Famílias costumam ter figuras iguais sempre. O pai super protetor, a mãe carinhosa, a tia maluquinha, a tia séria, o tio conselheiro, o tio engraçado, os avós compreensíveis e que te mimam. Minha família tem tudo isso, mas ela é um pouco diferente em uma coisa: somos uma família de vampiros.

Sendo uma híbrida, tenho meus contatos humanos, como vovô Charlie e sua companheira Sue, mas eles se resumem a alguns Natais e meus aniversários. Aos sete anos eu já aparentava dezessete e deveria ficar assim sempre, um dos fatos que me impedia de conhecer minha avó Renée. Ela nem sequer sabia da minha existência, mas eu sabia que me daria bem com ela se tivesse a oportunidade. Afinal, ela era o elo humano mais próximo de minha mãe que eu poderia conhecer.

Nos mudamos de Forks pouco antes do meu primeiro aniversário, e as poucas memórias que tenho da cidade são verdes e úmidas. Lembro de minha casa e da floresta ao redor dela, nada mais. Por culpa de meu crescimentos nada usual, minha família viveu um tempo nas sombras, incapaz de usar o ensaiado disfarce de muitos anos. Faltando dois anos para completar meus estudos pela primeira vez, decidi frequentar uma escola diferente. Depois daquilo eu sabia que nos mudaríamos para alguma cidade e encenaríamos a mesma história que todos – exceto eu e minha mãe – fingiram ser sua havia tantos anos. Até lá, resolvi dar uma folga aos meus pais dos sete anos de Patrulha Protetora da Renesmee e terem sua segunda lua de mel, sem interrupções minhas dessa vez. Me desanimava um pouco viver uma vida estúpida de humano, mas seria uma boa aula de atuação para o resto da minha vida. Eu iria morar em Forks com Charlie pelos próximos dois anos e frequentar a escola onde a história da minha vida começou. Acho que eu estava animada, apesar de tudo, mas ainda preocupava à mim e aos meus pais estar em meio a tantos humanos e sozinha. Tomara que eu consiga não vê-los como comida. Acho que eu consigo.