The True Forks (com nova autora) escrita por Tainá Mosch


Capítulo 15
Adaga mortal - Part 2 + O Monstro


Notas iniciais do capítulo

MUITAS EMOÇÕES, MUITAS EMOÇÕES *-* Gostaria de agradecer a todos que seguiram a história até aqui, agradecer pelos comentários e pelo apoio dos verdadeiros leitores. Sou muito grata por tudo e espero agradar vocês com esse final de história. Em breve mais histórias minhas, viu? Quem estiver interessado em receber um comunicado quando minhas novas fics sairem, me avisem por aqui ou pelas mensagens privadas. OBRIGAAAAAAAAADA ♥ BOA LEITURA!!!



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Música de final (para ouvir depois do cap):

"http://www.youtube.com/watch?v=l5SgW-gDPR0"


NARRAÇÃO DE WILLIAM.


Percebi o sangue se espalhando entre galhos e folhas no solo ao lado de seu corpo. Precisava fazer algo. Precisava me controlar e salvar a vida da mulher que eu amava.

– Você irá sobreviver, Catherine. Nem que eu tenha de entregar minha vida pela sua.

Ela resmungava, parecia querer dizer algo, mas não conseguia a entender. Ainda se contorcia de um lado para o outro de dor.

Sem cerimônia, trouxe seu braço a minha boca e comecei a sugar o veneno que corria por suas veias tão finas. Em poucos segundos, eu estava lutando contra mim mesmo. Catherine gritava, seus olhos giravam. Ainda sentia o gosto do veneno em suas veias, e mesmo que não sentisse, não conseguia parar. Mas eu precisava parar. Ou a mataria.

De repente, Catherine parou de respirar. Com força puxei-me para longe dela, levando comigo parte de sua pele. Seu braço continuava a sangrar, e eu podia ver o vermelho vibrante do veneno que permanecera em seu sangue.

Ela não respirava.

Puxei-a para meu peito, mas não mais sentia seu coração bater.

Eu havia a matado. Havia matado Catherine.

– Oh meu amor, meu amor… – eu sussurrava em seu ouvido enquanto abraçava seu corpo sem mais um sopro de vida.

Eu matei a pessoa que fez com que eu me sentisse vivo pela primeira e única vez. E naquele momento percebi o que havia feito por todos aqueles anos que se passaram tão depressa. Eu era um monstro. Um terrível monstro. Tirei a vida da mulher que Damian amou, e também da mulher que eu amei. Agora, desejava ter mantê-lo vivo para que matasse a mim.

+++

NARRAÇÃO DE DAMIAN


Levantei-me silenciosamente com nenhuma dificuldade. Retirei rapidamente a adaga de minha barriga e comecei a caminhar em sua direção com esperteza.

Catherine estava morta, e ele se debruçava sobre seu corpo. Ele abaixou sua cabeça para beijá-la, e foi quando me lembrei subitamente DELA. Sarah.

– Não posso fazer isso - disse a mim mesmo.

– Pois então farei. - Morgan arrancou de repente de minha mão a adaga e enfiou pelas costas de William, alcançando seu coração. Ele soltava seu último grito de dor.

– Somente morrerá – Morgan começou, fincando mais fundo a adaga. – aquele que possuísse um coração partido.

Assisti-o sorrir.


"O MONSTRO"

NARRAÇÃO DE CATHERINE

Observava hipnoticamente o sangue escorrendo lentamente como soro em minhas veias. Nada fazia sentido. Nenhum daqueles rostos parecia familiar. Um vazio enorme tomava conta de mim em meio à ausência de minhas memórias. Não sabia por onde começaria quando finalmente colocasse meus pés no chão e desse meu primeiro passo para fora daquele hospital.

Uma enfermeira entrou na sala. Seus olhos fugiam dos meus a todo o momento, e seu rosto denunciava seu pavor. Ótimo, eu era uma aberração agora? Estava tão mal assim?

– Cath… Catherine, certo? – a mulher gaguejava olhando sem intervalos para a ficha em suas mãos.

– Sim – respondi sem certeza.

– William… – ela estava quase saindo da sala quando disse. – Sabe se ele é algum parente meu ou algo do gênero? Esse nome não sai da minha cabeça.

– Não temos muitas informações, me perdoe. – ela forçou um sorriso, ainda sem conseguir me encarar.

Voltei a me recostar na cama do hospital, angustiada com aquilo tudo. Talvez morrer teria sido bem mais fácil do que passar por tamanha confusão dentro e fora de minha cabeça.

