My Happy Ending escrita por Anna, bibi_di_angelo


Capítulo 10
Capítulo 10 - Dois loucos, sardas e... Jullie?




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POV Thalia

Por que Silena tinha que ser tão idiota quando queria? Ela poderia simplesmente me contar o que estava acontecendo, e estava acontecendo algo, mas não. Queria fazer as coisas serem mais difíceis. E, se ela queria isso, ela teria. De qualquer forma, eu estava irritada com Beauregard. Ao máximo, aliás. Mas Annie me mandara algumas mensagens pedindo para que “me controlasse” e não puxasse briga com minha melhor amiga. Por que diabos ela simplesmente não pegava uma seringa com calmante líquido e me dopava? Era definitivamente o único jeito de me ver calma.

Parecia que, quanto mais eu estivesse furiosa, mais as coisas saíam do controle. Primeiramente, eu acordara com o violão bege de Clarisse batendo em minha cabeça. Sério, não sabia como raios aquilo havia escapado de sua cama e caído em mim. Era Silena brincando com a minha paciência, meio que sinto isso. Ceeeeerto, pausa rápida. Ela me pagaria se risse de meu calombo na testa, e ela certamente riria. Nem mesmo Luke conseguira se segurar depois que eu lhe enviara um torpedo contando o que tinha acontecido. E depois, no refeitório, não tinha mais café. Como assim, SEM CAFÉ? Às vezes eu acho que café é o que me mantém viva. Não, mentira, é o oxigênio.

E o ótimo mesmo é que, minha primeira aula do dia era, adivinha, rufem os tambores. Isso mesmo, com a babuína da Hellen. Não, ela não era de fato um macaco. Mas agia como um. Ba dum tsss. A única coisa boa na aula dela era Daniel. Ele me fazia rir o tempo todo, era um bom amigo. Quase esquecia que estava longe de Luke quando conversava com ele, quase esquecia que Silena conseguia ser a mais dramática possível e quase esquecia de minha raiva. Quase. E eu estava feliz, até o momento em que me perguntaram sobre o calo no meio da testa, que mais parecia um chifre. Me chamaram de unicórnio. Unicórnios me assustam. E eu meio que os admiro. Eles têm chifres, mas não são cornos. Aquele momento “like a boss”

Depois de dois tempos de aula de piano mais três tempos de vocal, fomos liberados para o almoço. Eu não via a hora de encontrar Annie. Estava animadíssima com o fato de que ela certamente já ouvira a história sobre eu ser um unicórnio disfarçado de gente e que iria contribuir com a minha raiva. Mas o que encontrei no refeitório foi algo completamente diferente, e que quase fez meu coração pular pelos olhos.

POV Luke

Estava rindo de Thalia quando Percy se jogou da cama de cima e caiu no tapete. Depois disso, fiquei uns três segundos olhando para o corpo dolorido de meu amigo no chão pra me dar conta do que acontecera. Então Nico começou a rir feito uma hiena drogada, e eu o acompanhei.

— Qual é o seu problema, cara? — Nico perguntou entre os risos, mal conseguindo respirar. Percy se levantou, emburrado, e nos lançou um olhar ameaçador. Mas “ameaçador” entre aspas, porque só nos fez rir mais. A soma de um Percy sonolento e machucado mais gemidos não é uma coisa que vá dar muito medo.

— E é por isso que Percy Jackson não deve nunca, jamais, ficar com a beliche de cima. — comentei rindo, me levantando para tomar banho. Peguei a típica roupa que usaria num dia normal de aula e entrei no banheiro. Me observei no espelho e fiquei pensando em Thalia. A garota que eu amava e… E que acordara com um violão batendo na testa. Nós definitivamente tínhamos algum problema. Percy se jogava da beliche, cara. 

Sorri para o reflexo no espelho e tirei a roupa. Fiquei uns dez minutos debaixo da água quente, pensando em como tudo mudara em pouco menos de um ano. Eu costumava ser o galinha da escola, e agora só faltava ter uma coleira em volta do pescoço. O.K., Thalia Grace não se importava muito em me “domar”, eu sabia que se, pulasse a cerca alguma vez, ela certamente me castraria. 

Decidi parar de pensar nessas coisas de ser castrado antes que minha mente resolvesse ficar traumatizada para sempre e saí do chuveiro. Me arrumei rapidamente e abri a porta, enxugando o cabelo. Nico soltava risos e estava vermelho de tanto rir, enquanto Percy dormia, ou fingia dormir. Mas eu sabia que era mentira, pois tinha a cara amarrada. Joguei a toalha na beliche de cima e deitei, pegando minha mochila. Nico tomou posse do banheiro e eu fechei os olhos, cansado. O relógio apitava, indicando 7:25 A.M.

