O Vento E A Chama escrita por Jewel


Capítulo 18
SEGUINDO EM FRENTE...




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Daquele dia em diante era como se eu tivesse voltado a ser quem eu sou.

No dia seguinte quando chamei Paula para sair, ela aceitou estranhando. Eu estranhei aquela atitude dela mais ainda. Afinal, nós sempre saíamos: happy hours, festas, barzinhos... até uma balada de vez em quando – com Sydney claro.

Seja como fosse, saímos para dançar. Meu corpo ficou feliz com aquilo. Eu não saía para dançar desde voltara de Chicago. Em algum momento, Paula me abraçou dizendo: “Eu sabia que um dia você ia voltar! Que saudade!”. E só então me dei conta de como eu também devia ter andado estranha durante aqueles meses. Ao olhar para Paula, pude vislumbrar o que JinKyu, JungHo, Bae e YoungTae tinham passado... mas eu estava feliz agora e um dos motivos era a certeza de que eles também estavam.

A rotina se re-instaurou naturalmente. Eu tinha a sorte de ser convidada para várias festas e inaugurações e comecei a comparecer a quase todas.

Me lembrava de MinSuk ainda, era verdade. Às vezes me sentia mal, às vezes pensava em enviar um e-mail, na maior cara de pau, como se nada tivesse acontecido. Mas eu não era tão descarada, assim, me resignava a procurar de vez em quando alguma notícia sobre ele. Não achava muita coisa. Só menção a alguns trabalhos como ator, muitos elogios às suas performances solo... As pessoas estavam admiradas como ele tinha melhorado ainda mais. Eu lia tudo e ficava feliz.

Ainda não tinha tentado sair com ninguém, ainda que ficasse feliz em ser paquerada. Eu não era feia, como Sidney sempre brincava, de modo que vez ou outra alguém me chamava para sair. Até tentei dar uma chance para um cara que conheci em uma recepção, mas antes do fim da noite ele já se mostrou um completo babaca, então mandei passear.


–--

Já se passara seis meses de minha partida quando recebi o primeiro e-mail de Robert. Ele era o único que sempre falava comigo apenas por skype.

Oi Ju! Com está tudo? Deixa eu te perguntar uma coisa. Tem problema se eu der o seu contato para o Ben? Parece que ele vai aí perto e queria te visitar. Eu nem sei porque estou perguntando, mas como achei estranho que ele não tivesse seu contato, achei melhor perguntar. Me avise. Beijos.

Respondi.

Oi Robert! Tudo certo por aqui, espero que por aí também. Que eu me lembre eu dei meus contatos para Ben... talvez ele tenha perdido, mas não há problema algum não. E você? Quando vem me visitar? Beijos!”.

Enviei.


Cerca de três dias depois, recebi um e-mail de Ben.

Olá Ju! Espero que ainda se lembre de mim! lol Rob me deu seu e-mail. Eu vou participar de uma conferência aí no Brasil, na cidade de São Paulo. Eu não me lembro de onde você é, mas pensei em te visitar, se não for longe e se não for te atrapalhar. Você é a única pessoa que eu conheço do Brasil. Quem sabe poderia me mostrar algumas coisas... Me avise.

Me lembrei de nossa última conversa. Eu tinha me sentido estranha com a declaração dele em sua festa de despedida, mas depois tudo ficou
bem. Achei que não teria problemas em fazer companhia a ele, principalmente se fosse o caso de um ou dois dias.

Oi Ben! Claro que me lembro de você! Como você está? Sim, ele comentou comigo que talvez você viesse para aqui perto. Na verdade você está vindo exatamente para a cidade em que moro. Ficarei feliz em te mostrar a cidade. Apenas me mande a data para que eu possa me planejar. Até!


No outro dia ele já respondera. A conferência ocorreria dali uma semana e duraria três dias. Marquei na agenda, ansiosa e temerosa ao mesmo tempo.

–---

Cheguei em casa após o trabalho e liguei para o hotel em que Ben estava hospedado. Após alguns minutos, Ben estava ao telefone:

Oi Ju!

– Oi Ben! Tudo bom?

Tudo ótimo! E você?

– Estou bem. Como está a conferência? – ri.

Maçante mas interessante. – ele riu também.

– Você está muito cansado?

Para sair? Não mesmo!

– Eu pensei de irmos jantar.

Por mim, tudo bem.

– Ok. Posso te pegar às... 20h? – inquiri.

20h. Estarei te esperando.

– Combinado! Tchau! – e desliguei.

Entrei no banho tentando já imaginar como seria a noite. Pelo sim e pelo não, eu chamara Paula e Sidney para ir jantar conosco. Eles
aceitaram de bom grado – principalmente depois que eu contei toda a história para Paula – lembrar de suas caras e bocas me fez rir. Ela não perderia por nada.

