Marcus: A essência do equilíbrio escrita por DarkBurst


Capítulo 1
Enfrento o demônio-Relógio?


Notas iniciais do capítulo

Esse capitulo foi escrito a mão, e apenas depois passado para o PC, realmente sofreu algumas modificações interessantes durante esse processo, que so fez que ele melhorasse



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Bem, acho que devo começar me apresentando: meu nome é Marcus Kyle. Hey você aí, é você mesmo, você já encontrou um demônio? Bem, acho que não, caso contrário não estaria lendo isso, provavelmente estaria sem os olhos no mínimo, mas se você não encontrou nenhum, parabéns eu lhe invejo, você é um cara sortudo.

Mesmo não encontrando eles, algumas pessoas os vêem, falo sério, por exemplo, você nunca viu um vulto negro quando estava olhando para o lado ou quando estava distraído?Acho que sim não é? Basicamente aquilo são os demônios, mas, não se assuste eles só atacam pessoas com sangue batizado com o divino, pessoas como eu.

Se você alguma vez viu um rosto entre o meio dos vultos isso pode ser ruim, peço que diga: ``Lipity min stardus``. Se nada aconteceu, você simplesmente nasceu com excesso de energia espectral, nada muito perigoso, você apenas vai atraí-los mais do que pessoas normais, mas, eles não o atacaram. Porém, se após você falar isso sua pele começar a coçar e suas orbitas oculares parecerem que estão em chamas, bem vindo ao meu mundo! Você é um anjo-mortal.

É difícil acreditar eu sei, e por experiência própria, mas, é verdade. A vida de um anjo-mortal não é fácil, nós não somos como os anjos-divinos, nos somos meio humano, para ser bem especifico somos reencarnações do espírito de algum anjo, na maioria das vezes pelo menos, isso não se aplica a mim, sou diferente admito, ponto final.

Hoje é a segunda semana do verão – poupe-me, não sou apegado aos detalhes nunca fui bom com datas - seria uma bela manhã se não fosse pelo fato de eu estar indo buscar um serviço com meu amigo Thomas – quando me refiro “serviço” quero dizer trabalho e no meu caso nunca são normais sempre são sobrenaturais.

Sabe eu ando jogado nas ruas, quando o dinheiro começa a faltar eu vou ao encontro de Thomas, que me “ajuda” com a parte financeira.

Ah não pense que todos os anjos-mortais são confinados a andar vagamente, isso seria irresponsável e muito perigoso – palavras que se encaixam perfeitamente em meu estilo de vida – para ser bem sincero existe um lugar chamado “academia jovem anjos” É um lugar para onde mandam os novos anjos-mortais, bem eu já estive lá, Fuji, pois comecei a dar “problema” que tipos de problema? Nenhum de seu interesse.

Eu estava em frente a um armazém, muito, muito velho, pois os portões estavam totalmente enferrujados – não toquei no portão, não estava seguro se quando minha pele tocasse o ferro ela não iria cair e apodrecer, cara é serio, aquele lugar estava quase derretendo – Chutei três vezes a porta como estava combinado, a porta se abrir devagar e rangendo um ruído metálico quase insuportável quase como um grito aterrorizado de um demônio – sim eu já ouvi um.

De dentro da porta saiu um homem de meia idade com barba mal feita com óculos tortos que escondiam grandes e cansados olhos castanhos escuros, assim como seu cabelo.

Sorri e estendi a mão – bom dia Thomas – falei tentando parecer amistoso, Ele fez que sim com a cabeça, mas era óbvia que não era essa sua opinião. Ele estendeu o braço mostrando o local adentro.

Não quer entrar? – ele falou com voz sonolenta, agora que percebi que tinha chegado duas horas antes do combinado, como disse sou péssimo em datas e horários – fiz um pouco de café quer?

Fiz que não com a cabeça e retruquei brincalhão – Você precisa de todo ele para si- ele sorrio sombriamente, abrindo caminho para que entrasse.

A cada trabalho o armazém era outro, assim como sua decoração interna. Desta vez todo o armazém estava pintado de cinza escuro, haviam vários cabos por todo o chão e monitores pendurados em todos os cantos da parede – uma ótima replica da bat-caverna- falei.

Ele não pareceu ofendido muito menos que tivesse ouvido, sentou- se a frente do maior monitor do local e colocou os pés sobre uma velha escrivaninha que estava entupida de papel – seu novo serviço – começou a falar – é simples, porém difícil.

