Thalia Grace

Ficaríamos naquela droga de detenção por 5 longos dias.

Não era nada parecido com a escola, acredite eu sei, digamos que eu passei muito tempo na detenção no último ano.

Nos tratavam como crianças estupidas, uma velha nos tentou ensinar o que era uma camisinha, Leo a pegou e fez um balão de ar com ela.

Isso só deu mais problemas.

No segundo dia, estávamos falando de teorias.

–Muito bem, em que teoria a senhorita acredita? – perguntou Reverson pra mim.

–Que o mundo é redondo.

Ele ignorou a minha resposta e passou para Percy.

–E você Percy?

–Que Michel Jackson ainda ta vivo.

Reverson suspirou, não achando a mínima graça.

–Di Angelo?

–Não acredito em mais nada depois que o mundo não acabou em 2012.

–Senhorita Chase? – perguntou Reverson, Annabeth era a única que dava respostas serias.

–Eu acredito na teoria de que se você continuar a perguntar tudo pra mim eu vou chutar o seu traseiro.

–Já chega! Eu não agüento mais vocês! Adolescentes malditos! Malditos! Vão todos para o inferno! Inferno!

–Você precisa mesmo dar ênfase em tudo que fala? – perguntou Piper.

Reverson jogou sua prancheta no chão e saiu gritando.

Não era a primeira vez que eu via um professor fazendo isso se tratando da classe que eu ficava na good, era absolutamente comum ver professores saírem chorando ou entregarem a sala na diretoria sem querer voltar. Ser da pior sala da escola faz parte.

Sempre desconfiei que um dia ele ia sair do armário.

–Mandou bem para uma garota sádica e bipolar. – disse Percy falando com Annabeth.

–Sádica é o seu cu.

–Cavala. – disse ele.

Pensei que Annabeth ia pular encima dele, mas não. Ela começou a revidar.

–Sou mais macho que você, e ainda sou mulher, égua.

–Se não sabe tirar não tira.

–Se não sabe ser homem, assuma que é bicha.

A discussão dos dois foi longe, o Sr. D nos deixou sair daquela detenção pelo resto da tarde já que Reverson tinha desistido de nós.

Na manhã seguinte, contrataram uma filosofa para falar com a gente.

É. De adolescentes passamos para hipes.

–Amanhã vai ser insuportável. – disse Annabeth se jogando em sua cama. – ainda mais com o idiota do Perseu por lá.

Annabeth descobriu o verdadeiro nome de Percy, e agora só o chamava assim, claro, alem de cabeça de alga.

–Você o odeia tanto assim?

–Claro! Ele é insuportável!

–Sabia que ódio é uma forma de amor? – perguntei.

Annabeth mandou “aquele olhar”.

–Eu. Odeio. Perseu Jackson.

–Não foi bem assim que aconteceu quando vocês se conheceram, Piper disse que seus olhinhos estavam brilhando.

Annabeth olhou feio para Piper, que ainda sem tirar os olhos de sua revista de musica levantou os braços em sinal de “me rendo”.

–Demência, eu não gosto dele. – gritou ela.

–Tudo bem, você não gosta dele, e Thalia é virgem. – disse Bianca.

–Calunia. - respondi.

–Bianca você não tem direito de falar nada, você não é mais virgem nem nas portas dos fundos. – Piper disse com uma melancolia e tédio na voz que foi impressionante.

–Calunia.

–Para de me kibar Bianca – reclamei.

Zoey assistia tudo de sua cama a ria como todas as outras garotas.

–Vão se ferrar! – gritou Annabeth.

Uma hora depois. Annabeth estava em profundo silencio.

Até ela começar de novo.

–Gente, como é possível alguém ser tão ruim pra dar apelidos?

–De quem ela ta falando? – perguntou Zoey com a cara amassada no travesseiro.

–Do Percy.

–Lá vem ela falando dele de novo! – disse Piper.

–Já notou que ela sempre acaba falando dele? – ri, fazendo uma escultura com a pasta de dente de Zoey.

