- Você me permite sair do controle por um breve instante, Rukia? – eu indaguei carinhoso –
- Claro, não se preocupe.
Eu sorri para ela e beijei-a rapidamente, em seguida me levantei com calma e lancei um olhar assassino á Keigo que recuou automaticamente.
- Eu...VOU TE MATAR.
- AHHHHHHH
E em seguida eu saí correndo atrás de Keigo enquanto ele fugia desesperado à minha frente.
- Procure não se machucar. – Rukia falou para mim calmamente quando passamos em frente a ela –
- Pode deixar que EU não vou me machucar. – falei sorrindo amável pra ela e logo minha expressão assassina retornou ao meu rosto – Eu to quase te alcançando, Keigo, seu maldito.
- MAMÃE.
Pro meu azar e pra sorte do Keigo, os três casais retornaram para o local onde estávamos, Keigo se escondeu atrás de Chad que também havia retornado e eu voltei a me sentar ao lado de Rukia, ela passou a mão pela minha testa e após sorrir para mim voltou a encostar a cabeça em meu peito.
- Tudo certo? – indaguei aos casais –
- Prometemos não voltar a avacalhar contigo. – Ishida murmurou –
- É. – Renji falou contrariado –
- E agora, o que faremos? – Hitsugaya indagou –
- Hora das histórias de terror... – Renji falou voltando a se animar –

[...]

- E então tudo repentinamente ficou escuro... – Chad narrava lentamente –
Keigo estava a ponto de comer os dedos, Hitsugaya tentava se manter indiferente enquanto Hinamori e Inoue já tremiam dos pés a cabeça.
- Ele viu uma sombra se mover atrás dele, mas quando este se virava, não havia nada...
Tatsuki apertou com força o braço de Renji enquanto este tentava se conter para não gritar de medo.
- E então...

Todos prenderam a respiração, eu segurei a mão de Rukia, me encolhi um pouco e tive a leve impressão de vê-la rir, mas não consegui ter certeza, já que quando a olhei ela estava séria e olhava atenta para Chad.
- E então...uma gigante sombra negra se ergueu do chão bruscamente.
- Mamãe... – Renji murmurou tremulo –
Keigo começou a chorar enquanto Hitsugaya cruzava as mãos com força.
- E O ATACOU!
Quase todos soltaram gritos assustados. Isso mesmo, quase todos, já que Chad não gritou, pelo óbvio e Rukia também não. Sim, é vergonhoso, mas eu gritei, droga, ele conseguiu me assustar.
O silencio se instaurou no local, Keigo lançava olhares a volta, como se a qualquer momento alguma sombra fosse nos atacar, e então repentinamente, ouvimos um alto “TRAC”.
Eu rapidamente me escondi atrás de Rukia, ela murmurou um tedioso “Meu herói” enquanto revirava os olhos, Keigo gritava: “EU SOU INOCENTE”, Renji e Tatsuki se abraçaram de medo, Hitsugaya pulou pra perto de Hinamori, Ishida abafou um grito, Inoue gritou, Chad permaneceu impassível e em seguida Rukia...começou a rir.
Todos voltaram seus olhares pra ela, eu, que ainda estava escondido atrás dela, segurando seus ombros, a olhei confuso e voltei para seu lado.
- Ta rindo de que? – indaguei –
- Não é óbvio? – ela falou com dificuldade enquanto ainda gargalhava – De vocês.
Nós a olhamos ofendidos.
- Você não ouviu? “Ele” veio nos pegar.- Keigo falou baixinho –
- Depende do que vocês acham que é “ele”. – Rukia falou sem parar de rir –
- Explique. – Renji falou impaciente –
- Esse som foi somente uma madeira crepitando na fogueira. – ela falou começando a parar de rir – Querem ver?

Rukia pegou um graveto na areia e mexeu na madeira queimando, ouviu-se mais um “TRAC” e ela voltou a se sentar satisfeita.
- Viram?
Nós permanecemos imóveis, incapazes de acreditar que tivemos medo...de um barulho qualquer, estávamos envergonhados.
- Er...eu sabia... – Renji falou tentando recuperar sua dignidade –
- Claro. – Hitsugaya resmungou irônico – Por isso gritou feito uma garotinha.
- E você? – ele revidou irritado –
- Não enche.
- Vamos gente, está tarde. – Rukia falou se levantando – É melhor entrarmos, está começando a ficar frio.
Todos começaram a se levantar, fomos pra casa e não demorou muito para todos dormirem.
O domingo foi como no dia anterior, á noite todos terminaram de se arrumar, em seguida estávamos na estrada.

Eram mais de oito horas da noite quando chegamos á casa de Renji, a viagem não era tão longa, aproximadamente 40 minutos. Todos se despediram e em seguida se dispersaram.
- Vamos, eu te acompanho até sua casa. – eu falei para Rukia enquanto passava o braço pelos ombros dela -
Ela concordou com um aceno e nós caminhamos sem pressa pelas ruas em direção á casa dela, quando estávamos quase chegando á casa dela o celular de Rukia tocou e quando ela começou a falar com a pessoa, eu tive certeza que era Byakuya...
- Alo... – ela começou e parou por segundos para escutar – Sim, chegamos...ok...eu falo...ok...e quanto á...? Que bom...até...
Viram? Quem mais conversa dessa maneira além desses dois?
Nós chegamos em frente ao portão da casa dela no momento em que ela voltara a guardar seu celular.
- Eu já... – eu comecei a falar –
- Nii-sama te convidou pra jantar aqui.
Eu a olhei surpreso.

- Sério? – ela confirmou – Tem certeza que era o Byakuya?
Ela riu enquanto me puxava pela mão em direção ao portão.
- Vem logo, amor.
Eu a olhei paralisado.
- Ichigo...Ichigo...
- Que? – eu voltei a mim –
- Aconteceu algo?
- Não...nada...
E em seguida entramos. Eu fiquei sorrindo feito um idiota enquanto caminhávamos em direção á casa dela, quando entramos Byakuya estava na sala aguardando nós dois. Ele me olhou de maneira estranha.
- Por que ta sorrindo desse jeito pra mim? – ele indagou erguendo uma sobrancelha –
Eu rapidamente fechei meu sorriso.
- Não to sorrindo pra você... – falei olhando emburrado pro lado –
Ele permaneceu me olhando por instantes.
- É o que eu espero. – ele murmurou –
Maldito.
- Eu to dizendo. – Rukia falou rindo – 
- Que? – eu e Byakuya indagamos juntos –
- Não se preocupem, eu vou deixar vocês á sós para aproveitarem mais. – ela falou debochadamente enquanto caminhava em direção a sala de jantar –
Nós dois ficamos em silencio por instantes, parecia que assim como eu, Byakuya estava tentando entender a intenção da irmã. Até que nós nos olhamos surpresos ao percebermos o que Ruka quisera dizer.
- Rukia. – falamos irritados enquanto caminhávamos atrás dela –