Anata Dekinai Watashi Wa Wasureru escrita por MaryHigurashi
Notas iniciais do capítulo
Galera mais uma vez atrasei, mas é por que acabo de chegar do trabalho. Motivo: Transito + Clientes que surgem quando estou fechando a loja, quem trabalha em comercio sabe do que estou falando. Mas em fim, mais um capitulo pra vocês. Espero que gostem.
A respiração ofegante, os passos apressados e os cabelos desalinhados denunciavam que estava atrasada, corria como nunca, estar fora de sua pontualidade impecável era constrangedor. Kagome atravessou a portaria do grande prédio da famosa Avenida Champs-Élysées pressionou seu crachá contra a catraca e correu ao elevador, aproveitou o espelho ao fundo e alinhou os cabelos. Ao sair do elevador um homem engravatado á encarava com severidade.
- Higurashi... Está atrasada. Já são quase quinze horas você deveria estar aqui ás dez. – Analisava o homem parado em frente á moça que saia do elevador lentamente.
- Senhor Henry, mil perdões, eu realmente tive imprevistos, não voltará á acontecer. – Desculpava-se Kagome apressadamente.
- Como é seu primeiro atraso em dois anos vou relevar, mas nem pense em tomar como hábito. – Determinava Henry.
- Tudo bem. – Concordou Kagome sentando-se em sua mesa rapidamente e começando seu maçante trabalho como recepcionista. Era estranho para alguém que já lutara contra grandes youkais levar a vida com um trabalho tão comum e humano, mas essa era a realidade no fim, nunca deixaria de ser apenas uma humana comum.
O telefone tocava de forma irritante, enquanto a garota atolava-se em meio á papéis, sua mão estendeu-se alcançando o telefone com dificuldade.
- Cushman & Wakefield• boa tarde. – Atendeu Kagome de forma mecânica.
- Boa tarde, eu poderia falar com a garota sem telefone? – Contestou uma voz masculina de forma sarcástica.
- Chantal? – Questionou Kagome reconhecendo a voz que á trazia tantas lembranças.
- Eu mesmo. – Concordou o médico.
- Mas como? Como conseguiu esse número? – Indagou Kagome confusa.
- Precisávamos preencher uma ficha no hospital, então uma enfermeira encontrou um cartão com esse número em seu bolso. – Relatou Chantal.
- Mas... – Começou a moça.
- Eu quero falar com você, acho que me expressei de forma errada mais cedo, não pedi seu telefone por mal, apenas me preocupei com você e queria manter contato. – Explicava-se o rapaz docemente.
- Tudo bem. Mas eu realmente não tenho telefone pessoal. - Tranqüilizou Kagome esforçando-se para não ser rude com alguém que a tratava de maneira tão gentil.
- Certo... Mas quero fazer um convite... Quer conhecer meu lugar favorito aqui em Paris? – Convidou Chantal.
- Lugar favorito? Eu adoraria, mas estou no trabalho. – Argumentou a moça.
- A que horas sai? – Insistiu o rapaz.
- Ás dezoito, mas... – Retrucava Kagome.
- Perfeito, passo ai em duas horas pra te pegar, e sim o endereço de onde trabalha também estava no cartão. – Contava Chantal com bom humor.
- Mas... – Replicava a garota.
- Até daqui á pouco. – Finalizou Chantal encerrando a chamada. Kagome estava surpresa e ao mesmo tempo contente, aquele rapaz preenchia um pequeno espaço do buraco dentro de seu peito, e a trazia recordações especiais, passar algum tempo ao lado de Chantal á faria bem. Um pequeno sorriso brotou em seus lábios, algo dentro de si mudara desde que Chantal cruzou seu caminho, não sabia o que era, mas queria descobrir.
O sangue jorrava abundante dos inúmeros corpos mutilados ao redor, enquanto a figura encapuzada caminhava com graciosidade sobre aquele cenário horripilante, o que antes era um belo vilarejo, converteu-se em uma chacina. Os olhos flamejantes transpassavam a máscara que cobria seu rosto, e seus cabelos compridos e rubros caiam sobre as costas em meio á belos cachos. As sombras da noite começavam á tomar o céu. A criatura retirou lentamente a máscara negra que envolvia seu rosto revelando uma beleza fascinante. Seus traços eram finos e delicados em meio á lábios carnudos que á tornavam sedutora. Sua pele era clara como uma pétala de lírio, e o perfume que exalava de seu corpo conseguia ser um misto de malicia e pureza. Ela retirou a longa capa negra que cobria seu corpo, ficando apenas com um kimono tão rubro quanto suas lindas madeixas.
