The World Is Black escrita por poetictragedyx3


Capítulo 1
Oneshot - The World is Black


Notas iniciais do capítulo

não é uma songfic, mas uma one-shot, porém, quem quiser a sugestão, ouça 'The World is Black', do Good Charlotte, que foi a música que eu ouvi enquanto eu escrevia. ;3



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-Gerard? Gerard? - a voz de Frank chamando ecoava pela minha cabeça de um modo que impregnava e não saia de jeito nenhum.
Na verdade, eu não sei o que realmente havia acontecido, a única coisa que me restavam eram aqueles sonhos estranhos que eu nem sei se são reais, todos bagunçados, e eu sem saber o que realmente aconteceu. O que eu lembro com toda a certeza é do desespero na voz de Frank, depois disso, o som de um corpo batendo no chão, e mais nada.


Eu lembrava de seu rosto, de como ele me olhava, lembrava até que eu sentia um carinho imenso por ele, mesmo sem lembrar exatamente o que ele era para mim. Essas eram as únicas coisas das quais eu me lembrava, e tinha uma estranha cicatriz no peito, e nem de longe sabia o porque dela estar onde estava agora.


Mas como eu poderia entender tudo isso? Eu nem ao menos sabia quem era esse tal de Frank, e o porque de quando eu sonho com ele chamando o nome 'Gerard' eu saber que de algum modo que ele se referia à mim, e que eu tinha uma missão, a missão talvez de encontrar esse Frank e perguntar para ele o porque de eu, John McDuff lembrar dessas coisas como se fossem parte da minha vida, como se fossem coisas um dia já vivenciadas por mim.


Levantei da cama, peguei as chaves de casa e saí para dar uma volta, afinal, desde aquele acidente eu venho tendo esses sonhos estranhos.
Peguei meu celular, enquanto caminhava pelas ruas empoeiradas da antiga Paris e liguei para Jeremy.
-Jimmy?
-Oi Gee, erm...John, tudo bem?
-Não, não tem nada de bom, eu lembrei.


-VOCÊ LEMBROU? - Jeremy altera sua voz e depois regulariza-a - Mas do que exatamente você lembrou, erm, John?
-Na verdade eu não lembrei, eu tive aquele sonho de novo, eu sonhei com aquele rapaz  chamado Frank que grita desesperado pelo nome Gerard, mas eu não sei quem é... Sabe, tem como você me ajudar?


-Ah. - Jimmy respirou fundo do outro lado da linha - Bom, erm... Me espere naquele café que a gente sempre vai que eu tenho que te contar algo.
-Ok, obrigado.
Fui correndo ao café, afinal, o que será que ele irá me contar? Será que era algo relacionado à aqueles sonhos estranhos?


Esperei por vinte minutos e Jeremy chegou, com a respiração pesada, parecendo ter corrido muito para chegar até lá.
-Erm, Oi?
-Oii, Gee - Jimmy respira fundo
-Gee? - pergunto assustado - Jimmy, sou eu.


-Eu sei, e é sobre isso que eu tenho que falar com você. Eu não estou aguentando mais. Você é Gerard Way, e aquele rapaz de seus sonhos é Frank Anthony Iero, o seu grande amor.
-O que? - perguntei ainda tentando processar as infomações em minha cabeça.


-É, isso mesmo Gerard, agora fica quieto e me deixa terminar. E e... Eu... E-eu te amo.


-Como assim você me ama? E como assim meu nome é Gerard? E como assim eu amo o Frank? - começam a rolar incontáveis lágrimas de meus olhos, e começo a ficar sem ar.


-Calma. Eu vou falar ok? - Jimmy altera a voz e começa a chorar - Você, Gerard Way, tinha uma banda, e por um acaso da vida, se apaixonou por Frank, nosso antigo amigo de escola. Eu não me preocupei na hora, já que eu achava que você não era correspondido, até o momento em que eu vi aquela cena...


-O que? Que cena?


-Naquela tarde, depois do ensaio, eu cheguei para nós três passearmos por aquelas ruas de New Jersey que conhecíamos como a palma de nossas mãos, mas eu resolvi esperar vocês do lado de fora e observar cada movimento seu. Você olhava para Frank desplugando a guitarra com um carinho que eu sabia que você nunca sentiria por mim, e foi aí que você, distraído olhando para Frank, foi ajeitar o microfone, tropeçou no tapete e caiu. Logo Frank se aproximou de você para ver o que estava acontecendo, e você falava desesperado que havia entrado algo em seus olhos. Frank sorriu, e assoprou seus olhos sorrindo. Você fazia uma cara linda, a cara de uma criança quando ganha um presente inimaginável, e Frank sorriu, falou algo em seu ouvido e te beijou.