Vesti uma calça escura, minha blusa nude e uma jaqueta de brim preta. Brincos, maquiagem e perfume cuidadosamente escolhidos para não parecer interessada em Ben. Infelizmente eu estava mais receosa do que queria, então planejei as coisas com cuidado.

Parei o carro no estacionamento do hotel e respirei fundo. Entrei no saguão e me dirigi à recepção. Mal começara a perguntar ao rapaz que
me atendeu e já senti uma mão em minhas costas.

– Ben! – disse, contendo a surpresa e abraçando-o.

O abraço foi normal e aquilo me aliviou bastante. Quando sorri, o fiz sinceramente:

– Eu não te vi!

– Eu achei mais fácil ficar esperando aqui embaixo. – ele sorriu. – Puxa, você está diferente!

– É? – estranhei, sorrindo.

– É. Acho que não tinha te visto assim... tão formal. – brincou ele.

– Ah...! É, em Chicago eu era só uma estudante, não é? – pisquei para ele, brincando.

Ele assentiu rindo. Quando entramos no carro, começamos a conversar. Ele se mostrou bastante interessado sobre o que eu tinha vivido em Chicago, depois que ele se fora. Eu contei sobre as aulas, algumas festas mas nada mencionei sobre MinHo, afinal, aquilo era íntimo demais. Depois foi minha vez de perguntar sobre sua vida em Los Angeles, desde sua chegada. Ele me disse que tudo corria muito bem, com algum aumento de responsabilidades que às vezes ocasionava uma maior quantidade de problemas, mas que estava adorando lá.

Quando nos aproximamos do restaurante, informei-o de que tinha chamado um casal de amigos para nos acompanhar. Ele pareceu não se
importar nem um pouco, mostrando-se até um pouco animado por conhecer mais pessoas. Fiquei feliz com isso.

Sentamo-nos e pedimos uma bebida para aguardar, ele ainda me
contando sua visão sobre os californianos e eu o enchendo de perguntas. Como sempre ele se divertia sem se importar.

Alguns minutos depois, avistei Paula e Sidney na entrada do restaurante. Me levantei e eles se encaminharam até nossa mesa.
Cumprimentei-os.

– Ben, estes são Paula e Sidney. Dois grandes amigos meus.

– Muito prazer! – disse Ben.

– Como vai? – cumprimentou Sidney.

– Olá! – cumprimentou Paula, arregalando os olhos suave e sutilmente em minha direção, lembrando-me Jane.

Nos sentamos e começamos a conversar. Ben explicou melhor sobre o que era sua conferência. Sidney comentou que eu tinha falado que Ben viajara boa parte do mundo – nessa parte Ben me olhou entusiasmado e eu fiquei sem graça – e o assunto se tornou as viagens que cada um de nós já havia feito, nos divertindo muito.

Algum tempo depois me dirigi ao banheiro, acompanhada de Paula. Mal entramos no banheiro ela já cruzou os braços e ficou me encarando.

– Que foi? – perguntei-lhe, minha testa franzida.

– Esse é o ‘estranho Ben’? – ela inquiriu arqueando as sobrancelhas.

– Eu nunca disse que ele era estranho! – ri, entrando no privativo.

– Mas a sua história me fez imaginar que ele fosse! – continuou ela, do lado de fora. – Em nenhum momento você disse o quanto ele era lindo! Minha nossa! Que o Sidney não me ouça, mas que homem é esse? Eu que não ia me importar se ele desse em cima de mim! – ela riu.

Saí e tentei olhar para ela séria, mas ri de sua expressão de fascinação.

– Ele parece o Ben da Felicity! – disse ela.

– Hã? – tentei comparar mas não consegui.

– Será que ele ainda é a fim de você? – ela parecia uma alcoviteira animada.

– Paula: não começa.

– Não vou começar... Mas, nossa! Por que você não me disse que ele era tão lindo?! Eu precisava ter me preparado psicologicamente!

Ri enquanto enxugava as mãos. Realmente Ben era exatamente o
tipo de Paula: loiro, olhos azuis, alto, forte. Então ri mais ainda ao compará-lo com meu amigo Sidney: japonês, mediano, quase franzino. Admirei mais uma vez os caminhos da vida...

– Do que está rindo? – perguntou ela.

– De nada. Só... da sua animação.

Voltamos para mesa, Sidney e Ben bebiam e riam. Sidney enxugava os olhos de tanto rir quando nos sentamos. Ben sorriu e me perguntou sobre qualquer coisa, puxando assunto. Continuamos a conversa, quando de repente Paula me lança:

– Mas e aí, Ben? Tantas viagens e nenhuma garota que te amarrasse em lugar nenhum...?