- Hime Akana, está pronta para partir? – Questionou um youkai franzino, pálido, que também possuía grandes olhos flamejantes e ostentava sua face humana.
- Já acabaram com todos? – Indagou a hime com sua voz suave, ela também usava sua forma humana.
- Sim. – Contou o outro prontamente.
- Mitoku, onde está o Katsuo? – Continuou Akana.
- Aqui Hime-Sama. – Declarou o terceiro juntando-se aos demais, ele possuía uma pele negra, e seu corpo era coberto por cicatrizes, assim como os demais possuía olhos vermelhos.
- Não mataram todos. – Analisou Akana levantando os escombros de uma cabana e revelando uma pequena garotinha que escondia-se assustada. Akana tomou a menina em seus braços e a encarou.
- Okãsan! – Exclamava a menina apavorada.
- Ninguém virá te salvar. – Determinou Akana com um sorriso maléfico nos lábios. A menina debatia-se enquanto as garras afiadas de Akana percorriam sua face fazendo uma gota de sangue escorrer de seus pequeninos lábios.
- Parece deliciosa. – Comentou Mitoku.
- Humanos são seres repugnantes, tão frágeis. – Conluia Akana vendo a garotinha á tremer de pavor. As garras de Akana foram subindo até encontrar os olhos da menina, os pressionou com força, e a garota gritava pela dor.
- Pare, por favor! – Suplicava a pequena. Akana enterrou suas garras arrancando as córneas da menina para fora.
- Tão frágeis. – Continuou Akana jogando a criança nas mãos de Mitoku. – Acabe com esse pequeno inseto, precisamos ir. – Determinava a hime dando ás costas á seus servos e começando á caminhar em meio á floresta. Mitoku cravou os caninos na jugular da criança sugando cada gota de sangue que a restava.
- Esse não era o vilarejo do hanyou. – Comentou Katsuo alcançando a hime por fim.
- Não, mas estamos perto... Logo terei a cabeça daquele verme. – Finalizou Akana caminhando á passos largos, á cada segundo se aproximava ainda mais.
Relatórios entregues, recados anotados, e agenda organizada, por fim Kagome encerrara seu trabalho, estava pronta para descansar, o dia havia sido longo. Desceu até o térreo pelo elevador, mais uma vez pressionou o crachá sobre a catraca e caminhou lentamente para fora do prédio, enquanto seus pensamentos voltavam-se apenas á seu merecido descanso, mas seus olhos á mostravam um belo rapaz á sorrir radiante em sua direção.
- Chantal, eu sinto muito, mas... – Explicava-se a moça acercando-se do rapaz que se encontrava apoiado em seu carro do outro lado da Avenida.
- Que bom te ver de novo. – Saudou Chantal ignorando os protestos de Kagome e permanecendo com seu belo sorriso, o sol batia em seu rosto destacando seus belos olhos azuis, sua beleza era fascinante.
- Chantal... É bom te ver. – Confessou Kagome sorrindo, já nem pensava em argumentar, iria com ele onde quisesse, aquele sorriso que Chantal insistia em esbanjar era capaz de convencê-la de qualquer coisa.
- Então vamos? – Questionou o médico abrindo a porta para que a garota entrasse no carro detrás de si.
- Vamos. – Concordou Kagome entrando no automóvel.
- Que bom que concordou. – Comentou Chantal entrando pelo outro lado e começando á dirigir.
- Mas será que eu posso pelo menos saber onde estamos indo? – Interessou-se Kagome.
- É um lugar especial só vou dizer isso. – Respondeu Chantal com um sorriso enigmático. O rapaz dirigia lentamente em meio ao trânsito.
- Se não me contar eu não vou. – Reclamava Kagome cruzando os braços.
- Para de reclamar. – Retrucou o outro sorrindo.
