Os dias passaram voando em Hogwarts. Eu mal acreditava que já era véspera do Dia dos Namorados, e que as coisas entre Draco e eu iam incrivelmente bem. Ele não podia estar mais mudado... Bom, pelo menos comigo, porque ele ainda era um cretino com Harry, Rony e Hermione. Mas isso não me incomodava, e como eles sempre diziam que estava tudo bem, eu acreditava. Mesmo sabendo que não estava.

E nesta tarde de Terça-feira, até os dois últimos tempos de Poções passaram rápido. O que devo dizer? É Deus, só pode! Sem contar que amanhã não tem aula né.

- Amanhã é Dia dos Namorados, sabe – falei descontraidamente para Lizz, guardando meu material em minha mochila.

- Hu-hum, é sim – ela sorriu e continuou guardando as coisas.

- Então... Ham, o que você comprou de presente, sabe, pro Fred? – sorri de volta, com duas sobrancelhas levantando e descendo rapidamente. Meu sorriso sapeca diário.

- Por que eu compraria alguma coisa? Não somos namorados – ela disse, fechando a mochila e rapidamente jogando para suas costas.

- Ah, por favor, você estão o que então? Ficando há dois meses meses? Faça-me o favor, Lizz. Eu sei que você esconde alguma coisa de mim – disse aborrecida, saindo pela porta ao lado dela.

- Fred pediu ela em namoro no dia do Natal – disse Hermione rapidamente, apenas deixando o recado e saiu correndo para alcançar Harry e Rony.

- É o quê? – perguntei e ela deu um grito histérico de raiva.

- Como é que ela sabe? – perguntou para si mesma, invocada.

- Ela só é melhor amiga do irmão do Fred, não é? Afinal, por que você não me contou Lizz? Poxa, isso não é uma coisa que se esconde de uma de suas melhores amigas – eu disse, desapontada.

- Desculpa, eu só não sabia como contar – ela disse infeliz, abaixando a cabeça, demonstrando um pedido de desculpas sincero. – Até agora, eu acho que quem sabe é você, Neville, Luna, Summer e Jorge.

- PERAI! Todos eles já sabem e eu sou a última a saber? – perguntei irada.

- Saber o quê? – Fred disse em meu ouvido e eu lhe empurrei.

- Que vocês estão namorando. – gritei e eles fizeram uma careta como se algo tivesse caído sobre seus pés, me mandando calar a boca.

Várias pessoas nos olharam intrigados, e começaram a cochichar de um lado para o outro. Todos que estavam naquele corredor já sabiam e não iria demorar muito para que comentassem como todo o colégio e Deus e o mundo já soubesse.

- Eu só não entendo porque ainda não assumiram.

- É que não faz muito tempo que eu e Angelina terminamos, então, queríamos dar um pouco de espaço a ela, e a nós dois para nos acostumarmos. – ele sorriu e segurou a mão de Lizz, entrelaçando seus dedos.

Os analisei por alguns segundos. Não pareciam culpados, e tinham uma certa razão. Assenti e disse que estava tudo bem, que os desculpava. Fomos direto para o Salão Comunal da Grifinória, e deixamos nossas coisas em nossos dormitórios. Quando eu e Lizz descíamos tranquilamente, Neville chamou a prima.

- Posso falar com você? Em particular?

- Claro.

Ela me pediu para esperar e eu me sentei no sofá, olhando o fogo crepitar na chaminé. Comecei a cantarolar Glad You Came, uma música trouxa da banda trouxa The Wanted, então Fred veio em minha direção.

- Cadê a Lizz? – ele perguntou e se sentou ao meu lado.

- Conversando com o Neville. – me deitei no sofá e coloquei minhas pernas sobre as dele. Ele fez uma careta de desaprovação e eu soltei uma risadinha abafada, casualmente sem emoção.

- Eu sei. Eu sou folgada. – disse e ele concordou com a cabeça, então mandei língua.

Ele ficou batendo a mão levemente sobre minha canela, quando Lizz voltou e se sentou na poltrona, parecendo intrigada e ao mesmo tempo ansiosa. Me levantei e me sentei, parecendo ligeiramente preocupada, e Fred aparentava o mesmo.

- O que aconteceu? – perguntei.

- Estão tendo boatos de que Sirius Black é padrinho do Harry. – ela disse, engolindo em seco.

- Quê? – perguntou Fred assustado.

- É sério. Neville acabou de me contar que ouviu uma conversa dele com Rony, no qual ele dizia algo parecido. Ele falou que eu só podia contar para as pessoas que eu realmente confiava. – ela disse, dando um sorrisinho de lado.

- Se eu contar, vai ser pro Bryan... E mesmo assim, ele não precisa ficar sabendo do que acontece nessa Casa.

