O pensamento:

refugiado, refugador.

Quais abismos  me envolvem ,

me afogam;

me afagam ,

me sustentam.

Me guiam no escuro,

mas não me deixam ver a luz.

Me transformo e perco a forma , 

viro ar , viro vento ,

trespasso almas e corpos.

Como brisa sou livre, viva , leve ..

mas incapaz do toque ,

do tato.

Meus braços já não alcançam ,

pois já não os tenho.

Sou o vento, sou de vento.

Me sinto pesar

e lentamente a gravidade me assola,

me arrasta.

Destrutiva, a mão escancara  minhas feridas 

ainda abertas onde deveriam estar minhas asas.