Wanted Dead Or Alive escrita por ALima


Capítulo 7
Capítulo 6 - Sem ar


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoinhas. Terça feira é dia do que??? De wanted dead or alive, claro!
Espero que curtam o capítulo.
As coisas estão ficando feias pra Allie...
xoxo,
Mandyh
Heey, estou esperando os reviews de vcs, viu seus fantasmas?



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Passava das quatro da manhã de domingo. Felippe e seu comparsa, conversavam e bebiam num bar chinfrim bem distante do centro.  

- É, meu caro, tudo está encaminhado. Vão pedir a cabeça dela mais cedo ou mais tarde...- começou o comparça.

- Isso é ótimo. O plano jamais poderia dar tão certo. Todos os nossos peões nem hesitam em fazer o que precisamos que eles façam. Tão previsíveis.

- Tão idiotas, você quer dizer. Impulsivos. Deixam-se levar muito fácil pelos sentimentos, pela busca desenfreada em querer fazer justiça com as próprias mãos. Não pensam pelo lado racional da coisa.

- É por isso que nós conseguimos, não é? Merecemos um brinde. –disse Felippe.

– Hey, garçom, traga-nos outra dose de uísque. Hoje a noite é feliz.    

Celebrações... naquela noite elas eram bem vindas. Apenas deste lado da história.  

Algumas horas antes

  Todos trocavam olhares tensos. A raiva enfurecia uns, e entristecia outros. Mas o que havia em cima da mesa era concreto suficiente para ninguém duvidar. Por algum tempo, foram incapazes de pronunciar qualquer palavra, aterrorizados demais. Talvez fosse o fim.  

- Ela é uma vadia estúpida! –pronunciou-se Lucca, uma pilha de nervos.

- Independente desse acontecido, não permito que nenhum de vocês falem assim dela. –disse Don, enfurecido.

- Ih, o titio está protegendo a traidora debaixo da asa. – insistiu em discutir Lucca.

- Cale a boca, Lucca. Basta. Existem coisas mais importantes para serem discutidas além de Alicia ser uma vadia ou não. – disse Paolo, se metendo. – Fale mais uma palavra dela com essa sua boca imunda e não vão te sobrar dentes.

- Parem agora. – ordenou o conselheiro Cunha.   Fez-se silêncio na sala. 

- Agora podemos discutir a existência dessas fotos. Fotos que mostram Alicia torturando e matando Francesco Burelli. Com as fotos, temos um bilhete, dizendo que essas fotos podem ir parar no jornal. Não sabemos quem tirou, nem quem nos chantageia, mas precisamos evitar qualquer manchete sobre nós, ou acabaremos todos numa merda de cela de prisão. –disse Don Daniel. – Precisamos tomar uma decisão sobre o que faremos a seguir.  

- Eu voto na morte da Alicia. – disse Alvaro. Uma nova discussão começou, todos falando ao mesmo tempo.

- Chega! –disse Don Daniel. Todos se calaram. – Teremos uma votação na próxima sexta, em seis dias. Alicia não pode ficar sabendo de nada disso. Entendidos? Lembrem-se do juramento que fizeram ao aceitar entrar aqui. Bom, acho melhor irmos embora. Amanhã à noite, todos reunidos aqui, como de costume.  Addio.   Ele se levantou e saiu. Todos o acompanharam. Giovanni sentia medo. Medo de perder sua única amiga, se é que podia considerá-la como amiga, naquele mundo que ele não pertencia. Num momento de ímpeto, decidiu que não ligava pra merda do juramento, independente do quão doloroso ele tenha sido, e foi, e ligou pra Alicia assim que saiu dali.  

- Hey, mestra, será que não poderíamos treinar um pouco hoje à tarde? –ele disse, olhando pros lados, com medo de ser perseguido.  

---------x---------  

Na manhã de segunda, logo chegara, Stefano foi à sala do chefe, Sr. Felippe Bergamo. Tinha tomado uma decisão na noite anterior, e nada, nada mesmo iria mudá-lo de ideia.  

