Fiquei sem saber o que fazer. Não entendi muito bem o que ele quis dizer... Minha cabeça começou a doer e eu ainda não fazia idéia do motivo de Fred ficar tão nervoso. Nunca tinha visto-o tão irritado comigo em cinco meses de namoro.

“Draco Malfoy” foi o que minha consciência gritou.

- Eu não acredito. – Levei as duas mãos à cabeça.

- Que foi? – Angelina se aproximou. – O que aconteceu?

- Ange... – Respirei fundo. – Acho que ele não vai me deixar explicar tão cedo.

- O que aconteceu?

Andei até onde estava o livro de poções. Estava aberto na página onde estavam guardados os dois pergaminhos do Draco, mas os pergaminhos não estavam lá.

Flashback

Um pergaminho em forma de pássaro pousou na minha perna. Vi o rosto de Fred ficar vermelho e notei que ele ficava encarando o Malfoy – que só ria e revirava os olhos. Peguei o pergaminho e li.

Nunca será uma Weasley. Isso é uma promessa.

Não estava assinado, mas eu já sabia de quem tinha vindo o pergaminho. Peguei meu livro de poções e escondi-o lá dentro, sentindo que um dia poderia usar isso ao meu favor.

Flashback Off

- Eram pergaminhos do Draco Malfoy. – Revirei os olhos.

- Como assim? – Ela arregalou os olhos. – Pergaminhos da Doninha?

- Um era uma ameaça que ele havia feito, e estava assinado. – Pausa. – E o outro era um elogio anônimo. Guardei os dois porque se ele aprontasse comigo, faria chantagem com ele e se fosse preciso, mostraria os dois pergaminhos pra escola inteira.

- E você guardou-os no livro de poções? – Ela revirou os olhos.

- E a última pessoa que tinha que encontrar isso era o Fred. – Ela me abraçou.

- Vai ficar tudo bem. – Alisou meus cabelos. – Ele vai te deixar explicar.

Antes que eu pudesse respirar, Ginny veio correndo e quase nos derrubou no chão.

- Hermi-mione. – Ela soluçava e parecia desesperada. – E-eu...

- Calma. – Revirei os olhos.

- O Harry! – Ela disse e respirou fundo. – O Harry sumiu!

- Não tem como ele ter sumido. – Sorri nervosa. – Ele conhece esse castelo como...

- Ele não está no mapa! – Ela gritou e me entregou o mapa.

Dei uma olhada rápida. “Sala precisa?” Mas o que encontrei quando procurei o corredor do sétimo andar, foi Fred e George desaparecendo. Quem estava na sala precisa não era Harry, eram os gêmeos.

- Ginny? – Coloquei as mãos nos ombros da ruiva. – Dá pra pegar a capa pra mim?

- Voc-cê vai atrás do Harry? – Perguntou com os olhos brilhando.

- Vou. – Menti.

Ela saiu correndo e em menos de um minuto já estava de volta com a capa na mão.

- Toma. – Estendi o mapa.

- Não! – Ela gritou. – Como você vai saber achar o Harry sem o mapa?

Revirei os olhos. Pra encontrar os gêmeos eu não precisava do mapa, mas pra agradar a ruiva eu preciso.

- Tinha me esquecido. – Sorri e dei as costas.

Cobri-me com a capa e passei pela saída do quadro. Minha cabeça ainda estava à mil. O que eu diria? Tentaria me explicar numa frase só? Embolaria-me e ele não ia engolir. Pediria calma? Talvez se eu explicasse tudo pro George antes... Talvez ele me ajude. “Há uma pequena chance.” Era só isso que eu pensava enquanto seguia pro sétimo andar. Notei que o mapa ainda estava em minhas mãos e resolvi guardá-lo, mas antes que pudesse fazer isso, um impulso inexplicável me envolveu e meus olhos percorreram o mapa. “Bellatrix e Draco?” Foi a primeira surpresa que tive. “Harry e Dumbledore?” Ficava a cada minuto mais assustada. O mapa estava infestado de comensais.

Sabia que tinha coisas pra resolver com Fred, mas também sabia que isso poderia esperar. Mudei meu rumo e segui pra torre de astronomia.

x-x-x-x-x-x-x

- Você não entende! – Ele gritou. – Eu fui o escolhido. 

Coloquei-me ao lado de Dumbledore, onde conseguia ver Draco Malfoy desabando em lágrimas – com Bellatrix sorrindo bem atrás dele – e Harry escondido no nível abaixo do que estávamos. “Graças à Merlin eu estou com a capa.”

- Expelliarmus! – Draco gritou e a varinha de Dumbledore voou das mãos do diretor.

“Eu não acredito que ele vai fazer isso.” Foi só o que consegui pensar. Draco tinha as mangas do uniforme na metade do braço – deixando a marca negra aparecer –, a varinha apontada pra Dumbledore e as lágrimas rolando sem parar.

- Me deixe te ajudar, Draco. – Dumbledore disse calmamente.

“Como ele consegue estar calmo?” Revirei os olhos. Uma coisa é certa, Draco não vai conseguir.

Rolei meus olhos até Harry e pra minha surpresa, ele estava quieto. Sua expressão era ilegível. Parecia até outra pessoa. “Porque ele não reage?” Foi o que pensei. Então Harry se virou pro lado e eu acompanhei seu olhar. “Snape!” Minha consciência gritou aliviada. Snape subiu e tomou o lugar de Draco, apontando a varinha pra Dumbledore.

Bloqueei meus pensamentos e tranquei meus dentes, fazendo minha gengiva sangrar.

- Por favor, Snape. – Dumbledore murmurou.

“Avada Kedavra” e a única coisa que consegui ver foi a feição de dor de Snape e a queda do corpo de Dumbledore. Eu não podia acreditar! Eu confiei na pessoa errada esse tempo todo?