Perfection escrita por Misu Inuki


Capítulo 7
Ministério da Saúde avisa: Morar com Suju faz mal




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Bati na porta entre aberta, antes de entrar no quarto.
E fui atropelada logo em seguida.


Ana pulou em cima de mim, praticamente me matando.
De susto, e também porque quando caí, bati de cabeça na porta.

-Amiga, amiga, vocês está bem? Ai, meu Deus amado! Eu matei a garota!_ela me segurou pelos ombros e começou a me sacudir antes que eu pudesse falar qualquer coisa- ME RESPONDE MUIÉÉÉÉ´!

-SE VOCÊ PARAR DE TENTAR DESCOLAR O MEU CÉREBRO, FICARIA MAIS FACÍL, NÉ?-gritei e ela me soltou.

Só para pular em cima de mim de novo, me abraçando.

-Amiga, você está bem!- ela sorriu, antes de me dar um tapão no braço- NUNCA MAIS ME ASSUSTE DESSE JEITO, OU EU TE RECUSSITO SÓ PRA TE MATAR DE NOVO!

-Olha só! A santa do trio fazendo juras de morte- ouvi a voz  irônica de Jack, de cima de uma das beliches- Papai do céu não gosta disso viu?

Ana se levantou juntando as mãos, enquanto falava algo como” Desculpa, Senhor”
Incrível como ela sempre caía nas brincadeiras da Jack.
Se bem que , até eu mesma, vivia caindo.

Enquanto a ruiva rolava de rir, em cima da cama, reparei que tinha outras duas garotas no quarto além de nós.
Ambas tinham aparecia oriental, com cabelos negros e lisos, e olhos puxados.
Uma delas usava óculos, e estava sentada encolhida na cama de baixo.
A outra que arrumava as malas, se virou para mim.

-Olá- acenei

-Oi.- ela falou depois voltou a se concentrar no que tava fazendo.

-Meu nome é Agatha.- estiquei a mão para ela.

-Eu sei.- ela respondeu sem me olhar- Fomos todos apresentados na sala.

Abaixei a mão depressa.
A garota não era de muito papo, então eu desisti de tentar puxar algum assunto.
A menina da cama de baixo, olhou para mim, por cima dos óculos negros e redondos, mas quando percebeu que eu a olhava, abaixou-os imediatamente, finguindo ler, o que me pareceu uma revista de fofocas coreana.

Suspirei e fui arrumar as minhas coisas.
Peguei uma das minhas malas, e tirei um pijama azul de mangas compridas e quente, meu kit de banheiro, e uma toalha.
Depois fechei a mala e coloquei, do lado da minha cama.
Amanhã eu arrumaria aquilo tudo com mais calma.

Tirei o meu tradutor, e encaixei-o num suporte que ao lado da minha cama.
Logo, uma luzinha acendeu, e eu vi que ele estava carregando.
Deixei o meu fone, numa caixinha que tinha do lado do carregador, e fechei enquanto pensava em como iria me acostumar com aquilo tudo.

Ana pegou as coisas dela, e Jack também, e fomos as três para  o banheiro.
Tinha um banheiro naquele mesmo corredor, então só precisamos dar alguns passos para chegar lá.
Mas fui só eu fechar a porta que as duas me bombardearam de perguntas.

-O que você tanto conversava com o Yesung?- Jackeline cruzou os braços me olhando desconfiada- Safadênha! E eu pensando que você era a mais lerda do grupo.

Ana ria, concordando com a Jack.

-E qual é o problema de eu conversar com ele, mentes poluídas?- cruzei os braços indiguinada. -Ele é meu amigo!

Yesung era meu amigo, assim como o Wookie.
Não havia nada de errado nisso.

-Sei, acredito- Ana falou ainda rindo.

- Você some o dia inteiro, fica de papinho com ele, e ainda demoras horas para chegar no dormitório... Quero um amiguinho assim também, hein?- a ruiva implicou.

-Mas eu passei o dia inteiro com o Wookie!

Ana e Jack se entreolharam.
Depois começaram a rir escandalosamente.

-Então são dois?