O sangue ainda pingava no suporte quando o médico entrou na sala.

Novo médico. Era de se esperar.

Esse possuía cabelos meio compridos, amarrados atrás. Seus olhos eram dourados e havia um mistério tentador no fundo deles.

– Onde está o Doutor? – ela perguntou surpresa.

– Não sei informar. Apenas fui convocado a vir aqui, me desculpe. – seu sorriso parecia um composto de inocência e malicia.

– Talvez tenha desistido… Você viu como ela está pálida? E aquela cicatriz… – a enfermeira sussurrava ao médico.

Ele sorriu levemente para ela colocando a mão em seu ombro.

– Tudo ficará bem. –murmurou antes de ela sair andando.

Ele me avistou na cama e abriu um grande sorriso.

– Soube que um amigo seu chegou para vê-la.

Tentei sorrir, mas continuei com a expressão séria e fria.

– Você já pode entrar – ele disse para alguém lá fora.

O garoto entrou.

Havia um sorriso no canto de seus lábios. Seus cabelos eram castanhos escuros, e seus olhos expressivos e marcantes estavam direcionados a mim. Desviei o olhar, mas era como se ele quebrasse o grande escudo com o qual eu tentava me proteger.

– Dr... - ele olhou para o médico. - Dr. Drummonf disse que você está melhorando – terminou a frase em tom doce.

Permaneci em silencio.

– Catherine… – o médico disse – Se lembra dele?

O garoto pegou minha mão, e percebi que usava luvas. Ele passou os dedos pela cicatriz horrível que tomava conta de boa parte de meu braço. A cicatriz que havia causado tudo aquilo. Ele estava sério, mas ainda podia enxergar um sorriso em seus lábios perfeitos. Ele trouxe meu braço até eles, sem pedir minha permissão, então beijou lentamente minha cicatriz.

Uma onda de sensações passou por cada veia de meu corpo com o toque de sua boca.

– Sou eu, Cathy… – o garoto dizia. – Damian.

Tentei me lembrar dele, mas simplesmente não conseguia. Algo bloqueava qualquer lembrança que estivesse trancada dentro de minha mente. E eu estava convicta de que ainda estavam ali todas as memórias, prontas para serem libertadas. Perguntava-me todos os dias qual seria a chave certa para que um dia eu fosse libertada daquela "prisão".

Desviei finalmente de seu olhar, me soltando também de suas mãos puxando meu braço para junto de meu corpo. Não gostava da sensação que ele me trazia.

Ele se virou para o médico, parecia implorar por ajuda. Foi quando o médico colocou a mão em seu ombro e o puxou para fora da sala. Antes de sair, ele sorriu em minha direção. Seu sorriso parecia dizer “tudo ficará bem”, mas eu simplesmente não confiava naquele homem. Algo naquele sorriso e naqueles olhos… Algo não me agradava.

Em alguns minutos outro garoto entrou pela porta do quarto.

Seus cabelos eram castanhos e seus olhos dourados. Estava com uma calça jeans e jaqueta surradas. Ele sorria para mim, me olhando diretamente nos olhos. Eu não sabia quem ele era, mas nunca havia me sentido tão bem desde que acordara naquele hospital.

Ele se aproximou.

William.

– William. – eu repeti o que meu pensamento soprava.

– Sim, sou eu Catherine – ele disse, sorrindo.

– Eu, eu… – não conseguia respirar. – Eu me lembro.

A vontade de chorar fazia meu peito doer como se uma pedra o pressionasse, mas nenhuma lágrima caía, por mais que eu tentasse.

– Agora eu me lembro de tudo! – me arrumei na cama - Você me salvou, eu me lembro.

William se aproximou ainda mais, e pude perceber seu olhar perturbado. Havia algo muito estranho em seu olhar, algo… Diferente, mas não dei atenção.

– William, eu… – disse pegando em sua mão que pousava sobre a cama.

De repente, sua aparência começou a se modificar rapidamente, como se eu arrancasse uma escama de sua pele. Aquilo me era familiar.

– Morgan – lembrei a mim mesma.

Com o susto, pretendia soltar sua mão, mas sem querer acabei a segurando com mais firmeza. Com mais um toque, aos poucos sua pele foi se quebrando como gelo e se desfazendo como pó a minha frente. Um toque e...

– Eu havia matado Morgan Drummonf.


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