Get Out Alive escrita por Mandy-Jam


Capítulo 4
E que os Jogos Vorazes comecem!


Notas iniciais do capítulo

Aviso logo que vai ter uma cena pesada. Não tããão pesada, mas é tensa.
Mas é bem rapidinha, então... Ignorem.
Aqui vai...



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O espaço de treinamento foi aberto para os tributos logo após o café da manha. Cada um deles já tinha ou começava a pensar em uma estratégia.

Na arena eles deviam saber sobreviver. Fosse lutando e eliminando os outros, ou reconhecendo frutas comestíveis e lugares seguros para se esconder. O último era o plano de Bia.

Ali na sala de treinamento, vários profissionais preparados pela Capital estavam disponíveis para ensinar diversas técnicas diferentes de sobrevivência.

Assim que Bia entrou na sala ele viu que todos os outros tributos já estavam treinando. Os olhos dela correram pelo local. Podia identificar a garota do Distrito 1, a do 2, e o garoto do 3 praticando alguma espécie de luta. A outra carreirista, do Distrito da pesca, estava treinando escalada.

Bia teve que parar para pensar no que faria. Suas habilidades de luta não eram nem de perto tão boas quanto a dos carreiristas, isso era um fato. Mas achava que, se existia algo mais importante que saber lutar, era saber reconhecer plantas venenosas caso precisasse comer alguma coisa da floresta. (Se é que a arena seria assim).

Suas chances de ganhar podiam aumentar se ela aprendesse truques básicos de resistência. Depois ela tentaria lutar. Bia foi para perto da garota do Distrito 12 e da do 6.

- Podemos ver que essa planta é venenosa por causa desses traços aqui... – Explicava um homem, enquanto elas prestavam atenção.

Do outro lado, Mariana do Distrito 1 resolveu treinar a sua pontaria. Ela pefou uma das lanças no canto da sala e estava pronta para jogá-la contra um alvo na parede, quando seus olhos bateram na segunda garota do Distrito 8. A que aparecera no meio do desfile. Nina Castro.

Mariana a achava muito suspeita. Como assim o Distrito 8 seria o único á ter dois representantes?! Não era para ser assim. Aquilo diminuía as suas chances.

Mas... E se acontecesse um pequeno acidente? Nina nem mesmo deveria estar ali, logo... Se a lança da Mariana fosse um pouco mais para a direita, fugindo do alvo sem querer...

- Ah! – Berrou Nina se jogando no chão. A lança da carreirista acertou centímetros de distância da sua cabeça. Se tivesse ido um pouco para o lado, era o fim. Ela piscou os olhos, chocada, mas Mariana só se limitava a sorrir falsamente – Isso podia ter me acertado, porra!

- Tsc. Se toca. – Disse Mariana indo para a sua direção. Ela arrancou a lança da parede e riu – Isso vai te acertar. Mais cedo ou mais tarde.

Nina se levantou morrendo de raiva, e cerrou os punhos indo na direção dela. Mariana ia levar um belo soco, mas dois pacificadores avançaram cruzando os braços de modo ameaçador.

- Vai fundo, otária. – Implicou ela – Vem me dar um soco se tem coragem!

Nina continuava encarando Mariana com raiva mas ao sentir que tocaram no seu ombro, ela virou-se para checar quem era.

- Não faz isso. – Pediu Flávia do Distrito 6. Ao lado dela estava a garota do Distrito 12, Amanda. Nina pensou melhor. Brigar com outros tributos era contra as regras dos Jogos.

- Eu vou sim. Me aguarde na arena. – Disse Nina. Ela se virou para ir embora, mas Mariana a empurrou, fazendo-a cair em cima de Amanda,

- Nenhum de vocês vai ter chance contra mim. – Disse ela sorrindo triunfante.

- Ei! – Exclamou Nina – Ela acabou de nos machucar! Não vão fazer nada?!

Os pacificadores se viraram as costas e foram embora como se nada tivesse acontecido, o que deixou Nina incrédula.

- Esquece isso. – Disse Amanda em um tom baixo – Ninguém vai brigar com os queridinhos da Capital.

- Eu ajudo vocês a levantarem. – Ofereceu Flávia docemente.

- Você é lesada por acaso?! – Perguntou Mariana – Tributos que sentem pena e tentam ser bonzinhos são os primeiros á morrer, sua burra.

Flávia abaixou a cabeça triste, e isso fez Amanda ficar com raiva da carreirista.

- Está agindo assim porque ninguém vai te ajudar? – Implicou ela.

- Eu tenho os outros carreiristas como equipe temporária. – Falou ela – A arena vai ser pintada com o sangue de vocês.

Todas ficaram tensas ao ouvirem isso, mas resolveram individualmente ignorar. Flávia tocou no braço de Amanda e estava pronta para ajudá-la, quando...

- Não faz isso. – Disse Amanda devagar.

- Mas eu só... – Ela tentou dizer.

- Eu sei. Eu entendo que queira ajudar, mas não faça isso. – Interrompeu Amanda calmamente – Até por que, eu não vou poder te ajudar de volta mais tarde.