-E já chama até de Wookie!- a ruiva completou.

Peguei a toalha e joguei em cima das duas.
Tive que esperar o ataque delas passar, para explicar a história inteira.
Apesar de achar que não ia adiantar nada, contei tudo o que aconteceu em detalhes.
Deixando à parte, os olhares irrados de Kyuhyun, e o jeito como ele me tratou.

-Hoje fui um dia muito louco...- Ana comentou.

-É- concordei- E vocês? Conversaram com os seus professores?

-Não estou tão amiguinha quando você está do Yesung...-Jack riu e continuou- Mas conversei um pouco com o Eunhyuk. Ele é divertido e simpático como eu imaginava.

-O Sungmim é super fofo. -Ana sorriu- Acho que não ia me dar tão bem com outro Suju que não fosse ele!

-Nem se fosse o Mr. Choi Siwon?- pisquei.

Ana jogou a bolsa na minha cara sem a menor piedade.
E ela sabia que estava pesada.
Tentei salvar o meu rostinho de estragos maiores, mas acabei sendo atingida.

Ficamos rindo, e conversando, enquanto nos arrumávamos para dormir.
Foi bem divertido, como nas festas de pijama que fazíamos no Brasil.
A grande diferença, era que estávamos na Córeia agora.
Á poucos metros de nossos  ídolos.

Todas nós estávamos conscientes de que a partir daquele dia, eramos rivais de um mesmo prêmio.
Mas nenhuma de nós teve coragem de falar sobre isso.
Talvez, na esperança, de conseguir manter pelo menos por aquele momento, a emoção de transformar um sonho em realidade.

Mesmo que esse sonho, se transforme em um pesadelo conforme o tempo passasse.


*****************************************************************************

Levantei, sonolenta.
Demorei um tempo para entender onde estava, e porque estava frio.
Me espreguicei algumas vezes, estranhando o fato de ter conseguido despertar sozinha.
Sempre era acordada pelo meu despertador irritante, ou mediante aos árduos esforços da minha mãe em me tirar da cama.

Por algum motivo de força maior do que a minha compreensão, estava desperta.
Sacodi Jack e Ana, falando pra elas acordarem, antes de pegar minhas coisas para ir ao banheiro.
A arrumação das malas, poderei esperar o meu café da manhã.

Me ajeitei rapidamente, e quando saia do banheiro colocando o fone do tradutor no ouvido.
Vi um zumbi de cabelos ruivos esgrelhado, andando pelo corredor, em direção ao cômodo que eu acabara de sair.
Dei bom dia a Jack, que me ignorou completamente.
O que eu já esperava, porque ela tinha um péssimo humor matinal.
Diferente de Ana, que apesar de sonolenta, me deu um sorriso ao passar no corredor, entrando junto com a ruiva no banheiro.

Respirei fundo enquanto ia em direção a cozinha.
Estava nervosa em encontra a galera toda, como se a minha ficha só tivesse caído naquele momento.
Parecia que eu só agora, percebia realmente, que estava na mesma casa que o Super Junior.

-Olá- cumprimentei tímida o imenso grupo que estava na cozinha.

Alguns me responderam, outros acenaram com a cabeça, e outros simplesmente me ignoraram. Wookie acenou para mim, pedindo para me sentar do lado dele.
Sorri, e fui até ele.

Quando estava chegando, quase dei a meia volta.
Kyuhyun estava do lado da cadeira vaga que o Ryeowook me apontara.
Prendi a respiração e passei por ele.

Mal eu me sentei, ele pegou a torrada que comia, levantou- se e saiu, falando que ia resolver alguma coisa no quarto.
Eu perdi completamente o apetite.

Eu não conseguia entender qual era o problema dele.
Kyuhyun sempre me pareceu tão simpático, mas agia dessa forma comigo, sem motivo algum.
Eu precisava mudar isso, rápido.
Pois sempre nos encontraríamos o tempo todo.

“Mas como?”-pensei.

-Bom dia pessoal- ouvi a voz meio sonolenta de Yesung.

-Bom dia.-respondi

Yesung se sentou na cadeira que Kyuhyun estava, e bagunçou o meu cabelo.
Depois começou a se servir.