–Calem a boca vocês!

–Mas é sério! Sempre que ela abre a boca é pra falar dele!

–Oh! O Percy é tão panaca! – imitou bia, levantando os braços dramática.

–Eu queria que o Percy morre-se!

–Eu não queria que e o Percy não morre-se, quem eu iria xingar?

–O Percy é um filho da puta!
–Eu acho que odeio o Percy!

–Eu devia passar um trote pra ele!

–Eu devia ligar pra ele só pra ouvir sua voz! – Eu não devia ter falado isso. Não devia mesmo.

Se você não quer uma loira, dominada pela loucura, vadiamente histérica, ferrando coma sua vida e seu ouvido, então você procura a Britney Spears. Agora, se você quer morrer, ai você mexe com Annabeth.

No ultimo dia da detenção nos encontramos todos juntas na porta.

A professora... bem a professara não era muito normal .

–Ta de sacanagem. Eu estava esperando uma psicóloga chata e sem humor, e vem uma hipe nos dar aula! – Percy deve ter reclamado pela 5415154 vez desde aquela manhã, quando não tinha cupcakes no café da manhã.

A professora usava um óculos escuro de arame, com uma faixa verde na cabeça, usava uma vestido exagerado e muito largo, azul.

–Eu sou Mabel. E vou ensinar vocês a se encontrarem no mundo!

–Eu nem sabia que tinha me perdido. – disse pra Annabeth.

–Para começar, vou mostrar imagens, e você terão que dizer a primeira coisa que vier em suas cabeças.

A professora ignorou as conversas alheias.

–Eu posso não fazer isso? Eu já fui no psicólogo centenas de vezes! – disse Bia.

–Mas sua resposta pode mudar agora, dependendo do que esta sentindo... Pode ser ódio, um ódio ruim e negro, uma amor, um amor puro, tão lindo e doce que as abelhas tem inveja, por que nem seu mel é tão doce e bom.

–No momento. Estou contraindo diabete de tanta melação. – disse Bia.

A professora Mabel foi ate sua mesa, onde pegou alguns papeis.

–Muito bem senhor Cornor Stoll? – perguntou ela olhando para sua prancheta. – o que vê aqui?

–Macarrão com queijo.

Olhamos todos para ele com as sobrancelhas arqueadas.

–Eu to com fome porra!

–Ignorem ele como eu. – disse seu irmão rindo.

–Senhorita Chase, o que vê aqui?

–Percy Jackson morrendo a facadas.

Me virei pra Bianca.

–Viu? Ela ta falando dele de novo!

–E aqui?

–Percy Jackson morto a pancadas.

–E aqui-i meu b-em? – disse ela meio que gaguejando.

–Percy Jackson morto por uma bastão de basebol enfiado na garganta. Posso imprimir e levar pra casa? – perguntou Annabeth.

Percy olhou pra ela espantado e com a boca fazendo um perfeito “0”.

–Como você pode ser tão sanguinária?! É o ódio que vai te matar.

–Não se preocupe Percy, eu vou te matar antes.

–Muito bem! Vamos mudar de tática. Agora direi palavras, e você dirão o que vier na cabeça. Senhorita Thalia, felicidade.

–A escola destruída por uma bomba nuclear.

–Bianca di Angelo, amor?

–Romeu e Julieta. – ela pareceu até aliviada pela resposta de Bianca ser a única resposta normal até agora.

–Luke Catellan. Prazer?

–Preciso mesmo responder? – perguntou Luke sorrindo malicioso.

–COFCOFpervertidoCOFCOF – disfarcei com uma crise de tosse.

–Medo? – perguntou para Annabeth. Tentando ignorar Luke.

–Aranhas.

–hahahhhahahahahahahahaha! – ria Percy descontroladamente. – você tem medo de aranhas? HAHAHHAHAHAHHA

Annabeth acertou um estojo de lápis na cabeça dele e Percy parou imediatamente.