Nina sorriu triste. Amanda e Flávia eram pessoas legais e tinha certeza de que muitos outros tributos também eram. Tinha certeza também que poderiam ser ótimos amigos, se não tivessem que matar uns aos outros.

Amanda se levantou e Nina também. Flávia sorriu sem jeito e elas retribuíram o sorriso, mas logo desviaram os olhares e cada uma foi para uma atividade diferente.

Rhamon tentava observar o melhor possível os outros competidores treinando para saber quem era bom em que. Amanda era péssima em todos os tipos de luta ou tiros ao alvo, e isso era estava bem claro para todos. Bruna tinha uma ótima mira. Mariana e Mateus eram muito fortes. Natália era habilidosa com nóis. Thaiana e Nina eram boas em lutas corpo á corpo, mas isso podia ser driblado com um ataque á distância.

Os outros não eram lá tão importantes. Podiam não ser ruins, mas também não tinham uma característica marcante em batalha.

Por mais que Rhamon estivesse preocupado com os carreiristas, ele ficava feliz por terem pessoas como Amanda, Rodrigo e Vinícius competindo. Eles eram de longe os mais fracos, e não tinham nenhuma habilidade que faria a diferença na hora de salvar suas vidas.

Quando o treino acabou todos se retiraram. O dia seguinte se repetiu, pois tinham mais treinamento.

Porém mesmo que tivessem 10 dias de treinamento, nada poderia prepará-los para o que enfrentariam de verdade na arena.

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                                        Arena

Cada um deles estava de pé em uma pequena plataforma circular de metal. Tinham que esperar exatos 60 segundos para sair correndo.

Rodrigo olhava para frente fixamente. A cornucópia estava repleta de armas, o que não era algo tão impressionante já que os carreiristas e alguns outros tributos tiraram notas bem altas dadas pelos idealizadores dos jogos.

Todos os carreiristas tiraram 11. Flávia, Bruna, Thaiana e Nina tiraram 7. Amanda foi a que tirou a nota mais baixa: 4. Bia ficou com 8. Vinícius, 6. Rodrigo tirou um 5. A nota mais alto era 12, o que tornava ele e Amanda os tributos com piores pontuações.

Ele ficou tão preocupado com a idéia de parecer fraco e não ser ajudado pelos patrocinadores durante o meio dos Jogos, que só se tocou que podia correr até a cornucópia quando os outros tributos saíram de suas plataformas e correram em direção ás armas.

- Marda! – Berrou ele ao notar que estava para trás.

Tudo aconteceu muito rápido, mas cada cena pôde ser vista com facilidade.

Os carreiristas tinham chegado primeiro e tiveram a sorte de pegar as primeiras armas. Todos sabiam que iriam ter mortes, mas ninguém queria morrer logo nos primeiros segundos dos Jogos.

Bia conseguiu estivar o braço, pegar uma mochila, e sair correndo para longe de lá. Bruna correu em direção á um machado, e assim que o pegou teve que virar para se defender de Rita, que segurava uma espécie de facão. Bruna conseguiu derrubá-la, e estava prestes a acabar com a carreirista quando notou que Mateus corria em sua direção com uma clava.

- Deixa para depois. – Disse Bruna correndo para longe do lugar.

Nina passou ao lado de Vinícius, que pegou uma mochila e se mandou. Ela pegou uma espada que estava logo ao seu alcance, e já teve que se virar para defender-se de Mariana e seu ataque com uma lança.

- Você já era agora! – Rugiu ela. Nina, entretanto, conseguiu desviar. Ela ia ficar para brigar, mas notou que Natália se aproximava, por isso saiu correndo. Mariana jogou a lança, na esperança de acertar Nina, mas ela passou só raspando. Nina a pegou do chão e saiu correndo com a nova arma.

Flávai pegou um escudo e uma mochila um pouco diferente, e saiu encolhida se protegendo.

Rita estava de pé quando viu Amanda. Ela ia passar despercebida. Pegara uma ferramenta de garimpo e estava correndo para longe da cornucópia, quando Rita resolveu eliminar a tributo mais fraca. E ela conseguiria, se fosse um pouco mais rápida.

Rita ia cortar o pescoço dela, só que Amanda escorregou e passou deslizando pelo chão, logo abaixo do facão. Amanda notou Rita ao seu lado, por isso assim que caiu puxou o seu pé, derrubando-a também.

- Até mais. – Disse Amanda correndo.

Rodrigo e Thaiana eram os que faltavam. Eles correram, mas tiveram o azar de pegar a mesma mochila azul.

- Solta! É minha, droga! – Reclamou Rodrigo, mas Thaiana também a puxava para si. Os carreiristas se aproximaram todos juntos, e a garota do Distrito 8 resolveu largar e correr pela sua vida.

Rodrigo pegou a mochila e saiu correndo, mas não antes de empurrar Thaiana para trás com força. Ela caiu no chão, e se levantou rapidamente. A garota tentou correr para a direção oposta dele, mas Natália colocou o pé no seu caminho. Ela caiu novamente.