- Você é muito chato. – Balbuciou Kagome acomodando-se no banco e adormecendo lentamente, ela estava exausta.
- Você é linda. – Contemplou Chantal acariciando a delicada face de Kagome, sua pele era mais macia que o veludo. O farol fechara e então o rapaz pôde ficar apenas á fitar a bela moça que dormia ao seu lado.
- Anda logo imbecil! – Gritou o motorista no carro detrás para que Chantal prosseguisse. Chantal apenas sorriu e continuou dirigindo, enquanto os minutos corriam apressados.
O rapaz por fim chegara ao seu destino, estacionou com cuidado e depositou um beijo delicado na rosada face de Kagome para que despertasse.
- Só mais cinco minutos. – Suplicava a garota ainda com os olhos fechados.
- Já chegamos. – Contou Chantal admirando a expressão confusa de Kagome ao despertar.
- Chantal... Quanto tempo eu dormi? – Questionou Kagome esfregando os olhos.
- Uns quarenta minutos. – Contou o outro sorrindo.
- Onde estamos? – Continuou a garota.
- Vem descobrir. – Convidou o médico saindo do carro e correndo para abrir a porta para Kagome.
- Obrigado... Mas que lugar é esse? – Indagava Kagome incrédula, era uma linda cachoeira cercada de arvores, e belas flores com essências deliciosas. A moça caminhou até a água que caia apressada de sua nascente fazendo o som de sua queda ecoar, aquele som os trazia imensa paz, e a natureza ao redor destacava-se com cores vivas e belas.
- Esse é meu pequeno paraíso, aqui me sinto livre e forte, poucos conhecem esse lugar. – Narrava o médico retirando os sapatos.
- É lindo! – Exclamou a outra agachando-se e tocando a água com as mãos.
- Alem disso esse lugar parece muito com o esconderijo da Yorouzoku. – Completou Chantal retirando a camiseta deixando á mostra seu tórax definido. Kagome o fitava com olhos curiosos e fascinados.
- E como sabe disso? – Indagou a garota sem parar de percorrer o corpo de Chantal com os olhos.
- Na casa de meu avô tinha um quadro que ilustrava o lugar onde os Ookami-Youkais• se escondiam. – Contou o médico sentando-se á beira da cachoeira ao lado de Kagome.
- Seu avô deve ser uma pessoa fascinante. – Analisava a moça com olhos doces.
- Ele foi um grande homem. – Recordava-se Chantal sorrindo em silêncio.
- Foi? – Incentivou a garota.
- Sim, ele já partiu ainda me lembro de suas ultimas palavras... Ele me disse que eu devia seguir as tradições da Yorouzoku, mas logo minha família mudou-se pra França então acabei abandonando as tradições. – Contava o médico perdendo o olhar em meio à água.
- Vocês moravam em Tóquio? – Questionou Kagome.
- Sim. Sinto falta daquele lugar... – Confessou o rapaz.
- Eu também... Mas não posso voltar. – Proferia Kagome de forma cuidadosa, falar daquele assunto era difícil.
- Você também morava em Tóquio? Mas por que não pode voltar? – Interrogava Chantal centrando o olhar nos olhos de Kagome que desviava.
- Não posso, prefiro ficar aqui e fugir... – Continuava Kagome.
- E do que foge? – Perguntou o rapaz á escutando atentamente.
- De recordações... E de algo que já não posso ter. – Confessou Kagome sentindo as lágrimas formando-se em seus olhos.
- Sinto que está machucada, mas saiba que se permitir ficarei ao seu lado, e curarei seu coração. – Propôs Chantal com as mãos de Kagome entre as suas.
- Não se parece com o Kouga só na aparência, mas nas atitudes também. – Analisava Kagome sorrindo. Seus pensamentos voltavam-se ao passado, aquela cena estaria completa se o Hanyou aparecesse... Seu sorriso se desfez ao dar-se conta que Inuyasha não apareceria.
- Vou começar á achar que realmente conheceu meu ancestral. – Brincou o médico pulando para dentro da água em um longo mergulho.
- Estudei muito sobre a Sengoku... – Gaguejava Kagome. Falar aquelas palavras á machucava.
