha burrice, ele usou isso como desculpa para falar com Percy a sós, a não, só imagino o tipo de conversa que eles estão tendo.

            Abri a porta de casa e eles estavam rindo juntos, como?? Nunca vi meu pai rindo, nunca mesmo! Só sorrindo, mas rir? É um evento raro...

-P-Pai, não achei o jornal

-Ah sim filha – ele disse tomando fôlego – Acabei de me lembrar que eu já o peguei

-Então, qual o motivo de tanta graça? – perguntei cruzando os braços

-Ah, não é nada não filha... Bom, eu vou ver se o jantar está quase pronto, já volto

            Com isso meu pai se levantou e foi lá pra fora, aproveitei a deixa e me sentei ao lado de Percy

-Então qual era o motivo de tanta graça? – perguntei baixinho pro meu pai não ouvir, mesmo ele estando em outro cômodo

-Ah, seu pai estava contando algumas histórias de quando você era pequena

-Eu não acredito que ele fez isso!

-Pois é...

            Então ele me abraçou e sussurrou no meu ouvido

-Sabe, você era muito fofa quando pequena

-Era?

-Sim, agora você é linda – ele disse e me pegou em um beijo. Pro meu pai ter contado histórias de quando eu era pequena, será que ele o aprovou?

-VENHAM JANTAR! – meu pai gritou da cozinha interrompendo nosso beijo, Percy se levantou e me estendeu a mão pra me ajudar, segurei sua mão, me levantei e fomos assim, de mãos dadas para a cozinha.