Numb Of Love escrita por Mih Ward


Capítulo 10
Capítulo 9




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Saí correndo da Ala Hospitalar escutando os gritos da Madame Pomfrey e do Malfoy, mas não me importei, minha cabeça latejava, eu não conseguia assimilar o que tinha acontecido. Eu havia mesmo beijado o meu sogro? O pai do Scorp? E por que eu tinha gostado? Por que ansiava para sentir seus lábios frios novamente? Por que naquela hora eu não o empurrei? Ele era o meu sogro! Eu deveria achar isso repugnante! Mas por que eu não achava? Por que? Meus olhos começaram a lacrimejar e eu entrei no banheiro mais próximo, e para a minha sorte (percebam a ironia) era o banheiro da Murta-Que-Geme.

– Finalmente alguém se lembrou da Murta...

– Murta por favor, me deixa sozinha - falei a interrompendo.

– Ninguém tem paciência com a Murta, todo mundo diz para Murta ir embora, para a Murta calar a boca, ninguém resp...

– Murta!! - Berrei

– Tudo bem, já entendi Murta não é bem-vinda nem no próprio banheiro - falou indo em direção ao vaso.

Assim que fiquei sozinha me encostei na porta do banheiro e comecei a chorar. Chorei por está longe da minha família, chorei por estar longe do Scorpius, chorei por ter beijado meu sogro, chorei por ter minha mãe tão perto e ao mesmo tempo tão longe, chorei por essa sensação estranha que eu sentia quando via Draco Malfoy, chorei por está em uma outra época, chorei tudo aquilo que estava guardando há dias. Não sei por quanto tempo fiquei naquele banheiro chorando por tudo, e me lamentando pela minha vida. Até que alguém veio e me abraçou, mas não precisei levantar minha cabeça para saber quem era. Conhecia aquele cheiro em qualquer lugar, mesmo que fosse no passado, era minha mãe.

Ela não disse nada, apenas ficou ao meu lado, me reconfortando. Exatamente como fazia no futuro, quando James falava que tinha um bicho papão embaixo da minha cama.

Eu precisava contar para ela, precisa que ela me ajudasse a entender o que estava acontecendo comigo, mas tinha medo, medo dela me ver como uma aberração por ser de outra época ou como um monstro por ter beijado meu futuro sogro, medo dela me rejeitar, não me aceitar como filha nem como amiga, mesmo sabendo que ela nunca faria isso.

– Her-Hermione - Falei entre soluços.

– Sim Rose? - Me olhou com uma exclamação nos olhos.

– Posso te contar uma coisa? Uma coisa que você vai achar mentira assim que eu acabar de falar? Que deverá fazer você me achar uma aberração?

– Eu nunca pensaria isso Rose, pode contar comigo - Falou simplesmente.

– E-e-eu so... Beijei o Malfoy - Mudei a frase depressa, mesmo confiando na minha mãe, mesmo sabendo que ela iria entender, mesmo sabendo que era direito dela saber sobre isso, mesmo assim eu tinha medo, e ele me sufocava de tal maneira que eu não conseguia contar a verdade.

– Rose, era isso mesmo que você iria falar? - Perguntou me analisando com seus olhos astutos.

– Sim,Mione... Era isso.

– Então Rose, eu não vejo nenhum problema, somos jovens... Cometemos erros e o seu foi se apaixonar por ele, mesmo namorando com outro. Agora se ele gosta de você, não vejo o porquê de tanto choro - disse fingindo engolir minha mentira.

– Obrigada Mione, você é uma ótima mã...amiga, uma ótima amiga - me corrigi rapidamente.

– Sempre que precisar eu estarei do seu lado Rose, eu te considero muito, como uma irmã ou uma filha mesmo tendo a mesma idade que eu.

– Fi-filha?- gaguejei - Porque filha? O que te faz achar que eu seja sua filha?

– Nada Rose, só te considero como uma filha, para te proteger, cuidar, essas coisas sabe.

– Ah sim... Obrigada de novo Mione. Podemos ir jantar? Estou faminta - mudei de assunto.

– Claro, eu estava indo para lá quando escutei você aqui - falou se levantando e me ajudando.

Comemos junto com os meninos em uma conversa descontraída como se fossemos velhos amigos. Não achei Tensy em lugar nenhum, quando estava adentrando o Salão Comunal que a vejo correndo desesperada na minha direção, me puxando pelo braço para algum lugar e deixando minha família com cara de interrogação.

