Visitas Inesperadas escrita por Janus


Capítulo 3
Capítulo 3




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- Lá estão elas – disse Mina chamando as outras.

- Já estava na hora. Mas onde está Serena? – perguntou Ray.

- Namorando – disse Anne assim que chegaram mais perto.

- Só podia ser a Serena mesmo.

- E o que fazemos agora?

- Esperamos Sohar aparecer.

- Posso comer doce enquanto isso? – perguntou a pequena Rini.

- Claro! – disse Joynah – eu vou com você.

- Você também não recusa doces – disse a Rini mais velha.

Joynah apenas mostrou a língua em resposta.

- Já aprendeu os maus hábitos de Serena – disse a Rini mais velha balançando a cabeça.

- Voltem logo – avisou Amy.

- Me conta como é o futuro – pediu Mina a Rini.

- Bem... não é muito diferente daqui não. Temos parques, plantas, escolas...

- Mas e as coisas ultra científicas? Naves espaciais, carros flutuantes, estas coisas?

- É.. tem – disse Anne – mas nós quase não vemos. Ficamos todo o tempo em Cristal Tókio.

- Mesmo? Então vocês não saem para se divertir?

- Nos últimos anos não – disse Rini. Mesmo porque, estamos naquela fase de nos preparar para o grau intermediário. Além disso, as pessoas comuns ainda não se acostumaram com a gente.

- Grau intermediário?

- Seria o colegial de vocês – explicou Rini – mas é muito mais puxado.

- Estamos divididos em muitos distritos – continuou Anne, explicando um pouco mais do futuro – e há outros governos no planeta ainda, se bem que as relações e a paz predominam. Mas nossos poderes assustam alguns, e é melhor ficarmos um pouco afastados para não causar temor.

- Mas o nosso é onde reina a maior paz. As diretrizes da mamãe são bem desenvolvidas, e estão sendo seguidas – disse Rini – e papai tem cuidado bem das questões burocráticas.

- Parece lindo – disse Lita.

- O chato é que ainda tem escola – disse Anne.

- IUPPIIIII!!!!!!

- O que foi isso?

Olharam ao redor e viram, acima delas, Joynah voando com a pequena Rini nos braços. Delineados pelos raios do Sol, podiam perceber uma forma parecida com asas de borboleta se projetando de suas costas. Lita ficou abismada e sem reação. Anne pos a mão no rosto, não acreditando. As outras ficaram de boca aberta.

Rini deu um salto e conseguiu pegar o pé de Joynah. Ajudada por Anne, as duas  a puxaram com força para o chão. Com o impulso, ela soltou a pequena Rini que foi pega pela Mina. Joynah no entanto, caiu sentada no chão. Com força!

- Ficou louca? – berrou Anne – as pessoas aqui não estão acostumadas com isso.

- Ai, ai, ai... desculpa. É que eu queria divertir a menina.

- Vocês podem voar? – perguntou Amy surpresa.

- Apenas – Anne olhou para Rini e viu que ela balançou a cabeça – Joynah. Ela consegue usar sua força vital para criar asas de energia, e assim, pode voar.

- Mas não aterrisso muito bem – disse Joynah se levantando.

- Como ela pode fazer isso? – perguntou Lita ainda surpresa.

- Na verdade – respondeu a Rini crescida – nem ela sabe como. Apenas começou a voar a partir dos quatro anos.

- É impressionante.

- Nem tanto – disse Joynah ainda esfregando o traseiro – não consigo voar por muito tempo, e, quando uso meu ataque, minhas asas somem. Não consigo fazer as duas coisas ao mesmo tempo.

- Vocês ainda precisam lutar no futuro? Não é uma época de paz? – questionou Amy.

- Hum... bem... – tentou explicar Anne – aparentemente algumas criaturas demoníacas conseguiram burlar a vigília de Urano e Netuno e chegaram a Terra. São bem fracas, mas... err.. nossos pais não nos deixam cuidar do assunto sozinhas.

