Thalia Grace

–Bom dia! – disse Bia, de sua cama.

Ela se levantou toda sorridente e foi até a cama de Piper, o cabelo da cherokee estava mais amassado que o normal, por ter dormido de tranças ele estava enrolado de um lado e um ninho de ratos do outro, mas ela não parecia se importar, só acompanhava Bianca com os olhos, ela saltitava descalça no piso de madeira, Piper não reclamou quando Bia pegou seu baixo.

Segundos depois ela tirou o vaso de orquídeas do lugar e colocou o baixo de Piper ali, elas estavam brigando por aquele canto no primeiro dia, no segundo que Bia deixou o baixo no lugar, Piper pulou da cama chutando as cobertas e pegando o contrabaixo nos braços o jogando debaixo da cama apressada, depois voltou a acompanhar a Di Angelo com o olhar.

Foi até sua mala verde musgo e vasculhou nas coisas até encontrar um livro com aparência um pouco velha e o jogou nos pés da cama de Annabeth.

–Eu peguei isso de você, por que você não parava de ler isso. Ai eu me enfezei e escondi. Thalinha! – ela disse meu nome toda melosa. – olha o que eu tenho de presente pra você!

Ela foi até sua pilha de CDS e pegou um.

–Aqui, eu sei que é o único do Avenged Sevenfold que você não tem.

Olhei pra Annabeth.

–O que é isso?

–É amor minhas caras. – disse Zoey saindo do banheiro. – amor transforma as pessoas.

–É. Já começou a mudar. – disse olhando para Bia que murmurava meio inconsciente Love Story da Taylor Swift enquanto arrumava as coisas em sua mala de novo e pegava uma muda de roupas.

–Cupido filho da puta– reclamou Annabeth puxando a coberta a até a cabeça e escondendo o rosto no travesseiro bloqueando a luz das janelas que Zoey abria.

–Sabe, eu preferia quando Bianca cantava “eu sou um abacaxi”.

–Se ela começar a cantar Pôneis malditos, eu mato ela. – disse Annabeth estressada, tinha dormido parcialmente de roupas, usava a mesma calça jeans de ontem, uma blusa regata branca e meias, simplesmente pegou um casaco azul que estava pendurado na cabeceira da cama e colocou os All Stars de mal jeito.

–To com fome to indo buscar um cupcake no refeitório e volto daqui a pouco.

Annabeth abriu a porta e deu de cara com Will.

Ela bateu a porta na cara dele.

–Alguém tem um bastão de basebol ai?

–Lamentavelmente, não. Piper devolveu o dela. – respondi. – mas eu posso matar ele a base de pancada se quiser.

–Otima ideia.

Will entrou pelo chalé sem bater dessa vez.

–Will! – disse Bia pulando encima dele.

Bom, não quero dar detalhes sobre aquela “pegação”

–Tem gente com a psicologia mental menor de 9 anos aqui. – disse Piper tampando os olhos de Zoey.

–Olha, eu não quero ver a Bia grávida. Então sai Will! – gritou Annabeth

–Ah não Annie, o Will fica.

–Ninguém vai fazer coisas inapropriadas - que eu não posso mencionar - aqui no meu chalé!

–Vamos Will. – disse Bia puxando ele pelo braço pra fora do chalé.

Piper Mclean

Depois de ter visto Will e Bianca se pegando, eu precisava de um pouco de paz e sossego.

Então fui ao cais. O meu lugar prefiro do acampamento, ele me fazia ficar mais calma. Me lembrava da minha mãe do meu pai, quando nós éramos uma família feliz, quando a gente ia pescar perto no rio perto da casa da minha avó, Silena quase sempre ficava no carro, meu pai me colocava em suas costas enquanto mamãe tirava Silena a força. A gente sempre acampava ali, meu pai adorava, era um Cherokee, ele gostava dessas coisas antes de ficar famoso, ou era perto do mar ou em algum rio. Optávamos pelo campo, minha mãe fazia biscoitos amanteigados com gotas de chocolate e suco de uva e nos sentávamos embaixo de uma arvore, não usávamos toalhas mas nos enrolávamos em cobertores de retalhos e fazíamos planos pra mais tarde.