– Ei, o que há de errado com você? - Perguntei irritada, aquelas unhas dela eram grandes e machucaram poxa!

– Eu. Preciso. Te. Contar. Uma. Coisa - disse ofegante.

– Fala logo! - Falei pois estava curiosa.

– Dino Thomas me beijou! Não é demais? Ele é lindo! E beija supeeer bem! Ah, e ele pediu para namorar comigo! Claro que aceitei né? Ele é um gato. Já falei isso?

– Calma tagarela - falei rindo - Vocês estão namorando? Parabéns Tensy! Espero que vocês sejam felizes! - Disse enquanto a abraçava.

– Ah, eu sei! Ele é muito fofo e um gato, já falei isso né? Mas ele é mesmo... - Continuou a tagarelar sobre Dino e o quanto ele era gato enquanto íamos para o Salão Comunal.

Assim que entramos eu dei um breve aceno para minha família e fui direto para o meu quarto. O dia havia sido cheio de surpresas. Quase morri afogada, fui salva pelo príncipe do gelo, também conhecido como Draco Malfoy, ganho um beijo dele, quase conto toda a verdade para minha mãe...

No dia seguinte Dumbledore nos pediu a palavra para comunicar que naquele ano haveria o Torneio Tri-Bruxo. Onde os garotos ficaram todos excitados com a possibilidade de ser o campeão de Hogwarts mais logo depois emburraram pois não poderiam participar.

Dias depois...

Passei dias ignorando o Malfoy e ele me ignorando, fingíamos que nada havia acontecido e que nunca tínhamos nos beijado.

Entrei na aula de DCAT junto com Hermione, Harry e Ron. Me sentei ao lado de Hermione já que minha parceira estava fazendo dupla com Dino Thomas.

O assunto continuava sobre as Maldições Imperdoáveis e para a surpresa de todos, o Prof. Moddy anunciara que ia lançar a Maldição Imperius sobre cada um de nós, com o propósito de demonstrar seu poder e verificar se conseguiam resistir aos seus efeitos.

–Mas... se o senhor disse que é ilegal, professor - perguntou Hermione, incerta, quando Moody afastou as carteiras com um movimento da varinha, deixando uma clareira no meio da sala. - O senhor disse... que usá-la contra outro ser humano era...

– Dumbledore quer que vocês aprendam qual é o efeito que ela produz em uma pessoa - disse Moody - Se a senhorita quer aprender pelo método difícil... quando alguém a lançar contra a senhorita para controlá-la para mim está bem. A senhorita está dispensada da aula. Pode se retirar.

O professor começou a chamar os alunos a frente e a lançar a maldição sobre eles, um de cada vez. Observei meus colegas fazerem as coisas mais extraordinárias sob a influência da Imperius.

– Bennet, você é a próxima.

Caminhei em direção ao meio da sala, no espaço que Moody deixara livre.

Imperio.

Foi uma sensação maravilhosa. Parecia que eu flutuava sem preocupações ou pensamentos perturbadores. Fiquei ali relaxada vagamente consciente que todos me observavam.

Então, ouvi a voz do Prof. Moody ecoar na minha cabeça: Salte para cima da cadeira... Salte para cima da cadeira...

Dobrei os joelhos me preparando para saltar. 

Salte para cima da cadeira...

Mas por que eu saltaria? Disse uma voz no fundo da minha mente. Que coisa mais boba de se fazer.

Salte para cima da cadeira...

Não, acho que não, obrigado... falou a voz com mais firmeza.

Salte! AGORA!

Senti uma imensa dor. Saltei enquanto tentava não saltar e o resultado foi me estatelar no chão.

– Agora está melhor! Olhem só vocês todos! Bennet resistiu! Vão ter trabalho em controlar você em uma guerra. 
No final da aula apenas eu e Harry que havíamos conseguido resistir a maldição.

– Não me admira que tenham ficado contentes em se livrar dele no Ministério. Vocês ouviram o que ele contou ao Simas o que fez com a bruxa que gritou "buu" atrás dele no dia 1° de abril? -comentou Ron, que estava saltitando, um passo sim e um passo não. Tivera mais dificuldade do que nós com a maldição, mas Moody o assegurou que os efeitos passariam até a hora do almoço.



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