Maddy ainda se sentia fraca. Tentou forçar seu corpo a se mover, mas era impossível. Estava dopada. Criou uma força absurda nos braços e se arrastou ate a porta. A água enchia o deposito e ela ficava cada vez mais molhada. De repente, o teto desabou e entulho caiu em sua cabeça.

- Merda! – gritou.

- Relax gatinha! – disse Jazz.

- Jazz? – perguntou confusa.

- Eu mesmo. Mas o que você faz aqui? Ainda mais seminua? – perguntou lançando um sorriso malicioso.

Ele pulou e entrou no local.

- Pronta pra sair daqui? – perguntou.

- Sempre.

Ele a pegou no colo e ligou a bolsa a jato. Enquanto eles voavam Maddy o fitou de longe.

- Pra quem você trabalha?

- AOGP – disse ele.

- Serio? Não brinca! Mas eu nunca te vi...

- Nas missões? Estou nas missões mais complicadas Maddy, você realiza as mais fáceis – disse ele – conheci o Kevin em uma dessas missões.

- Ah sim. Pra onde estamos indo? – perguntou ela.

- Pra base – disse ele.

Eles sobrevoaram toda a cidade ate chegar à base da AOGP.

- Trouxe ela – disse Jazz

- Bom trabalho – disse Amanda correndo ate ela – esta dopada. Não tem condições de fazer nada. Ponha na maca – disse ela.

Jazz a colocou na maca cuidadosamente e Maddy fechou os olhos. Ela estava esquecendo-se de algo...

TRISH! – pensou ela.

- Espera! A minha amiga! Trish! Eles vão jogá-la no oceano atlântico de um helicóptero!  Gritou Maddy.

- Quem? Trish Odone? – perguntou Amanda.

- Ela mesma! E da TORG! Preciso deter eles – disse Maddy em pânico.

- Precisa vírgula! Você esta fraca demais pra sair. Jazz! – chamou ela – você, Mark e os outros agentes vão pra la! Salvem a garota e matem o líder deles. Eu vou depois de cuidar de Madison! Vá! – ordenou ela.

Jazz assentiu e desapareceu. Amanda preparava alguma coisa. E de repente se virou com uma seringa na mão.

- O que e isso? – perguntou Maddy sonolenta na maca.

- E pra limpar essa coisa que aplicaram em você. Meu Deus você esta péssima Madison... – disse Amanda aplicando a seringa.

Maddy dormiu.

***

A melhor parte vem em seguida! Eu era (ainda sou) bem louca!

***

Ela levantou de uma vez da maca e fitou as paredes. Trish, Trish, Trish! Precisava correr! Analisou-se e notou que estava vestida. Usava aquelas roupas de paciente de hospital. Se levantou e correu para a porta. Ela sabia que outros agentes estavam tentando resgatar Trish, mas ela queria fazer isso! Era responsabilidade sua.

Correu para uma sala aberta. Ficou surpresa ao analisar o tanto de armas que havia ali. Pegou a mochila a jato, um óculos detector de presença humana, um cinto especial, duas armas calibre 12, uma arma de choque e um lança redes.

A janela estava aberta, então foi para trás, pegou impulso e pulou. Ligou a mochila e sobrevoou todo o país ate chegar na costa do atlântico. Não demorou muito pelo tanto que aquilo voava rápido o que lhe causou uma vontade cabulosa de querer vomitar.  

Olhou para baixo e viu uma aglomeração de corpos. Eram agentes desacordados. Causou-lhe espanto ao ver que grande parte deles era da AOGP.

Desceu um pouco e viu Jazz e Mark num tiroteio com agentes da TORG.

Foi ate o local de onde ocorria o tiroteio. Ao chegar la lançou uma rede e prendeu todos os agentes da TORG.

Jazz e Mark a olharam com curiosidade e desaprovação.

- Mas o que você faz aqui? Devia ter ficado na AOGP – disse Mark.

- Não agüento ficar parada sabendo que minha melhor amiga pode morrer – disse ela.

- Tudo bem. Vamos entrar! Ela esta aqui – disse Mark indicando uma direção.