Eu congelei por um instante. Precisei fazê-lo ou esganaria Paula ali mesmo. Ao contrário de mim, Ben sorriu respondendo-a:

– Mais ou menos. Eu conheci muitas pessoas, algumas me marcaram bastante...

– Alguma namorada?

– Algumas... – ele riu. – Mas agora acho que sosseguei.

– É? – inquiriu Sidney.

– É. Estou saindo com uma garota de Los Angeles há uns dois meses... quem diria, né? – ele brincou e Sidney riu, o que me fez pensar sobre o que eles estariam rindo quando voltamos do banheiro.

Tentei ser sutil em meu suspiro de alívio. Olhei para Paula e a vi murchar um pouco, ainda que disfarçasse. Agora eu poderia ficar em paz mesmo.

Quando deixei Ben em seu hotel ele parecia muito feliz. Eu também estava. Fora uma noite muito agradável e animada.


No dia seguinte, na parte da tarde, levei Ben para conhecer alguns lugares. Eu tinha separado alguns mas me surpreendi pois ele mesmo separara outros.

Ben tinha ficado particularmente interessado no Museu de Língua Portuguesa quando lera sobre São Paulo, então começamos por lá. Ainda que ele não compreendesse o idioma, ficou interessado na tecnologia apresentada. Seguimos para outros lugares, levei-o para tomar um café em frente ao prédio do Banespa e para alguns lugares especiais para mim, terminando no Ibirapuera.

Conversamos bastante sobre o futuro desta vez, andando pelo parque. Ele me contou que agora era uma espécie de Diretor na escola em que estava e que faria um evento para multiplicar a informação recebida nesta conferência. Falou ainda sobre algumas ideias que andara tendo e eu ficava fascinada com a paixão pelo ensino que ele demonstrava.

– E você? – perguntou ele após algum tempo. – Eu estou falando tanto de mim! Me conta um dos seus projetos.

– Bom, tenho que desenvolver um vídeo institucional para uma empresa de mineração, que agora está adotando um sistema mais sustentável e quer promover isso. Há algumas parcerias com outras empresas de marketing que estamos fazendo... Tem muita coisa em andamento, mas nada que seja tão interessante, acho. – ri.

– E na vida pessoal?

– Xi... – eu balancei a cabeça.

– Tão ruim assim? – ele levantou as sobrancelhas, sorrindo.

Eu sorri, avaliando se estava tão ruim assim.

– Eu quero ver se começo a estudar outro idioma este ano. Ainda não decidi qual... talvez chinês ou francês.

– Tudo a ver! – brincou ele.

– É. Por isso ainda estou na dúvida. – ri. – Estou procurando um apartamento para comprar... acho que cansei de onde estou morando agora. Mas está difícil achar o lugar perfeito.

– Sempre é. Eu morei em pelo menos quatro casas desde que me mudei para Los Angeles. – contou ele. – Quando a gente chega, não sabe muito bem o que procurar, só depois que a gente vê.

Sorri, concordando.

– E o coração? – piscou ele, brincalhão.

– Pois é... – suspirei, disfarçando. “E o coração, Juliana??”, perguntei a mim mesma.

Ben aguardou em silêncio pela minha resposta.

– Eu não sei Ben. – comecei. – Não que eu esteja procurando, mas... sinceramente acho que não estou na vibe, sabe? Ninguém me chama atenção, me interessa... – dei de ombros.

Ben andou ao meu lado, em silêncio, parecendo um pouco sem jeito.

– Robert me contou... – disse ele, muito sem jeito. – ... sobre o rolo que você teve em Chicago...

Engoli seco, sem olhar para ele. Tentei continuar andando como se aquilo não tivesse mexido comigo, mas fracassei.

– Você ainda gosta dele? – a voz de Ben era tão delicada remexendo minhas feridas que eu quase não me importei.

Afinal, não era culpa dele que Robert tivesse a boca tão grande. Anotei mentalmente de falar com Robert sobre isso, assim que nos encontrássemos pelo Skype.

– Talvez. – disse, calmamente. – Mas acho que não é por isso não. Eu ando ocupada com tanta coisa que fica difícil me dedicar à procura do príncipe encantado. – brinquei.

Ele sorriu e nós andamos em silêncio mais um pouco.

– Como é o nome da sua namorada?

– Linda. – ele sorriu.

– Está apaixonado, não está? – disse-lhe, animada. Adorava ver as pessoas apaixonadas.

– Acho que sim. – ele sorriu e continuou de uma maneira quase solene. – Ao contrário do que você deve achar, eu prefiro ir devagar com essas coisas.

