Depois de passar a noite em seu pegasus a Capitã chefe das Amazonas havia chegado em Lorosia. Nunca foi fácil para ela ser a líder no maior grupo guerreiro de todo o Mundo Mágico. Mas, após anos sem guerra alguma lhes restava a função de cuidar das correspondências e treinar as suas guerreiras. A razão de elas cuidarem das cartas é pelo simples fato de continuarem mantendo informações sobre seu grupo sigilosas. Ninguém poderia saber de seu plano de reconquistar novamente seu antigo território e ganhar independência definitiva.

A maior parte de suas guerreiras vinha de Battleon, conhecida por ser a Terra Nova ou A Terra dos Grandes Guerreiros. Fairy Tail poderia ter a graciosidade, Athenas o conhecimento e Lorosia as melhores técnicas de navegação, mas nada se comparava as guerreiras vindas de lá. O que muitos não sabem é que Battleon não existiria sem três grandes amigas que, juntas, formaram um vilarejo que veio a se tornar essa grande cidade. Elas eram Athena, Pentesileia e Talestris. Não só foram responsáveis pela existência de Battleon, mas também, pela de Fairy Tail e Athenas. Isso aconteceu até os lorosianos e outros povos independentes se unirem e, numa batalha, derrotaram as grandes mulheres e se apossaram de seus devidos territórios. Foi necessário muito tempo para tudo se normalizar, e as Amazonas ainda estavam sem lugar fixo, com exceção do acampamento que criaram graças ao rei de Lorosia.

Pelo que parecia, era uma notícia nova vinha chegando. Ela podia sentir isso bem enquanto caminhava ao escritório do rei. Guarda costas bem vestidos e pouco armados seguiam-na, mantendo certa distância dela. Ao se aproximar do escritório os guardas permaneceram na porta, enquanto ela entrou sem ao menos saber que tinha uma verdadeira bomba relógio em mãos. Não literalmente, pois se fosse, ela saberia logo de cara.

Teve de sentar e esperou por ele. Não demorou muito e ele logo chegou. Era um homem baixo e m pouco acima do peso. Usava um terno semelhante ao dos guardas e desarrumad; claramente percebia que ele havia acabado de acordar. Abriu uma gaveta e retirou um charuto, acendendo-o logo em seguida. Lorosia é uma terra quente e tropical na maior parte do ano e esta não era um dia sem exceção. Era de difícil compreensão a razão de um governante estar usando roupas pesadas, porem era melhor não pensar nisso no momento. Ela estava ali por outras razões, mais importantes do que as vestimentas de um governante tirano. E ela, que usa meia túnica no inverno escaldante não tinha muitas condições de subjugá-lo.

- O que a trás aqui, minha jovem Amazona? – ele perguntou, tentando educadamente segurar as mãos dela o que deveria ser um gesto educado, mas não obteve sucesso. Ele franziu o cenho e fez uma careta. Ainda não havia se sentado e fez isso, o que causou um baque ensurdecedor em sua cadeira de couro.

- Noticias de Battleon. – respondeu, sentindo sua garganta secar. Sua vontade em ir embora dali aumentou, mas não havia muito que pudesse fazer no momento. Apenas arrumou sua postura e continuou a evitar olhar para ele. Retirou de sua bolsa tiracolo e entregou a ele um pacote com diversas correspondências. Ele olhou e abriu um envelope que obviamente havia sido destinado à ele. Retirou um pergaminho, aparentemente vellho e desgastado. Começou a  ler e de imediato ficou entretido. A concentração dele fez com que isso a inquietasse. – Desculpe a curiosidade, mas é alguma coisa boa?

- O nosso imperador metido a guerreiro quebrou o nosso antigo juramento de só ter um único filho. – ele jogou as cartas de lado e olhou para ela. -  Mas não se anime tanto assim. Não haverá guerra nem tão cedo, eu espero.  Gosto de esquentar as coisas e quero ver até onde isso vai. Se bem que será bom para você manter as suas Amazonas prontas,nunca se sabe quando uma guerra pode começar.

- Em primeiro lugar, minhas guerreiras sempre estão preparadas para o inevitável. Segundo, o que te faz acreditar que eu vá lutar pelo teu país? Somos um grupo independente e escolhemos por quem lutaremos.

Ele moveu sua mão direita  o que fez com que ramificações de uma árvore surgissem e a enforcasse. Ela não teve tempo para reagir e a cada segundo ficava mais difícil de respirar. Rapidamente, lembrou-se que tinha uma faca em seu pulso e usou magia para soltar-se. O rei desistiu e permitiu que ela se libertasse por completo. A Amazona caiu no chão e começou a tossir, lutando para ter a sua respiração de volta.

-Talvez não tão independentes assim, suponho. É bom você recordar que eu concedi partes de minha terra para o acampamento de vocês. Então é bom você, Diana, como uma líder maravilhosa que é, começar a me respeitar caso não queira que voltem a sua antiga situação, logo após a morte de sua querida heroína, Pentesileia.

Ao ouvir aquelas palavras, ela se sentiu vazia, mas cheia de raiva. Ele havia tocado em um assunto que lhe machucava, e muito. Mas ele tinha razão em usar isso contra ela mesma. Por mais idiota que ele seja, ele sabe como persuadir e manipular as pessoas.

Andou, desejando ficar só e treinar um pouco. Ah, como sentia falta de seu antigo lar...Ela parou só quando chegou na porta e olhou sob o ombro para ele.

-Você pensa pequeno demais, governante. E isso um dia levará a sua decadência como governante. Grave minhas palavras.

Furiosamente, ela fechou a porta e foi embora. A cada passada ela ia mais rápido e nem se importou se estava sendo seguida ou não. Uma medida simples para outros, mas para ela isso poderia ser fatal caso fosse verdade. Ao chegar no lado de fora ela olhou para o céu, com as rédeas de ouro já em mãos. Estava no final da tarde e o crepúsculo estava em seu ápice. Montou em seu pegasus e iniciou a viagem de volta para o acampamento, onde depois de tanto tempo, retomaria o plano de conquistar algum país ou cidade em profusão, mas desta vez decidiu bem qual era.

Lorosia.