- Espera! E essas outras duas? – perguntou Jazz.

- Vamos nos separar. Você vai nessa, Madison naquela e eu vou na outra. Agora! – Mark sinalizou e os três entraram nas diferentes direções.

Maddy sacou umas das armas calibre 12 e andou por um túnel escuro e fechado. Todos os seus sentidos estavam alerta e ela precisava ficar atenta a qualquer tipo de movimento. Um chute certeiro acertou sua barriga e ela caiu no chão. Uma luz ofuscante acendeu e ela viu quem tinha efetuado o golpe.

- Amanda? – perguntou confusa.

- Ola querida! Não acha mesmo que irei deixar você resgatar sua amiga? O pai dela e subchefe da AOGP Berlim. A morte dela vai possibilitar a TORG de invadir a base da Alemanha – disse Amanda.

- Mas você trabalha pra eles?

- Trabalho. Sempre trabalhei. Fui treinada para me juntar a AOGP sem levantar suspeitas. Como acha que eles sabem tudo sobre você? Como acha que toda a vez em que você realiza uma missão tinha um agente da TORG la? Eu estava no comando o tempo inteiro. – disse Amanda. – Mark caiu direitinho no meu plano e agora, irei matar você e sua amiga e serei nomeada na TORG. Tem ultimas palavras? – disse Amanda apontando uma arma na cabeça de Madison caída no chão.

- Tenho sim – disse Maddy.

- Então diga querida – disse Amanda.

- Vá pro inferno! – gritou Maddy se virando.

Ela chutou a arma de Amanda para o alto e lhe leu um chute no rosto. Amanda caiu no chão e Maddy lhe lançou uma rede.

- Porque não me mata? Não tem coragem, não e?

- Eu não sou uma assassina. Desculpe, não fui treinada para isso – disse Maddy pegando a arma de Amanda.

- Você e amadora Madison, não e capaz de vencer os melhores agentes da TORG – disse Amanda.

- Sou sim. Já fiz isso uma fez. Faço novamente – disse Maddy prosseguindo no túnel agora muito bem iluminado.

Correu pelo local e chegou ao final do túnel que era uma sala toda azul com capsulas estranhas em volta e um campo de força no meio que era na verdade uma prisão. Trish, que estava dentro da prisão, a viu.

- Maddy! Amiga! Sai daqui! Sai daqui! Eles vão matá-la! – gritou de dentro do local.

E Trish tinha toda razão.

Um grupo de quatro agentes desceu do alto de uma vez e a cercaram.

- Esta tudo Trish... – analisou eles – eu vim resgatá-la – eram Crash, Bob, uma garota e Kevin.

- Ola maninha! – disse a garota sarcasticamente.

- Maninha?

- E. Sou eu! Emmanuelle! Ou Emmy se você quiser me chamar pelo apelido – disse Emmy.

- Emmy... – sussurrou Maddy.

- Pois e... Você tem feito coisas que não me agradaram nem um pouco. Como por exemplo. Me venceu na luta de Dublin. E tentou roubar o meu noivo! Sabe o quanto isso e grave? – disse Emmy.

- Seu noivo uma ova! Eu me relacionava antes de você virar noiva dele – disse Maddy lançando um olhar para Kevin.

Os dois ficaram presos nesse olhar por algum tempo.

- E queridinha, mas a fila anda. E agora ele e meu! – disse Emmy num tom ameaçador.

- Fica pra você então. Aproveita e engole ele todinho! – disse Maddy sem medo.

- Filha da puta! Você vai se arrepender de ter mexido comigo! – disse Emmy partindo pra cima de Maddy.

As duas rolaram no chão e Emmy parou em cima de Maddy lhe socando a cara. Maddy puxou seus cabelos e a irmã gritou de dor.

Maddy lhe passou a perna e deu uma estrelinha pra trás. Ficou em pe e fitou Emmy.

- Vem! Quero ver se você e tão boa assim! – disse Maddy num tom provocativo.

- Quem você acha que ganha? Eu aposto cinqüenta dólares que a Madison ganha – disse Crash atrás dela.

