Vivendo a História escrita por MiKabwb


Capítulo 24
My Immortal


Notas iniciais do capítulo

Bem, espero que o capítulo compense a demora.



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Acordei ofegante e suada. Eu estava realmente assustada com toda aquela matança. Já era a quarta vez que eu sonhava com aqueles ataques. É sempre o mesmo tipo de sonho, apenas em vilas diferentes. Era tão realista. Sempre são vários vultos negros e raios de luzes verdes atingindo pessoas. Corpos, sangue, gritos eram ouvidos para todo o lado. Quando todas as pessoas estavam mortas, uma pessoa ria com escárnio e incinerava seus corpos. Ela usava uma capa negra com capuz, impossibilitando de ver seu rosto. Eu apenas podia ver seus lábios vermelhos e parte de seus cabelos negros.

Eu me levantei e fui para o banheiro. Olhei-me no espelho e vi minha aparência: eu estava pálida, meu cabelo estava bagunçado e grandes olheiras estavam debaixo dos meus olhos. Lavei meu rosto com água gelada e busquei no armário de remédios um calmante.

Peguei a pequena garrafa com as pílulas e voltei para o quarto. Sentei na cama e peguei o copo d'água que ficava na mesa de cabeceira. Peguei algumas pílulas e tomei.

Deitei e tentei voltar para o sono profundo, só que desta vez, sem pesadelos.

Acordei com alguém me balançando levemente pelos ombros.

- Bom dia amiga. Você tem que levantar - Lily falou depositando meus ombros com delicadeza no travesseiro.

- Oi Lil's.

Abri os olhos e levantei-me me espreguiçando.

- Onde estão os meninos? - Perguntei esfregando os olhos lentamente.

- Arrumando as malas - Lily falou entediada. Sim, arrumando as malas, nós já vamos embora amanhã de tarde. O enterro será hoje.

- O almoço está pronto, você já vai descer? - Ela perguntou enquanto arrumava a cama.

- Vou só me arrumar e já desço - Respondi me dirigindo ao banheiro.

Fiz minha higiene matinal e depois me dirigi a mala. Escolhi uma roupa simples para ficar em casa, e depois separando um belo vestido negro para depois.

Pendi meu cabelo em um rabo de cavalo alto, deixando uma franja caindo sobre meu olho. Passei uma básica maquiagem para esconder as olheiras e saí do quarto, Lily provavelmente já estava lá em baixo.

Desci as escadas, indo direto para a cozinha e acabei flagrando Lily e Jason em um amasso proibido para menores de 60 anos em cima da bancada.

- Irc, parem com isso, eu ainda faço minha comida aí em cima, sabiam? - Perguntei tampando os olhos em brincadeira.

Eles riram e logo depois eu senti fortes braços me prendendo em um abraço de urso. Jason me tirou do chão e começou a me rodar.

- Para com isso Jason, ou eu vou acabar vomitando em você - Gritei tentando me soltar, mas aquele urso era muito mais forte que eu.

- Bom dia pra você também querida - Ele disse rindo e me deu um beijo estalado na bochecha.

Peguei um copo d'água e depois me sentei na mesa da cozinha, balançando levemente meus pés.

- Onde está Draco, Jay? - Perguntei dando um gole na água.

- Deve estar pra descer e... Falando no diabo - Ele disse apontando para o alto da escada, onde um loiro pálido descia elegantemente as escadas.

- Você não tem calor não? - Ri. Ele usava vestes verdes sociais.

- Ter eu tenho, mas eu trouxe apenas roupas sociais e as roupas do Sr. Gigante não dão em mim - Ele falou me dando um beijo na testa.

Sentamos na mesa e almoçamos. Eles conversavam, mas eu comia silenciosamente. Eu senti lembranças minhas e com mamãe me atingirem como adagas perfurando meu coração.