- Permissão para contar para o Jorge? – perguntou Fred a ela, segurando sua mão que estava pousada sobre a coxa.

- Permissão concedida. – ela sorriu dando um leve aperto. – Diga para ele que eu só autorizo ele a contar pra Summer, só pra ela e ninguém mais.

- Mas ela vai contar pra Luna. – eu disse. – Bem, eu não vejo problema em a Luna saber.

- A Luna já sabe. – Lizz sorriu maliciosa.

- Como ela já sabe? – perguntei assustada.

- Neville. – sorriu Fred, devolvendo o sorriso malicioso a ela que concordou com a cabeça.

- Muito inteligente você, sabia? Um milhão de pontos para a Grifinória. – ela disse se aproximando dele, e então eu virei o rosto.

Será que eu e Draco já estávamos tempo suficiente para eu lhe comprá-lo um presente? As coisas aconteceram tão rapidamente que eu não sei onde fui parar. Eu e um Sonserino... Se me dissessem que isso ia acontecer, eu provavelmente iria rir na cara da pessoa e ainda ia chamá-la de louca. Pois é, tapa na minha cara e na cara da sociedade.

Perdida em meus pensamentos, não havia percebido que Fred e Lizz já haviam parado de se pegar, e que na verdade, ele havia sumido. Que agora, só estava ela ao meu lado, com um sorriso bobo na cara.

... Draco Malfoy...

- Quê? – me virei para Lizz rapidamente com um certo interesse.

- Sabia que você ia me ouvir agora! – ela disse rindo. Revirei os olhos.

- O que você quer? – perguntei.

- Saber se o presente que eu comprei pro Fred está bom. – ela sussurrou e eu sorri maliciosamente.

- Então tem um presente.

Ela rolou os olhos e me deu um peteleco na testa. Doeu, mas deixei passar. Ela puxou meu braço até nosso dormitório, e foi direto para o seu armário. Abriu a primeira gaveta e enfiou o braço bem lá dentro. Ela realmente queria esconder o presente.

Ela trouxe para mim uma caixinha simples, branca com corações vermelhos. Eu abri e vi o tal presente. Era um cordão. Dourado com um pingente azul, “L”.

- Ele é lindo. – disse, com um sorriso bobo no rosto. - E adorei o fato do pingente ser um L, e não um F.

-Eu ia mandar ela fazer o F, mas depois eu pensei: assim não vai graça. – ela sorriu e guardou o presente na gaveta de novo e depois se espreguiçou deitando-se na própria cama.

- Enfim, temos que fazer nossos deveres.

- Ah não, não quero. – ela disse, virando-se na cama.

- Tá, então faz amanhã em pleno dia dos namorados. Menos tempo com o Fred, mais tempo trabalhando.

- Verdade, quero sim. – ela se levantou com tudo e fomos para o Salão Comunal.

Após terminarmos todos os deveres dos dias, os quais riamos com algumas besteiras que colocávamos nos trabalhos, fomos para o Salão Principal para o jantar. Chegando lá, pude ver Draco, que quando me viu acenou para mim e eu sorri, retribuindo. Avistei Fred, Jorge, Summer, Luna, Neville, Bryan e Marissa. Sentei-me entre Jorge e Marissa, e Lizz sentou-se do outro lado, ao lado de Fred e Neville. Sentei-me ali apenas para conversar com a Marissa, porque enfim, ela é minha cunhada, então eu tenho que estabelecer um tipo de amizade com ela e bem, me surpreendeu. Ela é muito legal e divertida. E às vezes, meio burrinha, para uma Corvinal... Mas eu gostei dela ser muito burrinha, sei lá, era algo que fazia dela única.

- Então, amanhã é Dia dos Namorados né... – murmurou Draco em meu ouvido e eu tomei um susto.

- Quando é que você vai parar com isso? – perguntei, lhe dando um empurrãozinho.

- Nunca. – ele riu e meu deu um selinho. – Pois é, amanhã é o Dia dos Namorados. Sei que não somos namorados, mas pensei que poderíamos aproveitar né. Por isso, me encontre amanhã, meio dia, em frente a cozinha. Sem falta. - Suspirou e ficou me olhando, um pouco abaixado, afinal eu estava sentada e ele em pé.

- Por que você tá me olhando assim? – ri baixinho.

- Sei lá, você está diferente. – ele disse, me encarando com aqueles olhos azuis. Sorri.

- Quer se sentar? – perguntei apontando para o meu lado e arredei.

- Não, não. Preciso bater um papo com Crabbe e Goyle. Nos falamos mais tarde. – ele me deu um beijo na testa e foi andando até os amigos.

Quando um menino, da mesma casa que ele, se levantou rapidamente e jogou suco de abóbora em Draco. Me levantei e corri para perto dele, que estava parado de boca aberta imóvel. Tentei me aproximar, mas ele me barrou.

