Visitas Inesperadas escrita por Janus


Capítulo 13
Capítulo 13




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Diziam que ele era um “doce“. Sempre gentil e disposto a ajudar. Mas se divertia ao contar como tudo tinha começado. Com um roubo! E ele era o ladrão. Tinha tentado roubar uma doce vovozinha que o encheu de pancada com a bengala que carregava – isso porque não teve coragem de revidar – até a polícia chegar e o salvar.

Como órfão e abandonado, teve uma certa simpatia do juiz que julgou o seu caso, que o condenou a “servir o próximo”, cuidando do jardim e da casa de uma instituição para indigentes. Começou com o jardim, logo foi ajudar – por conta própria – a reparar as camas, motivado por compaixão pelos indigentes. E sua “carreira” prosseguiu...

Não demorou muito, começou a agir como um enfermeiro. Agora, doze anos depois, ele ainda fazia tais trabalhos gratuitos – ficara viciado neles. Uma cerca para consertar em uma creche aqui, uma instalação elétrica em um albergue ali... a lista era interminável. Acumulara tanta experiência nisto que já abrira seu próprio negócio de trabalhos diversos, e tinha uma clientela que dobrava a esquina. Mas ainda mantinha o hábito de, pessoalmente e sem cobrar nada, fazer serviços aqui ou ali em instituições de caridade. Hábito este que iria manter mesmo no século XXX, quando estaria casado com uma sailor.  Mas isso ainda era algo que apenas os quatro que o observavam do topo de um prédio próximo sabiam.

Um pouco mais distante, ele percebeu uma menina de cabelos rosas chorando. Ficou intrigado e preocupado com aquilo, pois não viu nenhum adulto por perto, e já era um pouco tarde para aquela criança estar ali, naquela rua de pouco movimento, sozinha.

- Hi! O que eu estou fazendo ali? – perguntou Serena do topo do prédio.

- Você não sabe?

- Não me lembro disto – respondeu ela olhando o futuro pai de Rita ir em direção a sua versão mais nova – não me lembro mesmo!

- Oi menininha! – disse ele parando a uma certa distância para não assusta-la – algum problema?

- Eu... – seus olhos tremeram e ela começou a chorar de novo.

- Onde estão seus pais? – perguntou ele olhando de um lado para o outro – não me diga que você se perdeu deles.

- Mais ou menos – ela soluçou quando deteve o choro – eu peguei o ônibus errado e me perdi. Não sei onde estou e nem tenho dinheiro para ligar para casa! – Buaaa!!!!

- Calma! Você pode ligar a cobrar.

- Como?!?! – perguntou ela encerrando o choro de uma vez.

- Não sabia? Tem jeito de você poder ligar sem dinheiro.

- Não... eu não sabia.

- Bem, se confiar em mim, eu posso ligar para você ou mostrar onde tem um posto policial. Lá, com certeza, eles ligam para você.

Ele sabia – também tinha experiência nisto – que crianças perdidas de uma certa idade – como a dela – tinham medo – alias, um medo até saudável - de  pedir ajuda a estranhos, por isso forneceu aquela opção de mostrar onde tem um posto de polícia. Não queria que ela ficasse mais assustada e fugisse dele. Iria ficar mais perdida ainda.

- O obrigada! – disse ela com um sorriso.

- Bom, quer que eu ligue?

- Sim! – disse ela sorrindo pela primeira vez – eu quero.

- Tem um telefone do outro lado da rua. A propósito, como se chama?

- Rini! – respondeu ela.

Andaram até o outro lado da rua – ela ficou ao seu lado, o que o deixou satisfeito, pois ela já estava confiando nele. Mas ele não queria que ela confiasse muito. Não é bom as crianças pequenas acharem que qualquer desconhecido pode ser amigo delas.

Assim que chegaram ao telefone, ele chamou a telefonista e passou o fone para ela, para que ela pedisse a telefonista que ligasse a cobrar. Alguns momentos depois, ela estava falando com alguém de sua família. De nome Serena. Do jeito que falava, devia ser sua irmã mais velha.