- Bem – falou Lita olhando para Joynah – eu ficaria preocupada com minha filha lutando contra demônios, mesmo que fossem fracos.

- Ainda não viu o que minhas irmãs aprontam – disse Joynah – da última vez, você... quer dizer, minha mãe as deixou dois meses de castigo no restaurante.

- Restaurante?

- Err.. vamos deixar isso para lá... – respondeu Joynah já ficando vermelha de vergonha.

- Ademais – completou Rini – vocês não são mais velhas que nós agora, e estão enfrentando criaturas muito mais fortes com regularidade.

- Algumas das minhas filhas serão sailors também? – perguntou Ray que, até então, tinha ficado em silêncio.

- Você não vai ter filhas – disparou Joynah – apenas dois filhos.

- Um deles é uma graça – comentou Rini fazendo cara de apaixonada.

- Pois eu acho que o outro é mais bonito ainda – retrucou Joynah com a mesma expressão.

Antes que Ray tivesse tempo de ficar surpresa com o que estava imaginando a respeito do comentário das duas sobre seus futuros filhos, Mina cochichou em seu ouvido:

- Parece que você está tendo o raro prazer de conhecer de antemão suas futuras noras... antes mesmo de conhecer os filhos.

Ray olhou com expressão de pânico para ela, incapaz de fornecer qualquer resposta ao comentário.

- Vocês duas não acham que já estão falando demais não? – criticou Anne – agora elas já sabem que Ray vai ter dois filhos, e que vocês estão namorando firme com eles. Só falta falar que nem a Ray do futuro, nem a rainha Serena sabem nada sobre isso!

- Ops! – recriminou-se Anne ao perceber que já tinha fornecido uma nova informação.

- Meus filhos estão namorando escondidos?!?!!? – Exclamou Ray  furiosa – PORQUE?!?!

- Bem.. – tentou dizer Rini - quer dizer.. sabe.. não, você não sabe... acontece que... ai! como vou dizer isso?

- Estou esperando... – Ray olhava fixamente para ambas, esperando por uma resposta aceitável.

- Ela e rainha Serena estão brigadas no futuro? – perguntou Lita.

- Não – ambas responderam – nada disso.

- Então, porque este namoro as escondidas? – perguntou Amy, também curiosa com aquilo.

- É que.. bem...

- AI! É que todas as nossas mães ficam muito em cima da gente fazendo muitas perguntas!!! – desabafou Joynah

- E ficam dando muitos palpites, tentando “ajudar” nossos romances – completou Rini – quando descobrirem com certeza vão ficar demais em cima da gente.

- Bom, agora elas já sabem. Menos a futura rainha Serena – comentou Anne rindo.

Ray e Lita ficaram vermelhas de vergonha.

- Acho melhor mudarmos de assunto – disse Ray para Lita.

- Concordo – respondeu ela.

Alheia a toda a discussão, a jovem Rini tinha acabado de devorar os doces que tinha comprado junto com Joynah...

- Lorde Sohar...

- MAS QUER PARAR COM ISSO DE LORDE???  - Berrou ele – não agüento mais ouvir isso!

- Desculpe – Luna ficou encabulada – é que...

- ...é um velho hábito – disse ele ao mesmo tempo que ela – eu sei... Mas, se não quiser que eu volte a ter também o velho hábito de dar nós em caudas alheias, sugiro que pare com isso!

Luna engoliu em seco, Artemis olhou surpreso para ela.

- Dar nós em cau...

- Artemis, CALE-SE!

- Certo... não está mais aqui quem falou...

- Bem... – prosseguiu Luna – lor... quer dizer, Sohar, eu não sei onde está Sailor Plutão. A última vez que a vi foi na “bola puu” de Rini, quando fomos ao futuro.

- Uma pena – comentou ele – eu não queria que as meninas soubessem que posso usar o portal do tempo.

