Anata Dekinai Watashi Wa Wasureru escrita por MaryHigurashi


Capítulo 2
Do fim ao Recomeço


Notas iniciais do capítulo

Como prometi mais um capítulo pra vocês, a todos que tem acompanhando a história só tenho que agradecer, é por vocês que nunca desistirei da Fic.
Lembrete: As palavras em itálico terão a tradução nas notas finais do capítulo.



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Kagome continuava estática encarando a figura á sua frente que á mantinha envolta naquele longo abraço, a moça já havia estado naqueles braços em outros tempos.

 - Posso te soltar sem que tente se jogar de novo? – Questionou o rapaz com cautela perdendo-se na profundeza dos olhos da garota que o observava assustada. Kagome já não confiava em sua própria visão que a mostrava aquele belo par de olhos azuis, em meio á traços fortes e desafiadores.

 - Você? – Balbuciava Kagome separando-se dos braços do rapaz lentamente. Tinha milhões de perguntas povoando seus pensamentos, mas seus lábios não conseguiam as proferir.

 - Por que tentou acabar com sua vida? – Questionou o jovem com seriedade.

 - Você... Sua voz... – Continuava Kagome, mas as palavras permaneciam presas em sua garganta. A garota não tinha mais forças para manter-se consciente, tudo ao redor foi engolido pela escuridão, sentiu seu corpo ceder e mais uma vez ser amparado por aqueles braços.

 - Kouga-Kun... – Gaguejou Kagome perdendo os sentidos por fim.

Vozes e ruídos se confundiam naquele cenário, enquanto o jovem dos cabelos negros e compridos corria contra o tempo, ás vezes pensava como seria se tivesse escolhido outra profissão, mas logo lembrava-se que ser médico era o sonho de sua vida.

 - Doutor Mouffe, a moça que resgatou acaba de acordar. – Informou uma enfermeira aproximando-se do jovem médico.

 - Obrigado. – Agradeceu o rapaz caminhando ainda mais rápido. A garota que ele salvara do suicídio, o despertava imensa curiosidade, não conseguia entender como uma só pessoa conseguia carregar tanta tristeza no olhar. Ao entrar em uma sala repleta de leitos e diversas pessoas, a jovem dos olhos penetrantes e feições delicadas logo o chamou á atenção.

 - E então, como está se sentindo? – Questionou o rapaz se aproximando da cama em que a moça repousava.

 - O que aconteceu? – Indagou Kagome sentando-se.

 - Você teve uma queda de pressão, e desmaiou. – Contou o médico acercando-se um pouco mais á garota.

 - Onde estou? Você me trouxe até aqui? Como passou pelo po... – Interrogava Kagome como um furacão, as perguntas antes presas agora saiam livremente.

 - Calma. Me chamo Chantal, sou médico, você desmaiou no meio da rua, era minha obrigação te trazer até o hospital. – Cortou o médico tentando conter o mar de perguntas da garota.

 - Chantal? Então você não é o... – Concluía Kagome espantada encarando cada detalhe do rapaz á sua frente. A semelhança entre ele e Kouga era assustadora.

 - Bom tecnicamente você já recebeu alta, mas gostaria de conversar com você antes de ir embora. Vamos até a praça de alimentação? Você precisa se alimentar. – Convidava Chantal ajudando a moça á se erguer.

 - Sim. – Concordou Kagome naturalmente, seguiria aquele rapaz onde fosse, pois precisava de respostas. O médico á conduziu pelos longos corredores do hospital, parando em frente á uma pequena mesa na praça de alimentação. Chantal puxou uma cadeira para que Kagome se sentasse, e sentou-se na cadeira á frente logo em seguida.

 - Sei que tudo deve estar parecendo confuso, mas precisamos conversar sobre o que aconteceu ontem. – Começou Chantal com cautela enquanto fitava os olhos da moça que o despertava tantas sensações estranhas.

 - Não quero falar sobre isso. – Determinou Kagome desviando o olhar e encarando o lugar ao redor, nunca gostou de hospitais, sempre continham uma forte presença fúnebre, mas aquele em especial parecia ter alguma coisa diferente.

