02:15 da manhã.

_Danna... - dizia o loiro com os olhos fechados e a cabeça encostada no abdômen nu do ruivo.

_O quê? – Sasori fitava o teto. Haviam voltado de uma missão há algumas horas. Já era madrugada. Todos os Akatsukis estavam dormindo em seus aposentos, exceto eles. Uma garoa agradável lá fora, o tempo estava frio e os dois ali. Juntos, no quarto de Sasori. Iluminados pelo brilho exagerado da lua através da ampla janela. Despidos sobre a cama após terem se amado intensamente.

 _Tenho medo, un... – respondeu Deidara ainda com os olhos fechados.

_E do que vc tem medo? – perguntou sem muito interesse.

_De nós dois...un... – abriu aqueles lindos olhos azuis.

_Não estou entendendo.

_Tenho medo de que nos descubram... Medo de te perder. – Deidara se encolhe um pouco em uma tentativa de se proteger de tais pensamentos.

_Não fale besteiras. – O ruivo mostrou-se indiferente.

_Un. É sério Danna! – Deidara levantou a cabeça, firmou os braços cruzados sobre o tórax de Sasori, e apoiou o queixo sobre os mesmos. Começou a encarar o ruivo com seriedade. Sasori encarou-o também, aguardando suas próximas palavras.

_E se um dia algo ruim acontecer e nós nos separarmos, un?!

_Algo como o quê?

_Se vc morrer, por exemplo... - Deidara desvia o olhar, hesitando por um momento. – Nossas missões a procura dos Jinchuurikis estão cada vez mais perigosas. E se um dia fracassarmos e vc morr...

_Shhhhhhhh... - O Akasuna o interrompe tocando seus lábios com as pontas dos dedos e em seguida o beijando. Um beijo tenro, profundo, calmo e longo.

O Iwa sorri docemente e deita-se sobre o peitoral de seu amado, de maneira que ouvia seus batimentos cardíacos. Isso o fazia se sentir mais seguro e com uma certa ‘paz’.

_...Contemple esse momento Deidara. – finalizou Sasori.

_Esse momento pode acabar, un. Ele vai acabar! – O loiro se lamentava com os olhos cheios de lágrimas.

Sasori, percebendo a aflição de seu cúmplice, passou a alisar e acariciar as costas do menor, a fim de acalmá-lo e provocando nele suaves arrepios, tanto pelo seu toque, como pelo frio noturno.

_Pode até ser que acabe... Mas não hoje! Não agora! Não enquanto eu e vc estivermos juntos! Não enquanto eu te proteger! – deposita um beijo sobre a cabeça do Iwa – E antes que esse momento se desfaça, nós nos aproveitaremos até não agüentarmos mais, até explodirmos, ou eternamente se possível... Essa é a nossa arte!

_A minha arte nunca dura muito tempo, un.

_Mas a minha pode ser permanente se eu quiser. – Retruca o Akasuna.

_E quando vc não quiser mais?!

_Deidara... Isso é o que eu mais quero. Vc é quem eu mais quero e sempre vou querer. Sabe o quanto eu gosto de vc. – Sasori afirma em um tom sereno.

_Danna, vc me cativou o suficiente para eu almejar estar ao seu lado durante toda uma eternidade.

_Sim. E não me arrependo disso. – Sasori abre um sorriso malicioso e quase imperceptível. Agora afagava aquelas lindas madeixas loiras. Deidara gostava daquilo e Sasori sabia disso. – Hey, você não devia se tornar tão dependente de mim assim.

_Estou ciente disso, un. Não tenho culpa. Não escolhi me apaixonar por vc. Foi inevitável não te cobiçar. Mas sabe... Não me arrependo disso, un.

Os dois se beijaram mais uma vez.

_Danna, estou com sono, un. – apela para o menor, esfregando um dos olhos como uma criança.

_Eu também. Melhor dormirmos. Logo o dia amanhecerá...

O casal se acomoda na ampla cama do ruivo, de maneira que Deidara estava deitado de lado com o corpo um pouco curvado e Sasori o abraçava por trás, freqüentemente depositando carinhos pelo seu corpo, até o loirinho começar a pegar no sono. Estavam sob uma coberta grossa e macia, que os impedia de sentir frio.

_Deidara. – chama Sasori quando sente o Iwa cochilando.

_Un?! – Deidara responde um tanto sonolento.

_Eu te amo meu anjo... – beija o pescoço do menor.

_É bom ouvir isso, un... Eu também te amo meu Danna... – Sorriu.

Ambos adormeceram rapidamente em seguida. Estavam felizes, porque estavam unificados e se amavam.

Sasori amava Deidara. Deidara amava Sasori.

Suas noites pareciam ser inacabáveis, pelo menos era assim que eles as tornavam.

Ninguém mais sabia sobre os dois. Sabe-se lá o que aconteceria se descobrissem o que havia entre eles.

De certa forma, esse sigilo era interessante.

“Excitante” segundo Sasori.

“Incomodativo” segundo Deidara.

Mas isso não importava. Para eles, o que realmente importava, era o que sentiam. Talvez, aqueles incríveis momentos em que 2 se tornavam 1 só, não fosse durar por muito tempo, como Deidara temia.

Mas enquanto persistisse, seria consagrado ao máximo pelo casal ainda desconhecido.

Fim.

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