- Por que? – questionou Artemis.

Sohar olhou para baixo, do alto do edifício de doze andares em que estava. Sempre gostou de apreciar a vista de locais altos. Apesar de sua esposa sofrer de uma certa vertigem destes mesmos locais, ele, sempre que podia, a levava junto para terem certa privacidade. Uma pena que não podia fazer isso agora. Sua esposa, neste tempo, ainda não o conhecia, e ainda iria demorar duzentos anos para isso. Seria bom poder discutir a situação com ela.

- Ninguém ainda sabe quem realmente eu sou no futuro – respondeu ele – com exceção de Setsuna – olhou para eles sorrindo fracamente – e de vocês. Mas já andaram percebendo que tenho habilidades muito... impressionantes.

- A rainha Serena não sabe? – perguntou Luna.

- Não – respondeu ele – nem poderia. Ela tinha apenas dois anos, e isso na sua vida anterior, quando me viu pela última vez.

- Mas, porque o senhor não quer que eles saibam? – insistiu Artemis.

Sohar olhou para a rua abaixo deles por longos minutos antes de responder.

- Com o seu senso de justiça, Serena e Edymion iriam querer dividir o poder comigo. E eu não tenho nenhum interesse nisto. Abdiquei de minha ascensão ao trono há milênios atrás.

- Mesmo assim, com a morte de seu irmão, o senhor é quem tem mais direito ao trono, especialmente pela rainha Serenity não ter tido filhos homens.

- Não quero assumir a posse do Cristal de Prata – disse ele – o novo Milênio de Prata não precisa disto para continuar, e, além disso, eu já sou guardião do Prisma Solar. Na verdade, só estou vivendo naquele mundo porque acabei me apaixonando e me casando com uma de suas habitantes.

- Hum – comentou Luna com uma voz de aprovação – e quem é a felizarda?

- Curiosa você, não? – ele se levantou – bem, já que sem Setsuna não posso usar o cetro de Granada, vou ter que ir até a Lua e pegar o cetro Solar.

- Não pode usar o cetro Lunar de Serena? – perguntou Artemis.

- Não. Este cetro é criação de seu próprio poder, bem diferente do cetro da rainha Serenity, que foi herança de meu pai. É uma pena que, mesmo no futuro, ela não perceba  seu real poder.

Ele olhou para o céu, em direção a Lua, que podia ser claramente vista, mesmo com o Sol já iluminando tudo.

- Mas eu gostaria de deixar o cetro Solar por lá mesmo. Pelo menos, por enquanto.

- Você não pode esperar muito – alertou Luna – quanto mais vocês permanecerem neste período de tempo, maior será a chance do futuro ser alterado.

- Seu futuro, meu presente – replicou ele. Sabe que nunca me incomodei com isso de viagem no tempo. O futuro é o que é feito a partir de agora, não importando quando seja este “agora”...

Luna olhou assustada para ele.

- Mas, desta vez, eu criei raízes – o olhar assustado de Luna atenuou-se quando ele disse isso – e não quero que minhas filhas deixem de existir.

- Filhas? – perguntou Artemis.

- Você também está muito curioso – disse ele dando uma puxada em suas orelhas, mas não com força para machucar – vamos – disse ele – as meninas já devem estar todas juntas. E eu pessoalmente tenho medo do que elas podem acabar aprontando.

- Você acha mesmo que elas iriam arrumar alguma confusão? Elas me pareceram bem comportadas – disse Artemis.

- Com três Serenas juntas, o que acha que pode ocorrer? – perguntou Luna.

- Hum... – pensou ele – acho melhor corrermos.

Eles não precisavam se preocupar. Quando encontraram as crianças, todas já estavam juntas – incluindo Serena e Darien – conversando sobre coisas que as visitantes do futuro faziam em sua própria época. Luna pulou no meio da roda que eles formavam, para chamar a atenção de que era hora de parar com as fofocas, pois era o momento  de decidir o que fazer com as visitantes.

