Wanted Dead Or Alive escrita por ALima


Capítulo 3
Capítulo 2 - enigma


Notas iniciais do capítulo

Bom dia, como prometido, aqui está o capítulo da semana.
Por favor leitoras, não sejam fantasmas e deixem seus comentários. Ficarei agradecida.
Beijos



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- Mire mais. Concentração. Focalize muito bem o alvo. – Alicia, tentava, em vão, dar instruções à Giovanni. Ele realmente era um merda. Não entendia simplesmente nada.

- Isso, agora aperte o gatilho. –ela comandou.

O tiro vez um barulho estrondoso no subsolo do armazém abandonado num bairro pouco movimentado em Palermo. Lá, a coleção de armas estendia-se grandiosamente, assim como todos os objetos pra treino que os soldados pudessem querer. A bala que Giovanni lançara, nem atingira o alvo.

- Cara, eu disse pra mirar! –disse Alicia irritada.

- Desculpa, eu tentei.

- Culpa desses seus braços moles. Você nem tem músculo direito. Vamos ter que trabalhar nisso. Cinqüenta flexões, chão. Agora! –ela gritou. Giovanni, assustado, foi logo pro chão e tentou fazer as flexões. Inutilmente. Jamais fizera isso na vida. Ele pensou que devia ser pior que um treinamento militar.

- Vai logo seu molenga. Isso não é brincadeira. –ela gritou novamente. Ele tentou mais e mais. Quando conseguira quinze flexões, ele desabou no chão de cimento.

- Ok, ok. Vamos pro peso, é melhor. Duas barras de cinco quilos, pra começar.

- Sim, senhora.

E lá foi ele, com toda sua magreza, pegar os pesos. Com suor no rosto. Alicia também aproveitava pra treinar. Nunca é demais manter sua forma física. Principalmente quando você precisa escalar janelas, pular muros e etc.

Quando Alicia se deu conta, já passava da uma da tarde.

- Pausa pro almoço, Giovanni.

- Até que enfim. O que teremos pro almoço?

- Eu tenho cara de cozinheira? – ele olhou assustado – Ok. Desculpe. Vamos pro Café Italian. Eles têm bons sanduíches, e além do mais, é nosso.

- Que tal uma cantina?

- E como você vai treinar depois de comer um prato de massa e ter bebido uma garrafa de vinho?

- Mais treino?

- Nem começamos, meu caro. Nem começamos.

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Palermo, Sicília, no mesmo dia.

Stefano chegou bem cedo na redação, naquela manhã. À base de muito café, ele queria projetar toda sua matéria ainda naquele dia. Começou lendo manchetes e alguns pseudônimos mais conhecidos. Ele teria que desmantelar a Cosa Nostra, a maior e mais influente máfia de toda a Itália, e talvez, do mundo. O editor-chefe, Luis Felippe, tinha uma antiga história com aquela organização, e queria vingança, então contatou o que chama de seu “jornalista mais competente”, Stefano, pra ajudar-lhe com aquela missão, que ganharia as manchetes do mundo. Stefano teria quatro meses pra pesquisar e escrever o artigo, usando os métodos que bem entendesse, contanto que fossem bem executados. Pra começar seu trabalho, tentou montar toda a genealogia da máfia, com alguns figurões mais conhecidos, como os capos, que constantemente estampavam os jornais devido aos furtos. Depois, foi a vez do Don, que com muito custo encontrou, em meio a tantos e tantos pseudônimos que este usava. Don Daniel Belucci. Stefano era realmente competente, e ninguém podia detê-lo. Enquanto tentava esmiuçar a vida daquelas pessoas, alguém abre a porta, assustando-o.

- Diana! Você me assustou, caramba. Não sabe bater, não?

- Desculpa baby. Estava tão concentrado assim?

- Demasiadamente.

- E o que são esses papéis aqui? –disse ela pegando uma das folhas da mesa de Stefano. Ele foi mais rápido e tomou de sua mão. – Você e seus mistérios. Não vai mesmo me contar? –perguntou com beicinho.

- Aaah... Não?

- Tá. Só passei pra te chamar pro almoço. Já está na hora.

Stefano sabia que Diana, mesmo sendo muito legal, jamais lhe daria paz se ele não fosse almoçar com ela. Ela sabia ser muito irritante às vezes.

- Tá. Mas rápido. Que tal aquele Café Italian?

- Um café? –disse ela estranhando.

- É. Comemos uns sanduíches e boa. Me falaram bem de lá.

- Tá.