Eu ri. “Ao contrário do que você deve achar...”. Com certeza eu achava o contrário!

– Mas vocês estão juntos há dois meses, não estão?

– Sim. Eu estou bastante ligado nela já. Mas vamos com calma. – ele riu.

Continuamos conversando, mudando de assunto de tempos em
tempos.


No dia seguinte, à noite, saímos e fomos dançar. Novamente chamei Paula e Sidney, que toparam na hora. Ben estava muito a vontade com eles, parecendo amigos de longa data para quem visse de fora. Dançamos bastante, bebemos um pouco e nos divertimos muito.

Já era quatro da manhã quando fui deixar Ben em seu hotel. Ainda comentávamos sobre a noite dentro de meu carro.

– Você não quer mesmo que eu te leve ao aeroporto amanhã? – perguntei-lhe.

– Não. Eu já pedi o translado daqui. – ele riu. – E, se formos avaliar, meu voo é daqui a pouco. Não acho que você vá estar tão bem disposta assim!

– Você não viu nada! – eu ri. – Já fiquei 36 horas acordada, direto! Isso aqui é fichinha!

Ele riu, jogando a cabeça para trás. Encostou-se e riu mais um pouco.

– Muito obrigado, Ju... eu adorei estes dias aqui!

– Imagina Ben! Eu também adorei te receber!

Ele me olhou sério e apertou bem os olhos me avaliando.

– Que foi? – perguntei, rindo.

– Sério mesmo? Eu achei que você só tinha aceitado por educação...

– Bom, talvez. – minha sinceridade o fez gargalhar. – Mas agora não é o caso. Eu realmente gostei de te mostrar os lugares, de nossos passeios, de nossas conversas... Você foi uma companhia muito agradável, Sr. Benjamin.

– Você também, dona Juliana! – disse ele batendo em minha mão.

Aquilo me fez rir e ele me acompanhou, sem graça.

Então ele se inclinou para se despedir de mim... E me beijou de leve os lábios.

Eu arregalei os olhos. Ele manteve o rosto bem perto do meu, seus olhos profundamente azuis cravados nos meus, fazendo-me engolir seco. Acho que o meu silêncio deve tê-lo motivado pois, no instante em que eu pensava em uma reação, ele me abraçou e me beijou, dessa vez para valer.

Seja qual fosse a reação que eu quisesse ter, fosse gostando ou não, ela estava muito lenta. Era com se meus lábios recebessem a informação, ela caminhasse até meu cérebro mas, ao chegar lá, algo não se encaixasse. Refletia sobre isso, enquanto Ben me beijava e eu correspondia mecanicamente. Foi então que ele segurou minha nuca e a informação se encaixou.

Ainda que, conscientemente, eu soubesse que não era MinSuk quem me beijava, meu corpo respondeu àquela sensação familiar. Quando dei por mim, estava beijando Ben quase na mesma intensidade com que ele me beijava, minhas mãos em seu rosto e pescoço.

Quando paramos, eu me afastei lentamente. Seus dedos não estavam mais em minha nuca. A sensação familiar passara... o que havia agora era um tremendo embaraço.

– Ben, eu... – comecei a dizer, mas ele colocou o dedo em meus lábios sorriu e olhou para baixo.

– Tudo bem, Ju... – ele parecia realmente chateado. – Eu sempre estrago as noites...

E eu sempre tento te animar...”, me resignei.

– Está tudo bem, Ben. Só vamos fingir que nada aconteceu. – sugeri, olhando o volante a minha frente.

– Ok. – ele refletiu um pouco e depois sorriu. – Muito obrigado pela companhia que me fez esses dias.

– De nada. – sorri, me esforçando.

– Até mais, Ju.

– Tchau Ben.

Sorrimos um para o outro, no melhor estilo ‘nada aconteceu’ e ele se foi.

Fiquei observando-o entrar no hotel e debrucei-me ao volante, respirando forte. Eu estava muito chateada pelo que acontecera com Ben, mas o que me chocava era a sensação ainda em meu corpo. Eu sabia que não era MinSuk, porém meu corpo pareceu se esquecer, ou melhor, não se importar nem um pouco com isso.

Segui para minha casa, sentindo muita raiva de mim mesma. Sentindo raiva de Ben. Sentindo raiva de MinSuk.

Me joguei em minha cama, ainda com raiva, mas apenas em minha mente. Meu corpo sentia algo muito diferente, ainda que familiar. Ele sentia falta de MinSuk. Aos poucos minha mente cedeu, as cenas vinham aos montes, pela primeira vez desde que chegara de Chicago. Me lembrei de tudo, sem exceções.

Ainda tremia levemente quando adormeci.


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