- Parece que vocês se comportaram bem – disse Sohar assim que se aproximou.

Darien olhou para ele com uma certa frieza. Sohar imaginava o porque daquilo, e esperava que fosse apenas uma emoção residual de sua vida no antigo Milênio de Prata.

- Sim p.. Sohar – disse Joynah – não fizemos nada de errado – e sorriu timidamente.

Sohar encarou Anne.

- Nada além de voar um pouquinho e falar dos namorados – respondeu ela a pergunta silenciosa dele.

- ANNE! – gritou Joynah – sua linguaruda!

- Minha mãe de criação me ensinou a não mentir – disse ela desafiadora.

- Mãe de criação? – perguntou Amy.

- Você – respondeu Joynah com um sorriso malicioso.

- EU?!?!? – surpreendeu-se Amy.

- Chega! – disse Sohar em voz alta – vocês três não podem ficar juntas mesmo – comentou ele balançando negativamente a cabeça – sempre tentando alfinetarem-se mutualmente.

- Espere aí – replicou a Rini mais velha – eu me comportei direitinho.

- É – disse Serena – só ficou me irritando.

- Eu também irrito minha mãe no futuro – justificou-se.

- Só que sua mãe no futuro te bota para cuidar de sua irmã quando você faz isso – disse Sohar.

- Irmã? – todas perguntaram.

- Ai, ai – Sohar espalmou a mão no rosto. As outras três visitantes do futuro o olhavam com um sorriso de triunfo nos lábios, por ver que nem mesmo ele conseguiu evitar de falar de coisas que ninguém deveria saber ainda. Serena, por sua vez, ficou pálida. Ia ter mais uma filha?

- Bem, indo direto ao assunto – disse ele já desistindo de tentar botar ordem na situação – ainda não achei... – hesitou um pouco, pois não queria dizer o nome de Setsuna – um jeito mais rápido de voltarmos a nossa própria época. Por isso – prosseguiu – vocês vão ter de continuar por aqui mais um tempo.

- Oba!!! – disse a Rini mais velha.

- Calminha ai, menina – disse ele – eu vou até as ruínas do antigo Milênio de Prata, pegar algo que pode nos levar de volta. Devo ficar quatro dias fora. Posso confiar que não vão fazer nada impensado enquanto isso?

- Claro!

- Sem dúvida!

- Err... – perguntou Anne – o que o senhor consideraria como “impensado”?

Olhou para ela fixamente e disse:

- O que é que vocês acham? Se transformarem, lógico.

- Não se preocupe comigo – disse Joynah sorrindo – prometo que não vou me transformar.

- Grande coisa – disse Rini – você já nasceu transformada.

- Como?! – perguntou Ray.

- Depois eu explico – cochichou Lita em seu ouvido.

- Não sou culpada disto – respondeu ela com o nariz empinado.

- Joynah...

Joynah olhou para ele e abaixou a cabeça. Lita teve a nítida impressão de que ele tinha falado a ela como um pai, e não como um treinador. Mas, provavelmente, era apenas impressão.

Mas que ele era bonito, há, isso era...

- Tá bom – disse ela meio melancólica – vou fazer o possível.

- "timo – disse ele – Darien, já que não vou estar por aqui, vou pedir a você, como o mais velho e maduro desta turma, para evitar que estas três aqui se metam com as lutas das outras. Pode ser?

Darien olhou para as três, uma por vez, detendo-se por uns momentos para avaliar suas expressões de “santinhas” antes de responder.

- Que tal eu ir para a Lua enquanto você fica por aqui?

As três se sentiram ofendidas com o que ele disse, mas não ousaram comentar nada com Sohar ali.

- Eu tenho péssima pontaria para lançar rosas – respondeu ele sorrindo.

Darien sorriu também e respondeu.