- ... eu não sei onde estou! Se soubesse, já teria voltado para casa – disse ela nervosa – não! Acha que se eu estivesse com a bola Puu aqui já não teria pedido ajuda? Ela não está ai? Bom, deixa isso para lá... EU QUERO IR PARA CASA!!!!! Peraí que tem alguém aqui que sabe onde estamos.

Ele pegou o telefone e falou com a pessoa. Devia ser uma adolescente. Explicou onde estavam e que iria deixar a menina no posto policial que estava há cerca de quinhentos metros de lá. Até sugeriu que ela ligasse para o posto e pedisse para que um guarda de lá viesse ficar com ela. Logo depois desligou o telefone e sorriu para a pequena.

- Sua prima disse que vai vir no carro do namorado, mas vão demorar uma meia hora. Está com fome?

- Estou – disse ela um pouco mais calma.

- Tem uma padaria naquela direção – olhou para ela e sorriu – aceitaria um convite para jantar um delicioso pão com manteiga, minha jovem porém bela senhorita?

Rini ficou encantada com o galanteio infantil dele.

- Claro!!!!!

Rini pegou no braço dele e foram para a padaria. Mais um final feliz na lista interminável dele.

Distantes dali, as amigas de Serena receberam o recado pelo comunicador de que ela tinha encontrado Rini. Ela tinha conseguido ir parar quase que do outro lado da cidade. Como ela estava com um estranho, e iria demorar um bom tempo para chegar onde estavam, pediu, por via das dúvidas, para que fossem até lá como sailors, apenas por precaução.

- Meu Deus... – sussurrou Joynah – o que é isso?

- O que? – perguntou Serena.

Anne olhou assustada para Joynah. Ela tinha acabado de sentir aquela mesma presença do dia anterior. E estava muito, mas muito próxima. Será que Joynah estava sentindo o mesmo? Olhou para Sohar e este estava claramente preocupado, observando na mesma direção em que, ela sentia, estava esta presença.

- Alguma coisa... não sei... parece um calafrio. Medo, angústia. Vem de lá... – apontou para a mesma direção em que seu pai observava.

- Joynah! – comentou Anne com ela – você pode agora sentir o mesmo que eu sinto!

- É... isso o que você sente quando esses demônios aparecem? Como você não tem pesadelos?

- Eu até tenho, mas não é esse o caso. Você pode sentir isso na sua forma normal. Foi exatamente isso o que eu senti ontem, e você não tinha sentido nada.

Joynah olhou na direção de onde vinha a sua estranha sensação. Estava confusa com esta habilidade que nunca tinha se manifestado antes.

- Fiquem com seus broches e pendentes a mão – disse Sohar sério – isso não é um demônio.

- Não ?

- Não princesa. Não é um soldado sem cérebro – respondeu ele sem desviar o olhar – é algo que talvez as sailors não tenham ainda poder suficiente para enfrentar. Mesmo com Haruka e Michiro.

- Falando nelas – comentou Anne – elas estão se aproximando.

- Eu sei – disse ele.

Sohar parecia ser o único além dela que podia sentir a presença das sailors. Nunca teve coragem de lhe perguntar sobre isso. Mas iria faze-lo, qualquer dia.

Eudial parou o seu carro no lado oposto da rua em que Rini e seu salvador estavam na padaria. Rini estava olhando os doces da vitrine com um olhar de “quero comer”, mas ainda estava muito indecisa sobre qual deles seria a primeira vítima. Desnecessário dizer que o pão com manteiga foi riscado do cardápio daquela noite...

No assento do carona, uma figura sombria observava as redondezas. Procurava por algum indício de sua vítima, mas não percebia nada. No entanto, percebeu outra coisa. Uma presença que não sentia há séculos. Uma presença que ele temia.

- Ele esta por aqui – comentou a sombria figura com uma voz forte, quase gutural.

- Quem? – perguntou Eudial.

Urano e Netuno corriam como loucas, pulando por sobre os edifícios e postes de luz, para chegar rápidamente ao local. Haviam sentido primeiro que alguém de coração puro estava para ser atacado – se culparam de não estarem alertas para o fato mais cedo – mas depois, da mesma direção, estava aquela presença do dia anterior.

