A Queda de Um Semideus escrita por Thah


Capítulo 9
Todos vamos pelos ares


Notas iniciais do capítulo

Oie gente!
Mais um capitulo ai para vocês ^^
Espero que gostem >.



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Aguardamos cair a noite para por o plano de Nico em prática. Ele estendeu a mão ao chão e pronunciou algumas palavras em grego e simultaneamente surgiu uma névoa escura e densa. Brotou três figuras de quatro patas cada uma, um par de olhos, garras afiadas e rabo felpudo. Cães infernais.

  - Nosso meio de transporte – pronunciou Nico.

  - Cã-cã-es infernais – baliu Grover.

  - Não se preocupe são mansos – ele fez carinho na orelha de um deles. O impressionante foi que o bichano parecia um filhote, alegre,                                                                                                                                                                                                                                                                e indefeso. – e Percy trouxe um especial pra você.

  - Au!Au!

  - Sra. O’ Leary! – passei a mão em sua cabeça, o cheiro de Pet Shop, Quíron sempre a lavava semanalmente. Parecia feliz em me ver. Ela me lambeu algumas vezes, meu rosto ficou pegajoso. – é bom te ver menina.

  - Tempos que partir – alertou Nico – esses cães só viajam a noite, vamos em duplas.

  - Miley é melhor ir com seu irmão – disse Annabeth.

  - Não, não Annabeth vá você. Os dois formam uma bela dupla – ela piscou pra mim.

Esperava que Annabeth não estivesse tão vermelha quanto eu.

  - E você minha irmã?

  - Eu... eu vou com Nico – ela subiu no cão em que ele se encontrava. – não tem problema né?

  - Não,não, claro que não. – disse ele – Grover por ser o mais velho levara Greg.

  - O.k.

  - Segurem-se – ordenou Nico.

Annabeth agarrou minha cintura com força. Alguns de seus cachos caiam sobre o meu ombro, o aroma de limão, igualmente quando estivesse em seu chalé antes de entrarmos no labirinto, ela estava atordoada por liderar uma missão, relia seus relatórios. Tentei acalmá-la dizendo que tudo daria certo recebi um olhar mortal, achei que fosse me dar um soco e em vez disso estendeu os braços e nos abraçamos. Michael seu irmão nos pegou em flagrante.

Andamos vários quilômetros a lua cheia era nossa única fonte de luz. Nico tomava a frente do bando juntamente com Miley. Grover relembrava nossas missões...como quando fomos pela primeira vez ao mundo inferior,melhorei minhas habilidades em controlar a água, Grover quase caiu no abismo do Tartaro e Annabeth fez amizade com Cérbero o cão de três cabeças. No ano seguinte o sátiro foi atrás de Pã e nisso arrumou um casamento com um ciclope, Annabeth e eu o salvamos ao lado de Tyson e Clarisse. Nico acrescentou o dia em que conheci a ele e Bianca, no mesmo dia Annabeth foi seqüestrada, lamentavelmente perdemos Zoe-doce-amarga e Bianca Di Angelo durante a busca.

Aos catorze anos, Grover, Tyson, Annabeth e eu entramos no labirinto a procura de Dedálo, nos separamos Grover e Tyson seguiram um rumo a procura de Pã enquanto Annabeth e eu continuamos a missão.Na forja dos telquines achando que eu fosse morrer Annabeth me beijou. Quintus revelou ser Dedálo. E por ultimo Annabeth comentou da luta em NY com todos os campistas a derrota de Cronos, a perda de Luke...enfim falou até mesmo do presente que o Olimpo me oferecera.

  - Se tornar um deus? – disse Miley – irmão isso seria demais!

  - É eu sei... por outro lado ser imortal aos dezesseis anos traria um desconforto pra mim.

  - Você teria de morar no Olimpo? – perguntou Greg.

Assenti.

  - Não veria mais minha mãe, ou meus amigos do acampamento... definitivamente não aguentaria viver sem eles. – Annabeth esboçou um pequeno sorriso.

  - Chegamos – disse Nico. – o monte Rushmore... montaremos acampamento aqui.

  - Tem certeza? – perguntou Greg.

Ele assentiu. Em minutinhos preparamos uma grande barraca e fizemos uma fogueira.O fogo caloroso e aconchegante de Héstia. Depois que todos foram dormir ,sentei em uma tora perto da fogueira,enquanto meus pensamento ficavam a deriva...mexia e remexia com uma vareta a madeira. Tive medo de adormecer e sonhar com Thalia. Vê-la sofrer de novo me cortava o coração.