- Tudo bem. Acho difícil acontecer algo assim nestes quatro dias.

- Então, eu vou indo – olhou para as três de novo – por favor – disse ele juntando as mãos e praticamente implorando – não... façam... confusão!

- Pode confiar em nós – disse Rini.

- Vou garantir isso – prontificou-se Luna.

- Eu também – disse Artemis.

- Tenho pena de vocês – disse ele – até breve.

Sohar virou-se e começou a caminhar.

- Espere um pouco – disse Serena se adiantando e olhando para Luna – como ele vai até a Lua?

- Ele tem seus meios – respondeu ela com ar misterioso.

Serena ficou olhando aquele homem se afastar. Acima dele, a Lua estava visível. Por alguns instantes, teve a impressão de ter tido um deja-vu. Como se já tivesse visto aquela cena alguma vez, mas, nesta outra cena, não era a Lua que estava acima do homem que se afastava. Era um círculo mais azulado, e muito maior. Seria... a Terra?

Anne subitamente ficou arrepiada, e com muito medo nos olhos. Joynah percebeu isto e a inquiriu.

 - O que foi? – perguntou preocupada com ela.

- Minhas mães – respondeu ela em voz baixa – estão se aproximando. Se nos verem juntas, vão imaginar as verdadeiras identidades das outras.

- Essa não! – murmurou ela – Serena!

- Sim? – as duas Serenas, a atual e a do futuro, olharam para ela.

- Vamos dar um pulo no virtuajogo? – disse agarrando ela pelo braço.

- Viruta-o-que? – perguntaram as outras.

- É uma casa de jogos no futuro – explicou a Rini mais velha – aqui, é chamado de fliperama – disse para Joynah.

- Que seja, vamos! – e acrescentou em voz baixa para ela – Haruka e Michiro estão chegando.

Rini olhou por cima da cabeça de Anne e viu ambas se aproximando. Ainda estavam distantes, mas estavam realmente vindo em sua direção.

- Não acho que agora seja um bom momento para isso – disse Amy – íamos nos reunir no templo para discutirmos sobre estes ataques para roubar os corações das pessoas.

- Bom, então podem ir – disse Anne – não se preocupem com a gente. A nossa Serena já conhece as coisas aqui e não iremos ficar perdidas. Podem ir, vão, vão, vão, vão, vão, vão...

- Nossa! – disse Serena – até parece que querem que a gente vá embora. Sohar disse para não deixarmos vocês fazerem arte.

- Ele disse para N"S nos comportarmos. Não falou nada para vocês ficarem cuidando da gente – disse Joynah irritada.

- Estava implícito -  desafiou ela.

- É, mas, não podemos interferir muito aqui, e não vamos ajudar vocês nesta situação de roubos de corações – disse Joynah já ficando desesperada – vão logo para o templo, nós vamos para o fliperama.

Tarde demais – pensou Anne.

- Olá meninas, oi Darien – era a voz de Michiro.

- Olá, cabecinha de vento – disse Haruka.

- “Cabecinha de vento”? – disseram Anne e Joynah ao mesmo tempo.

- Argh! – disse Serena ficando vermelha de raiva – já disse que não gosto de ser chamada assim.

- Bem – disse Anne – até que o apelido combina.

- Quem são suas novas amigas? – perguntou Michiro.

- Há – prontificou-se Serena – esta aqui é Joynah.... prima distante de Lita, esta aqui é a amiga dela, Anne, e esta outra aqui é minha outra prima. Também se chama Rini. Chegaram todas juntas de viagem ontem. São colegas na mesma escola lá em... onde fica mesmo? – perguntou para Joynah, esperando que ela confirmasse a mentira dela.

- Distrito das flores amarelas – disse Joynah evitando encarar Haruka e Michiro. Sabia que, depois desta explicação que unia as três, aquelas duas já imaginavam muito bem quem era cada uma delas realmente.