Fiquei vendo o mar e as pessoas na praia. Tinha menos gente que ontem, mas ainda sim estava cheia. Era impressionante como esse acampamento era grande, a praia não chegava a ser gigantesca, mas cabia todos os alunos da Good e suas filiais. Acampamento de gente rica. Gostava da minha vida antes, de colégios normais, com gente normal, sem acampamento com praia particular. Das meninas, eu sou a única que posso dizer que tive uma vida comum, nenhuma de nós eramos filhas do banqueiro como Annabeth, mas o pai de Thalia era empresário, e o pai de Bianca era professor em Juliard e sempre colocou a vida dos filhos na frente da dele.

Vi muitos casais. Um garoto girando a namorada no ar, garotas em grupo encarando os meninos na agua, vi o primeiro beijo de dois campistas perto do mar.

Era bom saber que para algumas pessoas o amor era real.

De vez enquanto eu queria isso pra mim. Mesmo sabendo que é difícil, eu não sou crente do amor.

Minha mãe, era e pessoa que mais acreditava no amor que já existiu no mundo.

Eu via como ela olhava pro meu pai.

Eu via como eles se amavam, e não da pra acreditar que ela já foi casada com outro homem, que já teve uma filha com ele.

Silena não fala muito do pai de sangue dela.

Nem a mamãe. Eu preferia acreditar que ela sempre amou e sempre vai amar meu pai.

Que o homem com qual ela foi casada, não era o amor da vida dela.

Mesmo sentindo raiva do meu pai de vez em quando, eu queria vê-lo feliz.

Só deus sabe o quanto ele sofreu quando minha mãe morreu.

–Ai! – gritei quando a bola acertou com tudo a minha cabeça.

4 segundos depois apareceu um garoto.

–Meu deus! Você ta bem?

–E aqui estamos nós de novo. – disse a Jason, que estava por cima de mim.

–É.

–Jogando basquete?

–Pior, jogando basquete sozinho.

Ele ficou fitando meus olhos por muito tempo, não consegui prender o olhar, era como se intimidasse.

–Que foi?

–Você esta bonita hoje rainha da beleza. – riu ele, desde que Leo tinha me colocado esse nome Jason só me chama assim

Corei.

–Chega de brincadeiras Jason.

–Não estou brincando olhos lindos.

–Ah é, esta sendo sincero?

–Não imagina o quanto.

–Jason, não brinque comigo.

–ok Desculpe.

–Você sempre faz isso com as meninas?

–Só as que eu considero importante.

–Deveria dizer obrigada?

–Deveria, sou um cavaleiro.

–Que merda de cavaleiro.

–Hei boca suja, passa tempo de mais com a Thalia.

–Annabeth, na verdade.

–Vocês tem uma boquinha suja, e são as meninas mais besterentas que eu conheço.

–Você só acha que nos conhece. – disse me sentando de novo, segurei minha cabeça nas mãos.

–Ta doendo? - ele perguntou em tom preocupado, sentado ao meu lado, Jason usava uma blusa roxa com uma calça jeans cinza e um tênis All Star velho e surrado preto.

–Nem tanto... – respondi Jason ergueu a mão em minha direção e tocou minha testa com os dedos.

–Acho que vai formar um galo... Desculpe, não queria te machucar, quer vir colocar gelo? Eu te levo.

–Não precisa.

–Eu não queria machucar justo você, mas parece que eu sempre te encontro em todo lugar.

–Como assim?

–Piper, por que você sempre está em todo lugar que eu olho? - ele disse em uma voz tão baixa e rouca que me perguntei se ele não estava falando consigo mesmo, ou pensando alto.

–Jason...

–Não fala nada, deixa como ta. – ele pegou minha mão e a segurou rente ao rosto. – que merda eu to fazendo?

Jason se inclinou em minha direção. Fiquei nervosa em uma fração de segundos.

Jason não... Ele era meu amigo, era especial.

Jason Nivans

Eu não tinha a intenção de parecer um idiota, mais aqueles olhos mudando de cor sem parar enquanto o sol batia em seus cabelos desgrenhados em uma trança de lado, eu me senti tentado.