A maioria dos meninos, e quase todas as meninas estavam arrumados.
Foi quando eu me lembrei que tinha câmeras pela casa, e que eram filmados o tempo todo.
Rezei mentalmente, para não me filmarem em HD.

Se já era feia normalmente, o que diria em alta definição?

O café da manhã foi bem divertido.
Jack e Ana chegaram minutos depois, e logo entram no clima da mesa.
Jack, Shindong, Eunhyuk, faziam gracinhas na mesa, e todo mundo ria.
Leeteuk, até tentou conter a “bagunça” durante um tempo, mas acabou que até ele entrou na brincadeira.

-Agatha- Yesung me chamou- Vamos começar o ensaio hoje.

-Ok- concordei- Já sabe qual é a nossa sala?

-Já, e também já sei o horário. Sala 03 das nove ao meio-dia e das seis as nove.

Olhei meu relógio de pulso. Ainda não eram nem oito horas.

-Sem problemas.- respondi.

Terminamos de tomar café, e a maior parte do grupo arrumou a mesa juntos.
É claro que alguns conseguiram, escapar da tarefa, mas até que terminamos bem rápido.

Me despedi do Wookie depois que acabamos de guardar o que restava da louças, e fui para o quarto.
Ana também estava na escala da manhã, enquanto Jack pegou a da tarde.
Encontrei a ruiva, jogada na cama de cima, escrevendo rapidamente no caderno
Depois do acidente no avião, eu fiquei curiosa para saber sobre o que era a fic dela, mas Jack me disse que só me mostraria depois que tivesse pelo menos dois capítulos prontos.

Sentei na cama, e peguei o meu celular.
Tinha uma mensagem não lida, da minha mãe.
Ela perguntava se estava tudo bem, se tinha dormido, tomado café, essas coisas.
Digitei uma resposta rápida, e esperei que ela fosse enviada.

Tinha passado um tempão de madrugada conversando com ela, e ela me mandava uma mensagem poucas horas depois.
Acho que meu pai ia matar a gente quando soubesse o quanto de interurbano que a gente estava gastando.

Abri a minha mala, e peguei um conjunto de ginastica.
Como a porta estava trancada, e não tinha câmeras nos quartos, troquei de roupa ali mesmo.
Fui até o espelho do armário, e prendi o meu cabelo em um rabo de cavalo alto.

Verifiquei o meu reflexo.
Estava simples, mas não estava feia.
Usava uma calça justa de ginastica comum e uma camiseta azul escura.
Como as sala eram do lado de fora, depois do jardim principal, eu estava com um casaco de ziper preto por cima.
Estava de sapatilhas de dança pretas.

Decidi continuar sem maquiagem, pois eu ia suar e ia ficar uma bagunça só no meu rosto.
Peguei a toalha de rosto que tinha deixado em cima da cama, me despedi de Jack, e sai do quarto fechando a porta.

Fui até a cozinha, e peguei uma  das varias garrafinha de água no armário.
Eram tantas, que eu achei que não iam reclamar se eu pegasse uma.
Abri a porta de vidro ficava na copa, e fui para o jardim.

Estava muito mais frio do que eu pensava, mas não tive outra escolha.
O jardim principal, era uma pouco maior mas com o mesmo estilo que o da entrada, só que tinha um laguinho no meio.
Fiquei curiosa para saber se tinham peixinhos ali, porém estava tão frio, que eu nem cogitei a hipótese de olhar.

Apertei o passo, e entrei no que me pareceu ser uma segunda casa.
Era basicamente um corredor amplo, com várias portas.
Olhei a numeração de cada uma delas, e não demorou muito pra que eu achasse a numero três.

Não sabia dizer se era o nome do Yesung no plaquinha que havia em baixo do três mas entrei mesmo assim.

Para minha sorte, era realmente a sala certa.

Estava tocando Don’t don, e Yesung estava fazendo a coreografia. 
Ele usava uma camisa preta, larga e sem mangas, uma calça igualmente escura.
Ele estava concentrado, e fazia os passos como se estivesse se apresentando ao vivo.