- Sr. Felippe, eu não consigo mais achar coisa alguma sobre aqueles miseráveis mafiosos. Todas as minhas fontes se esgotaram, e além daquelas fotos, nada mais temos. E eu realmente quero que esse seja o melhor trabalho que já existiu nessa revista. Quero todos eles na cadeia. –ele disse. Na verdade, não sabia se tudo o que dissera ali era realmente sua vontade.

- Diga, Stefano. - Eu quero me infiltrar na Cosa Nostra. –ele disse decidido.

- O que? –respondeu Felippe, estupefato. Não esperava tanto.

- Quero me infiltrar na Cosa Nostra. Fazer parte, recolher material...

- Eles vão te matar, imbecil!

- Pensei em tudo. Tenho a certeza que um homem como o senhor, cheio de contatos, pode me arranjar documentos falsos, com uma aparência diferente. Eu tenho um disfarce perfeito.

- Ragazzo, veja bem. Eu realmente poderia conceder a você alguns documentos falsos, falar com alguns amigos meus na polícia e contar da nossa publicação, mas ainda acho muito arriscado você se envolver com algo assim. –comentou Felippe com falsa preocupação. Até que esse jornalistazinho estava saindo melhor do que encomenda. Infiltrá-lo na Máfia não seria má ideia. Podia ser até melhor do que receber informações só de seu contato. Duas fontes são melhores que uma só.  

- Estou disposto a correr o risco.

- Tenho... Tenho que pensar sobre isso. De qualquer forma, me mande um relatório com toda essa sua ideia maluca, o disfarce e etc., e amanhã eu lhe darei a resposta. Tenho algumas coisas importantes pra resolver agora.

- Sim, senhor. Estará no seu e-mail ainda hoje.   Stefano saiu, batendo a porta atrás de si. Pegou um capuccino no corredor, e se jogou na pequena poltrona que tinha na sua sala. Fechou os olhos e segurou as têmporas por alguns segundos, respirando fundo. Não sabia de onde tinha tirado aquela ideia maluca de se infiltrar no meio de uma corja de assassinos e ladrões vingadores. Mas simplesmente não podia negar que era mais forte que ele. Passou-lhe pela mente que entrar naquela história toda fora um erro. Tarde demais, ele já estava muito envolvido e obcecado para jogar tudo pro ar. Alguém interrompeu seu raciocínio.  

- Stefano, acho que precisamos conversar. –disse Diana se aproximando, sentando-se numa cadeira próxima.

- Não tô afim, Diana. Eu...Eu preciso descansar um pouco.

- Ah, para com isso, pelo amor de Deus, Stefano. Você parece uma criancinha com um brinquedo novo que esquece do mundo. Esqueceu de crescer? Você fica aí nessa sua redoma de cristal, fechado pra qualquer um, cego por esse trabalho estúpido. Não aguento mais! Chega! –Diana disse de uma vez só. Sabia que tinha ido longe demais, mas não podia suportar a dor de ver o homem que ela ama preso, obcecado pelo trabalho.  

- Diana? Eu... eu não sabia que você se sentia assim.

- Há, jura? É bom que agora você está sabendo. –ela suspirou.- Nós costumávamos ser tão próximos, Stefano, saíamos sempre, tínhamos planos, brincávamos. Você simplesmente se fechou pro mundo e... e eu não sei o que fazer. Não sei mesmo. Eu falei com o Felippe –ela continuou, se aproximando, até estar bem ao lado dele, tocando seu ombro. – Ele disse que pode te dar umas férias. Uma semana. Nós podíamos ir pra América do Sul, como tínhamos combinado. O Brasil tem lugares lindos, a Argentina comidas maravilhosas, a nossa escalada na Cordilheira dos Andes e...  

- Diana –começou ele medindo as palavras pra não magoar a pobre garota. – Não vou tirar férias agora. Tenho este trabalho pra terminar e não vou fazer merda nenhuma até eu terminar. Depois, nós podemos ir pros lugares que você quiser ir, montanhas, praias...  

