1997 escrita por N_blackie


Capítulo 89
Leonard




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“Atenção, estão todos convocados para um encontro discente-docente no Salão Principal, às quatro horas de hoje." Avisou a voz incorpórea de Umbridge nos alto – falantes. Os alunos que andavam nos corredores pararam suas atividades e olharam para cima, inclusive Leonard. Depois de trinta dias de treinamentos intensivos, chegara o dia. Voltou a olhar para os colegas, e viu seus companheiros de Ordem – desde algumas crianças do primeiro-ano, até seus veteranos – fitarem-no com decisão no olhar.

Começou a andar acelerado para os jardins, onde Violet estava trabalhando, sentindo o olhar de todos às suas costas. Os anéis balançavam em seu bolso.

“Ouviu o sinal?” Perguntou, e a ruiva parou de ajeitar umas flores para assentir.

“Claro... Estamos prontos?”

“Sim. Estou preocupado se teremos pessoal suficiente... Dumbledore não respondeu ainda.”

“Neville avisou a ele sobre a data da invasão,” Violet mordeu o lábio, “acha que ele não recebeu a mensagem?”

“Não sei.” Mentiu. Achava que Dumbledore estava morto, mas não queria dizer isso a ela. “Não encontrou veneno algum?”

“Não... Ainda não sei como faremos para destruir essa horcrux, Leo. O que vamos fazer se Ele resolver olhar dentro da caixa que nós colocamos no lago?”

Leonard endureceu. Tinha pensado sobre isso na madrugada, enquanto não conseguia dormir. Se Voldemort quisesse alguém para matar, se ofereceria. Não tinha mais Adhara, ou Jack, e seus pais nunca sairiam de Azkaban. Violet entenderia seu sacrifício.

“Decidimos isso na hora, que tal?”

Retornou para o castelo, olhando para o relógio rapidamente. Faltava uma hora para a invasão. Os alunos ao seu redor o olhavam discretamente.

Entrou no corredor, e sentiu uma mão segurá-lo pelas vestes. Se debateu, e foi encostado na parede por Amucys Carrow. “Você não vai estragar nada hoje, entendeu? Deixamos o seu pessoal atrapalhar a vida de Umbridge porque ela é uma idiota, mas se entrar no nosso caminho eu vou pessoalmente matar você. Entendeu?”

Os dedos dele apertavam a base do seu pescoço, e Leonard olhou dentro dos olhos de Carrow para responder.

“As rodas já rodam há muito tempo, Amymus, não há nada que nenhum de nós possa fazer para pará-las.”

Uma rusga de confusão apareceu entre os olhos dele.

“Não entre no meu caminho, Black, ou serei obrigado a exterminar a sua raça da face da Terra. Ficou avisado.”

Soltou-o, e Leo se apoiou na parede para respirar. Carrow saiu apressado pelo corredor, xingando algumas crianças no caminho. Tocou o próprio pescoço, raivoso. Carrow seria o primeiro a pagar.

O Salão Principal estava quase cheio, mas as aglomerações de estudantes e trouxas ainda estavam desorganizadas. Olhou em meio à confusão e viu Richard, que conversava com Madeleine em tom secreto. Do outro lado, Violet, Sam, e Mary se escondiam, toda hora esfregando as cinturas onde estavam guardadas suas varinhas.

Enfiou as mãos no bolso. Quando passava por alguns círculos, sentia um toque rápido dos membros da Ordem em seu ombro, indicando que estavam prontos, e parou perto dos corvinais para se posicionar. Não tinham plano algum.

O relógio bateu quatro vezes, e os alunos começaram a se alinhar. Corvinais, Sonserinos, Grifinórios, Lufa-Lufas, e os trouxas formaram cinco filas paralelas. Umbridge surgiu escoltada pelos Carrow, e estava tão pálida que sua roupa cor-de-rosa ficava berrante em contraste.

“Bom-Dia, alunos e alunas.” Disse, ansiosa, “Hoje, recebemos uma visita elegante. Hogwarts sempre foi e sempre será o maior e último reduto do interesse acadêmico, e participa de forma fundamental na consolidação das jovens mentes bruxas do nosso tempo. O Ministério reconhece isso, e seus representantes também. Então, neste dia, uma equipe parceira irá fazer uma inspeção no castelo, e para isso precisa de seis voluntários. Para mostrar nossa gratidão em relação aos serviços que prestaram, os trouxas poderão se voluntariar, portanto, corram para garantir sua vaga! “

Um pouco afastados dos lados de Umbridge, Alecto e Amycus viraram as cabeças para outra direção, como se ouvissem um barulho, e trocaram olhares também. Umbridge não os notou.

“As regras da inspeção são simples: todos deverão permanecer aqui, em silencio, até que os serviços sejam cumpridos-“

No fundo, Alecto se aproximou de Amycus, e Leonard conseguia ver que estavam nervosos a respeito de alguma coisa. Umbridge interrompeu-se para mirá-los, e o bruxo desfez da preocupação dela com um gesto de mão. “Continue, diretora, nós só vamos conferir algo.”

Leo olhou através da multidão, e viu Richard franzir a testa enquanto os olhava sair com as varinhas em punho. Depois, olhou para Leonard e perguntou, com a boca:

“Onde será que eles vão?”

Deu de ombros. Umbridge limpou a garganta.

“O silêncio é de máxima importância-“

De novo, foi interrompida por um barulho surdo vindo das escadarias debaixo. Imediatamente, a diretora tirou a varinha do bolso, e segurou-a nas mãos sobre o colo.

Contudo, antes que recomeçasse, outro barulho veio debaixo, mais próximo ainda. Leonard esticou a cabeça para ver, e não conseguiu. Então, ignorando as regras, passou para frente de sua fila, e empunhou a varinha. Ao seu redor, os membros da Ordem fizeram o mesmo. Umbridge ficou pálida.

“O que? Como vocês estão armados? Me deem essas varinhas!”

“EI, VADIA!”

A cabeça de Leonard virou-se tão rápido que o garoto achou que fosse quebrar o pescoço. Não podia ser. Aquela voz. Aquele tom.

No corredor lateral, com os Carrow presos por cordas enfeitiçadas, estavam Jack e Adhara.

“Pode sair daí.” Disse a irmã de Leonard, chutando a cabeça de Alecto para o lado, “Ou vou quebrar a merda da tua cara, sua cretina.”

Jack puxou a varinha e uma faca, que encostou ao pescoço de Amycus. “Você é surda? Sai da frente!”

“HARRY!” Violet gritou, e Leonard queria fazer o mesmo, mas não conseguia.

“Jack.” Disse, a voz embargada. O irmão gêmeo sorriu.

“Leo.”


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