 - Tudo bem... Quer comer algo? – Ofereceu Chantal mudando o assunto, sem obter resposta, Kagome começou á encará-lo de forma intrigante.

 - O que fazia naquela ponte no meio da chuva? – Perguntou Kagome por fim.

 - A gasolina do meu carro acabou então atravessei a ponte pra chegar até o posto de gasolina. – Respondeu o médico sem tirar os olhos das mãos da garota que se fecharam com irritação sobre a mesa.

 - Se não tivesse me impedido... – Começou a moça.

 - Estaria morta. Isso é realmente o que deseja? Morrer? – Indagou Chantal a olhando com repreensão.

 - Sim. – Afirmou Kagome prontamente levantando-se da mesa de forma agressiva.

 - Espera! Você precisa ver algo. – Determinou o rapaz levantando e agarrando o braço da moça. – Depois que vier comigo eu te solto, ou melhor, te levo até a ponte para que se suicide. – Propôs Chantal com confiança.

 - Nani•? – Questionou a moça assustada com a mudança de atitude do garoto.

 - Sim, mas primeiro você vem comigo. – Decidiu o jovem voltando á conduzi-la pelos longos corredores. Chantal conhecia cada canto daquele hospital, boa parte de sua historia se resumia através daquelas paredes. O médico parou  repentinamente em frente á uma grande porta decorada com um enfeite em forma de arco-íris.

 - Abra a porta. – Pediu Chantal com delicadeza. Kagome hesitou por um tempo, mas logo depositou a mão sobre a maçaneta e a girou com cuidado abrindo a porta devagar, e revelando uma enorme sala. As paredes fugiam dos padrões de todo o hospital, eram repletas de cores e vida e só eram ofuscadas pelo sorriso sincero nos lábios das crianças que brincavam em meio á inúmeros brinquedos.

 - Isso é... – Sussurrou Kagome tentando encontrar uma palavra que descresse o que aquela cena á fazia sentir.

 - Esperança. Esse é o maior exemplo de esperança que já vi. Essas crianças poderiam estar deitadas sobre uma cama, e se deixando levar pela doença, mas não. Elas não desistiram. Vê aquela garotinha no canto, ela perdeu os pais e logo depois descobriu que o câncer tomava seu corpo, acha que é fácil pra ela? Não. Mas ela foi forte e decidiu lutar pela vida. Viver não é uma tarefa fácil, mas não podemos desistir. – Apontava o jovem médico sentando-se ao lado das crianças franzinas, pálidas e com o couro cabeludo completamente despido, era pra ser uma cena deprimente, mas aqueles sorrisos superavam tudo aquilo.

 - Incrível. – Comentou Kagome em um tom quase inaudível, logo vendo as crianças amontoando-se ao rapaz.

 - Chantal, por que demora tanto para vir nos visitar? – Interrogou uma menina  abraçando o médico.

 - Eu estive ocupado, mas voltei, e quero ver o que andaram desenhando. – Determinou Chantal e logo as crianças surgiram com inúmeros desenhos, em todos notava-se tons coloridos. Kagome admirava a cena ainda parada em frente à porta.

 - Quem é ela? – Perguntou um garotinho ao médico.

 - Uma amiga. – Contou Chantal, sussurrando algo no ouvido do garoto, que se acercou de Kagome sorrindo.

 - Quer desenhar conosco? – Convidou o menino. A moça assentiu e sentou-se junto às crianças. De uma maneira intrigante Kagome sentiu-se em paz ali, horas passaram-se de forma veloz em meio á desenhos e brincadeiras.

 - Voltará a nos visitar? – Perguntou a pequena menina que repousava nos braços de Kagome.

 - Sim Melanie voltarei. – Confirmou Kagome depositando a pequena ao chão, despedindo-se de seus novos amigos, e deixando a sala do arco-íris para trás. Chantal parou Kagome que caminhava rumo á saída do hospital.

 - Aonde vai? Não está pensando em voltar à ponte, está? – Indagou Chantal segurando braço de Kagome que continuava voltada á saída do hospital.