-Ele disse, ele disse que me amava! Jeremy eu me lembrei!


-Então, no dia seguinte, vocês chegaram até mim no intervalo de mãos dadas e falaram que tinham de me contar algo, de que estavam juntos, namorando, apaixonados, e você, depois me agradeceu por ter te apresentado Frank, há tanto tempo atrás, pq, agora sim sua vida estava completa, que você nunca havia sido tão feliz. O ódio tomou conta do meu corpo e da minha mente, eu te amava e te queria só para mim, Gerard, eu já havia cometido o erro de te apresentar para Frank, agora eu não erraria de novo e te roubaria para mim, para sempre, não me importando com as conseqüências.


-O que você fez Jeremy? – pergunto assustado com o tom de voz de Jeremy e pelo fato de ele saber mais da minha vida do que eu mesmo.
-O meu pai era policial, tinha uma arma na gaveta da cômoda e naquele dia mais tarde, vocês iriam sair juntos, passear juntos pelas mesmas ruas onde nós passeávamos juntos, só que dessa vez você iria com ele, e exibindo seu amor para todos.


-Jimmy? – pergunto ansiando por saber o que havia acontecido depois, e com medo da resposta.
-É, uma oportunidade perfeita, não acha, meu amor? - Jimmy solta um sorriso sádico com as lágrimas caindo sem parar.


-Eu segui vocês por todos os lugares, todos mesmo. E pensei, se você não quer estar comigo aqui, nós ficaríamos juntos no céu. Quando vocês foram até um beco escuro, tirei a arma do bolso e apontei para suas costas, mas Frank viu, e gritou alto seu nome.


 


---------Flashback on-------------
-Geee CUIDADO! - Frank disse e me empurrou de lado.
Jeremy caminhava para cima de mim.


Eu olhava desesperado para Frank, eu queria protegê-lo, eu TINHA que protegê-lo.


-Você não vai sentir nada, meu amor - disse Jeremy para mim, e bateu com força minha cabeça na parede.- Nós vamos viver juntos para sempre Gee, no céu.
Estava fora de mim, mas mesmo assim percebia alguns movimentos.


-Gerard? Gerard? - a voz de Frank com um tom de desespero chamando pelo meu nome ecoava em minha cabeça.
Jeremy posicionou a arma em direção ao meu peito, mas Frank pulou por cima de mim, recebendo o tiro em meu lugar.
-Iero seu idiota, não se meta na minha vida tá ouvindo?
Jeremy havia chutado Frank, e aí sim, eu ouvi um barulho ensurdecedor e depois, uma dor no peito insuportável.
---- Flashback off----


-JEREMY SEU PORCO, EU LEMBREI DE TUDO!
-Gee?
-Mas eu não sei oq eu tô fazendo aqui, ainda por cima em Paris! Porra, cadê o Frank?


-Depois disso, a minha idéia havia mudado, eu iria inverter a história ao meu favor e resolvi chamar a ambulância.
-Como assim seu idiota? Você mata agente e depois chama a ambulância? – estava mais do que confuso, não conseguia entender direito tudo isso que havia acontecido conosco.


-Sim, e por isso você está aqui comigo. No hospital, falei que era um primo seu e iria cuidar de você, que Frank que havia atirado em você por ciúmes, e depois tentado o suicídio. Os médicos constataram que você havia danificado a parte da memória do cérebro, e que não se lembraria de muita coisa, por isso eu te trouxe para Paris e começamos essa vida nova.


-Jeremy seu, seu, aaah. Eu tenho nojo de você ok? - digo me levantando
-Eu sei, toma Gerard, isso é seu. - Jeremy me entrega uma carta selada.
-Ok, obrigado, eu vou embora, eu vou reorganizar minha vida, pq eu SEI que o Frank tá vivo, eu sinto isso. E eu te odeio, Jeremy.


Corri para fora do café, passei no meu apartamento, peguei poucas coisas, e sai correndo para o aeroporto. Comprei uma passagem para New Jersey, e sentia como se meu peito fosse explodir.