Fui a primeira a terminar. Levantei-me e deixei o prato na pia. Andei para o quintal e sentei na beira da piscina. Meu coração começava a afundar. Fechei meus olhos para tentar não chorar.

Senti braços fortes me abraçando forte. Um forte perfume de avelã me atingiu.

- Vai ficar tudo bem Cobie - Draco falou encostando minha cabeça em seus ombros.

Nós nos olhamos e eu percebi que estávamos perto demais. Fomos nos aproximando lentamente. Seus olhos me deixavam em transe.

Quando nossos rostos tinham apenas dois centímetros de distancia nós ouvimos barulhos de passos. Eu acordei do transe e o empurrei com força, fazendo-o cair na piscina. Pingos de água voaram em mim, mas eu não me importei. Eu estava com os olhos arregalados. Eu quase beijei meu melhor amigo, isso foi um erro imenso.

- I-isso não foi nada - Falei assustada e corri para dentro. Empurrei Lily do meu caminho e ouvi-a resmungar algo que eu realmente não prestei atenção. Lágrimas inundavam meus olhos, mas eu não as deixava sair.

Eu tropeçei umas vinte vezes antes de chegar no meu quarto.

Quando cheguei lá, eu tranquei a porta com um feitiço e me sentei na cama.

- Abaffiato - Sussurrei com a voz falha.

Escondi meu rosto nas mãos e senti lágrimas saírem dos meus olhos. Várias lembranças que eu tentava enterrar voltaram á tona. Eu e Fred, eu e mamãe, eu e papai, eu e meus amigos, todos nós juntos, felizes.

Eu me levantei e corri para o meu closet.

Corri até uma gaveta de roupas velhas. Joguei tudo em um canto qualquer e abri um fundo falso que alí continha e vi uma caixinha branca com alguns cristais. Na tampa estavam várias letras embaralhadas. Eu soprei e junto com um pouco de poeira, as letras se arrumaram e formaram a palavra "Lembranças".

Fui até a cama e me sentei, deixando a caixinha em meu colo. Eu a abri e retirei dali algumas fotos e cartinhas.

Eu era masoquista, eu estava provocando a minha própria dor. Desejando algo que eu não podia ter. Não mais.

Eu li todas as cartas de amor, todas de Fred. Eu vi todas as fotos minhas e dos meus amigos. Lágrimas manchavam meu delicado rosto.

Eu gritei de raiva e dor e atirei a caixinha com força na parede. Eu soluçava sem intervalos.

Um aceno de varinha e a caixinha estava inteira no canto do quarto. Eu podia destruí-la quantas vezes eu quisesse, mas eu iria sempre consertá-la.

Eu olhei uma foto rasgada no meio e comecei a chorar mais forte ainda. Eu havia rasgado esta foto a alguns dias atrás. Fred olhava para o lado apaixonadamente. Ele estava de mãos dadas com alguém, e parecia dizer que a amava. Este alguém era eu. Eu peguei a foto e busquei seu outro lado, assim que achei, eu juntei as duas e chorei.

Eu abracei a foto com força e me deitei no chão, completamente encolhida, e chorei até dormir.

Acordei algumas horas depois com fortes batidas na porta. Me levantei e comecei a me arrumar.

Coloquei um vestido preto sem decote que ia até um pouco acima do joelho, um colar simples e um brinco de coração que mamãe me deu. Botei um sapato alto e deixei meu cabelo solto, colocando apenas um arco para cabelos negro.

(cobie e lily)

Passei uma maquiagem leve (à prova d’água), e coloquei meu sobretudo, e sem falar nada, eu desci as escadas e me sentei no sofá da sala, esperando os três, que desistiram de bater na minha porta e foram se arrumar.

30 minutos depois os 3 desceram e nós aparatamos em Godric's Hollow.

Nós andamos em silêncio até a pequena capela em que o corpo seria velado. Eu estava me controlando para não chorar, e sabia que eu não conseguiria me controlar lá dentro, quando visse o corpo da minha mãe deitado em um caixão.

