A Caçada escrita por Bia_C_Santos


Capítulo 6
Capítulo 6 - Os pégasos


Notas iniciais do capítulo

Esse está meio pequeno. Narrado pela Lana.



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A garota chamada Raissa nos levou por um tour no acampamento.

            Aquele era o acampamento mais legal de todo o mundo. Eu nunca fora num acampamento, mas dava para perceber que aquele era um acampamento um tanto diferente.

            Quer dizer, quantos eram os acampamentos no mundo em que tinham parede de escala que descia lava? E, ah, quantos davam aulas de arco e flecha e esgrima?

            Puxa, nenhum! Que demais! Eu quase enlouqueci.

            Sempre tinha uns campistas, correndo de um lado para o outro. Era um lugar onde qualquer um gostaria de viver.

            Tinha também um lago, e o estreito de Long Island. Os chalés eram tão lindos. Um deles me chamou a atenção. Era prateado, porém, seu brilho parecia ocultado pelo sol.

            — Por enquanto, garotas — Raissa dissera —, vocês vão ficar com a gente no chalé de Hermes. Até vocês serem reclamadas. O pai ou a mãe de vocês é um deus?

            — A mãe — respondi.

            — Ah, sim, agora... Só podemos esperar.

            Eu e Kate fomos até nosso beliche. Fiquei pensando de qual deusa era aquele chalé prateado. Resolvi perguntar para Kate.

            — Sabe de qual deusa é o chalé prateado?

            — Hum... É a deusa da lua, certo? Então, eu não sei qual é... — ela ficou pensativa por um tempo.

            Comecei a arrumar as coisas que os campistas tinham me dado quando Kate soltou falou:

            — Ah! Ártemis!

            — O que? — eu perguntei.

            — Ártemis é a deusa da Lua — ela disse. — Das donzelas também. E da caça, se não me engano.

            — Como sabe de tudo isso? — perguntei, porque não me lembrava de ter aprendido mitologia em toda minha vida.

            — Quando nós éramos pequenas, teve um projeto sobre mitologia, em uma das escolas. Nosso pai nos ajudou com tudo. Lembro-me que gostei principalmente de Ártemis e Afrodite, por isso me lembro.

            Fiquei pensando por um tempo. A deusa da caça.

            — Será que somos filhas dela? — pensei alto. Seria bem legal...

            — Não — Kate já me desanimou. — Pelo o que eu sei, Ártemis não tem filhos.

            Por um tempo fiquei quieta depois de terminar de arrumar as minhas coisas. Kate ficou mais um tempo arrumando.

            — E por que Afrodite é uma das suas favoritas, também?

            — Porque ela é a deusa do amor. — Fiquei um tempo olhando para ela, como se isso não fosse motivos o suficiente para ela gostar da deusa. — Você sabe que eu posso ser bem romântica quando quero. Além disso, ela é a deusa da beleza.

            — Falando em beleza, acho que precisamos dar um jeito no seu cabelo.

            — Ah, Lana, por quê? — ela ficou desesperada.

            — É que o fogo conseguiu alcançar seu cabelo, sabe, Kate...

            — O que? — Kate gritou, alarmada.

            “Eu não vou ficar brava”, falei comigo mesma. Eu já tinha ficado brava com Kate hoje. E, no final, ela estava certa, ela conseguira, ela teve as ideias. Talvez eu julgasse mal minha irmã ás vezes.

            — Vem... — chamei ela até o banheiro e achei uma tesoura. — Vou dar um jeito no seu cabelo.

Kate se olhou no espelho. Ficou meio surpresa ao ver seu cabelo, mas por fim, voltou-se para mim.

— Não vai fazer nada de errado no meu cabelo, certo? — ela olhou, duvidando de mim.

— Prometo que não. — “Prometo tentar não fazer nada tão ruim”, pensei.        

Eu não sei se minha irmã tinha virado a rainha da razão, mas ela tinha razão de novo. Quando terminei de cortar o cabelo, vi que Kate tinha razão em duvidar.

Não que eu tinha me saído tão ruim assim. É só que tinha ficado um pouco torto.

Kate olhou para mim como se fosse me matar, mas tudo o que disse foi:

— Só ficou torto. Tudo bem. Vamos lá, caminhar um pouco.

Saímos do chalé. Era a hora do sol se pôr. Eu não sabia como Kate tinha coragem de sair com o cabelo daquele jeito. Eu mesmo não teria.

Passamos pelo lago e fomos até os estábulos. Sem nenhum propósito. Apenas começamos a caminhar e chegamos até lá.

Entramos. Dentro, o cheiro não era tão bom, mas os cavalos eram lindos. Para falar a verdade, os “cavalos” tinham asas.

— Eles têm asas! — falei, surpresa. — Que criaturas são essas?

— São pégasos — Kate e respondeu e foi até um no cantinho. Ele parecia ser o mais fraco de todos.

Eu, ao contrário, fui até um que parecia ser um dos maiores. Os tais pégasos eram muito legais.

— Ei, garota — ouvi Kate falando com um deles, a que ela tinha ido no começo —, está tão fraca.

— Encontraram ela hoje — ouvimos uma voz vindo da porta. — Mas ninguém a alimentou.

Era uma garota que estava com o cabelo mais ou menos igual o de Kate, mas o seu estava preso em uma trança de cada lado.

Por mais que tivesse o cabelo mal cortado, ela era muito linda.

— Sou Piper — a garota disse. — E vocês?

— Kate... — minha irmã respondeu.

— E Lana Simon — completei.

Piper foi até o pégaso e deu uma maçã para ele.

— É ela ou ele? — perguntei.

— Ela — Piper e Kate responderam juntas.

— Já deram um nome? — Kate perguntou.

— Não.

— Que tal Mel?

Piper sorriu.

— Um belo nome. Escolheu por causa da cor dela, certo?

Kate assentiu e começou a acariciar Mel.

— Você é filha de quem? — perguntei a Piper, tentando desfazer o silêncio.

— Afrodite. — Kate olhou atentamente para ela. — E vocês?

— Indeterminadas.

            — Ah, sim — Piper respondeu. — Acho que logo a mãe ou o pai de vocês as reclamam.

            — Nossa mãe — respondi.

            Por um tempo ficamos em silêncio; eu observando os pégasos, Kate cuidando da Mel e Piper a acariciando.

            — Vocês querem montar uma delas? — Piper falou depois de um tempo.

            — Sério? — Kate perguntou, sorrindo.

            — Claro. Mas não na Mel, por enquanto. Ela está muito fraca.

            — Ah... Então eu espero — Kate respondeu.

            — Eu não vou esperar! — respondi. — Posso montar em qualquer um?

            Piper assentiu.

            Eu escolhi aquele que eu tinha visto por primeiro. Montei nele, sem dificuldade nenhuma.

            Ele começou a bater as asas, quando chegamos para fora. A sensação de montar um pégaso era incrível. Eu tinha certeza que Kate tinha sentido isso quando acelerara o carro.

             Sobrevoamos o acampamento inteiro. A vista da praia por lá era incrível.

            Quando pousamos, Piper já tinha ido embora. Kate e eu entramos com o pégaso no estábulo.

            — Vamos continuar com nosso passeio agora? — perguntei.

            — Tudo bem — Kate respondeu. — Tchau, Mel. Espero logo voltar para te ver.

            E saímos, para dar mais uma volta.


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Notas finais do capítulo

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