–Piper Mclean, estranho, seu sobrenome é familiar... Muito bem, diga-me, ódio?

–Percy e Annabeth. – respondeu ela quase imediatamente.

Nenhum dos dois parecia estar feliz com a resposta.

HUNNNNNN...Bom saber disso.

A detenção acabou mais rápido do que eu imaginei.

E quando acabou, eu pulei pela janela gritando e dançando a musiquinha da vitoria.

–Vai Thalia! Vai Thalia! Vai Thalia! – cantava e dançava em frente a porta.

Annabeth me encarava com sua típica cara de WTF?!

–Você até parece o...

–Percy. – completou Bianca.

Piper começou a rir do canto.

–Eu não falo tanto dele!

–A fala sim.

Bianca di Angelo

Depois de Thalia ter dado uma de louca, eu segui para o pátio. Finalmente agora eu tinha um pouco de paz.

Me sentei na grama, era por volta de 5 horas da tarde, e ameaçava querer começar a chover.

–Olha só a perdida que saiu da detenção.

–Otimo, era o que eu precisava! – ralhei. – O que você quer ruiva? – perguntei olhando para Rachel Dare.

Como sempre, ela estava doce prostituta.

Usava um short menor que... Não, aquilo nem short era, parecia mais uma calcinha.

Usava uma blusa completamente cor de rosa, tão rosa que chegava a dar enjoou, meus olhos doíam a sua imagem.

–nada di Angelo. Só saber as novidades. Usou drogas pra ir parar na detenção? O que foi que você usou? Cocaína? Você usa o tempo todo não é? Foi por isso que seu irmão morreu? Eu sei que foi você que matou ele. Tava usando drogas ou tava bêbada? Era verdade que você estava usando heroína quando matou o seu irmão? – perguntou ela.

Praticamente pulei encima de Rachel.

Ela não entende.

Você pode dizer o que quiser,

O Jeremy não Rachel.

–Bianca! Se acalma! – disse alguém me tirando de cima dela.

–Não fale do meu irmão Rachel! Não dele! –gritei dando um soco no seu nariz.

–Bia se acalme! – pediu alguém.

Will.

Até aquele ponto, eu já estava chorando de novo.

Lembrar do Jeremy doía.

Doía demais. Eu me sentia uma criança toda vez que alguém tocava no nome dele.

–Você é louca! Sorte que você matou seu irmão! Ai ele não precisa aturar você! – gritou Rachel.

Ameacei correr atrás dela de novo, mas Will me segurou e ela saiu correndo.

–Me larga Will! – gritei.

–Só quando você se acalmar.

–Mas você não entende! Ele morreu! Eu o matei! – gritava mais pra mim do que pra ele. Merda Bianca.

Cala a boca, ele não precisa ouvir isso.

–Eu posso entender.

–Não! Não pode!

–Posso, se você me contar.

Me acalmei um pouco.

Ninguém precisa ouvir isso, as pessoas perguntam da sua tristeza, para mostrar que se importam. Mas não querem ouvir.

–Não posso contar pra você.

–Confia em mim. – ele disse.

Se eu não confiasse em Will, eu confiaria em quem agora?

–Jeremy era a criança de ouro.

"Não tinha ninguém que não o achasse uma coisa linda.

Mas quando ele começou a crescer, revelou sua rebeldia.

Na época, eu ainda era certinha, a filha inteligente que sempre obedece à mãe.

Numa noite, papai e mamãe foram viajar. Voltariam em 4 dias. Me colocaram no comando por que eu era a mais velha, Jeremy estava no auge dos seus 15 anos e já começara a sair de casa.

–Bia, vamo na festa do Roger?

–Não Jer, a mãe e o pai não vão deixar.

–Eles não precisam saber.

–Não.

–Vamos Bianca... Pegamos o carro do pai emprestado!

–Não. Só por que eu tirei minha carteira ontem não significa que eu vou roubar o carro do pai.