  - Esta tudo bem?

  - Hã,ah,oi Greg – disse eu voltando a fitar os restolhos de madeira sendo pulverizados.

  - Percy queria falar com você. – ele apertou os dedos.

  - Se for brigar comigo olha eu...

  - Não, não é isso – interrompeu ele – queria...queria te agradecer.

  - Pelo quê?

  - Você me salvou hoje de manhã e eu nem te agradeci.

  - Que isso não foi nada.

  - Pelo contrário. – Greg respirou profundamente procurando palavras – você não sabe o quanto significou pra mim.

  Nesta hora pensei que talvez Greg passasse por coisas que eu nem imaginaria. Não sabia muito sobre ele, apenas que brigávamos como cão e gato constantemente.E que tinha gostos muito comuns com a Annabeth.

  - Greg lembra que você me perguntou por que te salvei?

Ele assentiu.

  - Porque eu sempre protejo meus amigos – consegui esboçar um sorriso.

Seus olhos se arregalaram como seu eu tivesse dito o maior palavrão do mundo.

  - A..a..amigo eu...eu seu amigo? – ele fitou o fogo - Percy você me considera mesmo seu amigo?

  - Da minha parte sim. Agora você que não gosta de mim. – dei os ombros.

  - Argh! – passou as mãos no rosto e em seguida no cabelo – você não entende... não tenho muitos amigos, na verdade Annabeth é a única que me compreende.

Tentei não me incomodar o modo que ele falava dela.

  - Tinha inveja de você – ele fez uma careta desviando o olhar.

  - De mim? – era confuso, o que ele poderia invejar, minha capacidade de se meter em confusão ou talvez de sempre colocar todos em perigo.

  - Percy você tem tudo, amigos, mãe, irmãos, um sátiro protetor, pai presente e tem a Annabeth... a questão é – ele piscou repetida vezes para conter as lagrimas – ela fala de você com tanto orgulho.

  - Ela fala? – Annabeth nunca admitia nada na minha frente. Seu húbris interferia em tudo, fazia questão de repetir várias vezes: uma missão para ser completa tem de ter estratégias.

  - Sim. Me contou tudo sobre você, desde a chegada do acampamento até sua volta a NY.

Por um momento congelei. E se ela tivesse falado sobre nosso beijo no labirinto ou no acampamento.

  - Ela pode ter exagerado um pouco.

  - De qualquer forma, não quero mais brigar com você. Amigos? – Greg estendeu a mão.

Pensei um pouco. Ele poderia estar de armação. Mas revi a situação, pelo olhar dele via que realmente falava a verdade.

  - Amigos. – apertei sua mão com firmeza.

Amanheceu.

Lá estava ele monte Rushmore com seus quatro rostos esculpidos: George Washington, Thomas Jefferson, Thedore Roosevelt e Abraham Lincoln. Annabeth olhava o monumento deslumbrada, com seu bloquinho em mãos despejava números em suas folhas,desenhava esboços geométricos com seu lápis HB ponta fina.

  - Gutzon Borglum fez um ótimo trabalho. – disse ela.

  - Quem? – perguntou Grover perdido. Ele era o que menos prestava atenção nas coisas que Annabeth contava sobre arquitetura.O menino-bode odiava os números, na época em que estudávamos juntos sempre tirava notas baixas indo constantemente para a recuperação, não que eu fosse diferente.Com a dislexia se tornava impossível terminar uma prova,as letras voavam do papel pareciam dançar,confundindo a palavra nunca a formando por completo.

  - Ele foi pintor e escultor. Responsável por essa maravilha que vocês estão admirando – falou como se ela mesma tivesse esculpido cada pedaçinho dos rostos do monte.

  - No monte das expressões a pista desconhecida – disse Miley  fitando o monte – dezoito metros de obra, fundado em três de março de 1925 com os quatro presidentes esculpidos.

Troquei olhares confusos com todos.

  - O que foi? – fez uma careta -  Percy, as lideres de torcida me enchiam pelo fato de eu ser “nerd” – deu os ombros.

Ela tinha razão. Nem me dera conta que minha irmã era humilhada pelo fato de ser “muito inteligente”.Uma vez comentara comigo que era muito boa em historia e geografia. Da parte geográfica eu até entendo porque os filhos de Poseidon conseguem saber latitude e longitude quando estão no mar.Agora a parte de história, novidade.

