S.a.w

Redefine your life...

••Capítulo 03••

••Dyllan••

Local: Desconhecido
Hora: 17h30min

O sono batia mais forte a cada vez que eu tentava acordar... O peso em meus olhos fazia com que minha força acabasse ali no exato momento...
Parecia que eu estava de ressaca por muito tempo... De relance, eu conseguia enxergar um relógio branco na parede... Estava marcando 17h30min, e eu fiz o possível para levantar...
Foi quando quatro holofotes acenderam no exato momento...
Quando me deparei, estava em uma sala totalmente desconhecida... Estava com minha cabeça totalmente imobilizada, em minha boca havia duas pequenas mangueiras...
Bem na minha frente, havia uma pequena mesinha com um bisturi e um pequeno espelho...
O desespero subiu em minha cabeça no exato momento, fiz de tudo pra me soltar...
Tentei pegar o bisturi e cortar as mangueiras... Mais elas eram totalmente grossas e não adiantava de nada...
Eu simplesmente não fazia idéia do que estava fazendo lá...
Quando prestei atenção, o meu olho direito estava completamente inchado... Tão inchado, que estava com pontos em volta dele...

–Maix o que exta acontexendo aqui! –Comecei a gritar mesmo com as mangueiras na boca.

O silêncio tomou conta do local...

Comecei a chorar compulsivamente... Não fazia idéia do que estava acontecendo lá...
O tempo passava lentamente ao meu redor... O relógio apontava agora 17h45min...

–Xocorro! Pelo Amor de Deux! –Falei enquanto a língua ficava entrelaçada entre as mangueiras.

Vocês devem se perguntar quem sou eu... Eu me chamo Dyllan Campbell, tenho 23 anos e não estudo e nem sequer trabalho... Bem... Trabalhar? Eu trabalho sim... Mais não é lá um trabalho que eu chegue em casa e minha esposa fale “Amor... Veio de mais um ótimo dia de trabalho?”.

Bem... Eu trabalho de “Matador de Aluguel”, sou contratado por pessoas pra matar outras pessoas... Surpreso? Bem... Pra mim isso é totalmente normal... Tem pessoas nessa vida que não merecem um pingo de respeito pelos atos que cometem...
Para vocês terem noção... Eu vivi casos horríveis onde pessoas maltratavam os próprios avôs que nem tinham mais forças para se defender... O prazer que eu tiver de pegar a arma e apontar para a cabeça do indivíduo era maravilhoso...

Ver o sangue correndo gelado pelo corpo dele... O pavor vindo de seus olhos... A pessoa que nem sequer aguentava mais respirar...
Era algo sensacional...

Meu último assassinato foi a dois meses atrás...
Meu objetivo? Matar uma Senhora que não queria mais saber de ver o filho em casa por que ele estava utilizando drogas...
Você deve ser perguntar... Por isso você vai matar ela? Bem... Pra uma mulher que grita para o filho que “quer vê-lo arder no fogo do inferno”... Bem... Parece meio anormal...
Além do mais... O Garoto conseguiu arranjar uma boa quantia em dinheiro para me pagar, isso por que o pai dele auxiliou no pagamento... Pelo que eu vi, ele estava muito afim de sumir com a esposa...

Voltando ao jogo...

–Maix que Merda eu to faxendo aqui! Xocorro! –Gritei novamente.

O silêncio ainda pairava pelo local horripilante... Foi quando tentei me lembrar de como vim parar aqui...

Local: Bar Black Star
horário: 23h45min

–Aí camarada me dá mais uma aí... –Disse eu.

–Quem diria... Pelo jeito que você está bebendo, dá pra vê que teve outra missão bem sucedida... –disse o Barman.

–Rapaz... Não explane essas coisas por aqui... –Falei enquanto dava uma risada para ele.

–Ora essa... Estamos falando com um dos melhores “Mercenários” do Bar Black Star...

–Ah! Que isso... Só cumpro com o dever...

Pois é... Mercenários... Esse era o nome que nós recebíamos quando entrávamos para o grupo do Bar Black Star.
O Bar Black Star era conhecido pela grande quantidade de Mercenários que surgiam por aquelas bandas. Alguns diziam que eu era um dos melhores Mercenários já visto na cidade...
Ora essa... Eu o melhor? Quem sou eu pra questionar?

–Bem Dyllan... To sabendo que você matou a Senhora Petterson... A mãe do “Chip” - Falou o Barman em um tom de voz baixo.

–Ah sim... Eu fiz o meu trabalho... O desespero que eu vi nos olhos dela, me deu mais sede ainda para poder terminar com meu trabalho... Foi algo incrível! –Eu gesticulava com se nem ligasse para quem estivesse por perto escutando o que eu falava.

–Bem... Se eu fosse você, tomava cuidado...

–Por quê? O que está havendo?

–To sabendo de uns “sumiços” por aí...

–Um novo Mercenário?

–Não... Algo pior... Dizem que é alguém que sequestra pessoas e torturam elas até não aguentarem mais...

–Sério?

–Sim... Sei de um cara que me falou que sequestraram a sogra dele... Sendo que ela voltou viva... O cara ficou que nem um doido reclamando “Ah por que não arrancaram a língua dela?”