Quando eu estava para entrar na capela eu ouvi um gritinho fino vindo atrás de mim e eu logo soube de quem era.

- Cobie, priminha, que saudade - Camila - apelidada gentilmente de fadinha - gritou e pulou na minha costa antes de eu me virar.

- Oi fadinha, estava com saudades - Falei a tirando da minha costa. Camila é minha prima. Ela é um ano mais velha, mas em compensação é bem menor do que eu, o que é praticamente impossível, já que eu tenho apenas 1,60 de altura. Ela tem 1,55.

- Priminha, eu sinto muito pela titia, você deve estar super triste né? Ai vem aqui! - Ela falou chorando me puxando para um abraço sufocador. Ela é pequena, mas é bastante forte.

- Eu preciso respirar Camila! - Exclamei tentando tirar seus braços de meu pescoço.

- Desculpa - Ela falou enxugando as lágrimas.

- Cobie - Ouvi tia Pam e tio Henri falando ao longe.

- Tia, tio - Gritei me jogando no braço dos dois, tomando cuidado com Alice. Alice é a minha priminha mais nova, ela tem 1 ano. Henri Scherbatsck é (ou era) irmão mais velho da minha mãe. Ele tem 37 anos e é casado com Pâmela de Pádua. Tem 2 filhas e dono de um campo de tiro.

- Sinto muito pela Lucy, Cobie, ela morreu jovem demais - Ele falou afagando minha costa.

Eu não respondi nada e apenas o abracei mais forte.

Eu pequei Alice no colo e dei um beijo em sua cabeça. Nós entramos na capela e eu andei com Alice até o corpo da minha mãe.

Eu deixei a pequena no chão e ela ficou no meu lado.

Eu olhei o corpo de Lucy Scherbatsck e senti meu coração afundar. Se ela não estivesse tão pálida e cheia de cicatrizes e hematomas, eu poderia falar que ela estava apenas dormindo.

Seu cabelo loiro e um pouco longo estava solto e deixava seu rosto angelical. Ela usava seu melhor vestido de gala. Uma maquiagem fraca marcava seu rosto e escondia algumas cicatrizes.

Eu pressionei o indicador e o dedão sobre os olhos e comecei a chorar. Ela era muito nova. Apenas 30 anos. Ela era o meu anjo sem asas, o meu suporte, a minha melhor amiga. E de repente ela foi arrancada de mim, eu não pude nem  me despedir. Segurei sua mão e chorei mais ainda.

Eu senti pequenos bracinhos abraçarem minha perna e peguei Alice no colo novamente. Ela me abraçou e enterrou o rostinho no meu pescoço. Eu senti algumas lágrimas molhando meu pescoço e afaguei sua costa levemente.

Eu fui para o fundo da capela com meus amigos e cumprimentei algumas pessoas que vinham falar comigo, sempre a mesma coisa, falando que sentiam muito e etc. Eles não sabiam a dor que eu estava sentindo. Eu queria mandar todos ali para o inferno.

Eu estava abraçada a Jason e chorava bastante.

Quando os homens do cemitério levaram o caixão para a cova eu me levantei e os acompanhei até lá.

- Bem, quem quiser dizer algumas palavras pode vir aqui. – disse o padre.

Os meus tios, Lily e Camila falaram, então, só faltava eu.

- Bem, eu realmente não sei o que falar. Ela era a minha mãe, a minha melhor amiga, ela era tudo pra mim. Agora que ela se foi, eu já não sei para onde ir. Ela sempre ficou comigo quando eu  não tinha mais ninguém para me apoiar. Nós já brigamos muitas vezes, não vou negar, mas sempre alguns minutos nós já estávamos abraçadas no tapete da sala, rindo de bobagens e comendo brigadeiro - Parei um pouco para respirar e logo continuei - Ela foi a mulher mais corajosa e guerreira que eu já conheci. Sempre enfrentando seus medos para nos proteger. Ela foi mãe e pai para mim durante a minha vida inteira. Ela batalhou para conseguir a nossa casa, a nossa comida, a nossa vida. Eu a amo, e ninguém irá nunca substituí-la. Sim, eu a amo, não amava, eu a amo, pois não importa que ela não esteja mais aqui neste mundo, ela sempre estará viva em meus sonhos e em meu coração. Não tenho mais nada para declarar - Terminei de falar e limpei as lágrimas.