 - Não, eu vou pra casa, estou atrasada pro trabalho. – Respondeu Kagome voltando-se á Chantal.

 - Quer uma carona até sua casa? – Ofereceu o médico.

 - Você não precisa trabalhar? – Lembrou Kagome.

 - Meu turno terminou á horas. – Contou Chantal sorrindo e retirando o jaleco branco que envolvia seu corpo, deixando seus braços fortes e corpo definido á mostra.

 - Vamos então. – Concordou a moça por fim, contendo seus olhos que insistiam em percorrer o corpo de Chantal. O médico á levou até um carro preto e abriu a porta para que entrasse, o cavalheirismo do rapaz era raro, de fato Kagome nunca havia sido tratada daquela forma antes.

 - Onde fica sua casa? – Questionou Chantal entrando no carro e inserindo a chave ao volante.

  - Avenida Presidente Kennedy. – Indicou a moça.

  - Você mora ali? Mas é ao lado da Torre Eiffel. Nossa você deve ser rica. – Concluía o médico com bom humor.

  - Na verdade não. Meu apartamento foi um presente da minha família, usaram toda a herança do meu pai para comprar. – Contava Kagome fitando a janela.

 - É um presentão. – Finalizou o médico sorrindo. O trajeto até o apartamento de Kagome foi concluído em meio ao silencio. Chantal estacionou em frente ao enorme prédio.

 - Chegamos. – Anunciou Kagome.

 - É bom espero ter conseguido te mostrar que vale a pena lutar pela vida. – Comentava Chantal.

 - Sim conseguiu, não penso mais na morte. – Declarou Kagome vendo um belo sorriso se formar nos lábios de Chantal.

 - Fico feliz que tenha feito a escolha certa. – Continuou o jovem médico.

 - Eu preciso ir. – Determinou a moça.

 - Sim, é... Foi muito bom conhecê-la Kagome. – Despediu-se Chantal segurando as mãos de Kagome e depositando um delicado beijo nas mesmas.

 - Também gostei de te conhecer. – Confessou Kagome paralisando o olhar na face do médico.

 - Algum problema? – Perguntou o jovem.

 - Não, é que você parece alguém que eu conheci... Á muito tempo. – Respondeu a garota.

 - O Inuyasha? Foi assim que me chamou... – Interessou-se o outro.

 - Não, o Kouga. – Confessou a miko• sorrindo. Estar perto de alguém que lhe trazia lembranças boas era divertido.

 - Kouga? Que engraçado esse é o nome de um ancestral, meu avô contava umas histórias estranhas, o Kouga era de uma... – Começou Chantal.

 - Yorouzoku•. – Completou a outra.

 - Conhece a história? Pensei que fosse invenção do meu avô. – Confessou o rapaz.

 - Conheço... O Kouga era um youkai• brilhante. – Recordava Kagome com um sorriso sincero nos lábios.

 - Você fala como se o conhecesse, é estranho... Ele viveu na Sengoku Jidai seria impossível conhecê-lo. – Concluía Chantal percebendo o sorriso nos lábios de Kagome ser desfeito.

- É impossível mesmo. – Concordou Kagome depois de alguns minutos silenciosos.

 - Disse algo errado? – Preocupou-se o rapaz.

 - Não. Eu vou entrar, e mais uma vez, obrigado por tudo. – Agradeceu Kagome saindo do carro.

 - Não foi nada, mas espere... Tem um telefone para que eu possa falar com você? – Questionou o jovem médico.

 - Não. – Cortou Kagome entrando no prédio. Por mais que Chantal lembrasse o Kouga, e a fizesse sorrir não podia aproximar-se dele, decidiu viver, mas isso não significava esquecer Inuyasha.


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Notas finais do capítulo

Nani = O que?
Miko = Sacerdotisa
Yorouzoku= Tribo de demônios lobos
Youkai = Demônio

Estou anciosa pelos reviews
BeeijoS

Próximo Capítulo: "Buscando um Sonho"
Sexta-Feira (16/09) ás 18:00



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