Get Out Alive escrita por Mandy-Jam


Capítulo 1
A Colheita


Notas iniciais do capítulo

Aqui está o primeiro capítulo da minha primeira fic de Jogos Vorazes! Espero que esteja realmente boa, e espero também alguns reviews.
Mesmo que só tenham 6 outras autoras de fics desse livro. Haha!
Aqui vai...



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Distrito 1

Lá estavam todos reunidos para o dia da colheita. As pessoas iam animadas para o centro do Distrito responsável pela produção de artigos de luxo. Muitos haviam treinado durante meses (até anos) para caso tivessem a sorte de serem escolhidos para mais uma competição dos Jogos Vorazes.

Uma vitória sobre os outros Distritos? Esse era um sonho entre a maioria das pessoas de lá. Na verdade, todos os carreiristas pensavam desse jeito.

Todos menos uma pessoa... Rita.

Ela tinha 16 anos e a idéia de ser chamada para participar dos jogos não a alegrava em nada. Não gostava daquela competição. Daquela matança desnecessária. Mesmo que a Capital estivesse torcendo e beneficiando os carreiristas, aquilo continuava sendo algo terrível.

Massacrar pessoas que nem mesmo querem estar participando disso? Nem pensar.

Mesmo assim... Lá estava ela. Parada na praça principal do Distrito Um, esperando o sorteio.

Aquele ano seria especial, e todos sabiam disso. A Capital resolveu fazer uma edição única dos Jogos Vorazes. Naquele ano, somente pessoas da mesma faixa etária seriam escolhidas. Ninguém sabia qual era, mas seria desse jeito. Além disso, só teria um representante por Distrito.

Embora parecesse mais fácil, essa edição devia ter algum tipo de truque. Algo para aumentar o nível de dificuldade, para dar mais divertimento á todos da Capital. Por que não? Afinal não era por isso que eles montavam esses Jogos? Só para poder mostrar seu poder encima dos outros, e para se divertir com o sofrimento dos submissos Distritos.

- Ridículo... – Rita deixou escapar sem querer. Algumas pessoas olharam para ela, o que a fez sentir-se tensa. Será que não devia ter dito aquilo? Poderia ter problemas mais tarde.

Mas não era isso. Na verdade... Era outro assunto. Rita não entendeu de primeira porque era o centro das atenções, mas por fim se tocou. Seus olhos foram para o painel enorme que mostrava o participante selecionado, e lá estava sua foto. Seu nome brilhava em letras amarelas.

- Rita Monteiro. – Anunciou o prefeito – Onde está você?

- Droga... – Murmurou ela com medo. Fora escolhida, e depois daquilo não tinha volta. Ela caminhou até o palco onde ele estava, e a multidão foi abrindo espaço para ela. A maioria das pessoas a parabenizavam, mas várias murmuravam desapontadas querendo trocar de lugar com ela.

- Será que... Eu não posso trocar de lugar com alguém? – Perguntou ao prefeito, mas ele negou com a cabeça.

- Não nessa edição, querida. Sinto muito. – Respondeu ele calmamente. O prefeito começou a bater palmas, e todos fizeram o mesmo. Seria o começo de um inferno para aquela garota do Distrito 1.

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                                       Distrito 2

- E o escolhido será... – Disse o prefeito.

Toda a multidão do Distrito 2 estava ainda mais ansiosa e animada que a do Distrito 1. As pessoas estavam tensas, esperando, torcendo e desejando com todas as forças que fossem chamadas.

Os adultos invejavam os jovens por poderem ser escolhidos, e ter a chance de trazer glória e vitória ao Distrito.

Na parte de Panem especializada na produção de armas, não havia espaço para pessoas como Rita, que não gostavam dos Jogos. Pelo contrário. Pessoas desse tipo eram consideradas fracas, e alvos perfeitos para os primeiros ataques.

Eram eliminados logo de cara, e por pura dievrsão.

- Mariana Masson! – Anunciou o prefeito.

Uma garota de cabelo até um pouco abaixo dos ombros e uma franja lisa, se levantou com um sorriso triunfante. Sua pele era um pouco bronzeada, e seus olhos eram castanho escuro, quase pretos, mas passavam um brilho de emoção enorme.

- Isso! – Comemorou ela – Se ferraram, otários! Eu é que vou ganhar os Jogos Vorazes, seus perdedores!

Mariana foi até o palco com um enorme sorriso, e cruzou os braços esperando pelos aplausos de todos. Não se desapontou. Todos bateram palmas animados, embora alguns quisessem atirar pedras nela por ter conseguido ser escolhida e esfregar isso na cara de todos.

- Tenho mais que certeza que nosso Distrito conseguirá a vitória. – Anunciou o prefeito fazendo todos se calarem – O Distrito 2 conseguiu ganhar a última edição, e dessa vez não vai ser diferente!

A multidão gritou concordando.

- Vamos mostrar para eles do que nós somos capazes! – Anunciou ele levantando os braços em sinal para a multidão gritar. Todos berraram animados.