Conseguiram chegar a tempo. Pousaram no topo da padaria em que Rini estava no momento em que o carro com a estrela negra estacionava no meio fio da rua. Sabiam que a estranha e intimidadora presença estava ali, no carro. Mas podiam dar-se ao luxo de esperar e verificar o que iria acontecer.

Rini saiu da padaria carregando uma espécie de bolo em forma de sorvete de casquinha, junto com o seu salvador – e só então percebeu que não sabia ainda o seu nome.

- Como se chama? – perguntou ela de um jeito doce.

- Afonso – respondeu ele.

- Que nome estranho!

- É... mas era o que a placa que encontraram comigo dizia.

- Placa?

Ele sorriu docemente para ela.

- Eu fui encontrado sozinho. Cresci em um orfanato.

- Então... você não conheceu seus pais?  - Rini ficou angustiada com aquilo. Toda vez que se afastava por algum tempo de seus pais sentia uma enorme saudade. Não conseguia entender como alguém podia crescer sem uma presença paternal próxima.

- Não criança, eu não...

Ele sentiu! Era uma ameaça, algo que iria acontecer ali, onde ele estava. Não sabia o que era, mas precisava tirar a menina de lá. Sem cerimônia, pegou Rini no colo, derrubando o doce de suas mãos e começou a correr.

- Ele é a vítima – comentou Anne no topo do prédio.

Sohar apenas observava Haruka e Michiro em cima da padaria, que ainda não faziam nada. Tinham saltado para um prédio mais próximo, para terem uma melhor visão. As meninas já estavam com seus apetrechos de transformação a mão, apenas aguardando o sinal dele.

- Acha que ele consegue escapar sozinho?

- Eu não sei Serena – respondeu Joynah – está na cara que seus sentidos estão tão afiados agora como estarão no futuro. Embora eu nunca soube que ele tinha sido uma das vítimas dos Caçadores da Morte.

- Não há nenhum registro a respeito – afirmou a biblioteca ambulante Anne – no entanto, Amy irá registrar que, no dia de hoje, a vitima era desconhecida.

- Então ele pode ser pego mesmo – comentou Sohar.

Joynah viu que ele estava com os punhos cerrados, e muito concentrado. A única vez em que tinha visto seu pai assim, fora dois anos antes – no futuro – na Lua, quando ele tinha ido atrás delas naquela “visita não autorizada”. Foi também quando todas se tornaram sailors, e o segredo de suas famílias fora revelado as novas filhas e filhos guerreiros. Ainda se lembrava da surpresa que ela e as suas irmãs tiveram quando sua mãe revelou que era a sailor Júpiter.

- Pai – chamou ela – o senhor vai... agir?

Ele não respondeu. Apenas ficou concentrado no movimento abaixo.

Afonso percebeu que a ameaça vinha do carro branco estacionado. Também percebeu que não escaparia a tempo. A porta deste se abriu e uma mulher de cabelos vermelhos apontou uma arma para eles. Preocupado com a criança assustada em seus braços, usou o seu corpo como escudo, esperando que, qualquer que fosse a munição usada, não atravessasse o seu corpo e atingisse a menina.

Ele ouviu o som do disparo, ao mesmo tempo em que percebeu o grito de Rini. O que sentiu então era indiscritível. Ele viu, impressionado, uma bola luminosa escura sair de seu peito – devia ser o que o atingiu por trás – carregando um tipo de cristal junto. Sentiu uma enorme fraqueza, mas, pela menina, não se permitiu desfalecer. Olhou por cima de seu ombro e viu a mulher com a arma apontada para cima sorrir. Não sabia como, mas ele sabia, que ela queria aquele cristal que tinha visto.

Era a sua chance. Soltando a menina, gritou para que corresse para longe, e pegou o cristal com as suas mãos. Saindo correndo em seguida. Eudial praguejou e o perseguiu, não se importando com a menina. A figura sombria que estava ao seu lado no carro não saiu do lugar. Não era dele a missão de pegar cristais puros.