- Calem a boca. Pois nenhuma delas vai ganhar – disse Kevin indo ate Emmy e a ajudando a levantar.

- Ta vendo. Ele e meu – disse Emmy sorrindo azeda.

- Engole agora! – disse Maddy.

- Pois e o que eu vou fazer – Emmy agarrou Kevin e Maddy perdeu o equilíbrio dando um passo pra trás.

Aproveitou a distração e pulou por cima de Bob arrancando um controle que estava em sua mão. Sem que ninguém notasse, lagrimas caiam de seus olhos. Abriu o cativeiro de Trish e correu ate ela. Maddy ligou a mochila a jato e antes que alguém pudesse perceber ela e Trish já estavam fora.

- Amiga! Você lutou com aquela lambisgoia foi demais! – disse Trish.

- Obrigada!

- Você esta chorando? O que houve? E porque estamos voando? – perguntou Trish.

- Sem tempo pra responder perguntas agora Trish, temos que ir embora – disse Maddy.   

***

Emmanuelle filha da p*, safada! Ai que vontade de matar aquela cachorra!

***

Depois que todos os agentes da AOGP fugiram se dirigiram ate a base da AOGP.

- Podem me explicar o que houve agora? – perguntou Trish.

- Nos trabalhamos para a AOGP, uma associação que impede atentados terroristas da TORG. Seu pai e subchefe da AOGP Berlim, te seqüestraram para jogá-la no mar e assim seu pai renunciaria o cargo possibilitando que a TORG invadisse a AOGP Berlim. Madison, eu e Jazz somos agentes da AOGP. Somos espiões treinados para realizar missões. E descobrimos uma invasora na base AOGP, Amanda. Ela roubava nossos arquivos e os mandava para a TORG. E aquelas pessoas que estavam naquela sala era agentes da TORG entender agora? – Mark explicou para Trish.

- Entendi. Amiga! Ai que demais! Você trabalha como uma super espiã...

- Trabalhava – disse Mark.

- Como? – perguntou Maddy.

- Madison, o presidente achou que seria melhor se usássemos a Maquina da Memória em vocês duas. Trish se esquecerá de tudo o que houve hoje e você esquecerá tudo o que houve desde o dia 1 de agosto deste ano.

- Mas eu gosto de ser uma espiã – disse Maddy.

- Eu sei Madison. Mas desde que recrutamos você sua vida tem virado de cabeça para baixo. Será melhor para as duas! – disse Mark.

- Tudo bem então... – disse Maddy.

Mais tarde liberaram as duas. Trish poderia escapar de uma bronca, mas Maddy não. Sem saber ou entender nada foi pra casa. Ficou surpresa ao ver um carro da policia na porta de casa. Ao entrar foi ate a sala de estar e viu sua tia conversando com um policial.

- Tia Mary? – perguntou confusa.

- Madison! – a tia correu ate ela abraçando-a. – mas onde você esteve mocinha?

- Eu não sei... Não me lembro de nada... – disse Madison confusa.

Quanto mais ela forçava a mente nada conseguia.

Mas porque eu não consigo me lembrar de nada que eu fiz? – pensou Maddy.

Depois de meia hora respondendo perguntas, Maddy ficou de castigo por tempo indeterminado. Mas isso não era problema. Ela só não conseguia compreender o porquê de não se lembrar de nada. Sua ultima lembrança foi de uma dia antes das aulas começarem.

E sentou na cama e achou um bilhete em sua escrivaninha.

Querida Madison.

Você provavelmente não deve se lembrar de mim agora e eu acho que nunca se lembrará, mas saiba que eu nunca irei esquecê-la. Como eu queria que nada disso tivesse acontecido entre nós. Tudo que eu mais queria era que fossemos um casal. Mas eu sei que isso nunca poderá acontecer. Acredite, nossos momentos juntos foram engraçados, mas foram especiais. Tipo quando a gente discutiu no seu quarto, ou quando a gente se agarrou naquele prédio... Melhor parar você não deve se lembrar de nada disso.

Então e só isso. Espero que algum dia a gente se esbarre por ai.

Eu amo você, Kevin.