Como O Sol e A Lua escrita por Rukia


Capítulo 4
Capítulo 3




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- Podemos continuar a conversa de ontem? – ela começou –
Eu concordei com a cabeça.
- Então me diga o quis dizer com “não é o que você está pensando”.
- Não é você. Sou eu. – eu disse me sentindo um idiota –
Ela me olhava curiosa e confusa, talvez esperando que eu continuasse.
- Eu sou...bem...eu somente sou um pouco doido. – eu disse forçando um sorriso amarelo – Não é sua culpa, eu gosto.. – gostar é pouco – eu gosto...de você.
Ela pareceu aliviada, sorriu levemente para mim e eu automaticamente sorri também.
- Então... – ela estendeu sua mão pra mim – Amigos?
Eu senti algo me empurrar contra uma parede de concreto, meu sorriso desapareceu antes que eu percebesse, olhei tristemente pro lado e antes que ela pudesse perceber, voltei a olhá-la e sorri desanimado.
- Adoraria.
Ela hesitou um pouco, pareceu estar me observando com mais atenção, ela inclinou a cabeça pro lado.
- Ichigo, está tudo bem?
- Claro. – eu forcei mais um sorriso e apertei a mão dela para disfarçar –
Mas que erro eu cometi, eu fiz aquilo para me tranqüilizar e só piorou a situação. Eu nunca tinha tocado-a, e agora, eu estava segurando a mão dela com a minha. Sua pele era macia, suave e eu tive uma vontade imensa de deslizar a costa da mão dela pelo meu rosto. Eu suspirei e a olhei, ela parecia um pouco nervosa, mas logo pensei ser impressão minha, pois ela sorriu em seguida. Nos soltamos, quer dizer, ela puxou a mão dela e eu a soltei, com um pouco de relutância, trocamos sorrisos, e eu novamente fui tomado pela vontade de erguer a mão e acariciar o rosto dela, deslizar a ponta dos meus dedos de sua testa até seu queixo, passar a costa da minha mão pela face dela e então sentir os lábios dela nos meus. Eu faria tudo, passaria por cima de todos que tentassem me impedir, eu daria tudo...somente para saber o quão macios eram aqueles lábios, a doçura, a suavidade, o gosto doce da boca dela na minha.
- Ichigo...

Eu despertei assustado e olhei em volta, Rukia me encarava confusa, enquanto tinha a face corada. Eu me surpreendi, ela estava corando? Estava corando na minha frente? Estava corando...por minha causa?
- O que houve? – eu indaguei contendo meu sorriso –
- Você...simplesmente fechou os olhos...e falou meu nome de um jeito...estranho. – ela falou ainda desconcertada –
Droga, agora ela pensa que eu sou um louco sonâmbulo.
- Desculpa. – eu falei envergonhado – Deve achar que sou um louco.
Ela riu, eu sorri involuntariamente.
- Verdade seja dita, você é bem estranho. – ela falou sem deixar de rir – Talvez seja por isso que eu gosto de você.
Eu parei de sorrir de imediato, ela acabou de dizer que gosta de mim? Eu sorri nervosamente e tive que me conter para não abraça-la, eu estava corado, sabia que estava corado, mas agora eu não me importava, e pela primeira vez eu não tive vontade alguma de correr, não agora que eu estava conseguindo conversar com ela tão bem, não agora que eu estava finalmente tendo ela tão perto de mim.
- Obrigado. – eu murmurei –
Ela sorriu.
- Preciso ir, nii-sama está me esperando.
Eu lamentei silenciosamente, mas eu já estava tendo muito pra um só dia. Sorri pra ela.
- Entendo. Então...até mais.
Ela concordou com a cabeça, sorriu e antes de passar por mim, me deu um beijo no rosto, para em seguida ir embora.
Eu fiquei paralisado, senti o lado direito da minha face queimar, lentamente coloquei minha mão ali e em seguida sorri, como nunca havia sorrido antes, virei-me para me certificar de que estava sozinho e voltei quase aos pulos para a sala de aula.
Naquele momento, nada poderia me aborrecer.

[...]

Sabe o que disse anteriormente de nada conseguir me aborrecer? Bem, retiro o que disse. Nada pra mim é pior do que esses olhares expeculativos sobre mim e ela. Bem, ela não parece se importar, mas acontece que eu me importo.

- E aí, o que houve? Fala, fala. – Renji quase gritava ansioso ao meu lado –
Eu o ignorei e voltei minha atenção pra aula.
- Não seja egoísta, Ichigo, me diga somente o principal.
- Somos amigos. – eu murmurei amargamente, sim, era um começo, mas não era o que eu queria –
Renji me olhou por instantes e em seguida gargalhou.
- Sério? Vocês dois ficam o intervalo inteiro conversando a sós e tudo o que consegue é a amizade dela? – ele gargalhou novamente – Você é mesmo lento, Ichigo.
Eu o olhei irritado.
- Gostaria de compartilhar o que há de engraçado por aqui, Abarai? – o professor falou severamente –
Renji endireitou-se em sua cadeira e sorriu sem-graça.
- Desculpe, professor.
O homem lançou-lhe um olhar reprovador e voltou sua atenção ao quadro.
- E ai? Vai pro passeio na sexta? – Renji indagou, agora mais baixo –
- Vou ter que ir, esqueceu que é como aula normal?
- Verdade. – ele lembrou-se – 
Hoje é quarta, e na sexta a professora assustadora de língua japonesa vai nos levar a um clube. Ela diz que é pra nossa aprendizagem, mas sei que ela quer é curtir a piscina. Eu não gosto muito disso, mas tem um lado bom, a Rukia vai, é claro, e provavelmente eu poderei ver ela sem esse uniforme. E não, não estou pensando nas vestes de banho que ela vai usar...Ok, talvez isso tenha passado pela minha mente por alguns segundos...Ah lembrei, tem um lado ruim, o terceiro ano também tem aula com a psicopata na sexta, então eles também vão, ou seja, nem lá vou ficar tranqüilo, já que Byakuya com certeza vai estar perto da Rukia o tempo todo. Eita vida complicada.


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