- Chega, Stefano. –ela disse num soluço. – Chega. Não quero ouvir mais nada desse seu trabalho. A propósito, mande ele ir jantar com você amanhã.  Vai pro inferno. –ela gritou. Saiu batendo a porta atrás de si, sem se importar com todos olhando pra ela enquanto ela cruzava os corredores. Entrou no banheiro, os olhos injetados de sangue, lavou o rosto e prometeu que nunca, nunca mais ela ia chorar pelo Stefano. Ele prefere o trabalho, então ele que se danasse. Saiu, decidida a não sofrer mais por ele. Pegou um café e foi pra sua sala. Tinha um monte de trabalho com o qual se ocupar. Melhor assim.    

-------x---------

  Alicia, com o corpo totalmente emerso na banheira de seu apartamento, treinava seu fôlego, e enquanto sentia as narinas inflamarem, pensava que tinha algo muito, muito errado mesmo com todo mundo. Paolo a ignorava. Cancelaram a reunião de última hora na noite anterior, Giovanni lhe telefonara dizendo coisas sem nexo algum. Ela precisava saber o que estavam tramando nas suas costas. Resolveu ligar novamente pra Paolo. Caixa postal. Decidiu que ele era um merda e não dava pra continuar o relacionamento deles assim. Por fim, vestiu-se e foi visitar seus pais no cemitério. A paisagem, por mais bonita que parecesse, era desoladora. Logo que localizou os túmulos, deixou os lírios em cima e sentou-se, parecendo uma criancinha de novo. Ficou ali, sentada em cima do túmulo, com roupas desgastadas, apoiando o rosto no joelho, não conseguindo evitar as lágrimas que lhe escorriam dos olhos. Sentiu-se fraca e vulnerável. Nada daquela mulher forte e poderosa, capaz de manejar armas melhor do que muita gente e com uma beleza de dar inveja. Sentia-se só. Como se não tivesse ninguém no mundo com quem pudesse contar. Tinha seu tio, mas ele era ocupado demais, o namorado era completamente frio e nenhum pouco carinhoso. E o Conselheiro, que ela considerava como outro pai, mas ele não poderia ajudá-la. Seus pais, esses se foram. As pessoas mais importantes do mundo. Por isso ela se tornara uma assassina. Na verdade, ela não queria matar ninguém. Era sua forma de dizer um Foda-se bem grande pro mundo, e vingar a morte de seus pais. Só. Não encontrava beleza nenhuma no que fazia, mas fazia mesmo assim. O que ela queria mesmo era cursar faculdade, viajar pelo mundo, e viver do jeito que quisesse. Algum amigo, de verdade. Continuou ali, completamente indefesa, falando com os restos que sobrara do que algum dia foi sua mãe. Desabafando.

Stefano, sentado na base de uma árvore, observava Alicia, enquanto essa chorava a beira do túmulo, tão normal, tão bela. Sentiu um impulso de levantar-se e ir até lá consolá-la. Mas não podia. Vendo-a assim, tão vulnerável, não conseguia acreditar que ela era a mesma mulher que assassinara um famoso banqueiro dois dias atrás. Se arrependeu intensamente de ter entregado as fotos pra Felippe. Não sabia de nada da vida dela, porque ela estava envolvida nesses negócios sujos, e mesmo assim foi capaz de incriminá-la. E se algo acontecesse à ela? Ele jamais se perdoaria. Nunca...

Ele saiu de seus devaneios, quando quase uma hora e meia mais tarde, ela foi embora. Não pôde seguí-la novamente, voltou pro trabalho, ainda mais certo sobre querer entrar na Máfia. Meia hora depois, enviou todo o relatório para Sr. Felippe, e aguardou ansiosamente por sua resposta positiva, que não tardaria.


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Notas finais do capítulo

O que acharam do capítulo?
Alicia morrerá? Stefano entrará na Máfia?
Não percam os próximos capítulos de WDOA.
xoxo.