- Por que você fez isso, cara?

- Quem é você?

- Draco Malfoy, é claro, seu idiota.

- Ah é. Porque agora, você anda com Grifinórios e fica beijando as Grifinórias por aí né. Fala sério cara, pára com isso. – disse o menino, empurrando-o.

- Eu não saio por aí beijando as Grifinórias. Só tem uma garota na minha vida, mas e daí se ela é da Grifinória. E o que você tem haver com isso? – ele disse e eu sorri orgulhosa. “Só tem uma garota na minha vida”.

- O que está acontecendo aqui? – perguntou Snape, que apareceu do nada em pé ao meu lado, como se perguntasse para mim.

Fiquei calada. Abri a boca para falar alguma coisa, mas nada saía.

- Teodoro Nott jogou suco de abóbora no Malfoy. – disse Lizz, se levantando de onde estava e indo até o ocorrido, se posicionando ao meu lado. Mas o quê?

- Quem lhe convidou para esta conversa, Srta. Longbottom? – perguntou ele rudemente. No seu tom monótono e fazendo pausas entre as palavras.

- Eu só estou dizendo o que aconteceu. – ela baixou a cabeça e o tom de voz, recuando.

- Isto é verdade, Sr. Malfoy?- perguntou Snape.

- Sim. – Draco respondeu. Lizz voltou para se sentar ao lado de Fred, reclamando horrores, com uma expressão de ódio no rosto. Dei alguns passos para trás.

- Sr. Nott, poderia me acompanhar até a diretoria?

- Claro, com o maior prazer. Valeu à pena. – ele disse com desdém.

- Draco, você está bem? – perguntei quando o professor e Milo já estavam saindo porta afora.

- Estou. Só foi um suco. – ele disse, limpando o rosto com um guardanapo.

- Sinto muito. – disse, pegando um guardanapo da mesa da Sonserina e ajudando a limpa-lo também.

- Pelo o quê? Você não fez nada. Eu não ligo para a sua Casa, eu gosto de você. – ele sorriu, acariciando a minha bochecha. – Afinal, a vida é minha e eu faço o que bem entender com ela.

Sorri. Lhe dei um beijo na bochecha, e voltei para o meu lugar. Eu e meus amigos continuamos conversando. Eu estava cada vez mais próxima de Luna, Neville e Marissa. Conversamos e jantamos. Fred falava de boca cheia e Lizz, Summer e eu o xingávamos de porco. Jorge o imitou e eu não pude evitar de fazer a piada “tal irmão, tal gêmeo”. Agora sim, todos nós éramos amigos.

Summer, Luna e Bryan nos deixaram na nossa Sala Comunal e seguiram para a Sua. Fred e Jorge disseram que iam dormir pois estavam cansados. Cada um me deu um beijo na testa.  Fred deu um beijo em Lizz, Jorge lhe deu um beijo na testa também, e os dois olharam para Neville tipo “nem pensar, neném”. Rimos, então ficou só Lizz, Neville e eu conversando.

- Isso foi uma desculpa. – Lizz disse, sorrindo para si mesma.

- Desculpa? – perguntei confusa, sem saber do que ela estava falando.

- Desculpa para ir ajeitar as coisas para o Dia dos Namorados. – ela disse e eu a olhei com uma cara “é mesmo né?”.

- Pois é, mas eu realmente estou cansado. Vou dormir, e dormir até tarde, já que não tenho namorada para passar o Dia dos Namorados. – Neville disse, se levantando.

- E a Luna, bonitinho? Tá cagada? – eu ri e ele virou para mim, perplexo. – Sabemos que tem algo entre vocês.

- Eu e a Luna somos apenas amigos, nada mais. – ele disse revirando os olhos, e corando.

- Uhum, tá. – disse Lizz, sarcasticamente. – Enfim, cadê o meu beijo de boa noite? – ela perguntou autoritária.

- Sim, mamãe. – Neville disse ironicamente, dando-lhe um beijo na bochecha de boa noite.

- E eu? – perguntei fazendo biquinho.

- Ah, Merlin. – ele exclamou e me deu um beijo também.

Eu e Lizz rimos e ficamos observando ele subir as escadas. Nos encaramos e percebemos que as duas estavam caindo de sono, então nos levantamos e fomos para o nosso dormitório. Botamos nossos pijamas e caímos na cama. Lizz, como toda noite fazia, orou, pois eu podia ver sua boca se mexendo e depois se virou, murmurando uma boa noite e me deixando alone in the dark (sozinha no escuro).

Rezei também. Fiquei um tempo pensando em amanhã... Sei lá, parece que vai ser legal. Tá, admito, estou muito animada para saber o que o Draco preparou para nós. Ele sempre gosta de fazer surpresas.