  - Mas Miley, você tirava notas altas? – disse Nico

  - Sempre acima da média, por quê?

  - Estranho, os semi-deuses são disléxicos, como conseguia, quer dizer eu não consigo ler nada em inglês.

Troquei olhares com Annabeth. Se Miley era uma semi-deusa, consequentemente disléxica, as avaliações formuladas para respostas escritas. Minha irmã nos olhava com desconfiança, os olhos azuis me fitaram com duvida.

  - Por que estão me olhando assim? Parece até que vim de outro planeta.

  - Quíron me falara uma vez... – pronunciou Annabeth – que alguns meio-sangues podem ter QI avançado, assim a dislexia não ataca tão forte como deveria.

  - Isso é bom? – disse Miley apertando a blusa.

  - Totalmente! Miley você é uma raridade.

  Ela corou um pouco, deixando suas bochechas rosadas.

  - Lamento estragar esse momento... porém temos uma “pista desconhecida” para achar.

  - Tem razão – disse Annabeth voltando-se para o monte – contudo...

  - Por onde começar – completei.

Como procurar algo que nem sei o que é? Até mesmo Annabeth estava confusa, quanto mais tempo perdíamos, mais tempo para achar a pista e mais tempo para achar Thalia. Miley e Annabeth fitavam o monte como duas geólogas, procurando respostas. Gostaria tanto que os presidentes pudessem falar e nos contar onde procurar ou melhor a localidade exata da pista.Circe teria utilidade agora, com sua feitiçaria.

  - Eles parecem olhar pro nada – comentou Grover mastigando uma lata.

  - É isso! – disse Annabeth – Grover você é um gênio.

  - Quem bom que alguém notou – ele se vangloriava, ajeitando a blusa como se fosse uma pessoa famosa – só me explique minha genialidade...

  - Os quatro olham para direções diferentes – ela começou a rabiscar o caderno.

  - Acho que estou entendo Annabeth – disse Miley se aproximando dela e vendo seus rabiscos aleatórios.

  - Ok, então me expliquem – disse eu. Definitivamente não entendo papos inteligentes.

  - Se traçarmos retas que saem dos olhos de cada um – falou Miley – acharemos retas paralelas.

  Annabeth, parou o desenho e virou o bloquinho para mim.Com o lápis esclarecia seu raciocínio.

  - Exceto dois ... Theodore Roosevelt e Abraham Licon, por estarem olhando direções opostas,as retas  dos olhos deles se cruzam em um ponto.E é este! – fincou o lápis em uma área.

  - Uau! – disse Nico em um tom surpreso.

  - E porque acha que a pista estaria nesta área? – perguntei.

  - Pense comigo Percy... – disse Annabeth – só há um vão entre os rostos nesses dois presidentes e bem onde de cruzam as restas, não acho que seja mera coincidência.

  - Bem o que estamos esperando – animou Grover – vamos logo desvendar este mistério.

Escalamos pelas pedras, ocasionalmente meu pé escorregava e perdia o equilíbrio mas em seguida conseguia me arrumar.Grover era o que tinha mais dificuldade,seus cascos não tinha um apoio muito bom.Em nenhum momento eu olhei pra baixo, imagino se Thalia estivesse ali com seu mortal medo de altura, teria um ataque cardíaco ou coisa pior.Por fim chegamos na área delimitada pelo esboço tridimensional de Annabeth.

  - E agora? – perguntou Nico.

  - Não podemos cavar, é pedra e não areia. – alertou Miley.

  - E temos a ausência de materiais específicos para perfurar o chão. – continuou Grover.

  Annabeth se agachou, apoiando-se nos calcanhares.Passou levemente os dedos no chão,deu socos ocos e se pôs de pé novamente.

  - Que azar – lamentou ela – embaixo não é oco. Se fosse poderíamos ficar a escapada,abrindo uma pequena fissura.

  - Mas Annabeth... se as rachaduras se estenderem podem chegar até o monte e por tudo abaixo. – disse Miley.

  - Não tinha pensado nisso – ela pôs o dedo indicador no lábio, permanecendo em sua posição de pensadora.

  - É claro! – exclamou Greg – precisamos controlar as rochas.

  Olhamos para ele confusos.Controlar as pedras? Acho que não existe um controle remoto pra isso. Se existe ainda me apresentem por favor.