Como pode ser os dois? – falei com ar de deboche, Thomas novamente ignorou minha piadinha que já começara a me irritar.

Você precisa proteger uma garota, essa é sua missão – falou serio enquanto servia uma xícara de café.

Babá? Eu terei de ser uma babá?Eu sou um anjo! Não irei me rebaixar a tal ponto! – normalmente nunca fico irritado assim, mas Thomas estava me ignorando desde antes, isso deve ter ajudado.

Thomas bebeu o restante do café que havia em sua xícara – o que era tudo que ele havia servido, ele tem esse estranho costume de beber em apenas um gole, costume assim como beber 10 xícaras por manhã, acho que isso um dia o matará.

Thomas voltou a encher outra xícara e começou a soprá-la como se o café não estivesse à temperatura certa – o pagamento são 100 mil nins – então olhou para mim esperando minha reação.

Nins? – falei perplexo – esse trabalho, quer dizer o cliente é um deus ou coisa do tipo?

Para quem não sabe – que se resume em todos os que estão lendo – nins é o dinheiro divino utilizado por deuses e anjos de alto escalão.

Thomas assentiu.

Não pude conter um sorriso.

Ser babá não parece ser tão mal assim – afirmei

Cuidado Marcus, ela é constantemente atacada por monstros e demônio, o ultimo guardião dela, bem... De seu melhor – disse ele cuidadosamente tentando não me assustar.

Não funcionou.

Aquilo fez meus pelos da nuca se arrepiarem, tentei falar algo, mas minha boca estava pesada, engoli em seco. Quer dizer que o ultimo guardião morreu? Que tipo de demônios a assombram, o que é ela para atrair tais demônios, muitas perguntas nenhuma resposta.

Thomas viu minha cara de preocupação, então tentou me dirigir um forçado sorriso, para não o deixar constrangido em sua falha tentativa de me animar, devolvi um sorriso amarelo – aqueles do tipo “epa acabei de soltar um pum”.

Ele se levantou pesadamente da cadeira e me entregou uma velha foto 3x4, muito amassada, como se estivesse em seu bolso por semanas, como se ele estivesse com duvida se me dava este serviço ou não.

Na foto havia uma bela garota com longos e sedosos cabelos ruivos, seus olhos eram azuis profundos, assim como o oceano, ela parecia olhar para dentro de minha alma mesmo sendo uma simples foto. Provavelmente fiquei corado, pois senti meu rosto queimando, e claro vi um longo sorriso no rosto de Thomas.

Hã-hã – disse ele debochado – você deve a protege e não atacá-la- então se desfez em uma longa gargalhada.

Cala-boca – falei bravo, mas ele tinha razão, eu deveria protege - lá e agora eu queria realmente por motivos, hã pessoais, e talvez, eu disse talvez “ataca-lá” ué eu sou humano!

Estou indo – disse eu com firmeza

Está apressado por quê? – disse ele novamente me deixando vermelho – não deixe que ela te cegue, ou os demônios irão lhe devorar – afirmou ele

Muito animador – falei, e então sumi em um milhão de raios negros que se espalharam em diversão direções.

1º: Isso que eu acabara de fazer se chama “tele portar” todos os anjos sabem fazer, alguns controlam perfeitamente, outros não.

2 º: Eu não.

Voltei a me integrar a uns cinco metros de altura, e pousei “levemente” a 80 km/h em cima de um telhado – que por milagre não quebrou, apenas fez um enorme estrondo como se uma vaca tivesse acabado de cair, o que era um absurdo não concordam? Eu caí como uma jaca de 70 kg, não como uma vaca.

Logo após “pousar” sobre o telhado, minha visão se embaraçou, via apenas fragmentos do tempo real, às vezes tudo ficava escuro e depois voltava à paisagem normal, algumas vacas passavam em minha frente – vaca! – então bati em minha cabeça três vezes até que minha visão voltou ao normal.

Levantei-me pesadamente, então olhei para cima analisando meu trajeto – nota 3 – disse eu. O que na verdade era um “Record”, uma vez desmaiei por duas semanas após uma aterrissagem, eu estava feliz, e todo dolorido.

Por alguma razão voltei a tombar no chão exausto, minha visão voltou a falhar, senti uma forte presença assim como um enorme cheiro de enxofre – cara enxofre fede muito – olhei para o lado com dificuldade, vi um vulto tomando a forma humana, de um garoto com uma idade aproximada da minha. Detalhes sobre ele? Bem minha visão estava toda “detonada” não vi nada, apenas alguma formas meio humanas.