Lily me abraçou e nós começamos a chorar juntas. Lily via minha mãe como sua segunda mãe, já que seus pais nunca foram muito presentes em sua vida.

O caixão foi levantado e deitado com cuidado na profunda cova.

Eu joguei uma rosa vermelha em cima do caixão e limpei as lágrimas acho que pela quarta vez naquele dia. Respirei fundo e fechei os olhos, enquanto ouvia o som da terra caindo no caixão da mais bela madeira.

Várias pessoas me abraçaram, mas eu estava paralisada, eu não movia um músculo sequer.

- Cobie, querida, nós temos que ir. Lembre-se, sempre que quiser perder o estresse, o campo de tiro estará aberto 24 horas pra você - Ele falou piscando um olho. Sim, eu só consigo perder o estresse atirando em alguma coisa. Eu sou apaixonada por armas e tenho uma RT 410 e a chamo de Peggy.

- Tudo bem, tio, tchau - Falei retribuindo o abraço.

Pouco antes de todos irem embora, eu vi um vulto longe e andei até lá. Percebi que era um comensal, um dos que eu vi nos meus sonhos, ele estava com a máscara, impossibilitando de ver seu rosto. Coloquei a varinha em punho e a pressionei contra a sua barriga falando em seguida:

- Se você fizer qualquer coisa contra qualquer um daqui, eu te mato, sem dó nem piedade - Ele apenas balançou a cabeça e foi embora. Voltei para o círculo de pessoas e começei a falar com Lily, Jason e Draco sobre o comensal.

Alguns minutos depois, eu falei para os meus amigos irem para casa, eu queria ficar ali um pouco mais.

Quando todos foram embora, e eu estava sozinha no cemitério, eu já não tinha mais lágrimas para chorar, e nem palavras para falar. Eu apenas fiquei ali, ajoelhada ao lado do túmulo da minha mãe. Eu começei a cantar com a voz falha um música que saiu de sei-lá-onde.

I'm so tired of being here

Suppressed by all my childish fears

And if you have to leave

I wish that you would just leave

'Cause your presence still lingers here

And it won't leave me alone

Eu estava cansada de estar lá, no meio de tanto sofrimento. A presença dela continuava lá, para me assombrar. Eu sempre tive medo de perdê-la, e agora o medo se tornou realidade.

These wounds won't seem to heal

This pain is just too real

There's just too much that time cannot erase

A dor que eu sentia no coração chegava a ser física, o buraco que ficou no meu peito ardia, e não queria cicatrizar.

When you cried I'd wipe away all of your tears

When you'd scream I'd fight away all of your fears

And I held your hand through all of these years

But you still have all of me

Sempre que ela gritava e chorava desesperadamente, eu estava no seu lado, segurando sua mão fortemente, e ela ainda tinha tudo de mim.

You used to captivate me

By your resonating light

Now I'm bound by the life you've left behind

Your face it haunts my once pleasant dreams

Your voice it chased away all the sanity in me

Ela me ajudava a enchergar com sua luz, e agora eu tenho que ficar no escuro, tentando juntar os pedaços do meu coração. Ver seu rosto em meus sonhos viraram pesadelos, isto fazia doer mais ainda, pois eu lembrava que eu não podia mais tocar em seu rosto e nem abraçá-la.