- Interessante – disse Haruka – quantas primas você tem?

- Err.. bem... eu não tenho muito contato com meus tios não – ela riu meio sem jeito – quantas irmãos você tem? – perguntou para Rini mais velha.

- Uma – respondeu ela também sem jeito apontando para a pequena Rini. Esta, para reforçar o que ela tinha dito a abraçou, dizendo:

- Maninha.

- Não vai nos apresentar? – disse Michiro com um sorriso doce.

- Há, claro. Estas são Haruka e Michiro. Nossas amigas. Haruka, apesar de não parecer, é uma menina, viu?

Darien notava com interesse que as visitantes do futuro estavam ficando muito preocupadas. Mas não quis perguntar nada.

- Prazer em conhece-las – disseram elas se curvando, sabendo inutilmente que não estavam enganando ninguém.

- Estávamos indo ver uma peça de teatro – disse Michiro – gostariam de ir com a gente? – perguntou ela olhando diretamente para Anne.

- Obrigada, mas... já estávamos indo para o fliperama, não é Joynah?

- Sim – disse ela encarando as duas pela primeira vez – a gente assiste ao teatro Kabuki uma outra hora.

- Como sabe que era esse tipo de peça? – perguntou Haruka olhando desconfiada para ela.

 - Adivinhei – disse ela com a mão esquerda atrás da cabeça – como vocês estavam de quimono, achei que iriam ver a alguma peça tradicional.

- Muito observadora – disse Michiro.

- O Kabuki é realmente muito tradicional – disse Ray - só tem atores homens, e é uma tradição passada sempre de pai para filho. Ninguém que não seja descendente pode representar nestas peças. São verdadeiros mestres nisto.

Amy ficou pensativa com aquilo. Olhou para Ray e percebeu que ela devia estar pensando na mesma coisa.

- Vai haver um churrasco depois disto – disse Haruka – um dos atores está representando pela primeira vez e seu pai decidiu comemorar a um estilo mais ocidental.

- Churrasco? – disse Serena com a língua nos lábios – Oba!

- Serena, nós temos que estudar – disse Ray olhando-a com reprovação.

- É mas, não se pode estudar com o estômago vazio, não é?

- O churrasco é só a noite – disse Michiro – até lá vai haver quatro peças, que vão durar o dia inteiro. O churrasco vai ser na casa ao lado do teatro. Tem uma piscina lá, se quiserem nadar um pouco, o anfitrião pode ceder roupas de banho.

- Só a noite? – disse Serena com os olhos tristes e com o corpo mole, sem nenhuma força ao descobrir que não teria como fugir dos estudos daquele dia.

- Isso mesmo – disse Ray, portanto, vamos estudar...

Ray e Amy começaram a arrastar Serena em direção ao templo.

- Adeus Serena – disse Darien – eu te vejo mais tarde. E estude direito, viu?

A pequena Rini foi embora junto com Darien. Ele tinha prometido leva-la ao cinema naquela tarde. Serena, logicamente, não gostou muito da idéia.

- Bem, nos encontramos no churrasco então – disse Anne para as outras que se afastavam.

Anne olhou para Michiro, e, meio encabulada, se despediu. Ela, Joynah e a Rini mais velha foram em direção ao fliperama. O Felinos também se dividiram: Luna ficou com as sailors do futuro, e Artemis foi com as outras no templo.

- Hum – disse Michiro observando os dois grupos se afastarem – ontem aparecem três novas Sailors, e hoje, uma destas sailors com mais duas amigas fazem amizade com essa turma. Sem contar que uma destas amigas é outra prima de Serena. Isso não faz você pensar?

- Pensar nada – disse Haruka séria – eu agora tenho certeza. Espero que nosso inimigo não apareça neste churrasco. Eu não agüentaria tantas incompetentes juntas.

- Não considero minha futura filha uma incompetente. – disse Michiro sorrindo.

- Espero que você não precise descobrir.


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