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Fazia quase duas horas que Kuchiki Rukia havia lido aquela expressão obscura em um outdoor no caminho para a escola. Era uma fotografia imensa de um dia ensolarado, havia uma moça jovem que estava correndo na intenção de se jogar nos braços de um rapaz, que ao ver da Kuchiki, era o herói da história. Também havia aquela fisionomia estranha, quase que agradecida, no rosto da moça e isso deixava Rukia enculcada.

A frase que se seguia na propaganda do outdoor não servia de modo algum como legenda para o que ocorria na cena:

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"Presenteie quem você ama com os chocolates L'Amour

e provoque borboletas no estômago..."

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Mas que diabos! Como comer chocolate vai encher a barriga de alguém com borboletas?

- Ichigo?

- Hn?

- Oi! - ele prestaria atenção antes que levasse um soco ou algo do tipo. - O que são borboletas no estômago?

O rapaz de cabelo laranja parou seus passos apressados e virou-se para fitar os olhos curiosos de Rukia.

- O quê?

- Você é surdo ou algo assim? - E docemente como sempre, Rukia repetiu a pergunta de forma vagarosa na intenção de fazer Ichigo acompanhar seu pensamento. – O . que . são . "borboletas . no . estômago" ?

Ignorando a evidente provocação da shinigami (e também um daqueles desenhos educativo-desengonçados), Kurosaki lançou-lhe um olhar desinteressado, voltando a seguir novamente seu caminho. – É só uma besteira feminina. Nada com que você deva se preocupar.

- Oi! – sentiu sua camisa sendo puxada. – Bakamono, você ainda não respondeu minha pergunta. – Ichigo já estava perdendo a paciência.

- Como alguém pode comer borboletas? – E até que a expressão de pura confusão chegava a ser fofa junto às suas sobrancelhas plissadas. – Me explique isso.

- Rukia, isso é só forma de falar. – Retrucou. – Quando nos sentimos felizes, quando algo nos completa ou realiza, nos sentimos assim, com borboletas no estômago.

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E para ele aquilo fazia todo sentido, mas para a shinigami, o que era obscuro ficou agora completamente com ausência de cor. – Vocês humanos são muito estranhos, ficam felizes comendo borboletas. – soltou um riso de escárnio e continuou. – Sabia que eram malucos, mas isso é demais!

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Oh, e foi a gota d'água, Ichigo a faria entender o significado por trás da expressão. E o faria agora mesmo.

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Aproximou-se rapidamente de seu corpo esguio, inclinando-se até praticamente as pontas de seus narizes se tocarem, até que seus lábios tão suavemente roçaram nos dela.

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Rukia piscou.

Ichigo respirou fundo.

E poucos segundos depois, lentamente separou-se dela, nunca perdendo o contato visual.

Observou a mão da shinigami levantar para cobrir seus próprios lábios, como se testasse a pele recém tocada.

Seus olhos violeta arregalaram ao notar um sorriso formando no canto dos lábios dele.

- Viu? – E seu sorriso aumentou. – Isso são borboletas no estômago.

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fin.

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