Ele não conseguiu correr por muito tempo. Logo – quando teve a certeza de que Rini estava longe do perigo – permitiu-se ser vencido pelo esforço, e desmaiou.

Urano e Netuno ficaram impressionadas com a força de vontade daquele rapaz. Poucas eram as pessoas que poderiam fazer aquilo, considerando toda a agonia e vazio por dentro que sentiriam naquela situação.

- Vamos – disse Urano.

- Espere – Netuno segurou o seu braço – veja.

- Eu não acredito!

Eudial se aproximou dele lentamente. Parou ao lado do corpo agonizante, e observou atentamente o cristal flutuando a poucos centímetros deste. Era realmente um cristal brilhante, mais do que a maioria. Aproximou-se para toca-lo quando foi interrompida por uma voz.

- Deixe ele em paz!

Eudial se virou e viu uma pequena sailor a encarando.

- Você de novo?

- Como ousa ferir uma pessoa tão nobre e bondosa como esta? Eu não permitirei que roube o coração puro dele. Eu sou sailor Chibi Moon, que luta pelo amor e justiça. Chibi Moon vai punir você em nome da Lua do futuro.

Do alto do prédio, a princesa Serena ficou vermelha quando suas duas amigas a encararam.

- Mas você já matraqueava faz tempo, heim? – comentou Joynah.

- Err... – gaguejou – é um hábito!

- Vejam! Ela já está atacando!

Chibi Moon já tinha lançado o seu ataque, e já estava meio agoniada ao ver que... tinha falhado de novo. Eudial a ignorou e foi pegar o coração puro, quando sentiu várias palmadas – pelo menos, a sensação era esta – no traseiro.

- AI!!!!! – gritou ela quando viu vários pequenos corações a castigando.

Anne e Joynah olhavam a cena e se esforçavam para não rir.

- Hum... então você já “atacava com tudo” quando era menina, não?

- Gente... não estamos aqui para avaliar a minha performance quando eu era mais nova.

- Sei... Rita vai adorar quando contarmos.

- Por favor! Podem contar para qualquer um! Menos para ela!

Chibi Moon estava radiante, mas... logo percebeu que Eudial não estava sendo muito afetada pelo seu ataque. Na verdade, ela estava furiosa.

- Já chega! – gritou ela, pulando por cima da seqüência de corações e parando atrás dela, logo em seguida dando um rasteira na pretensa aprendiz de sailor.

Chibi Moon caiu de boca no chão. Quando percebeu, Eudial já estava novamente do lado do coração puro preparando-se para pega-lo quando...

- Centelha de Júpiter!

Eudial afastou-se do coração para desviar do ataque de sailor Júpiter. De onde ela tinha aparecido? Assim que pôde ver melhor, viu Júpiter e Mercúrio, lado a lado. Mercurio estava vendo como Chibi Moon estava. Aquilo a irritou.

- Eu você ai no carro! Venha me dar uma ajuda!

As duas sailors se prepararam, mas ninguém desceu do carro.

- Droga! – praguejou ela.

- Pode repetir isso, você falhou novamente.

Olhou na direção da voz, e viu Urano e Netuno, examinando o cristal.

- Este não é o talismã – disse Netuno sorrindo para ela.

Chibi Moon correu diante delas e implorou.

- Por favor, devolvam o cristal para ele. Por favor!

- Calma criança – disse Urano - nós vamos devolver.

Eudial achou melhor fugir, mas então percebeu que seu caminho estava bloqueado por sailor Marte e sailor Vênus.

- Parece que chegamos na hora – comentou sailor Marte, a encarando.

- Droga! – ela estava cercada, e sem nada para usar para atacar, exceto a arma para arrancar cristais dos corações puros que tinha deixado encostada na parede perto de seu carro.

Enquanto isso, Urano devolvia o cristal ao seu dono, que, assim que o recebeu, abriu os olhos e tentava falar algo.

- Tenha calma – disse Urano para ele – você vai ficar bem, mas precisa descansar um pouco.

- É... é uma... armadilha!

Armadilha? Como assim? Melhor ainda, como aquele rapaz podia saber disto?

- Se você atacar estas sailors acho que seu alvo irá aparecer – gritou Eudial.

