- Não importa se vocês me odeiam. – Hiza falou ficando de frente para os dois filhos – Não importa se não me querem por perto. Eu vou fazer até o impossível para conquistá-los. – ela se virou decidida para o marido as suas costas – Genryu, eu vou ficar com eles.
- O que? - ele indagou surpreso – Não seja idiota, Hiza, eu vim aqui para levá-los e você vem apoiar-los?
- Eu quase estava esquecendo-os. Eles não me mandavam fotos, eu não ouvia suas vozes, eles são meus filhos e eu nem mesmo os acompanhei crescerem. Olhe para eles, Genryu, estão se tornando adultos, nós vamos perdê-los mais ainda se continuarmos a tratá-los como pessoas sem importância.
- Eu não vim para sentimentalismos, Hiza.
- Pouco me importa para o que você veio. – ela falou quase sem alterar a expressão –
- Você concordou comigo. – ele falou indignado –
- Eu concordei em levá-los junto conosco, e não que faria isso somente para beneficio seu ou meu, eu deixei isso claro.
Ele riu sem alegria alguma.
- Então é isso?
- Sim. – ela falou firmemente -
Ele cerrou os punhos.
- Que seja. Estou indo embora. – Genryu falou seco – Divirtam-se juntos. – falou sarcástico – 
E em seguida passou por nós.
- E só pra esclarecer...Genryu... – Rukia falou virando-se para ele antes deste alcançar a porta – Essa é a cor natural do cabelo do Ichigo.
Ele me olhou por instantes enquanto eu confirmava com a cabeça.
- Que seja. – murmurou e saiu porta afora –

Passaram-se alguns minutos até o silencio ser finalmente quebrado.
- Vem, Ichigo, eu te acompanho até a saída. – Rukia falou segurando em minha mão –
- Obrigado. – falei – Er...foi um prazer conhece-la...senhora Kuchiki...e desculpe pela má impressão, o meu cabelo já me trouxe outros problemas além desse.
- Me desculpe você pela minha reação, é que seu cabelo realmente causa má impressão. – ela falou gentilmente -
Eu sorri sem-graça.
- Eu adoro seu cabelo. – Rukia falou me dando um rápido beijo – Acho até que só estou com você...por causa do cabelo.
- HEI. – falei indignado e em seguida ri ao vê-la sorrir também – Bem, até mais, Byakuya.
- Até, Kurosaki...e...obrigado. – e sorriu levemente –
Não deu tempo de eu expressar meu enorme assombro, já que Rukia me puxou para fora da casa, meu Deus, Byakuya sorriu pra mim? Quer dizer...o melhor que ele fez até hoje foi não me ameaçar...mas agora...ele foi...peraí...por que eu to me importando do Byakuya sorrir ou não pra mim? Ah não...será que a Rukia ta certa? Eu to começando a simpatizar...com o Byakuya? Para com esses pensamentos Ichigo, se bem que...se o Byakuya sorriu pra mim...quer dizer que ele está começando a...PÁRA...SAI DA MINHA CABEÇA, PENSAMENTO RUIM.
- Ei, doido. – Rukia me chamou rindo –
Eu a olhei, já estávamos na calçada, do lado de fora do portão.
- Ah, desculpa, me desliguei.
Ela passou os braços pelo meu pescoço.
- Obrigada.
- Não precisa agradecer.

Nos beijamos levemente e em seguida voltamos a nos olhar.
- Te amo. – ela murmurou –
- Também te amo.

Algumas semanas se passaram e aos poucos o relacionamento dos três foi melhorando, lenta e vagarosamente, não tinha como ser repentino.
Ao contrário do que pensei, a mãe de Rukia não dependia inteiramente de Kuchiki Genryu, ela tinha várias empresas de moda, a sede ficava em Tókio e haviam outros pontos na Europa. Hiza disse que ficaria o restante do ano afastada, deixando o controle de seu negócio nas mãos de seus confiáveis sócios, no ano seguinte ela retomaria seu trabalho, e claro, seriam feito em sua maioria com ela ainda em Karakura.
Era quinta-feira, intervalo, nosso grupo de amigos estava no terraço e Renji acabara de me fazer tossir engasgado devido ao refrigerante ao se levantar bruscamente ao meu lado, Rukia lançou um olhar reprovador á Renji que rapidamente se conteu e me pediu desculpas.
- Agora fala. – Tatsuki perguntou impaciente, ela também se assustara com o pulo dele –
- Acabei de lembrar que tenho uma coisa pra dizer pra vocês. – ele falou eufórico – Aceitam passar esse fim de semana na casa de praia da minha família? Ta vaga a um tempão e seria bom pra gente se divertir. Fica no litoral.
Todos começaram a murmurar entre si, Keigo, Chad, Inoue, Tatsuki e Ishida concordaram, restando Hitsugaya, Hinamori, eu e Rukia.
- Preciso falar com o velho. – justifiquei –
- Idem. – Hitsugaya e Hinamori me acompanharam -
- Eu preciso falar com meu nii-sama. – Rukia também falou –
- Então amanhã vocês nos dão as respostas. – Renji nos falou –
E nós quatro concordamos.