- Sangue! Sangue! Sangue! – Berravam em uníssono. Mariana sorriu triunfante. Ela seria responsável por ganhar de todos. Era um trabalho pesado, mas tinha certeza que conseguiria.

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Distrito 3

Todas as fábricas pequenas do Distrito 3 estavam fechadas. As pessoas costumavam trabalhar exaustivamente na produção de eletrônicos para a Capital, mas não no dia da Colheita. Nem pensar.

Todos deviam permanecer na praça até que o candidato fosse escolhido. E foi assim que aconteceu. A população cansada estava parada, esperando o pronunciamento do nome do sortudo que representaria o Distrito nessa edição especial dos Jogos.

Mateus, entretanto, estava prestando atenção em outra coisa. Na verdade, ele sempre estava prestando atenção em outra coisa. Ele tinha uma enorme dificuldade de manter o foco nas coisas importantes, por isso, enquanto o prefeito falava, ele pensava na produção das fárbricas.

A Capital sempre pede uma enorme quantidade de torradeiras, por exemplo. Para que eles precisavam de tantas torradeiras?, pensava ele.

- Uhm... Isso é interessante. – Pensou ele coçando o queixo pensativo, e estreitando os olhos. Mateus tinha um pequeno topete de cabelo preto, e olhos castanhos bem claros.

- Mateus. Presta atenção. – Cutucou alguém.

- Aham. Isso mesmo. – Confirmou ele sem ouvir.

- Mateus Carvalho. – Disse o prefeito.

- É. Isso mesmo. – Confirmou ele ainda sem ouvir.

- Mateus Carvalho! Onde está você? – Perguntou ele novamente.

- Porra, Mateus! Você foi escolhido! Se toca, animal! – Berrou alguém empurrando ele. Mateus quase caiu no chão, e piscou os olhos.

- Ahm? Eu o que? – Perguntou sem entender, mas quando olhou para a placa digital que mostrava sua imagem, e seu nome, ele entendeu – Eu fui escolhido?! Mesmo?!

- Sim! – Comemorou alguém do seu lado – Você vai participar dos jogos!

- Ah, que merda, mano! – Exclamou ele revirando os olhos – Que saco. Agora vou ter que matar 11 outros malucos!

- Você tem problemas, não é? – Perguntou alguém franzindo o cenho para ele. Mateus deu de ombros e subiu no palco. O prefeito, um tanto relutante por causa da manifestação dele quanto á escolha, resolveu fazer uma pergunta.

- Ahm... Então, filho... Você tem certeza que não quer ir? Pode ter a chance de trazer vitória para nós.

- Por que? Eu posso trocar com alguém? – Perguntou Mateus com um sorriso.

- Bem... Não, mas... – Respondeu e foi interrompido.

- Porcaria... – Murmurou Mateus abaixando o rosto desapontado. O perefeito ficou um pouco desconfortável, mas resolveu bater palmas incentivando a multidão. Todos bateram palmas um pouco hesitantes, e Mateus resolveu mandar beijos para todos.

- Estamos perdidos... – Pensou o prefeito – Que maluco...

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                                        Distrito 4

- Por muitas temporadas nós acabamos não levando o mérito que merecemos nos Jogos Vorazes, mas esse ano, nessa edição especial, será diferente. Vamos mudar a nossa sorte, com a escolha de um novo participante. – Anunciou o prefeito.

O cheiro de peixe dominava o local. Um pouco desagradável para as pessoas que não estavam acostumadas, mas para todos do Distrito da pesca, era completamente normal. Ninguém se importava mais.

- Agora vejamos quem será esse sortudo... Ou sortuda, é claro. – Disse o prefeito olhando para o painel instalado pela Capital. Algumas cores se moveram pela tela, e por fim a imagem de uma garota se formou.

Cabelo até os ombros em camadas, castanho claro, olhos escuros. Seu nome era...

- Natália Fernandes! – Anunciou o prefeito – Suba aqui e receba os aplausos de todos!

Natália fez isso. Não porque realmente queria, mas porque não tinha nenhuma outra opção. Era muito simples para ela, na verdade. A Capital controlava todos e mostrava o seu poder com os Jogos Vorazes. Todos só pensavam nisso. Ganhar e enriquecer, principalmente os carreiristas. Mas ela não.

Na verdade, ela tinha sonhos maiores. Queria dar o fora daquele Distrito que fedia á peixe. Não queria mais ajudar seus pais a pescar o dia todo. Aquilo cansava. Sua vida não era a melhor de todas, mas ninguém naquele distrito tinha realmente as melhores condições.

Mesmo sendo carreiristas, eles não podiam comer os peixes que pescavam, a não ser que tivessem dinheiro. Não era o caso de muitos ali. Além disso, não podiam nem mesmo se aproximar das cercas que protegiam todo o Distrito. A não ser que quisessem levar uma bela surra em praça pública dos pacificadores.

Assim que Natália pisou no palco, sua mente começou a ter algumas idéias. Talvez ter sido escolhida não fora tão ruim. Ela poderia dar um jeito de fugir antes dos Jogos começarem.

Seria ótimo, pensou, e acabou abrindo um sorriso. A multidão pensou que ela tinha sorrido por ter sido escolhida, por isso todos bateram palmas felizes.