— Ei, Percy.

— Hm.

— Você tá bem, cara? — controlei o riso e procurei manter a voz séria. Afinal, Percy era o mais lerdo do mundo, mas tinha um certo ego que era do tamanho de um tiranossauro Rex.

— Acho que sim, só preciso de gelo. — eu sabia que ele estava sorrindo, então também o fiz.

Alguns minutos se passaram, e o chuveiro foi desligado.

— Percy.

— Oi.

— Tô com medo, cara.

Primeiro ele riu baixo, depois percebeu que era sério e não ouvi mais seu riso. Percy ficou quieto por um instante e falou, rouco.

— Sobre aquilo?

— É. — fiz uma careta, começando a me arrepender por ter contado aquilo à Percy. Ele certamente ficaria nervoso, se sentiria do mesmo jeito em relação à Annabeth, e acabaria comentando algo com ela, que diria algo à Thalia. — Sei lá, às vezes, eu… Não me acho bom o suficiente pra cuidar dela.

— Pensa nisso, Luke. Ela te escolheu. Dentre todos os outros caras, é você o namorado dela — sorri — Quando me sinto inseguro com a Annie, é com esse pensamento que me acalmo. Sabe, com todos aqueles merdas querendo ela, a primeira opção dela sou eu. Por enquanto, pelo menos.

— É só que… — fiz silêncio por um instante, ouvindo o barulho que vinha do banheiro. Tinha uns dois minutos antes que Nico saísse do cômodo — a Thalia é muito perfeita quando quer. Quando não quer também, aliás. Ela é perfeita sempre. Isso faz dela a garota mais apaixonante que já conheci na minha vida. E pode ser pra muitos outros caras, entende? Tenho medo qu… — então o namorado de Silena saiu do banheiro.

— Nossa, cara, que coisa mais deprimente. Conversem sobre algo, não fiquem calados — ele comentou, e foi até a sua cama. Fiquei quieto por um tempo, então coloquei meu tênis. Chutei a cama de Percy, indicando que ele precisava tomar seu banho, então se levantou para fazê-lo.

POV Nico

Depois de ter quase morrido de rir de Percy quando caiu de sua cama, esperei Luke sair do banheiro e entrei. Eu sabia sobre o que eles conversavam quando saí do banho, ouvira sua conversa na noite passada. Luke estava com medo do que Thalia poderia fazer enquanto estivesse longe. Ele deixara bem claro que confiava nela, só não confiava nas pessoas que a cercavam, exceto Annie e Silena. Achei melhor não comentar nada, falaria no momento certo que deveria parar de ser tão idiota.

Esperamos Percy sair do banho, então saímos do dormitório e fomos em direção ao refeitório. Pegamos nosso café da manhã e procuramos lugares. Por milagre, Melissa surgiu do além, sorriu para mim ao me ver e veio em nossa direção, acompanhada de Kayla e uma garota loira que bebia um café do Starbucks. Nota mental: roubar o café dela. Nota mental dois: não confundir loiras com minha namorada, ou pode ser a coisa mais constrangedora do mundo.

— Oi — Mel nos cumprimentou, sorrindo. Kayla fez o mesmo e a loira se manteve quieta, me observando. Ela deu o típico sorriso de uma garota inglesa e nos conduziu até a mesa onde Nigel, Joe e Laurent estavam sentados.

— A propósito, meu nome é Jullie — ouvi a doce voz da loira, que batucava a mesa com as longas unhas pretas. Tinha sardas nas bochechas bronzeadas, e o cabelo era quase na cintura, um loiro quase castanho. Os dentes eram cobertos por uma armadura dentária (ou seja, um aparelho) e o sorriso era lindo, de qualquer jeito. Me apresentei e meus amigos fizeram o mesmo. Sentei ao lado de Nigel e conversamos por uns quinze minutos, até o sinal soar, indicando que tínhamos mais cinco minutos antes do primeiro tempo. Bufei.

Primeiro, a minha primeira aula era no terceiro prédio. Eu teria que andar feito um idiota para chegar lá. Segundo, Luke tirara a grande sorte. Ficaria no primeiro edifício, e Percy, no segundo. Nigel e Joel acompanhariam o namorado de Annabeth, Laurent iria com Percy, e eu, Mel e Jullie, que nos primeiros dois minutos a apelidara de Loirinhas das Sardas. Terceiro, Silena não respondera minha sms de manhã.

