PASSADO – 16 ANOS ATRÁS

- Ella! O que houve? Onde está o Peter? Onde está a outra? – perguntou Tia Mary.

- Ficaram na Irlanda – disse Ella Witchburn entrando na casa de Tia Mary com um bebê nos braços.

- Como assim?

- Peter me contou um segredo obscuro. Não posso viver com aquilo sobre as minhas custas. Eu queria voltar para cá com as duas, mas, ele disse que eu teria de entrar na justiça. E fizemos um acordo. Ele ficou com Emmanuelle e eu fiquei com Madison – disse Ella.

- Eu não acredito... Mas que segredo foi esse a ponto de fazer você largá-lo? - perguntou Tia Mary.

- Prefiro não contar, por favor – disse Ella – eu queria trazer Emmanuelle também, mas, ele não deixou. E disse que ia entrar na justiça para conseguir a guarda de Madison, não sei o que fazer...

- Calma Ella! Sente-se no sofá! – disse Tia Mary acompanhando Ella até o sofá da sala de estar.

Ela pegou o bebê e olhou para a linda garotinha que dormia tranqüila.

- Ela é linda! – disse Tia Mary. – é Madison certo?

- Sim, Madison Witchburn. Registrei ela apenas com meu nome – disse Ella.

- Vamos contratar um advogado. E conseguiremos ficar com ela.

- Não sei Mary. Ele tem muito dinheiro. É capaz de conseguir a guarda dela.

- Nós vamos conseguir sim. Pensamento positivo – disse Tia Mary.

- Me prometa uma coisa Mary – disse Ella olhando em seus olhos.

- Qualquer coisa – afirmou Tia Mary.

- Me prometa, que caso qualquer coisa aconteça comigo, nunca, nunca abandone Madison – pediu Ella.

- Nunca irei deixá-la. Não seria capaz de fazer isso. Não irei tratá-la como sobrinha e sim como filha! – disse Tia Mary.

- Obrigada Mary, sabia que poderia contar com você pra tudo!

PRESENTE

Ele envolveu seu corpo junto com o dela. Maddy se jogou pra frente chegando mais perto. Ok. Aquele simples beijo estava virando agarração. Eles caminharam até uma poltrona que estava no centro da sala.

Ele se sentou e ela pos suas pernas de cada lado do corpo dele sentando em seu colo. Tornaram a se beijar. Um beijo bem intenso pra falar a verdade. Ela retirou a jaqueta dele e sua camisa encharcada. Ela não ficou com vergonha.

Suas mãos percorreram todo o corpo dele e pararam e seus ombros.

Ele abaixou o zíper de sua blusa a deixando somente de sutiã.

***

Particularmente eu acho meio estranho isso ter ocorrido no apartamento de alguém. O melhor de tudo foi que ninguém nos pegou!

***

Beijou seu pescoço e desceu até os ombros dela e subindo até sua boca. Madison ficou toda arrepiada.

De repente uma seqüência de pensamentos desgovernados invadiu sua mente.

“Tia Mary não pode saber que eu virei uma espiã. Sebastian é um espião. Meu pai quer me levar pra Irlanda. Quem é minha irmã gêmea? Não era a vida que sua mãe ia querer pra você, Madison. Estou apaixonada! Vou ficar o resto da minha vida se escondendo como sempre fiz...”

- Para! – ela se levantou e fitou-o na poltrona.

- O que foi? – perguntou.

- Não posso... – sua voz falhou.

Seu corpo todo doía. Sua cabeça latejava. Ela precisava de um médico urgente, o que estava fazendo?

- Está com medo? – perguntou ele arqueando a sobrancelha.

- Minha cabeça não me deixa... Prosseguir. Eu juro. Eu quero, quero mesmo! Mas não da! – ela pegou sua blusa e a vestiu. – preciso voltar pros Estados Unidos.

- Vai simplesmente voltar? – ele perguntou se levantando.

- Á poucos minutos atrás nós estávamos lutando e nós íamos transar? Mas o que é isso! – disse ela pegando sua mochila.

- O trabalho não nos impede de namorar – disse ele.

- O problema é que eu não quero namorar você! – disse ela de costas.

Tudo aquilo era mentira mal lavada!

- Não quer?

- Não! O casamento está acabado. Tudo o que houve entre nós foi apenas... Diversão – disse com uma lágrima escorrendo dos olhos.

- Você está me dizendo... – ele parou por um tempo – que toda aquela porcaria que aconteceu foi diversão? – ele gritou.

- Sim – respirou fundo.

- Não pode estar falando sério – disse ele.

- Nunca falei tão sério em toda minha vida. Não é essa vida que eu quero pra mim, essa vida de espiã e ficar fingindo essas coisas com você. – disse ela.

- Porra Madison não acredito que você acha que tudo foi fingimento! – gritou ele.

- Preciso ir, Kevin – disse ela se dirigindo para fora.

- Espera! Volta aqui! – ele foi até ela e a prensou na parede. – você está mentindo. Diga-me: você me ama?

- Não – disse ela.

Aquilo era verdade. Ela não o amava. Era somente atração. Só isso.

- Eu tenho de ir.

Pegou a mochila e voou janela afora.

Chegando aos Estados Unidos se dirigiu até a casa de Tia Mary e abriu a janela. Entrou no quarto e se sentou no chão chorando. Não era só atração. Ela sabia disso. Ela o amava de verdade.

Depois de se recompor desceu as escadas e foi falar com Tia Mary que estava sentada na sala vendo TV. Correu até ela e lhe deu um abraço.

- Eu te amo Tia Mary! – disse ela.