Chegando lá, vaguei pelos antigos lugares que agora me enchiam de lembranças com a esperança de reencontrar Frank.


Estava andando há horas, quando resolvi sentar e lembrei da carta que Jeremy havia me dado, abri e comecei a ler.


Gerard, meu amor.
Lembra que nós havíamos prometido um ao outro nunca nos deixarmos?
Por favor, nunca se esqueça que após uma briga, ou qualquer outro motivo qualquer, nós voltaremos, pq eu te amo mais do que qualquer coisa, você é meu ar, o meu tudo.
Se um dia precisar, lá embaixo das folhas cor de laranja eu vou estar.
eu te amo para todo o sempre,
do só seu pequeno,
Frank.


Folhas cor de laranja? É isso! Tomara que ele ainda esteja lá. Frank meu amor, eu estou indo.
Corri desesperado, como se minha vida dependesse disso, é, na verdade, ela dependia disso sim.
O ar não me fazia falta, nada me fazia falta. Só Frank.
Corri até uma velha árvore perto do parque ao lado de nossa antiga escola. Era lá onde ele havia me dado essa carta que eu levava sempre comigo, era lá onde a nossa história de amor renascia.


Cheguei perto e vi que havia uma pessoa encostada na NOSSA árvore, me aproximei, e se Frank não estivesse lá, eu esperaria-o, pelo tempo que fosse necessário.
Quando olhei a pessoa de frente, minha esperança foi morta e enterrada, quem estava ali era um homem de rua, e não o meu amado Frank Anthony Iero.


Ele se assustou comigo, que estava chorando feito uma criança, e foi embora. Sentei onde ele estava e fechei meus olhos, com a carta em minhas mãos, o vento soprando delicado e as folhas cor de laranja caindo à minha volta. Acabei dormindo naquela grama.


-GERARD?! -ouço uma voz desesperada me chamar e abro os lhos rápido.


Abro os olhos e vejo Frank, do jeito que eu me lembrava, de joelhos à minha frente e os olhos cheios de lágrimas.
-Pequenooo! Que saudades de você, meu amor - digo com a voz falhada e as lágrimas rolando sem parar e vou abraçar Frank.


-Gee, meu Gerard, que saudades de você ah meu Deus, eu nem acredito! É você mesmo que tá aqui né?


-Claro que sou eu, meu amor - digo colocando as mãos no rosto de Frank, e olhando cada detalhe de seu rosto- Me perdoa tá? Eu não lembrava de nada, o Jeremy me contou tudo hoje ee...
-Gee? -disse Frank com um sorriso de canto.
-Oi, Frank. -digo voltando a respirar com calma.
-Eu te amo sabe? - Frank sussurra em meu ouvido como naquele dia do ensaio, e logo em seguida me beija.


Fomos logo para o apartamento de Frank, precisávamos acabar toda essa saudades que sentíamos um do outro, toda essa distância.
Na manhã seguinte, ao irmos tomar café, pegamos o jornal do dia, e dentro, uma pequena nota sobre Paris.


‘”Em Paris, um jovem chamado Jeremy Wilson se suicida em um café com um tiro na boca. Junto com o corpo, foi encontrada uma carta, que dizia:
'' Gerard, Frank me perdoem por todo o mal que eu causei à vocês, eu agi mal e fui egoísta. Eu sou muito fraco e não consigo viver com essa culpa em meu peito, adeus meus antigos amigos, e obrigado por tudo''


-Meu Deus! -digo sentindo meu rosto esquentar - Ele, ele se matou, Frank, e... É culpa minha! - abraço fortemente a cintura de Frank.
-Calma Gee, não é culpa sua amor, foi a escolha dele, fazer o que, e... - diz Frank com lágrimas nos olhos - agora, vamos ser felizes, Gerard, por ele.


-É Frank, você tem razão, obrigado.
Vivemos o resto de nossas vidas juntos, até o dia em que nós dois, já com bastante idade, fomos ver o pôr do sol junto das folhas cor de laranja, e quando a lua começou a aparecer no céu, Frank deu seu último suspiro e disse 'eu te amo, Gee'. Eu, que quase não sentia mais meu corpo como antes e respondi baixo, 'é Frank, eu também'. Depois disso, fechamos nossos olhos para sempre, mas dessa vez, juntos.


 


xFim.


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