POV Silena

Dormi até 10hrs, até ser acordada por Sophia, que me sacudia feito louca. Gemi baixo por conta da dor de cabeça que as sacudidas causaram, e falei baixinho, irritada:

— Que você quer? — revirei os olhos e tive a imagem mental de mim mesma estrangulando Sophia. Porque, sério, eu passara a madrugada, até as 3hrs da manhã, chorando feito uma perfeita idiota. Isso porque estava com ciúmes. Certo, não era exatamente ciúmes. Era mais medo de perder as meninas para as novas amigas delas. As garotas da Europa. Eu nunca deveria ter planejado aquela viagem de aniversário pra Annie, teria sido mais fácil se tivesse dado à ela um cupom de desconto no spa que minha mãe costumava frequentar.

— Sua rotina de aluna já começou, querida. — ela disse, sorrindo. Escondi o rosto no travesseiro e soltei um resmungo, lembrando que teria que bancar a “dedicada” pelas próximas três semanas. Gemi baixinho e levantei. Olhei a hora e o relógio marcava 10:46 A.M. Meu estômago roncou, e peguei uma peça de roupa. Já tinha perdido os quatro primeiros tempos de aula. O quarto tempo havia começado um minuto antes, e o próximo seria às 11:30 A.M.

Tomei um banho rápido e fiquei sentada na minha cama até meu despertador soar, indicando 11:15 A.M. Tinha quinze minutos até chegar na sala da banda. Respirei fundo, saí do quarto e mandei um torpedo pra Sophia, avisando que teria aula até às 12:15 A. M. e, de lá, iria para o refeitório. Teria o almoço, mais dois tempos de aula e estaria liberada pelo resto do dia.

POV Annabeth

— Alex! — resmunguei, e ela riu — Onde está Ray? Ela definitivamente precisa te controlar. Me passe o ketchup, antes que eu resolva ficar estressada — ri baixo da minha própria piada e vi Silena entrando no refeitório, os longos cabelos presos em um rabo de cabelo. Senti meu coração apertar e a chamei para sentar conosco. Ela acenou para mim, pegou sua comida e veio em nossa direção.

— Oi, gente — ela sorriu — Posso sentar?

Dei de ombros e ela sentou.

— Saudades, Si — Marina disse, os olhinhos brilhando — Tenho tantasnovidades que você não vai nem acreditar. Estou namorando! — ela exclamou, sorrindo feito uma boneca de mola.

— Sério? — Silena retrucou, animada.

— Não. — Mari fez biquinho, e eu ri, acompanhada de Penny e Melanie — Admito, isso só aconteceu nos meus sonhos. Porém — deu ênfase — estou de olho no garotinho que parece um rato e que vai ser a minha dupla no campeonato, caso vocês ainda querem permanecer vivas e respirando.

— Não, mentira que vivos respiram — Penny comentou, rindo. Mari revirou os olhos para ela, e Raíssa se aproximou de nós, acompanhada de Anna, com sua bandeja e se sentou. Thalia vinha logo atrás, com cara de poucos amigos Sua testa estava meio avermelhada.

— Isso foi uma ameaça? — levantei as sobrancelhas, contendo um sorriso.

— Foi! — ela disse, a voz fininha — O.K., não sei. Vocês todas me quebrariam num único tapa, melhor não ameaçá-las nunca.

— Vocês nos chamou de hermafroditas? — Melanie perguntou, fingindo estar ofendida. — Olha só, querida, o meu namorado… Não existe. — ela abaixou a cabeça, tremendo de tanto rir. — Alex Miller arrastou uma cadeira e se sentou ao meu lado.

— Olá, terráqueos.

— Ah, não, pera. — Raíssa riu. — Dois minutos atrás éramos hermafroditas, e agora tem um alienígena sentado conosco também? Desisto dessa vida de vândala. — estreitei os olhos.

— Você é vândala? — nós rimos.

— Eu só disse que vocês são fortes, não hermafroditas. — Mari resmungou, corada — Por favor, não entendam errado. — ela era tão fofa vermelha, que fiquei com vontade de levantar e apertar suas bochechas, mas tive medo de ser acusada de agressão física ao menor. Sorri com esse pensamento e Thalia chutou minhas pernas por baixo da mesa, o que me fez gemer.

— Qual o seu problema? — exclamei, esfregando as canelas.

Ela me mandou um olhar de Jigsaw. Ceeeeerto, ela não estava de fato me convidando para jogar um jogo — oh, really que é pra jogar um jogo? Psicopatas são meio idiotas às vezes, só acho —, mas me encarava como se quisesse me matar. Por um instante, tive medo. Então a observei e tive certeza de que realmente deveria estar com medo.


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Notas finais do capítulo

CAAAAAAAAAAAAAAAARA.
Eu odiei.
Odiei. Odiei. Odiei.
Sei que a fic tem estado bem sem graça ultimamente, tanto é que nem tenho lido os reviews, por medo de xingamentos. É, sério. Enfim. Eu escrevi até o último capítulo, acreditam? Ficou bem legal, é *-------------*
Críticas, sugestões? Na caixinha abaixo u.u



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