Mateus pisou nas suas costas com força. Rita puxou seu cabelo para trás, deixando sua garganta completamente exposta. Com a outra mão, Rita cortou o pescoço dela, fazendo-a sangrar. Mariana a jogou para trás, e como Thaiana continuava viva, se engasgando com o próprio sangue, ela afundou sua lança na barriga dela.

Rodrigo arregalou os olhos para a cena, e saiu correndo o mais rápido que pode, aproveitando que os carreiristas estavam distraídos com ela.

Um tiro de canhão foi ouvido, o que mostrava que o primeiro tributo tinha sido morto.

- Que nojo, que nojo, que nojo! – Pensava Rodrigo enquanto saía correndo. A parte onde estava a cornucópia era um grande gramado verde, cercado por árvores que iam aumentando seus números cada vez mais enquanto você avançava.

Depois de correr por vários minutos sem agüentar mais, Rodrigo jogou-se no chão e resolveu respirar. Uma já tinha sido morta. Agora restavam 12.

Ele podia sentir toda a comida que comera desde que chegou á Capital indo para a sua boca novamente. Estava enjoado. Aquele sangue, aquela cena terrível o fizera ficar tenso demais.

O próximo podia ser qualquer um. Por exemplo... Ele estava lá, parado no meio da floresta. Será que olhara em volta para checar se tinha alguém por perto? Ou ao menos tinha se importado em verificar se fora seguido?!

- Droga... Eu vou morrer. – Murmurou ele tenso. Rodrigo pegou a mochila, a abriu, e olhou o que tinha dentro. Será que o que tinha pego era tão bom assim? Valia dar a vida de alguém por ela?

Assim que puxou o zíper, Rodrigo viu o que tinha lá. Um tipo de pistola que conhecia muito bem. Era uma pistola de pregos, usada para matar vacas e bois. Ele conhecia aquilo, e sabia como usar. Ótimo.

- Se alguém se aproximar de mim, eu furo o puto! – Exclamou ele carregando a arma. Ele ouviu algum som na floresta, e deu um pulo, apontando a arma. Não tinha ninguém á vista. Também... Era difícil ver com tantas plantas na sua frente.

Ele desviou a arma para o chão, relaxando um pouco, mas então ouviu o barulho de novo. Rodrigo franziu o cenho tenso e apontou a arma novamente. Ele esperava que fosse uma pessoa.

- Que é que está aí?! Estão me sacaneando, é?! – Berrou ele com raiva – Bem... Eu tenho pregos!

Ninguém disse nada. Rodrigo estava prestes a atirar só para assustar quem quer que fosse, mas foi aí que viu...

- Um... Coelho? – Perguntou ele franzindo o cenho.

Sim, um simples coelho. Talvez ele estivesse ficando louco logo nos primeiros momentos dos Jogos. Ninguém tinha nem mesmo ido atrás dele, mas Rodrigo estava tenso do mesmo jeito.

Ele revirou os olhos para o coelho e guardou a arma. Como era do Distrito 10, Rodrigo sabia várias coisas importantes sobre animais. Por exemplo... Ele entendia que, se tinha um coelho vivo ali, era porque tinha água, e comida para ele. O que era um bom sinal. Ele ao menos não morreria por sede ou fome.

O coelho começou a andar em uma direção, e Rodrigo colocou a mochila nas costas. Ainda não tinha visto o que mais tinha lá, mas preferia não perder o coelho de vista. Encontrar um lugar para ficar seria a melhor coisa que ele podia fazer no momento.

Bia segurava sua mochila. Ela estava sentada em uma pedra, para poder descansar da corrida. Ela tinha percorrido uma grande distância da cornucópia e esperava que os carreiristas parassem para conversar sobre uma estratégia.

- Ok... Calma, Bia... Calma... – Respirou ela. Bia abriu a mochila e olhou o que tinha pego. Ela sorriu ao ver que tinha uma garrafa de água, um saco de amendoins, e uma caixa com um tubo.

Bia a tirou de lá de e notou que era uma caixa cheia de dardos. Esperava que fossem dardos envenenados. Isso seria bem interessante.

Ela não teria que lutar de perto com os carreiristas. Poderia matá-los de longe, e eles nem mesmo saberiam quem fizera isso.

Bia não sabia ao certo quem tinha morrido, mas torcia para ter sido um deles. Se bem que era difícil um dos carreiristas morrer logo de cara.

De qualquer forma, só tinha uma coisa que ela sabia. Que dali para frente, os Jogos Vorazes estavam definitivamente iniciados. E se ela queria sair de lá viva... Teria que matar. E é claro... Precisaria de sorte.

- Que a sorte esteja sempre com você. – Murmurou Bia – Assim espero.


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Notas finais do capítulo

O que vocês acharam?
O garoto vaca tem pregos. Cuidado!
Bia tem dardos envenenados. Tenso.
O que vai ser daí para frente? Espero por reviews! Até o próximo capítulo!



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