Na verdade, o rapaz já havia, naquela manhã, ligado o Café como pertencente a Cosa Nostra. Não custava nada checar, não é mesmo?

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À primeira vista, era um Café normal. Várias mesinhas e banquetas e esse tipo de coisa. O local estava meio vazio. Talvez, porque os italianos não tenham o costume de comer lanches no almoço. Um garçom loiro veio atendê-los

- O que desejam, signores?

- Pra mim sanduíches de queijo e um suco de laranja. –pediu Diana.

- O mesmo pra mim. –pediu Stefano. Pra ele qualquer coisa serviria. Não estava muito interessado em comer. Estava focado no trabalho. Nesse momento, entram no estabelecimento um loiro magricela acompanhado de uma ruiva. Uma bela ruiva, diria. Usava shorts jeans, uma regata e ankle boots. Seu cabelo ondulado mostrava-se recém lavado, e a falta de maquiagem realçava pequenas olheiras embaixo dos olhos verdes. Stefano ficou hipnotizado. Ela sentou em uma mesa qualquer com o magricela fez um pedido.

-... E lembro também que falavam que ele lugar era da Cosa Nostra, mas... Stefano! Acorda. Faz meia-hora que eu estou falando com você. – bufou Diana.

- Me desculpe Di. Não estava prestando atenção.

- É, eu percebi.

Os pedidos chegaram e eles comeram em silêncio. Stefano sem ao menos desviar os olhos de Alicia, e ela, evitando olhá-lo. Ela estava perdendo a paciência. Olhou-lhe novamente e fez quase uma careta. Stefano se virou imediatamente.

- É assim que você trata as pessoas, Alicia? – zombou Giovanni.

- Come logo essa merda e não me enche, Giovanni. –ela resmungou.

Saíram o mais rápido possível daquele lugar. Aquele cara lhe causara alguns arrepios. Seria um sexto sentido?

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- Pronto, Giovanni. Terminamos por hoje. –disse Alicia, por volta das seis. Giovanni sorriu molhado de suor. Seu corpo doía como nunca. Talvez ele realmente não servisse pra matar alguém. Mas isso, concluíra Alicia, ela teria que conversar em outra oportunidade com seu tio.

- Finalmente. Pensei que jamais iria terminar! –ele exclamou largando os pesinhos no chão.

- Amanhã, aqui, sete da manhã. Trate de ir descansar.

- Vou tentar, Alicia.

- Addio. –disse ela enquanto saía correndo.

- Addio. –ele respondeu gritando.

O carro de Paolo já a esperava do lado de fora. O céu estava particularmente bonito naquela noite quase fria. Talvez eles pudessem dar uma volta pela cidade. Ela sentia falta disso.

- Buona notte, amore mio. –ele a saudou com sua voz grave. Paolo tinha vinte e três anos, cabelos castanhos bem curtos e olhos cor de avelã. Tinha um corpo bem definido e atuava como Capo –ladrão- da Máfia, há seis anos. Filho de um velho atuante da Cosa Nostra, Carlo Mezzo, ele, assim como Alicia e com Alicia, cresceu naquela instituição, que julgava ser sua família. Seu pai falecera há alguns anos, devido a um sufocamento, mas quem e por que, ninguém sabe.

 - Buona notte, amore. –ela respondeu, com um beijo em seguida. Ela sentia-se segura com Paolo. Ela gostava dele. Eles cresceram juntos no meio de uma instituição corrupta, e só tinham um ao outro em quem se apoiar. Não podiam viver como as crianças normais. Eram melhores amigos, e há sete anos, essa relação de amizade evoluiu para “algo mais”. – Pensei que poderíamos sair hoje a noite. Eu senti sua falta. –ela continuou.

-          Eu acho ótimo, Allie. Onde iremos?

-          Em algum bom restaurante. Estou morrendo de fome.

-          Que tal o Antica Focacceria?

-          Amei. Só preciso de um banho e podemos ir. Me pega às oito?

-          Sicuramente, amore mio. Quero que esteja muito linda.

-          Minha especialidade. Até depois. –ela disse, saindo do carro na porta do seu prédio.

Trocaram um rápido beijo. Ela encheu a banheira até a borda com água bem morna e relaxou o quanto pode, depois daquele dia cansativo.

Enquanto isso, do outro lado da cidade, um jornalista investigativo preocupado perdia o sono, tentando resolucionar um quebra-cabeça sem solução. Descobrir a peça chave da máfia. Ao mesmo tempo, aquela bela ruiva da lanchonete não lhe saia da mente.


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Notas finais do capítulo

gostaram? odiaram? amaram? See ya next tuesday.