Como O Sol e A Lua escrita por Rukia


Capítulo 31
Capítulo 31




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- Você diz que é assustador a maneira que eu e nii-sama conversamos, né? – ela falou –
- Sim.
- Bem, desde pequenos, nunca tivemos mais do que um ao outro. Nossos pais sempre nos deixavam aos cuidados de empregados, enquanto trabalhavam e se divertiam. Há uns dez anos atrás, quando nossos pais viajaram e se ausentaram por anos pela primeira vez, nos sentimos abandonados, desolados, eles ficaram fora por dois anos, naquele ano...algo aconteceu.... E depois daquele acontecimento...prometemos nunca abandonar um ao outro, desde então ficamos mais unidos e então essa forte ligação começou. Não há mistério entre nós dois ou na maneira como agimos, isso foi simplesmente algo natural que surgiu entre nós. Analisávamos a expressão do outro, tentávamos adivinhar o que o outro estava pensando e agora isso é praticamente algo comum para nós. Eu consigo saber o que se passa com nii-sama somente olhando-o, consigo sentir sua presença sem ele emitir nenhum som, consigo saber o que ele vai falar sem ele precisar completar a frase, e ele é da mesma maneira em relação a mim.
Ficamos em silencio por instantes e em seguida eu ri um pouco.
- Eu te entendo. – comecei – Mas isso ainda é completamente anormal pra mim, então...pra mim...vocês dois são sim doidos e assustadores.
Ela riu.
- Insensível.
- Desculpa, desculpa. – falei – Agora sério, eu te entendo. Apesar de meus pais sempre estarem comigo, acho que consigo imaginar a sensação de estar só, que bom que você tem Byakuya.
Ela inclinou a cabeça um pouco para trás para me olhar.
- Você está tentando elogiar nii-sama indiretamente ou é impressão minha?
- Er...impressão sua.Ta doida? Eu não vejo nada de bom naquele psicótico.
- Psicótico? – ela indagou rindo –
Droga, não era pra ela ouvir isso.

- Admita, morango, você está começando a gostar do nii-sama.
Eu corei e olhei emburrado pro lado, e não, não era pelo que ela falou do Byakuya, mas sim por que ela acabou de me chamar de morango, mas que ultraje...apesar de eu até ter gos...chega Ichigo, para com esses pensamentos idiotas.
- Não me chame de morango.
- Por que? Combinou tanto que está quase ficando da mesma cor de um.
- Você é chata.
Rukia colocou a mão direita em minha nuca me fazendo me aproximar mais dela.
- Você mesmo não acredita no que diz. – ela murmurou me olhando firmemente -
Eu a olhei imóvel, sentindo-me mergulhar nos olhos dela, eu não conseguia mais me afastar e ela novamente tinha razão, ela era simplesmente perfeita.
- Tem razão. – sussurrei -
Eu coloquei minha mão esquerda na nuca dela e em seguida nos beijamos.
- Rukia... – eu falei quando nos separamos um pouco –
- Fala. – ela disse inclinando a cabeça para me olhar –
- O que...aconteceu na ausencia de dois anos de seus pais?
Ela permaneceu me olhando por instantes e em seguida voltou a baixar a cabeça para a frente.
- Quem sabe algum dia...eu consiga te falar... – ela sussurrou -
O sinal da saída tocou e eu e Rukia caminhamos juntos em direção ao portão, ao longe avistamos Byakuya encostado em seu carro no estacionamento. Rukia rapidamente sorriu e andou mais apressada até ele enquanto eu me esforçava para acompanhá-la, mas quando Byakuya finalmente ficou bastante visível para nós vimos que ele estava sério, mas para mim aquela era a típica expressão facial dele, apesar de eu ter realmente estranhado, já que ele sempre suavizava a expressão para Rukia, dessa vez não aconteceu. O sorriso de Rukia vacilou e ela caminhou mais lentamente em sua direção, nossas mãos estavam entrelaçadas e eu sentia os dedos dela começarem a ficar frios, chegamos até Byakuya e os dois não paravam de se olhar.

- Nii-sama...o que houve?
- Não terei o primeiro tempo de aula hoje. – ele falou sério –
- O professor faltou?
- Sim. Ele viajou para resolver uns problemas pessoais.
Eu os olhei assustado, por que estavam conversando dessa maneira? Por que não estavam cortando um ao outro antes mesmo da frase estar completa?
Rukia suspirou pesadamente e apertou minha mão levemente.
- O que está...acontecendo? – ela indagou olhando-o –
- Há algo...que preciso que saiba antes de chegarmos em casa. – ele falou e me olhou em seguida – Kurosaki...poderia ficar ao lado dela? É importante.
Eu confirmei ainda estático, eles não estavam normais...quer dizer...não estavam agindo da maneira normal com que sempre agiam.
- Agora...fale. – ela pediu com a voz tremula –
Byakuya permaneceu em silencio, o que estava me deixando nervoso, em seguida resolveu enfim falar.
- Nossos pais estão aqui.
Eu não sabia o que aquilo significava, mas aparentemente era uma boa notícia...não é?
Rukia permaneceu parada, a expressão surpresa e ao mesmo tempo séria.
- E...onde estão?
- Em casa.
- O que querem?
- Não sei. Eles chegaram a uma hora e disseram simplesmente estar com vontade de nos ver. – eu senti o sarcasmo na última frase dele -
- Vamos. – Rukia falou sem demonstrar emoção alguma –
Depois de minutos chegamos á casa deles, o carro atravessou o portão e avistamos estacionado ao lado de onde Byakuya parou um carro corsa prateado.
Em seguida entramos na grande casa, eu nunca tinha entrado ali, a sala era espaçosa, bem decorada e completamente em ordem, havia uma escada preta que levava ao segundo andar.
Passou-se alguns instantes e um casal surgiu do outro cômodo, parece que ouviram nossa chegada, Rukia segurou minha mão e deu um pequeno passo para trás.
Os dois postaram-se frente a frente á nós três, Byakuya estava do outro lado de Rukia.
- Rukia. – a mulher falou amável –


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