Colégio Aliea...

         Várias crianças diferentes estavam reunidas aqui. Todos nós entramos e recebemos os cuidados necessários e fomos levados para quartos no enorme prédio, cada um teria um quarto, “mas que legal”, eu pensei.

         Fui para o meu quarto, joguei minhas poucas coisas lá e fui tomar um banho, depois eu vi que eles me deram roupas novas e utensílios, eu estava em um lugar bem melhor que o antigo orfanato, a única coisa que me encomodava era pensar nas crianças que foram deixadas para trás com o  terrível tutor.

         Pelo que eu entendi, aquilo era como um internato, todos nós moravamos no colégio, tinhamos nossas refeições lá e principalmente, jogavamos muito futebol, na verdade, os tempos de aula eram menores em pról de maior tempo de treino, nós todos gostavamos muito de futebol, então foi muito bom se mudar para lá e rapidamente todos se tornaram bons amigos.

         -Pai! Pai! – Um dia eu decidi ir até a sala do “pai”, minha consciência estava me sufocando um pouco, eu me sentia tão feliz por estar em um lugar melhor, que me sentia mal pelas crianças do orfanato que continuaram sofrendo. Eu batia na porta, mas ele demorava a atender.

         -Sim, Midorikawa. – Ele finalmente abriu.

         -Posso conversar com você?

         -Claro, entre. – Ele sinalizava para que eu entrasse em sua sala, pensando bem, eu nunca estive lá antes. – Sente-se aqui. – Ele puxou uma cadeira para mim. – Então, sobre o que quer falar?

         O pai era muito gentil com a gente, mas mesmo assim, eu não tinha pensado no que eu iria falar exatamente e estava um pouco nervoso.

         -B...Bem... O senhor... Lembra do lugar aonde me conheceu?

         -Claramente, o orfanato Jardim Alegre.

         -Bem... Bem... Então...

         -Midorikawa, pode falar comigo, esta tudo bem. O que te aflinge? – O pai tinha um sorriso sempre muito acolhedor.

         -É que... As crianças de lá são muito maltratadas... Eu queria poder ajudá-las.

         O pai sorriu e me disse:

         -Não se preocupe.

         Depois de algum tempo, eu recebi a notícia de que o orfanato no qual passei meus piores anos fora fechado e todas as crianças foram mandadas para orfanatos melhores, ao receber a notícia, eu fiquei muito feliz e agradeci muito ao pai.

         A vida continuou assim e passaram-se alguns anos que nós já estavamos morando no colégio Aliea, o pai estava a cada dia aparecendo menos por lá e nós, os alunos, estavamos melhorando no nosso futebol.

         -Vocês também foram chamados aqui? – Um dia, durante a aula, alguns alunos foram chamados para a sala do pai pelos rádios do colégio, além de mim, alguns outros estavam lá.

         -Vocês devem estar se perguntando porque foram chamados aqui. – O pai estava sério. – Vocês foram os que mais se destacaram nos treinos de futebol durante esses anos, vocês serão os capitões dos times para o meu projeto.

         Todos ficaram animados, apesar de não saber do que o projeto se tratava.

         -Vocês serão... – Começou o pai, apontando primeiramente para mim. – Reize, Desarm, Burn, Gazel e Gran.