- Jidai. – Completou Chantal saindo do mergulho. Seus cabelos molhados combinados com seus músculos definidos o faziam parecer irresistível. – Quer entrar também? – Completou Chantal estendo a mão para Kagome.
- Não, não trouxe roupa de banho. – Argumentou a garota.
- Nem eu, mas... Afinal foi pra isso que viemos para nos distrair e sorrir um pouco, vem! – Insistia o jovem.
- Não, olha como estou vestida, não vou molhar minha roupa. – Continuou a garota frisando suas vestimentas sociais. Ela trajava uma calça comprida, uma camisa de gola, e um blazer executivo por cima, sem contar seu enorme salto. – Além disso, não pensa? Quando formos voltar seu carro ficará ensopado. – Concluiu Kagome.
- Para de ser chata vem. – Continuou Chantal.
- Está frio. – Finalizou Kagome encarando Chantal que a olhava com olhos piedosos.
- Tudo bem... Então pode pelo menos me ajudar á sair? – Pediu o médico estendendo a mão para Kagome mais uma vez.
- Está bem. – Concordou a moça levantando e segurando a mão de Chantal.
- Já era! – Anunciou o jovem puxando Kagome para dentro da cachoeira.
- Ahou•! – Esbravejou Kagome saindo de um mergulho, seus cabelos encharcados escorriam sobre seu rosto, e paravam sobre seus lábios, Chantal paralisou o olhar naqueles lábios por alguns segundos.
- Não acredito que caiu nessa. – Zombava Chantal com um sorriso sapeca.
- Você me paga! – Prometia Kagome jogando a água ao seu redor em direção ao rapaz.
- Tem um jeito melhor de acertamos essa conta. – Determinou Chantal acabando com a distancia entre seus corpos e segurando a moça pela cintura. Sua mão grande e desajeitada passeava pelos delicados traços da garota parando nos lábios que tanto almejava sentir entre os seus. Kagome o encarava assustada, já não sabia o que pensar.
- Chantal... O que... – Começou Kagome.
- Não diz nada. Não sei como, mas cada parte de mim quer estar com você, desde que cruzou meu caminho, meus pensamentos se voltam apenas á seu cheiro, seus lábios, eu quero estar com você, e curar cada ferida dentro de seu coração. Não importa o que aconteça eu quero estar com você... Kagome. – Confessava Chantal á olhando intensamente. Nem a gélida água ao redor era capaz de amenizar o calor daquele momento. Kagome sentia cada palavra de Chantal sendo absorvida por sua alma, enquanto seu coração inquieto batia descompassado.
- Chantal... Eu não posso! – Protestava Kagome, mas seus lábios já não a obedeciam, a garota ficou em silêncio vendo os dedos de Chantal percorrendo seus lábios.
- Não posso controlar você já está dentro de mim. – Declarou Chantal colocando a pequena mão de Kagome sobre seu peito. Kagome fechou os olhos enquanto sentia faltar o ar nunca havia estado em uma situação tão intensa. Os lábios de Chantal por fim encontraram os de Kagome que já não resistia. Ele a beijava de forma doce enquanto suas mãos acariciavam as belas madeixas da moça. O beijo foi aprofundando-se de forma lenta enquanto Chantal conduzia a língua da moça harmoniosamente com a sua. Kagome trazia o corpo do médico para mais perto do seu, e suas mãos percorriam aqueles músculos que tiravam sua sanidade. Ele a encostou á margem da cachoeira a encurralando entre seus braços fortes e seus lábios incansáveis. A garota acariciava o rosto do médico, enquanto ele percorria suas costas com mãos incontroláveis.
Já não havia restrições, nem nada ao redor, tudo resumia-se á aquele momento, Kagome não sabia o que estava sentindo, nem conseguia explicar por que seu coração acelerava-se cada vez mais, tudo o que sabia era que estar com Chantal era essencial á sua existência.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Eita chama os bombeiros esses dois colocaram fogo na cachoeira... Aos team Inuyasha relaxem viu, isso não significa que o Inu está fora do jogo.
Espero que gostem. Ás novas leitoras deixo aqui um beijo especial. É isso galera até sexta... Deixem reviews ein? Beeijos
Próximo Capítulo: "Through the Monsoon" Sexta (23/09) ás 21:00