–Ah para de brincadeira! Hahaha!

–Hahahaha! Liga não é sacanagem...

–Só você mesmo...

Foi quando eu vi o horário no relógio...

–Caramba! To mais do que atrasado, minha esposa vai me matar se eu chegar tarde pela quinta vez...

–Vai nessa cara...

–Quanto deu a conta?

–Fica por conta da casa, se preocupa não.

–Valeu meu Brother! Fui!

–Até qualquer hora... Dyllan...

Foi andando pela rua que eu dei os meus últimos passos... Os últimos passos que dava para a minha vida... E agora eu estava jogado em uma sala sem saber o que fazer...

Retornando ao jogo...

–Aaaaah! Quero Xair daqui!

Tentei parar de gritar um pouco mais... Foi quando eu consegui enxergar que na parede ao meu lado direito, havia uma mensagem escrita de sangue...

“Procure a resposta embaixo de você”

–Procure a rexpoxta embaixo de voxê? Maix que Merda é exa?

Foi quando por nenhum motivo, eu botei meu braço esquerdo embaixo da cadeira...
Lá havia um gravador...

–Ora exa... Vamos ver o que há aqui...

Foi quando eu apertei o Play.

Olá Dyllan... É um grande prazer conhecer você... Você não me conhece, mais eu conheço você mais do que si próprio... Que tal brincarmos um pouco? Se sente confortável? Bem... Esse será o seu conforto final a partir de hoje... Como você pode ver, há um par de mangueiras enfiadas em sua boca... E em sua frente um pequeno bisturi... Bem... Se eu fosse você, seguiria as regras como combinado. Como você percebeu o seu olho direito está com alguns pontos... Se você quiser sobreviver, terá que tirar a chave que está contida na parte inferior dele...
Caso contrário, se não conseguir tirar a chave em dois minutos... Os potes com Ácido Sulfúrico que estão dispostos atrás da cadeira irão se ativar, fazendo com que você beba da sua própria morte...

–Ah Meu Deux! Me Solta! Aaaah!

Você não está desesperado... Não é Dyllan? Você não sabe como está sendo para mim, enxergar o medo em seus olhos... Mais hoje, você verá que somente os seus olhos poderão te salvar... Os mesmos olhos que viram a morte de perto...
Escolha Dyllan... Viver... Ou Morrer?
Que comecem os jogos!

Tempo: 0:01:59

–Aaaaaaah! Me XOLTA! Aaaaah! –Gritei loucamente.

Fiz de tudo para tentar me soltar... Mais vi que a única coisa que eu tinha de fazer era seguir as regras... Como eu sempre fiz...

–Ai Meu Deux... Não tenho outra excolha... Vou ter de fazer ixo...

Peguei lentamente o bisturi... Aproximei do meu olho direito... Assim que encostei a ponta do bisturi em meu olho, eu senti o fervor da dor consumindo meu corpo.

–Aaaaaaaaah!

Desisti no mesmo momento.

Tempo: 0:01:20

Quando percebi... A máquina que estava atrás da cadeira começou a se armar... Escutava barulho de engrenagens rodando... Conseguia sentir que o meu fim chegava em poucos minutos...

–Ah! Vamos lá Dyllan... Mais uma vez...

Tornei a aproximar a faca do meu olho... E tornei a sentir o mesmo fervor subindo...

–MERDA! Aaaah!

Foi quando peguei o bisturi com toda a força e cravei em meu olho.

–Aaaaaaah!

Comecei a chorar... Não sabia se era de dor... Ou de raiva...

–Eu vou pegar essa chave... Custe o que custar!

Tempo: 42s

Foi quando senti a ponta do bisturi encostando-se ao nervo principal do olho... Por um minuto senti que eu ia desmaiar...

–Não! Não posso desmaiar...

Tornei a enfiar o bisturi no olho... Mas a dor falou mais alto...

–AH DROGA! CHEGA! Aaaah!

Tempo: 20s

Quando vi que o tempo estava acabando, eu me perguntei: “Será mesmo que vale a pena estar aqui? Por que não deixar que tudo acabe logo?”.
A raiva tomou conta de mim... Até que eu lancei o bisturi o mais longe que consegui...

O meu choro foi inevitável...

Foi quando um alto-falante ligou...

Bem Dyllan... Foi bom você ter jogado comigo... Eu faria de tudo para você ver a expressão de medo que você está tendo em seus olhos, o sangue frio que corre em você e a respiração que está sumindo a cada minuto...

–aaaah... –Estava totalmente em puro lamento.

É isso Dyllan... Foi mais do que um prazer jogar com você... Agora só tenho uma coisa a dizer...

Foi quando eu levantei minha cabeça.

–Ah...

Game Over... Dyllan!

No mesmo momento que ele falou isso, a máquina que estava na cadeira se armou, jorrando um jato de Ácido Sulfúrico que vinha rasgando a minha boca e destroçando a minha traquéia...
Já não estava vivo...
Mais sentia que tudo o que eu havia feito no passado, veio como troco para o futuro...

Continua...