Finalmente, a porta do carro se abriu, todas as sailors ficaram de prontidão. Do carro, desceu uma pessoa que parecia ser muito normal, exceto que tinha a pele avermelhada, orelhas de gato e tinha um tipo de bastão pequeno nas mãos.

- Então – disse ele naquela forte voz – essas é quem são as sailors guerreiras? Que ridículo.

- Acha mesmo? – disse Urano, já começando o seu ataque, ao mesmo tempo em que Netuno.

Serena olhava para o relógio constantemente. Estava com pressa para chegar onde Rini estava.

- Serena – disse Darien – tenha calma, já estamos chegando.

- Eu sei. mas é que parece que tanto tempo se passou. E, além disso, eu estou preocupada.

- Já estamos chegando, é só virar a próxima esquina que...

Ambos ficaram de boca aberta assim que o carro dobrou a esquina. Houve um forte brilho, logo seguido por alguma coisa voando. Coisa esta que acertou o teto do carro, o amassando.

Darien imediatamente parou o carro e saiu para ver o que era aquilo.

- Sailor Netuno? – murmurou ele ao ver o corpo desfalecido dela no teto do carro.

Um grito chamou a atenção de Serena. Quando olhou na direção do mesmo, viu Urano atravessar uma vitrine de uma padaria. Tinha sido lançada com muita força. Olhando mais a frente da rua, viu aquele carro branco que já tinha aparecido tantas vezes. E um pouco mais além, estavam suas amigas, juntamente com Chibi Moon, aparentemente enfrentando um novo inimigo.

- Serena – disse Darien – transforme-se.

- Certo!

No alto do prédio, as três jovens ficaram de bocas abertas ao ver o poder daquele oponente. Ele não só conseguiu fugir do ataque de Urano e Netuno, como as jogou longe com aquele bastão.

- Transformem-se – disse Sohar.

Elas se entreolharam por alguns instantes.

- Pelo poder do planeta Terra...

- Pelo poder da Lua Titã...

- Poder Cósmico Lunar...

- TRANSFORMAÇÃO.

Abaixo, na rua, o poderoso oponente olhou para cima. Tinha acabado de sentir o seu alvo. Apontou o seu bastão para o alto de um prédio e preparou-se para emitir um jato de energia contra este.

- Pode parar!

Olhou na direção da voz.

- Como se atreve a atacar as minhas amigas? Jamais o perdoarei por isso...

- Exatamente – outra voz surgiu atrás dele – Eu sou sailor Moon!

- EU SOU A SAILOR MOON!!!!! – gritou a primeira que tinha chamado a sua atenção – e vou punir você...

- ... em nome da Lua! – completou a outra que tinha surgido depois.

- Argh!

- Sem brigas – disse uma delas – vamos atacar, agora!

Ambas as sailors invocaram um cetro e começaram um ataque muito parecido. Logo em seguida, dois corações vieram em sua direção. Ele apenas sorriu e, erguendo o seu bastão, o girou rapidamente, criando um escudo que rechaçou sem dificuldade o ataque de ambas.

- É só isso?

- Bem.... – disse uma delas encabulada - ... é!

- Minha vez – disse sorrindo.

Ele não teve tempo. Uma bola de energia veio em sua direção e ele desviou. Olhou para a sua origem e viu ela, o seu alvo. Imediatamente, disparou uma rajada de energia muito poderosa, acertando a sailor Terra que não conseguiu se desviar, fazendo-a atravessar uma parede de tijolos.

- Sailor Terra!!! – gritou Júpiter preocupada.

Ele não se incomodou com isso. Correu para o buraco na parede para terminar o serviço.

- Fogo de Marte acenda!

- Água Ilusória de Mercúrio()

()Considero esta uma tradução melhor do que as que passam no anime.

Ele nem se dignou a esquivar-se. Girando novamente o seu bastão, disparou um anel de força que, não só bloqueou o ataque das duas, como as atingiu em cheio, deixando-as inconscientes.

- Mas... que tipo de demônio é este? – perguntou sailor Vênus, não acreditando em como suas amigas estavam sendo facilmente vencidas.

