Novamente estava metido em uma briga, como era comum naquele lugar. Os novatos sempre eram burros o suficiente para enfrenta-lo em uma luta. Dessa vez não foi diferente. Um garoto que julgava ser melhor o havia desafiado. Agora esse mesmo garoto estava imobilizado, com a espada jogada á meio kilômetro de distância e ainda estava extremamente cansado, mas, o que era curioso era que ainda ostentava aquele olhar desafiador.

– O que foi? Por que não está implorando por piedade? Perdeu a língua? – O que estava em vantagem na luta fala, apertando um pouco uma adaga ao pescoço do novato, que, talvez por nervosismo, prendeu a respiração por um momento, soltando o ar de uma vez.

– Implorar... Por piedade... – Murmura o garoto, tentando soltar os braços. Estava prensado contra o chão com o maior por cima segurando os braços pelos pulsos com a mão esquerda, incrivelmente forte, e a direita prensando a adaga contra o pescoço. Desde o início havia notado um colar curioso no novato, um colar que á todo momento mudava a cor do pingente, que era em forma de lua. Já ouvira falar daquele colar, só não lembrava o que ele era. A resposta veio logo em seguida de uma maneira dolorosa: o novato deu um choque no veterano, se soltando e correndo para pegar a espada novamente. O veterano fica fitando aquele colar, tentando lembrar qual era o nome daquelas pessoas que podiam... Não teve tempo para terminar o pensamento, pois o novato lança uma onda de choque, atingindo o veterano por pouco. Começou á atirar kunais, atingindo boa parte no novato. Normalmente espadachins não tinham uma esquiva muito boa, já que passavam muito tempo aprimorando a força e resistência. Analisou as técnicas daquele novato mais uma vez, quase alcançando o nome daquela classe um tanto... Incomum na época que estavam. Já estava farto de brincar com aquele novato. Concentrou uma boa quantidade de mana e pulou, lançando ondas de chamas azuis na direção do novato, gritando:

– Ataque final! – Uma grande quantidade de poeira se forma, não permitindo o veterano de ver o espadachim. Quando a poeira baixou vislumbrou o novato ainda de pé, só que um tanto exausto. Aquele colar o estava dando forças. Correu com grande destreza para cima do espadachim, arrancando o colar com apenas um puxão. Ao arrancar, vislumbrou esguichos de sangue vindos de toda a parte do corpo do espadachim, que agora se apoiava na espada. – Quer se render? – Pergunta com um sorriso de escárnio. Recebe um sorriso do espadachim. Um sorriso... Perigoso. Tinha algo de errado. O espadachim retira a espada da terra e dá um corte horizontal, atingindo o veterano de raspão. Ao realizar o ataque, cai no chão, ofegante. – Fraco. – Murmura o veterano consigo mesmo, deixando o novato desamparado lá no chão. Entra dentro da sala, recebendo olhares de todos, já que não era todo dia que saía com tantos arranhões de alguma luta.

– Lutou contra algum novato, Lass? – Uma ruiva pergunta, se sentando ao lado do veterano.

– Sim. Um espadachim. Só que não era comum. – Fala, despertando curiosidades na ruiva.

– Comum? – Indaga interessada.

– Sim. Ele usava magia. – Fala, rodando o colar, que havia pegado, do garoto na mão, vislumbrando o brilho da pedra... Que havia sumido. A lua não passava de uma pedra cinzenta com uma fina corrente de prata. Olhou com mais atenção para o colar, vislumbrando sangue. Com certeza quando puxou aquela corrente deve ter machucado o pescoço do novato, mas, pouco o importava se aquele garoto estava bem.

– Hum... Um... Warlock? – Pergunta, fitando o Lass.

– Deve ser, Elesis. Quer lutar contra ele? – Pergunta, olhando a ruiva com um olhar brincalhão.

– Ia ser interessante... – Fala, pegando os livros, já que a aula estava para começar. Lass pegou um fone de ouvido e colocou, aumentando o volume do iPod no último, já que não tinha interesse algum por aulas teóricas. Finalmente deu o intervalo. Esperou o tumulto de adolescentes querendo sair da sala diminuir e foi, junto da ruiva, para o refeitório. Eis que vislumbrou o espadachim novamente. Por ser um novato, estava sentado sozinho em uma mesa bem no fundo. Quando deu por si Elesis estava sentada junto do novato, conversando. Resolveu se sentar junto deles. Quando sentou perto da Elesis notou que o novato o olhou com um pouco de medo, mas que logo foi disfarçado por aquele olhar de desafio de antes. Estava todo machucado, por causa dos ataques do veterano. Por um momento chegou á ter dó dele, mas, se recuperou, o olhando com um olhar frio.

– Perdeu algo aqui? – O espadachim murmura, fitando o veterano com um olhar frio. Teve que admitir que raros novatos tentavam desafiá-lo. – Quero meu colar de volta. – Fala, se apoiando com a mão esquerda na mesa e tentando pegar o colar da mão do veterano com a mão direita.

– Tenta pegar, chibi-kun. – Um sorriso de escárnio surgiu nos lábios do veterano. Notou que aquele novato além de novo no colégio era mais novo de idade. Notou aquela chama azul viva nos olhos do novato se acenderem novamente, igual á luta que tiveram mais cedo.

– Que tal nós dois lutarmos? – Elesis pergunta, tomando o colar das mãos do Lass. – Aí, se você me vencer, fica com o seu colar, se você perder, eu fico com esse colar e você se torna meu escravo. – Fala, lambendo os lábios. No internato Infinity tinha essa regra de torneio entre espadachins de "sangue puro": se perder, se torna o escravo. Somente os de “sangue puro” podiam propor esse desafio, sendo que não corriam o risco de serem escravos se perdessem. Lass notou novamente a insegurança no olhar do mais novo, que fora substituída por aquela chama azul viva novamente.

– Aceito.