- Eu sei. – sussurrei sorrindo –
- Bem, é melhor se preparar, vai sobrar pra você também. – ela sussurrou para mim –
Eu fiquei confuso, do que ela estava falando? Nos separamos e eu me assustei ao ver Byakuya parado próximo a nós, qualquer dia ele me mata de susto com essas aparições, mas que porcaria, quando ele chegou? E como não ouvi nada? Pelo que percebi, Kaien estava da mesma maneira. E como Rukia percebeu? Isso era assombroso.
Mas de repente tudo isso desapareceu da minha mente e uma nova e maior pergunta se formou: A quanto tempo Byakuya tinha chegado? Mas não precisei de respostas diretas, bastou que eu olhasse para Byakuya para minha pergunta ser respondida, droga, ele com certeza viu o beijo dos dois e agora eu consegui entender o que Rukia me dissera.
Byakuya caminhou até Kaien, a expressão diferente pela primeira vez, e eu me surpreendi, ele estava com a face coberta de raiva e agora eu não tinha dúvidas, pois ele deixara completamente visível.
- Parece que você não ouviu direito. – Byakuya falou entre dentes ao ficar frente a frente com Kaien –
Kaien tentou dar um passou para trás, mas a porta o impedia de se mover, Byakuya segurou a gola da camisa de Kaien com a mão direita.
- Você ousou beijar a minha irmã? E contra a vontade dela? – sua voz não era mais somente fria, era assustadoramente fria -
- Foi...impulso...não foi por mal...- ele falou tremulo –
- E por que você quis ter esses impulsos justamente com Rukia? – Byakuya franziu ainda mais as sobrancelhas –
- Ué, por que ela é gata. – Kaien respondeu com naturalidade e em seguida pareceu lembrar que Byakuya estava em frente a ele – Quer dizer...
Byakuya o olhou surpreso e em seguida seus olhos ficaram cemi-cerrados tamanha sua raiva.

- Você ...chamou minha irmã...de...gata...? – ele falou contendo sua raiva - Uma pergunta: Você não tem medo da morte? – ele falou sorrindo possessivo -
Eu não sabia se ria ou chorava, já que ele com certeza viria contra mim em seguida, será que eu deveria correr enquanto Kaien o distraía?
Eu sempre chamei Byakuya de psicótico, mas somente agora esse nome lhe fazia jus, como ele conseguiu ficar mais assustador? Preciso ter umas aulas com ele...isso se eu sobreviver a hoje, é claro.
- Isso é um ultimato. Não volte a se aproximar de Rukia, e na próxima, não haverá avisos. – ele falou ameaçadoramente e o soltou, dando-lhe as costas –
- Você só faz ameaçar. – Kaien revidou –
PUTZ, esse cara é o que? MALUCO? Byakuya já tinha até mesmo dado as costas pro idiota e ele me fala ISSO? Ele não tem amor a vida, só pode.
Byakuya parou antes de dar um segundo passo para longe dele, fechou os olhos e ergueu a cabeça.
- O que...disse? – ele murmurou -
- Eu disse que você só ameaça, provavelmen...
No instante seguinte o punho cerrado de Byakuya estava frente a frente com o rosto de Kaien, quase tocando seu nariz, minha boca se abriu e a de Kaien também. Byakuya se virou e ainda direcionou o punho tão rapidamente que se ele não tivesse parado, talvez tudo o que eu tivesse visto fosse Kaien caído no chão. Foi exatamente como Rukia fez, na verdade eu só sabia que ela havia dado um soco dele por que ela cerrara os punhos e no segundo seguinte ele tombou pra trás com a boca sangrando. Eu agradeci a Deus por não ter tido a maluca idéia de confrontar Byakuya daquela maneira, embora uma vez aquela frase de Kaien tivesse passado por minha mente, agora ela com certeza nunca mais passaria por meu vocabulário, ah, e eu também nem vou pensar em irritar a Rukia, o Kaien está sangrando e ela ainda disse: “na próxima eu não vou economizar na força”, mas que irmãos são esses? Eu...acho que to com medo desses dois.

- Desculpe se eu não lhe demonstrei verdadeiramente o que acontecerá a você se voltar a se aproximar de Rukia. – Byakuya falou sombriamente ainda com o punho erguido – E somente um último aviso antes de você sair o mais rápido que puder do meu campo de visão: Na próxima vez...sem avisos...sem chance de defesa...sem possibilidade de ver...você somente vai sentir...e muito.
Byakuya baixou a mão e lhe deu as costas, Kaien rapidamente saiu correndo, e eu não sabia se gostava daquilo. Rukia ficou ao meu lado e deu um passo para longe, mas que traidora, ela me lançou um olhar inocente e em seguida Byakuya veio até mim.
- E quanto a você...
Ele segurou minha gola com força e me empurrou contra a parede.
- Onde estava?
- Eu...fui atender a um telefonema.
- E precisava ir para outro corredor?
- O forro...
- E não pensou em dizer para ligarem mais tarde? Que eu saiba não se deve trazer celulares ligados pra escola.
- Mas é que...
- E o que pensou quando os viu?
- Nada.
- Não minta.
- Ok, ok. – ele afrouxou a mão em minha camisa - Eu...pensei que Rukia estava fazendo por vontade própria, mas foi por alguns segundos... – completei rapidamente quando ele me olhou com raiva – Depois acreditei que Rukia estava sendo forçada, mesmo antes de ela empurra-lo, eu confio nela.
Byakuya pareceu se acalmar, eu acho, sua expressão facial cotidiana estava de volta.
- Preste mais atenção, moleque. Um idiota qualquer beijou sua...namorada...então comece a agir de maneira correta. Se não é capaz de fazer nem isso, sugiro que desista dela.
Eu o olhei surpreso e em seguida me enchi de coragem.
- Eu nunca vou desistir dela, e não importa o que você ache sobre isso, não me importo se você não vai me aceitar, eu a amo e nada vai me fazer ficar longe dela. – eu falei determinado o olhando desafiador –
Byakuya me soltou, me encarou gelidamente e deu um passo em minha direção, a coragem em mim rapidamente virou pó. Rukia, cadê você?