- Vou ter que apelar – disse Rini, a mais velha.

- Pelo poder da Princesa da Lua!

Rini sofreu sua segunda transformação. Com seu novo cetro, elevou-se a cerca de um metro de solo e concentrou-se. Seu ataque não era visível, mas Vênus podia perceber como o ar ficava turvo ao redor deste. Devia ser alguma coisa que distorcia a luz.

- Onda de gravidade lunar! – gritou ela, ao mesmo tempo em que um círculo de alguma coisa que deixava o ar turvo, foi em direção a criatura.

Desta vez, ele deu atenção ao ataque. Girou o seu bastão, e uma assustadora explosão ocorreu quando o que quer que Rini tinha lançado colidiu contra o seu escudo. As sailors ainda de pé foram jogadas longe. Mesmo o carro de Darien, a distância, foi um pouco empurrado para trás, pelo deslocamento de ar. Quando tudo se dissipou, a criatura ainda estava lá, intacta – bem, não totalmente, suas roupas estavam rasgadas. E ele estava furioso.

Seus olhos brilharam, ao mesmo tempo em que ele arreganhava os dentes de ódio. De cada ponta de seu bastão. Raios foram emitidos contra a sailor com asas. Atingindo-a em cheio, e causando uma grande dor nela.

- Sailor Moon! – gritou sailor Titã ao ver aquilo. Sua amiga estava agonizando com aquele ataque. Ela tinha que fazer alguma coisa.

- Anel de Destruição de Titã!

Um anel vermelho surgiu em suas mãos. Ela o apontou para a criatura e, concentrando-se, preparou-se para atacar de uma só vez.

Ele percebeu.

Parou de torturar aquela sailor e olhou, atônito, para o anel vermelho que começava a pulsar nas mãos daquela sailor. Não poderia enfrentar aquilo. Não com todo o poder que teria. Não podia acreditar que uma pessoa tão jovem fosse capaz de controlar tamanho poder.

Atrás de si, a sailor Terra havia se recuperado, e estava furiosa. Ela invocou suas asas e voou por cima da criatura, indo ao lado de sailor Júpiter. Cochichou algo em seu ouvido e foi voando logo em seguida – carregando Júpiter no colo – para onde Urano tinha sido lançada.

Enquanto isso, Titã julgou que já tinha controle suficiente e disparou o ataque daquele anel. Suas mãos balançavam com tanta força que emitia, de tal forma que o seu ataque mais parecia a água esguichada de uma mangueira de jardim. Mas, ainda assim, ela conseguiu acertar a criatura algumas vezes – e destruir metade da rua.

Mais afastada, a sailor Moon do futuro despertou, com sailor Vênus e  sailor Moon – sua mãe - a amparando. Deu uma olhada ao redor e viu Titã usando o seu perigoso e quase incontrolável ataque.

- Onde está a sailor Júpiter?

- Foi com a sailor Terra para lá – apontou para a vitrine destruída da padaria.

- Já sei o que ela pretende fazer – disse – e acho que temos de fazer o mesmo.

- Como?

- Vênus, vamos fazer um ataque combinado. Eu ergo o meu cetro e você o atinge com o seu Raio Crescente.

- O que?

- Apenas, faça!

- E eu?

- Faça o seu ataque normal para distrai-lo, mamãe.

Mercúrio e Marte ainda estavam fora de combate. Urano e Netuno também. E, por enquanto, Terra, e Júpiter não estavam por ali. Assim, sobrava apenas para Titã, ela, Vênus e a sua mãe tentarem vencer a criatura. Alias, onde estava sua versão mais nova e Sohar?

- Eu quero ir! – teimava Rini.

- Princesa – disse Sohar – você viu o que aquela criatura pode fazer. A melhor ajuda que pode dar é levar ele para longe daqui.

Chibi Moon olhou para Afonso que ainda estava muito fraco. E teve que reconhecer que ele estava certo.

- Tudo bem, mas eu vou voltar.

- Eu sei que vai!

Ela quase não percebeu ele se mover. Em um instante, estava na sua frente, no instante seguinte, simplesmente tinha desaparecido.


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