  - Desta forma, o monte Rushmore não correria riscos, é só não deixar que as rachaduras cheguem até ele. Todavia para que meu plano funcione precisarei do Percy e da Miley.

  - De nós? – dissemos ao mesmo tempo.

  - Sim.Vocês dois são filhos de Poseidon,o deus dos terremotos.

  - Ah não! – disse eu - a ultima vez que causei um tremor o monte Santa Helena foi pelos ares. Use só a Miley – sugeri.

  - Entenda, é necessário os dois – ele pegou o bloquinho de Annabeth e fez um desenho- esta vendo...enquanto Miley segura as rachaduras,você abrira um buraco profundo.Sei que consegue.

  Mordi o lábio inferior, ao meu redor Nico me olhava confiante apenas com seu olhar entendi que estivesse dizendo “Vai lá, você é capaz disso”. Contudo temia que desse errado o plano. Se não obtivesse sucesso, tudo viria abaixo e poderíamos morrer soterrados. Sinceramente era um perigo que eu não queria correr. Minha irmã estendeu a mão e sorriu ternamente.

  - E então?

  - O.k – apertei sua mão com firmeza e esbocei um sorriso confiante.

Miley andou uns dez metros e fez um sinal para que eu começasse. Fechei os olhos e me concentrei, meus braços formigavam. Senti uma reviravolta no estomago. Abri as mãos e as pedras começaram a se afastar, primeiro uma rachadura, ela se alargou e formou um buraco de uns vinte metros.Minha irmã do outro lado tinha tudo sobre controle.

  - Ali! – disse Nico apontando para um brilho no fundo do buraco, ele começou a descer o “abismo”. – parece ser um vaso...

  - Traga-o para cima – disse Grover.

Enquanto o filho de Hades subia algo aconteceu. Meus braços se enrijeceram, começaram a queimar. Minhas pernas bambearam.

  - Saia daí! – gritei – não vou agüentar por mais tempo.

  - PERCY! – gritou Miley ao longe – não...con...sigo... mais – ela revirou os olhos e desmaiou no chão.Grover foi acudi-la.

Rapidamente tomei o lugar dela, com a mão direita segurei as rachaduras e com a esquerda mantinha o buraco aberto. Mas consumia muita força.

  - Temos que ir embora! – disse Annabeth ajudando Grover – AAAHHH.

Pedras começaram a despencar das montanhas ao lado. Eram muitas tarefas para eu controlar, não suportava mais aquela dor.Soltei os braços.

  - NICO! – gritou Greg em pânico – ele vai ficar preso!

  - Percy faça alguma coisa! – gritou Annabeth.

Minha cabeça doía. Tinha que tirar todos dali, salvar Nico e impedir que o monte Rushmore viesse abaixo. Concentrei toda minha força ( ou pelo menos o que restou dela) e procurei a água dentro de mim. Apenas o suficiente.Um jato de água surgiu, passando pelo buraco e levando Nico para o alto do buraco, esta mesma água pegou Greg, Annabeth, Grover e Miley e por ultimo passou por mim.A água formou uma grande cúpula e se lançou ao céu.A pressão era forte, como se estivéssemos indo para fora do planeta.Que Zeus não me visse a essas alturas.

Acordei com dor na lombar, ainda cambaleando tentei me por de pé. Minha visão meio turva via árvores compridas e espessas. Meu cabelo? Um ninho de rato, minhas mãos estavam inchadas como pão. Provavelmente pela pressão da água, Hefesto já via me alertado sobre isso. Grover surgiu de trás de um pinheiro.

  - Percy... – sua voz saiu fraca.

  - O que aconteceu? – falei meio tonto.

  - Err...voamos muito alto...Miley acordou e ajudou a amortecer a queda mas ela só conseguiu em uma parte da cúpula – ele sobrepôs a mão na nuca .

  - Mas estão todos bem? – perguntei preocupado.

  - Bom... quem estava na parte em que Miley protegeu sim mas...o Nico...

  - Grover me fale logo! – meu sangue ferveu.

  - A queda não fora tão drástica para nós, porém o Nico esta gravemente ferido.


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Notas finais do capítulo

E ai? curtiram?
E no prox capitulo...
" Miley manda sua primeira mensagem de iris, e o resultado desta conversa gerará sérios problemas para todos. E principalmente afetará as decisões de Percy..."