Remenissions escrita por guem glycerine


Capítulo 30
Um deslize.


Notas iniciais do capítulo

I'm Back.



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Ouvi meu despertador tocar. Me levantei e fui me arrumar. Coloquei calças jeans e uma blusa preta rasgada até a barriga e coturno.

Desci as escadas e ouvi Jev lá em baixo.

- Olá – murmurei para ele e me sentei na cadeira

- Oooii – ele sorriu e derrubou as xicaras na mão e riu escandalosamente

- Você está bem Jev? – eu disse o olhando

Ele fitou a parede e abriu a geladeira.

- Jev? – eu perguntei novamente

- Eu não me lembro – ele disse rindo – Acho que eu esqueci onde deixei minhas seringas – ele disse e se sentou no chão

‘’ O filho da puta está drogado’’ pensei e bufei.

- Jev, você poderia tomar um banho agora? – eu disse compreensiva – temos que ir para o seu bar

- Ah sim, banho – ele disse e brincou com as mãos – Meu bar – ele disse e tentou se levantar

- Jev? – eu disse e estalei os dedos na frente dele

Ele se levantou e foi pro banheiro.

Comecei a arrumar a bagunça que estava a cozinha.

- Que se foda – murmurei e joguei tudo no chão de volta

Me sentei na bancada e mexi nas gavetas que achei.

Achei um pacotinho transparente com um pó branco dentro.

- Não boto fé, Coca? – eu sorri e peguei o pacotinho

Abri e despejei na bancada. Peguei minha carteira e tirei um cartão de lá.

Fiz uma carreirinha e guardei o restante de volta no pacotinho.

Enrolei uma nota e posicionei sobre o pó.

Inalei de uma vez só, e senti meu nariz arder. Passei a mão instintivamente sobre o nariz.

Sorri e me sentei de novo.

Liguei o som e estava tocando uma daquelas músicas velhas e chatas.

Me sentei no chão e comecei a viajar. Senti meu nariz escorrendo.

Sorri.

Uns 30 minutos depois, Jev apareceu na porta. Mais normal.

- Vamos Lauren? – ele disse abrindo a porta da sala

- Vamos Jev – eu disse sorrindo e sai fechando a porta

Subimos na moto e ele deu partida, acelerando drasticamente.

A sensação do ar puro batendo no rosto é incrível. Agora imagina essa sensação 10x mais forte.

Eu estava amando essa vida. Estava entrando em uma vida que não me pertencia. Mas estava precisando daquilo.

Chegamos ao bar de Jev. Havia uma grande porta preta e acima estava escrito: Dog Bar em vermelho e em letras estranhas.

Entrei e estava tudo organizado. O ambiente escuro, com as mesas e cadeiras da mesma cor. Vários pôsteres e outras influências pelas paredes.

Uma estante que vinha do chão ao teto, cheia de garrafas, de todos os tipos. Luzes fluorescentes estavam espalhadas pelo salão. E havia um pequeno palco montado, para as bandas se apresentarem.

- Aqui é demais Jev – eu disse olhando ao redor

Jev ligou o som.

Não era o tipo de música que eu estava acostumada a ouvir, mas aproveitei.

Era uma mistura, de rock com blues. E que se tornou algo hippie e psicodélico.

Era bem estranha para falar a verdade.

Jev começou a colocar as cadeiras nos lugares, e eu continuei no mesmo lugar.

- Alguém vai se apresentar aqui hoje? – eu perguntei – Eu tenho que usar alguma roupa especial?

- Vai vir uma banda de HB, e é surpresa – ele disse sorrindo – acho que você sabe o que usar – ele disse e piscou

- É – eu sorri

Fui pra a área do balcão e terminei de organizar as coisas.

Lá pelas 21 horas, eu fui me arrumar. Vesti isto:

http://www.polyvore.com/cgi/set?id=49071951&.locale=pt-br

Baguncei os cabelos e arrumei a saia.

Sai do banheiro e ouvi assovios da parte de Jev.

- Uau, você está linda – ele sorriu

- Obrigada – eu disse e saí para a parte de dentro do bar

O bar já estava lotado e lá estava muito quente, tirei o casaco que estava e deixei em baixo dos balcões.

Olhei para ver se a banda já estava posicionada. Foi quando tive um colapso, meu nervos ficaram a flor da pele.

Não podia ser, aquilo só podia ser um pesadelo.

PUTA QUE PARIU.

Não podia ser o Avenged Sevenfold, tocando lá. Não naquele bar, não a onde eu estava.

Jimmy estava arrumando a bateria, enquanto Zacky, Johnny e Brian afinavam seus instrumentos. Matt bebia uma das suas cervejas.

Fitei Brian, meu coração faltou sair pela boca.

Eu o amava tanto, eu estava sofrendo tanto. Ele não podia ter me achado, não agora.

Eu estava vidrada nele, aquele seu cabelo bagunçado. Estava como sempre, o de sempre. Cabelos bagunçados, roupas pretas e cerveja na mão.

Sorri, mas logo aquele sorriso se tornou uma lágrima que saia do final dos meus olhos. Eu não queria me sentir assim, queria ser forte. Mas não consigo aguentar.

Eu estava hipnotizada. Segui seus movimentos, seus olhar penetrado nas cordas da guitarra.

Vi que ele direcionou o olhar para mim, ele fez uma cara de confuso e deixou a guitarra de lado, abaixei a cabeça e sai correndo.

Corri até a porta dos fundos e respirei fundo. Sai correndo de novo.

Parei no bar da frente. Motoqueiros mal encarado, me olhavam de cima a baixo.

‘’ Onde eu fui me meter’’ pensei, indo em direção ao banheiro.

Cheguei lá, o cheiro forte de urina dominou meu nariz. Entrei em um dos boxes mais limpos. Apoiei-me na parede e tirei de dentro do sutiã um pouco de cocaína. Coloquei metade do conteúdo na mão e guardei o resto.

Inalei todo o produto, até meu nariz arder. E fiz o mesmo com o outro nariz. Fui até o espelho e limpei o nariz.

Isso iria me matar um dia, mais eu amava a sensação que ela me proporcionava. Eu amo mais quando eu sofro.

Sentei-me no vaso e deixei aquela sensação ir tomando conta de mim aos poucos. Pensei em muita coisa. Pensei em Brian, em Meg, nos meninos, nos meus pais.. Eu não queria que as coisas acabassem dessa maneira, mais eu não podia continuar ali, não no mesmo lugar que Brian, não sendo humilhada e sofrendo por algo que não me fazia bem. Brian me fazia bem sim, mas era poucas vezes. Quando ele não achava alguém melhor para passar a noite com ele, ele ia atrás de mim. Era sempre assim, eu era a segunda opção de Brian. E nada do que eu fizesse poderia melhorar essa situação.

Senti as lágrimas rolando novamente essa situação. Eu estava em uma bad trip.

Ouvi alguém abrir a porta e fechei a minha devagar.

- Eu sei que você está ai – Brian gritou – Eu te vi entrar – ele riu 


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