Fiquei olhando da porta, sem coragem de atrapalhar ele.
Na verdade, estava admirada, em ve-lo dançando na minha frente.
Claro, que ele não dançava como o Eunhyuk, mas dançava muito bem.

Me perguntei como conseguiria dançar isso, afinal, era uma dança muito masculina.
Uma dança agressiva, e sexy, mas definitivamente masculina.
Como poderia dançar como ele e colocar minha personalidade nisso?

Enquanto eu estava perdida em meus pensamentos, o coreano percebeu que eu estava ali e parou de dançar.
Yesung desligou a música, e sorrindo falou para que eu entrasse na sala, uma vez que eu ainda estava na porta.

Sorri de volta e fui até onde ele estava.
Ofereci a minha garrafinha, e ele aceitou de bom grado, bebendo quase metade do conteúdo.

Comecei a rir sozinha, com o pensamento que tive.
Estava sozinha numa sala distante e fechada, com Yesung, suado, ofegante, com uma camisa abençoada, que deixava a gente ver tudo e mais um pouco através dela, parado a nem um metro de distancia na minha frente.
Quantas Elfs do mundo inteiro não dariam o rin, e o braço direito para estar diante de uma cena dessas... E o que eu fiz?
Entreguei minha garrafinha, e fiquei olhando pra cara dele.
Mas eu ia pular em cima dele gritando: ”MY BODY IS READY, BICTH”.
Por vários motivos, que não precisam nem serem mencionados.

-Obrigado- ele agradeceu e me devolveu a garrafinha- Estava relembrando a coreografia, para ver se tinha alguma forma de deixar ela mais seu jeito. Mas pelo visto, é melhor você aprender a original primeiro para depois a gente mudar.

-Tem razão concordei...- Até porque, do jeito que eu sou lerda para aprender qualquer coreografia, é melhor a gente começar logo.

Ele riu, e me levou pro meio da sala.

-Na coreografia eu sempre começo no canto direito, mas vamos fazer aqui no meio por enquanto.

Concordei, balançando a cabeça.

Yesung me explicou os primeiros passos da coreografia, sem pressa.
Eu tentei reproduzi-los, mas não deu certo.
Pacientemente, o coreano repetiu os passos, até que eu conseguisse faze-los, identicamente a ele.
Fomos avançando, e com o tempo comecei a assimilar os próximos passos mais rapidamente, e cometendo menos erros.

-Não- ele disse uma das vezes que me corrigiu.- O seu braço, deve ficar mais pra cima.

Para a minha surpresa, ele mesmo segurou o meu braço e o colocou na direção certa.
Ele estava tão perto, que senti a respiração dele em cima de mim.
Fiquei atônita por alguns instantes, e só consegui me concentrar direito, quando ele se afastou, pedindo que eu repetisse o passo.

O resto do ensaio se desenvolveu sem outros sustos, e quando tocou o alarme, indicando meio-dia, eu já sabia a coreografia até a parte do Hangeng, ou seja, mais ou menos a metade da música.

-As seis, a gente ensaia a parte vocal.- Yesung me disse, depois de desligar o som- Apesar de não ter tanta coisa para cantar, precisamos treinar a sua afinação, e fôlego para cantar e dançar ao mesmo  tempo.

Balancei a cabeça concordando, e me abaixei, para ajeitar as minhas sapatilhas.

-Mas uma coisa antes de ir embora...

 Yesung parou na minha frente, e se agachou, colocando apenas um dos joelhos no chão.
Então, levantou o meu rosto fazendo com que eu o encarrasse diretamente nos olhos.
Ele estava tão absurdamente perto, mas uma vez que ele segurava firmemente meu rosto com uma das mão, eu não podia sair dali.
Alías, eu nem sabia se queria sair dali.

-Sempre olhe para frente-ele falou quase sussurrando, com sua voz grave- Nos olhos de quem estiver assistindo.

Então sorriu, se levantou e foi embora, dizendo um até logo.
E eu fiquei ali, sentada no chão, olhando que nem uma idiota para o lugar onde ele estava a instantes atrás.
Sem entender absolutamente nada.


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