- Vitória ao Distrito 4! – Exclamou o prefeito.

- Vitória! – Berraram todos.

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                                        Distrito 5

Só aqueles que ficavam lá sabiam o quanto a Capital podia ser cruel. A população desse Distrito vivia controlada pelo medo e pela pressão dos pacificadores. Não tinha uma única coisa que você fizesse que não fosse controlada e monitorada.

Bia estava cansada disso. Talvez fosse por causa disso que ela tinha certos traumas. Ela nunca, nunca mesmo pensou em tentar fugir de lá. Por mais cruel que a vida pudesse ser dentro das cercas que rodeavam o lugar, era três vezes pior o que aconteceria com você se te pegassem tentando escapar.

Afinal, o Distrito 5 era o responsável pelas pesquisas de DNA, mutações genéticas, e certos experimentos sigilosos, o que nunca descartava a doce idéia de ter mais uma cobaia para utilizar.

Bia tinha 16 anos, cabelos cacheados pretos, e um certo pânico de qualquer assunto que considerasse perigoso. As pessoas que trabalhavam nos laboratórios do lugar tinham que obedecer a inúmeras ordens. Não podiam pegar nada de dentro do centro de pesquisa, mexer em experimentos confidenciais, e muitas outras regras.

Não era nada raro ver pessoas sendo arrastada para dentro de laboratórios e nunca mais encontrá-las novamente. Ninguém nunca sabia o que eles faziam com essas pessoas, mas podiam apostar seus poucos suprimentos de comida que não era nada bom.

- Hoje é mais uma vez o dia da Colheita. – Anunciou o prefeito. As pessoas já estavam amontoadas na praça esperando pela terrível notícia. Muitas mães abraçavam seus filhos e filhas, com medo de serem escolhidos – Acho que vocês sabem muito bem que escolheremos um único herói para representar nosso Distrito na frente da Capital, não é? Então... Acho que é melhor vermos o nome do participante.

Bia começou a respirar fundo. Ela tinha muito medo de ser escolhida, e tinha quase certeza que seria a primeira a morrer se participasse dos Jogos.

- Beatris Sampaio. – Anunciou o prefeito. Um dos pacificadores entregou á ele o papel sorteado. Bia quis cair morta ali mesmo e acabar com isso de uma vez – Nossa heroína!

- Nada bom... – Murmurou Bia. Todos os olhares pararam nela, e ela pode sentir seu corpo simplesmente cair. O pior é que ela sabia que provavelmente estavam filmando aquilo e que mostrariam para todos os Distritos. Ela seria o prato principal até mesmo para o escolhido do Distrito 12. Queria levantar e trocar com alguém.

Mas sem trocas, essas eram as regras. E enquanto Bia andava até o palco, as pessoas abaixavam a cabeça, quase que mostrando que sentiam muito pela sua sentença de morte.

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                                        Distrito 6

Gostando ou não, querendo ou não, todos tinham que permanecer na praça para o sorteio. Não importava também se estavam tossindo seus pulmões fora por causa de uma crise de pneumonia.

- Calma, vai ficar tudo bem. – Disse Flávia, uma garota de cabelos loiros, e olhos azuis. Ela foi em direção a sua irmã e passou a mão pelas costas dela – Nós vamos conseguir os medicamentos logo.

- Flávia, fica quieta antes que os pacificadores reclamem com a gente. – Disse sua irmã. Cecília revirou os olhos e tentou respirar fundo, mas era realmente incomodo.

O Distrito 6 era responsável pela produção de medicamentos, mas isso não quer dizer que todos que morem lá sejam saudáveis. Pelo contrário. Era muito comum ver pessoas morrendo de crises respiratórias, inflamações, infecções, até mesmo doenças crônicas que têm tratamento. A Capital controla toda a distribuição e manda quase todo o estoque de medicamentos para lá. As pessoas do Distrito 6 ficam com poucas dosagens, e mesmo assim, são caras demais para todos comprarem.

- E aqui vamos nós escolher o nosso representante nos Jogos. – Disse o prefeito um tanto tenso. Ele sorteou um nome. Podia ser qualquer um mesmo, mas o destino tinha que se divertir de seu jeito macabro de sempre – Flávia Visconti.

Os olhos azuis de Flávia se levantaram em direção ao palco de madeira onde ele estava, e pode notar que todos a encaravam. Ela deixou sua irmã e sua mãe e foi direto para o palco.

- Que a sorte esteja com nosso Distrito! – Anunciou ele, mas poucas pessoas bateram palmas para Flávia.

Até por que... Ela era só uma garota doce e gentil de 16 anos, que parecia muito mais 13. Ninguém ali realmente acreditava que ela pudesse ganhar, mas isso não afetou muito ela.

- Talvez eu tenha chances... – Pensou ela – E vou poder voltar com muito dinheiro, para ajudar a todos aqui.

E depois disso... Ainda faltavam alguns Distritos.


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Notas finais do capítulo

No próximo capítulo veremos quem será escolhido para os Jogos.
Espero por reviews, e até mais!



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