Olá novo guardião – disse ele sombrio acentuando o novo como se eu não fosse o primeiro nem o segundo, muito menos o ultimo.

Levantei relutante, parecia que eu tinha adquirido instantaneamente 10 kg em cada membro.

O demônio pareceu se espantar um pouco, mas então voltou para seu olhar gélido.

Como devo matá-lo? – perguntou – te cortando em dois? – sugeriu enquanto sorria.

Já está fazendo isso – o demônio se espantou com minhas palavras – está me matando de tédio - tentei parecer firme e confiante.

Uma dica bem útil anote em algum papel que estiver por perto e nunca esqueça: Quando se está 10 vezes mais pesado e aparentemente indefeso contra um demônio, a coisa mais idiota a fazer é prová-lo, bem eu fiz.

Ele urrou de raiva e o ar a nossa volta começou a ficar mais gélido, até que tudo a sua volta desacelerou

Entendi – minha voz quase falhou – meus membros não estavam mais pesados e sim mais lentos.

Grande coisa você descobrir isso – resmungou ele intimidador e então fez um movimento com o braço, por onde seu braço passou flutuava uma pequena nevoa negra, ela se juntou até que se solidificou se tornando uma espada negra.

Novamente meus pelos da nuca se arrepiaram, aquela lamina era tão negra quando á própria escuridão.

Pensei para mim mesmo – e daí que você está mais devagar ou mais pesado? O importante é que em ambas as maneiras eu não iria me mexer.

Ao menos – continuou ele novamente sorrindo friamente – você não morrerá por um simples demônio, morrerá pelo grande OCTUPUS o demônio do tempo!

Eu sei, eu sei, OCTUPUS parece um nome idiota para um terrível demônio, mas não reclame comigo não fui eu quem escolheu seu nome, para ser sincero acho que iria rir se a situação fosse diferente, mas eu estava indefeso, não podia me mexer, a única escolha era utilizar a inteligência! – droga agora me dei mal.

Ele andou lentamente á minha direção como se tivesse todo tempo do mundo – o que na verdade tem – Alguma ultimo pedido jovem ex-guardião? – novamente acentuado o ex.

Agora mais de perto pude ver seu rosto o que em nada me animou – era cheio de queimaduras e feridas, com enormes veias espalhadas por todo seu rosto, os olhos, bem me assustei ele não tinha olhos, o espaço onde supostamente eles deveriam estar eram vermelhos, como se houvesse uma espécie de chama escura, mas mesmo não possuindo olhos, pode notar suas feições perfeitamente, como se ele as transmitisse telepaticamente.

Sim, tenho um ultimo pedido – ele se espantou e fez para que eu seguisse falando – Bem sempre sonhei em ser escritor – continuei – posso recitar um poema?

O demônio revirou os olhos e resmungou – me arrependi por ter perguntado – fez um gesto com a cabeça mostrando desaprovação – ande logo, quero te decapitar, você acha que é o único na minha agenda para hoje, não tenho todo o tempo do... –ele sorriu – e concertou – ah é tenho sim – e mandou para que eu começasse o poema.

As folhas secas que caem na primavera, as gotas de chuvas que molham as calçadas no verão – OCTUPUS resmungou algo come se já tivesse ouvido isso antes, mas não se lembrava onde – As flores do outono, e o calor do inverno – continuei – existem quatros tipos de lua, dois estados do sol – OCTUPUS arregalou os olhos, pois deve ter se lembrado onde ouviu isso e correu em minha direção desesperado, porem já era tarde – Volte para o submundo pelo poder do DIVINO!

O ar voltou a se tornar quente como deveria ser em uma manha de verão, OCTUPUS estava imóvel e com uma expressão vazia. Até que começou a se dissolver em uma espessa fumaça negra que flutuou fantasmagoricamente em pleno ar e mergulhou pesadamente no chão.

Caí exausto, pois aquele exorcismo não era tão fácil de conjurar, fora que, mesmo sendo um completo idiota, OCTUPUS era um demônio poderoso.

Com meu ultimo suspiro olhei para onde o demônio mergulhara. O local estava todo negro e em brasa soltando uma leve fumaça vermelha que subiu em círculos até onde minha visão alcançava.

Você voltara! Não é? Vocês sempre voltam... – falei antes de tudo ficar escuro.


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Notas finais do capítulo

Bem esse capitulo até que ficou bom,embora o proximo tenha ficado ainda mais interessante