Sabe... Tem tantas coisas que eu queria fazer... Tanta coisa que eu queria te dizer... Só não encontro as palavras certas, no momento certo. Embora, eu sempre planeje dizer algo quando te vejo, essas palavras somem quando abro a boca, e assim, acabo agindo estanho para disfarçar meu nervosismo. Mas na verdade...

Quando estamos treinando juntos. Você sempre acaba se distraindo com alguma coisa, deixando a bola escapar, ou pisando nela e caindo. Nesse momento, queria me aproximar de você, estender a mão para te ajudar a levantar e gentilmente dizer:

"Tome mais cuidado"

Ou então durante uma partida difícil, no momento em que você marcasse um gol. Queria correr pro abraço, te erguer alto e dizer:

"Parabéns"

Queria estar na sua classe, ou ao menos, estudando com você. E quando você sentisse dificuldade em fazer algum calculo, ou escrevesse alguma palavra errada, eu tocaria sua mão, seguraria a mesma caneta que você, te guiaria dizendo:

"É assim que se faz"

Te conhecendo bem, nessa hora você ficaria nervoso e coraria. Desviaria os olhos de mim para que não notasse seu rosto vermelho. Eu iria sentir sua mão quente tremer e antes que você percebesse, a seguraria com mais firmeza, encaixando meus dedos aos espaços entre os seus. Você provavelmente iria virar o rosto pra mim, surpreso e envergonhado. E então, eu sorriria.

"Não precisa ficar nervoso"

Mas sem dúvida, o que eu mais queria fazer era ter coragem para te acompanhar até sua casa. Sei que no caminho inteiro você estaria sorrindo e falando sem parar. Seu doce sorriso inocente que eu tanto adoro, mas nunca admiti. Chegando perto da sua casa, eu pararia de andar. Sei que você daria três ou quatro passos à frente antes de perceber e virar pra mim. Eu diria:

"Tenma"

Como não sou de te chamar assim, você ficaria confuso. Perguntaria se estou bem ou algo do gênero. É provável que eu ficasse nervoso também, então, cerraria os punhos com força. Iria avançar até você, nos deixa cara-a-cara. Outra vez, você me encararia corado e tentaria recuar, mas antes eu iria segurar suas mãos e então deixar meu rosto cada vez mais próximo do seu até nos encontrarmos em um beijo. Talvez você não correspondesse de cara e travasse de olhos abertos, mas também sei que logo fecharia os olhos apertando-os e me aceitaria. Deixaria-me provar de você. Provavelmente, você não saberia como fazer, então eu te guiaria, explorando cada pedaço da sua boca. Em algum momento, teríamos que parar para respirar, então nosso beijo seria cortado. Após nos separarmos, eu tocaria sua testa com a minha, segurando sua mão com mais força e sussurraria as palavras que jamais conseguiria te dizer:

"Eu te amo, Tenma"

É claro. Eu nunca serei capaz de dizer ou fazer tais coisas, então, aprendi a me contentar apenas em ficar perto de ti durante os jogos. Te observar de longe.

Não há um dia em que eu não pense em você. Nos feitos que não posso realizar. Nas palavras que não posso dizer