Foi tudo tão rápido, aquele olhar de Piper me deixou hipnotizado em semanas, uma faixa minúscula de sangue escorria por sua testa, e eu me senti mal, eu a machuquei, enquanto eu observava Piper, parecia que aquela menina ia desabar quebrada em meus braços.

Eu não a conhecia tanto assim, mas não tinha como negar pra ninguém que eu estava louco de desejo por ela. Os garotos já tinham percebido e me zoavam por isso, principalmente Leo, que se aproximou muito das meninas, principalmente de Piper nas ultimas semanas, eles pareciam amigos íntimos, no inicio fiquei com ciúmes, por que Leo é o pegador, mesmo ele me garantindo que não queria nada de Piper, eu fiquei nervoso.

Eu queria aqueles olhos só pra mim.

Piper Mclean

Jason colocou uma de suas mãos em minha cintura e me aproximou, eu coloquei a mão em seu peito para afasta-lo.

Mas eu não queria, e sentia que minhas forças se iam quando ele colou nossas testas e encarou meus olhos, aqueles olhos claros que pareciam um espelho com o sol refletindo neles.

E beijou delicadamente meus lábios, como se tivesse medo que eu quebrasse, e mesmo sabendo que meu reflexo aparecia em seus olhos azuis, eu não me via, eu só via Jason. Seus lábios eram quentes e duros, mas eu não me importei, o beijo lento aos poucos se tornava desejoso, fechei meus olhos e puxei Jason pela camisa, talvez ele tenha entendido que eu finalmente estava aceitando, por que senti sua língua tocando em meus lábios no mesmo momento.

Ele segurou meu pescoço, me puxando pra ele mais uma vez.

–Você não tem medo das coisas darem errado? – perguntei quando estávamos sentados olhando o mar. Eu não sabia o que estava acontecendo. Eu estava sentada entre as pernas dele, com a cabeça deitada em seu peito.

–Do que dar errado?

Me virei para encará-lo.

–Esta sendo sincero comigo?

–Por que eu mentiria pra você?

–Por que você não seria o primeiro.

–mas se fosse também seria o ultimo, eu não quero te ver sofrer.

–Você acabou de me conhecer.

–Tem tempo agora pra gostar de alguém?

–E tem pessoa certa pra acreditar?

–Ah sim, isso tem. Eu sou uma delas Piper.

–tem garotos que já me disseram coisas mais bonitas e estavam mentindo pra mim.

–A diferença entre mim e eles é que eu estou sendo sincero.

–E como eu posso ter certeza?

–Não posso provar, você vai ter que descobrir no caminho Piper. Mas me de um tempo pra mostrar que eu posso te fazer feliz? Se você não quiser nada comigo, eu entendo, e se quiser eu estarei aqui. Pense nisso, me de a resposta logo ta bem? – Jason se levantou e foi em direção a sei lá o que.

Minha cabeça trabalhava mais rápido que as mãos de Leo construindo qualquer coisa com um clips e uma caneta.

Ele me disse coisas bonitas. Coisas que não sabia que não sabia se podia confiar. Meninos não são assim, eles se aproveitam e não dizem que gostam de você assim tão fácil.

Mas se Jason estivesse mentindo.
Eu estava pouco me fudendo pra isso.

–Jason! -gritei.

Me levantei correndo, deixando meus sapatos ainda jogados, o chão estava pelando de quente.

Não me importei, por que sabia que aquela sensação que eu tinha sentido minutos me fez sentir ainda mais quente.

Eu não estava disposta perder isso.

Jason já estava na metade do caminho quando me ouviu.

Ele se virou, meu espelho azul me encarava confuso, aqueles olhos claros era só uma das coisas que eu estava começando a gostar nele.

Não pensei, apenas pulei sobre ele e pressionei seus lábios contra os meus, ele não me colocou no chão, Jason era inúmeras vezes mais alto, e me prendeu em seus braços a centímetros do chão. Esse foi um beijo de verdade

Eu sabia o que eu queria, eu queria Jason.

E isso não nos impediu de continuar nos beijando quando o ar faltou.