–Não é roubar! É pegar emprestado o que é nosso! O pai disse que ia me dar o carro quando eu fizesse 16.

–Mas ainda não fez.

–Mana, você sabe que eu te amo. – disse ele me abraçando.

–Jeremy di Angelo, não.

–Vamooooos Biaaaaa.

–Não. Eu tenho dever de casa.

–Poooor favooooor.

–Tudo bem, mas bem rápido ta?

–yes!

Pegamos o carro do meu pai na garagem.

Eu dirige na estrada, a festa era longe, e ainda estava chovendo.

–Eu não devia ter feito isso. – disse pra ele.

–por que não?

–Por que é errado!

–Não é não.

–Nós roubamos o carro do papai!

–Bianca cala a boca, só por que você é a filhinha certinha não significa que eu também seja! – eu desconfiava que ele já estava bêbado, ele tinha esse péssimo habito de ir bebendo pra todas as festas.

–Jeremy não me mande calar a boca!

–Você não é minha mãe! É só uma putinha que ninguém quer fuder!

–Eu nunca devia fazer anda pra você. Você ta se matando Jeremy! Eu não me importo, odeio você! – disse gritando e olhando pra ele.

Jeremy arregalou os olhos olhando pra frente.

–Bia cuidado! – gritou pouco antes do caminhão bater contra o carro.

Bem onde Jeremy estava sentado..

Meu irmãozinho morreu na hora.

E as ultimas palavras que eu disse para ele foram “eu te odeio”.

Eu é que deveria estar morta,

Eu estava dirigindo aquele carro, eu aceitei que saíssemos de casa com o carro do meu pai.

Eu matei o meu irmão”

Eu chorava no peito de Will enquanto lhe contava tudo. Era uma merda. Eu não queria mais chorar por isso, mas isso não impedia que eu o fizesse todos os dias.

–A culpa não foi sua...

–Foi sim. Por minha causa agora Jeremy esta morto. Eu disse que se ele morresse eu não me importaria..

–Não foi sua culpa Bia...

–Rachel esta certa! Ela esta certa! Eu matei o Jer... Eu matei o meu irmão.

–Não ouça ela.

–E por que não?! Ouça ela você também! Não faz sentido você ser meu amigo; Eu sou o pior ser da terra! Eu sou desprezível! – disse gritando.

–Não. – ele disse segurando o meu rosto com as mãos. – você não é horrível Bianca di Angelo, você é a garota mais maravilhosa que já conheci.

–Como você pode dizer isso?

–Por que eu sei Bia, você é perfeita. Você é totalmente maravilhosa, a única que conseguiu me fazer rir, sorrir. Bia você é mais que especial!

–Não minta pra mim.

Eu estava começando a me irritar. Não precisava que ele me fizesse se sentir bem, ia fazer com que eu me entupisse de sonhos, não podia gostar do Will.

Era meio automático, era muito fácil gostar dele. Eu só não podia arrastar um garoto tão bom para minha vida de merda.

É como jogar um diamante no lixo.

–Não estou mentindo, olhe para mim. – disse ele levantando o meu rosto pra eu poder olhar nos olhos dele. – você é única Bia, lembre-se disso.

Seu rosto estava a 3 centímetros do meu.

–Juro que vai ser a ultima vez! – eu mesma disse segundos antes de o beijar, seus lábios eram macios e quentes, pensei que poderia ficar ali por séculos, só o beijando.

Até que me separei dele ofegante muito vermelha, sabia que ele iria embora e nunca mais iria querer me ver.

–Duvido. – disse e me puxando novamente para ele, aprofundando cada vez mais o beijo.

Me separei dele, algum tempo depois, por que tinha parado de contar o tempo depois que seus lábios tocaram nos meus

–Bia? – ele chamou com a voz baixa e como que despreocupada. Eu ainda segurava seu pescoço e ele minha cintura.

–Sim? – perguntei no mesmo tom de voz.

–Eu gosto de você ta?

Quem se importa. Eu poderia gostar de alguém como ele só uma vez.