Mom s Diary escrita por Nath Mascarenhas


Capítulo 12
Quarta 18 de setembro, à tarde.


Notas iniciais do capítulo

Gente, desculpa por ter demorado tanto...



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Quando eu acordei me senti mal e com uma baita de dor cabeça. Alguém segurava minha mão direita com força e murmurava alguma coisa que eu me esforcei para entender.

-Deus, a ajude a sair dessa, por favor, senhor... –Pediu com veemência. – Se ela acordar, eu juro que eu dou a ela aquela minha camisa favorita que ela tanto gosta. Eu sei que eu não mereço e admito que a culpa por tudo foi minha, mas senhor, a ajude.

Senti-o limpar as lágrimas na minha mão que estava e, mas quando ele ia limpar o nariz eu retirei a mão rapidamente, o fazendo pular.

-Eca Matt! – Franzi o nariz – Já ouvi pessoas usarem as outras de lenço, mas não tão literalmente.

Ele riu, mas logo seu sorriso se desfez. Ele se manteve distante de mim, por um longo momento, devia estar se sentido culpado demais.

-Desculpe-me. – Ele pediu se aproximando de mim lentamente.

-Tudo bem eu também tenho culpa, eu não devia ter sido tão irracional como fui. – Admiti.

-Você está esperando meu filho, você pode ser irracional. –Falou pondo a mão sob minha barriga. – O que não pode é me dar esse susto novamente...

E me abraçou.

-Tá, eu prometo que não faço. –Eu disse emocionada e dando risada. – Mas por falar em promessa, pode ir passando a sua camisa favorita pra cá.

Ele riu, enxugando as lagrimas. Matt beijou minha mão e alisou meu rosto com carinho.

-Ela estará te esperando em casa. –Prometeu.

-Acho bom.

Assim que íamos começar a nos beijar Dr. Henrique, mais conhecido como Rick, entra fazendo maior alvoroço.

-Esses meninos pregaram uma peça nos dois, hein? – Ele perguntou.

-Meninos?! – Eu e Matt perguntamos juntos.

-Sim, vocês terão gêmeos. – Falou animado – Ainda teremos que fazer uma ultra pra saber se é mesmo, mas como Dr. Spencer constatou quando examinou seu feto, ele garante que são dois bebês em perfeito estado. –Ele explicou. – Ah Matt, ele disse que está tudo bem, e não vai te processar pelo murro.

-Tá. – Ele murmurou.

-Que história de murro é essa?! –Perguntei sobressaltada.

-Calma Anna. –Matt tentava não me alarmar – Foi apenas um mal entendido.

-Então você bateu no médico sem querer? – Tentei adivinhar.

-Não foi exatamente assim... – Ele quis desconversar.

-Então como foi? – Perguntei séria quando percebi que ele queria me enrolar.

-Bom, você sabia que para examinar um feto eles te examinam lá embaixo? – Perguntou hesitante.

-Aham. Pela boca é que não seria, continue. –Cruzei os braços esperando a continuidade da história.

 -Eu não sabia. –Explicou e ele nem precisava continuar para eu saber do final – Eu achei que ele estava te... Sabe? –Perguntou sem graça, quando eu não respondi, ele continuou: - Ah Anna, eu não gosto nem que meu irmão toque em você, imagine um cara que eu nem conheço vem e começa a te tocar numa área que só diz a respeito a mim...

-Nunca pensei que você fosse ciumento, Matt. –Doutor Rick comentou.

-É, nem eu. – Concordei.

-Eu não sou ciumento, eu apenas cuido do que é meu. –Falou todo machão.

Eu bufei.

-Vivendo e aprendendo, hein? – Perguntei e todos riram.

De repente, um furacão chamado Alexia entra no meu quarto, totalmente histérica e batendo em Matthew igual a um saco de pancadas.

 -Seu imbecil, filho da mãe, irresponsável! – Falava entre tapas. – E se ela não se recuperar?

-Ei, Alexia? Tô bem aqui... – Falei acenando pra ela.

Ela ainda batia em Matt, mesmo olhando pra mim e sorrindo na minha direção.

-Dá pra parar de bater no meu homem faça o favor? – Pedi brava.

Não sei o que me dava, mas minhas emoções estavam à flor da pele. Acho que eu poderia chorar agora se o copo de água caísse e também levantar e tirar a força Alexia de cima de Matt.

 -Meu homem? – Ele perguntou com um sorrisinho. – Estamos progredindo, hein? – Falou dando uma picadela a Matt.

Ele se manteve fora dessa conversa, pois, com um olhar cúmplice que nós trocamos, sabíamos que isso nós discutiríamos depois, em casa.

-Anna, eu e o Gabriel vamos para o Brasil mais tarde, e você vai conosco. –Comunicou-me.

-Como é que é?! – Matt entreviu – Que história é essa de levar Anna e os meus filhos para outro continente ainda por cima HOJE?

-Olha, ela está na sua casa por que não tem mais onde ficar, certo? – Ela nem esperou ele responder e foi logo complementando: - No Brasil, Gabriel tem uma casa enorme onde cabe Anna e o... Os filhos, sério?