These wounds won't seem to heal

This pain is just too real

There's just too much that time cannot erase

When you cried I'd wipe away all of your tears

When you'd scream I'd fight away all of your fears

And I held your hand through all of these years

But you still have all of me

I've tried so hard to tell myself that you're gone

But though you're still with me

I've been alone all along

Eu tentava falar para mim mesma que ela havia ido, mas eu não parecia escutar. Mesmo que sua presença continuasse forte por todo este tempo, eu estava sozinha.

When you cried I'd wipe away all of your tears

When you'd scream I'd fight away all of your fears

And I held your hand through all of these years

But you still have all of me.

Cantei o último verso e me levantei, depositando outro buquê de flores no túmulo e abri meu guarda-chuva para me proteger da fraca chuva que começava a cair. Então, eu aparatei.

Eu passei a noite em claro. Não consegui dormir em momento nenhum. Eu já tinha perdido a conta de quantos copos de Uísque eu já havia tomado.

Eu estava no escritório da minha mãe, jogada em uma poltrona, com um copo vazio na mão. Meus olhos estavam vermelhos por causa do sono e das lágrimas que eu liberei mais cedo.

Eu me levantei e cambaleei até o quarto da mamãe. Vesti uma calça jeans, uma regata preta, meu colete e uma bota. Coloquei o sobretudo e peguei minha arma, aparatando em seguida na porta do campo de tiro.

Meu tio estava lá, quase dormindo, mas ele abriu um grande sorriso quando me viu entrar lá. Coloquei o abafador e comecei a atirar no alvo. Mesmo bêbada, eu conseguia acertar bem no meio do alvo. Barulhos de tiros eram ouvidos por todo o campo. Eu era a única ali.

Horas depois, meu tio me parou e tirou a arma da minha mão, para que eu não pudesse atirar nele e me mandou de volta para casa, falando que depois ele me mandava de volta.

Aparatei no quarto da mamãe. Já eram 4:00 da manhã.

Vi uma figura loira sentada na minha cama com uma cara não muito boa.

- Onde você estava? E o que é isso na sua mão? - Ele perguntou mandão.

- Não te interessa, e não te interessa - Falei tirando o colete e ficando com apenas a regata, a calça e a bota.

- Claro que me interessa Cobie, você é a minha melhor amiga, e se você tivesse sido sequestrada por aquele comensal que apareceu no cemitério? - Ele perguntou elevando a voz e se levantando.

- Eu ia me ferrar sozinha, você não tem nada a ver com a minha vida - Gritei me virando para ele.

- Claro que eu tenho!

- Não! Não tem!

- Tenho sim, eu te amo Cobie, e quero te proteger, merda! - Ele gritou ainda mais alto e arregalou os olhos quando percebeu o que falou.

Eu estava estática, com os olhos arregalados e a boca entreaberta.

- O-o o que você disse? - Gaguejei ainda não acreditando no que eu havia acabado de escutar.

PDV DRACO

- Eu te amo, afinal, você é minha melhor amiga, e melhores amigos se amam, né? - Falei tentando consertar a merda que eu havia acabado de falar.

Ela me olhou desconfiada e depois suspirou tentando amenizar o clima.

- Desculpa, eu estou um pouco estressada - Ela me abraçou e deu um beijo em minha bochecha.

- E bêbada, não é? - Perguntei quando senti o cheiro de álcool saindo de sua boca.

- Eu bebi só um pouquinho, assim ó - Ela disse quase encostando o indicador com o dedão e fazendo uma careta engraçada.

Ri com sua atitude e a peguei no colo em estilo de noiva e a joguei no banheiro, e logo depois conjurei uma roupa para ela.

- Tome banho, se troque e venha dormir - Gritei fechando a porta, e pude ouvir um resmungo mal humorado de dentro do banheiro.

PDV COBIE

Às vezes Draco me tratava como se eu fosse uma criança.

- E VOCÊ É UMA CRIANÇA, SUA PIRRALHA MAL HUMORADA - Ouvi seu grito de dentro do quarto.