- Eu também te amo querida. O que houve? – perguntou.

- Terminei com ele! – disse ela.

- Ele quem?

- O garoto com quem eu estava saindo – disso Maddy.

- Oh meu bem! Não fique assim!Vai dar tudo certo! – disse Tia Mary.

Tia Mary ficou toda a noite confortando Maddy. Tentando fazê-la se acalmar. Mas ela já sabia o que faria. E nada mudaria sua decisão.

Na manhã seguinte decidiu ir caminhando até a escola. Vestia um vestido laranja com bojo que ia até seu joelho. Um tênis salmão e amarrou os cabelos repicados e deixou a franja de lado. Usava sua mochila normal mesmo. Sem dispositivos e sem objetos de luta e defesa. Voltaria a ser uma garota normal.

Chegando ao prédio na Westmerce High School foi cercada por um grupo de meninas acompanhadas por Miranda Grey.

Trish vinha correndo ao lado de Wade e eles entraram na roda, Maddy ficou confusa.

- Deixe ela em paz Miranda! – gritou Wade.

- Me erra garoto! Meninas tirem esse dois daqui! – disse ela acenando para duas garotas ao lado de Madison.

Elas arrastaram Trish e Wade dali. Os dois ficaram por perto a fitando ansiosos.

- Posso saber o que está acontecendo? – perguntou Madison.

- Pode sim. Eu disse que não tinha gostado nada dessa sua idéia de querer se tornar popular. Então. Vamos lhe ensinar uma lição que você jamais vai esquecer e você Madison vai aprender que quando não se é popular você não deve forçar a barra – disse Miranda entre dentes.

Madison revirou os olhos. Ela já ia dar uma resposta quando viu Kevin a observando de longe. Ele estava com os braços cruzados. Sua expressão era séria. Ele com certeza queria conversar.

Ela ficou atônita. Não sabia o que fazer. Pois ela e Kevin sabiam que ela era capaz de nocautear todas aquelas garotas de uma vez só. Então resolver apenas reagir.

- E como você pretende me ensinar uma lição Miranda?

- Assim – Miranda estalou os dedos e duas garotas foram correndo em sua direção.

Maddy largou a mochila no chão e esperou.

Quando a primeira chegou lhe deu uma rasteira. E quando veio a terceira deu um giro duplo e lhe deu um chute na barriga. As garotas levantaram e Maddy deu uma estrelinha acertando o rosto de uma e a perna da outra.

As garotas caíram no chão, se levantaram e começaram a correr.

- Vamos embora daqui. Essa garota luta artes marciais – disse uma das garotas correndo. Todas as outras foram atrás. Menos Miranda.

Ela fitou Maddy com ódio e Maddy a olhou nos olhos como se perguntasse: Vai encarar ou vai ficar aí parada me olhando?

Miranda marchou pra fora dali e todas as pessoas que assistiam aplaudiram e gritaram.

Trish foi até Maddy e lhe abraçou com um enorme sorriso. Wade a fitava maravilhado.

- Mas o que foi isso que você fez amiga?

- Tive aulas de artes marciais quando viajei – disse Maddy – meu pai financiou – mentiu.

- Nossa! Que coisa mais maneira – disse Wade a abraçando também.

Ela olhou pra Kevin e seu celular vibrou.

‘Me encontre na rua agora’

Ele desapareceu de vista.

- Preciso ir ali. Depois encontro vocês na aula – disse Maddy.

- Ta bem samurai. Vai lá – disse Trish.

Maddy riu e foi caminhando até rua disfarçadamente. Entrou na outra rua deserta e no final dela, do outro lado, sem ser o lado onde ficava a rua sem saída, Madison avistou Kevin em pé de cabeça abaixada. Sua mochila estava no chão.

Chegou perto, mas não tão perto. Respirou calmamente e o observou.

- Você não devia ter vindo... – disse ele.

- Não? – perguntou ela.

- Isso foi um desafio. Ou você acha que as coisas entre nós iam estar nas mil maravilhas depois do que você fez ontem? – perguntou ele.

- Eu sei que não. Mas... Pensei que você queria conversar – disse ela.

- Pensou errado – disse ele.

Ela entendeu exatamente o que estava acontecendo. Ela não devia ter ido ali. Aquilo era uma ameaça. Ele não teria piedade nenhuma. Ele a mataria. Ele não teria piedade dela, e o pior. Madison não estava com sua mochila de dispositivos, então sem chance de fugir.

Ele levantou a mão e fez um sinal pra ela se aproximar.

Maddy não se moveu.

- Qual é Maddy, não me faça ir aí te buscar – disse ele num tom ameaçador.

Ela se aproximou devagar e começou a ficar ofegante. Seja lá o que for que ele queria fazer com ela, não seria nada bom.

Chegou pouco perto e parou. Fitou-o devagar.

- Mais perto – disse ele.

Ela não tinha menor chance contra ele. Aproximou-se mais um pouco.

- Mais perto – ele tornou o tom de voz mais duro.

Ela abriu a boca ofegante e fechou os olhos. Lágrimas saíam e ela abriu novamente. Caminhou mais um pouco e ficou perto o bastante para ele pegá-la. Ele não precisaria nem esticar o braço.

Ouviu o barulho do choro dela e abriu um sorriso malicioso.

- Está chorando mesmo? – perguntou ele – você não é capaz de me deter. Nem derramando uma única lágrima – disse ele friamente.

Ela olhou pro lado. Respirou fundo e olhou para ele novamente. Seus punhos estavam cerrados.

- O que você vai fazer comigo? – perguntou com a voz trêmula.

- Isso – ele se virou e sacou uma arma.