-Sério. – Assenti. – Terei gêmeos.

-Que seja. – Continuou – Terá lugar para vocês três. Então juntando o útil ao agradável, você vem com a gente e ponto final.

-Não. – Disse simples, porém decidida.

-Como assim não? – Ela perguntou contrariada.

-Primeiro, você e Gabriel vão se casar e eu seria um estorvo na relação de vocês, segundo, meu lugar é aqui ao lado de Matt. –expliquei.

-Mas, vocês não estão casados... –Ela rebateu.

Ele ia dizer alguma coisa, mas eu fui mais rápida e disse:

-E daí? –Perguntei. – Ele continuará sendo o pai dos meus bebês, mesmo que eu não tenha nada com ele, eu simplesmente não posso separá-lo dos filhos assim. – Disse e ele concordou com a cabeça.

-Mas eu sentirei sua falta. – Disse infantil e teimosa – Quem vai me perguntar se eu comi o almoço quando eu esquecer completamente?

-Eu. Para isso existe telefone, lembra? – Perguntei.  – Para pessoas como eu , lembrar as pessoas desmemoriadas como você que se deve comer todos os dias.

Ela riu com lágrimas nos olhos.  

-Jura? Jura que vai me ligar todos os dias? – Perguntou me abraçando.

-Claro, com quem mais eu riria logo de manhã? – Perguntei a fazendo rir.

Percebi que Matthew estava distante apenas observando nós duas, ao notar meu olhar sorriu solidário. Ele sabia o que eu tinha acabado de abdicar por causa única e exclusiva dele...

                                                             ***
Você acreditam que não me deixaram ir ver minha amiga partir?!

Achei completamente injusto da parte dos médicos me obrigarem a ir direto para casa e dormir e muita cara de pau do Matt ter aceitado.

Fui emburrada o caminho todo para casa, Matt tentava me animar, mas eu não estava a fim de conversa mole hoje.

-Ah, se anima! – Ele pediu. – A sua xará fez um bolo pra você em formato de coração, só pra você.

-Legal, mas nenhum bolo vai me animar hoje... Ah não ser que fosse um daqueles salgados, com calda de chocolate e com pimenta por cima! –Chega lambi os lábios com essa imagem.

-Eca! –Ele franziu o nariz – Onde eu vou achar essa gororoba às seis da tarde?

-Não sei e não me interessa. – Falei categórica. – Só sei que quero esse bolo e agora.

-Ai Meu Deus. – Murmurou e deu meia-volta.

-Epa! Você vai me deixar em casa... Ou esqueceu que eu devo ficar em repouso absoluto por três dias?

-Aff. – E retornou o caminho.

Ao chegar em casa eu me acomodei no sofá comendo de colher o bolo de dois andares que Anna havia me preparado  e posso lhe garantir tava uma delicia!

Matt sentou ao meu lado e ligou a TV.

-Você tá fazendo o quê? – Perguntei confusa.

-Assistindo Bob Esponja...? – Respondeu hesitante.

-E quem vai trazer meu bolo salgado com calda de chocolate e com pimenta em cima? – Perguntei com um sorriso travesso.

-Você ainda quer? – Perguntou de má vontade.

-Quero.  – Sorri – Eu juro que quando você chegar vai ter uma surpresa pra você.

   Ele já tava na porta.

-E trás um suco de abacaxi com hortelã pra acompanhar. –Gritei.

-Tudo bem.

Demorou cinco horas para ele chegar, vocês leram bem, cinco horas!

Nessa hora eu já tinha ido dormir e já estava no meu décimo sono... O que deixou ele ligeiramente frustrado...

-Eu fui a dez confeitarias, a cinco padarias até que uma aceitou a fazer a sua droga de bolo, que demorou três horas  pra ser feito e depois tive que ficar duas horas numa fila quilométrica para pegar esse suco terrível e eu te encontro dormindo?! – Ruminou.

-Pelo menos me achou, pelo tempo dava para eu ter chegado ao Brasil! –Brinquei.

-Há, Há tô regozijando por dentro. – Falou sério.

-Regozijando? – Perguntei rindo. – Andou lendo o dicionário foi?  

-Gostou? Foi a Anna que me ensinou. –Disse todo orgulhoso.

Filhos, se um de vocês puxarem a burrice de seu pai eu tô ferrada...

-Sim, cadê a comida? – Perguntei afoita.

-Aqui. –E me entregou uma sacola de papel.

Eu tirei o copo plástico e a vasilha de bolo, porém estavam intragáveis, os deixei de lado e me deitei novamente.  

-Você não vai comer?! – Ele me perguntou exasperado.

-Eu não, o bolo tá frio e o suco tá sem açúcar e sem gelo. – Falei indiferente.

-O QUÊ?! Você me fez ter esse trabalho todo pra nada? –Perguntou incrédulo.

-Eu só não tô mais com desejo, coma se quiser – Falei empurrando a comida na sua direção.

Eu sabia que ele estava a ponto de explodir, mas apenas cerrou a mão em punhos e descontou na porta que quase quebrou quando ele bateu.

-Bem feito. – Sussurrei, me esparramando naquela cama gostosa. 


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Notas finais do capítulo

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