- EU NÃO AUTORIZEI VOCÊ DE ENTRAR NA MINHA MENTE, SEU LOIRO INTROMETIDO! - Revidei com uma carranca enquanto tirava a roupa e entrava no box.

A água tirava todos os vestígios de maquiagem do meu rosto.

Eu respirei fundo e esfreguei a esponja no meu corpo, sentindo a água gelada tocando minha cabeça.

As palavras de Draco martelavam minha cabeça. "Eu te amo Cobie". Ele havia se declarado pra mim, ou era apenas coisa da minha cabeça?

Quando terminei, vesti o pijama que Draco jogou para mim e abri a porta. Ele dormia tranquilamente na cama, eu não tive coragem de acordá-lo.

Peguei meu robe e fui para a varanda que dava para o jardim.

O vento gelado da noite tocava meu rosto e esvoaçavam meus longos cabelos castanhos.

Fechei os olhos e senti algumas lágrimas caírem dos meus olhos, isso já estava ficando chato. Minhas emoções estavam muito balançadas.

Eu sentia saudades do tempo em que eu não precisava me preocupar com nada. Eu tinha meu namorado, meus amigos, meu pai e minha mãe ao meu lado.

Agora, eu perdi meu namorado, minha mãe, meu pai está desaparecido e eu só tenho meus amigos. Eu me sinto sozinha no mundo que eu descobri ser muito perigoso.

- Você não está sozinha, e seu pai está por aí, seguro. Meu padrinho sabe se cuidar - Ouvi a voz de Draco atrás de mim.

- Eu sei, é que eu fico tão preocupada, ele disse que não ia demorar, ele já está sumido por meses Draco! Ainda existem vários comensais por aí, aquele no cemitério era só um deles! - Limpei as lágrimas e senti ele me abraçar por trás.

- Eu juro que irei proteger vocês dois de tudo e de todos. Eu juro - Ele falou olhando nos meus olhos.

Nós estavamos próximos e eu dei um pequeno selinho em seus lábios e então encostei a cabeça em seu peito.

- O que é isso? - Perguntei olhando para a lua.

- Um selinho - Ele respondeu com uma risada fraca.

- Eu sei que isso foi um selinho, idiota. Eu perguntei o que é isso que está acontecendo entre nós?

- Não me pergunte o que eu não sei Cobie.

PDV SEVERO

Eu estava jogado em uma poltrona da sala da minha casa tomando alguma bebida alcoólica que eu não queria saber qual era.

Eu havia visto a minha esposa morta no chão e no seu enterro minha filha havia me expulsado de lá.

Minha filha, Cobie. Eu tive vontade de puxá-la para um abraço quando vi seu rosto manchado de lágrimas, seu desespero quando viu a mãe deitada em um caixão.

Suas palavras me comoveram, ela não ia conseguir superar a morte dela sozinha.

FLASHBACK

Eu aparatei na casa da minha Lucy e andei rapidamente até a sala.

Tinha sangue por todo o tapete branco. Minha amada estava deitada no chão, morta.

Eu corri até ela e senti lágrimas grossas caírem pelo meu rosto.

Não, a minha Lucy não! Por favor!

Beijei seus lábios e deitei sua cabeça em meu colo. Minhas lágrimas caíam em seu rosto.

Será que minha penitência por virar comensal é perder todos que eu amo?

FLASHBACK OFF

Agora, a única que me resta é a minha querida filha. Eu me sinto culpado por todas as mortes que causei. Agora, com ela, eu realmente não sei se vou poder ver a minha Cobie novamente.

Mas eu juro que irei protege-la de tudo e de todos.


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Notas finais do capítulo

Se os links do capítulo não aparecerem, aqui estão as roupas:
http://www.polyvore.com/roupa_cobie/set?id=43464967
http://www.polyvore.com/lily/set?id=40753163
http://www.polyvore.com/cobie/set?id=39464551
Beijo.



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