Me virei e fechei os olhos. Fiquei imaginando coisas, até que peguei no sono. Quando acordei, não tinha um ser vivo no quarto. Corri pro banheiro e tomei banho. Água morna. Me arrumei rapidamente e corri para a Sala Comunal, encontrando Lizz, sentada no sofá, balançando as pernas agoniada, e usando bolsa, por algum motivo não identificado.

- Bom dia. – disse me jogando no sofá e deitando minha cabeça em seu colo.

- Mas que folgada. Pode ir saindo do meu colo, eu só estava te esperando para irmos para o Jardim. – ela disse me levantando na marra e indo embora, puxando o meu braço.

- OK né. – respondi com raiva.

Saimos da Sala Comunal e depois de alguns corredores, encontramos Summer e Luna, que sorriram ao nos ver e nos induziram a ir ao Jardim. Suspeitas. Neville apareceu no meio do caminho, e Luna o obrigou a vir também. Legal. Nem eu, nem Lizz, nem Neville sabíamos o que estava acontecendo.

Quando saímos pelas portas do castelo que iam para o Jardim, eu vi quem eu já esperava ver: Fred e Jorge, armando alguma coisa, tenho certeza, e, digamos que, um público.

- Olá meninas. – disseram os dois ao mesmo tempo, com vozes e sorrisos maliciosos.

- O que vocês estão aprontando? – perguntei, estreitando os olhos.

- Emma, você tirou as palavras da minha boca. – disse Lizz, desconfiada. Tomei um susto quando ela deu um super beijo em Fred, levantando a perna esquerda até sua cintura e colocando a mão dele sobre sua coxa. – O que você está aprontando? – ela perguntou... acho que estava tentando ser sexy...

- JOOOOOOORGE!! ELA TÁ ME PROVOCANDO!! – ele disse, aparentando medo.

Ri alto e depois dei um puxão no cabelo de Lizz, fazendo ela voltar para o meu lado. “Sua safada, vai ficar de castigo, menina má”, foi o que eu disse a ela, que abaixou a cabeça e respondeu “OK mamãe, vou me comportar”. Bom, de uma coisa sabemos... Lizz Longbottom sabe seduzir Fred Weasley, por que ele ficou babando. Isso quer dizer que eu não parei de rir um minuto.

Jorge pegou um som que estava escondido atrás do banco e colocou em cima deste. Apertou o play e meu coração apertou quando eu reconheci a música. One And Only, Teitur. Uma música linda, realmente bonita, e quem canta é um cantor bruxo, obviamente, para Jorge conhecer a música, só pode.

- Prontinho. – disse Jorge ao irmão gêmeo, e depois se posicionou ao lado de Summer, colocando o braço envolta de seu pescoço.

I've been wishing on a star but I could never have imagined

Eu estive fazendo pedidos as estrelas mas eu nunca poderia ter imaginado

I would land just where you are after all this lonesome traveling

Que eu pararia justamente onde você está depois desta jornada solitária

Fred subiu no banco. Ele chamou os demais a fora, balançando os braços e gritando “ei”.

- Obrigado pela atenção, caros espectadores. Gostaria de fazer uma pergunta, antes de dizer qualquer coisa. Alguém aqui conhece esta jovem? Mais conhecida como Lizz Longbottom? – ele disse, puxando-a pela mão, para subir no banco, mas ela puxava o braço sussurrando “não, não, pára Fred”. Então digamos que com um pequeno empurrãozinho de um certo anjo ela subiu. Isso, o anjo sou eu.

I took one look in your eye, reached out to hold your hand

Eu olhei em seus olhos, tentei te alcançar para segurar a sua mão

This is when I realized that I could never understand

Ai foi quando eu percebi que eu nunca poderia entender

Muitos alunos responderam que sim, e alguns garotos até exclamaram “Ui, se sim“, fazendo Fred aprontar para eles e dizer “te encontro na saída”. Engraçado foi quando eu ouvi “prefiro a amiguinha dela, a Emma”. Revirei os olhos rindo e voltei a prestar a atenção.

Do you want to be my one and only love?

Você quer ser meu primeiro e único amor?

- Fred, o que você tá fazendo? – sussurrou Lizz e ele botou a mão na boca dela, abafando qualquer palavra que ela pudesse dizer.

- Enfim. Como alguns devem saber estamos saindo a alguns dias. É, mas só saindo. E hoje, dia 14 de fevereiro de 1994, eu, Fred Weasley, quero tornar oficial tudo o que eu sinto desde o primeiro dia em que eu vi você. – ele disse, tirando um papel reto e bem-cuidado do bolso.

“Vocês estão vendo essa foto? Ela foi tirada no dia 1º de Setembro de 1991. Essa menininha aqui? É a Lizz.”, ele apontava para a foto sorrindo, enquanto Lizz ficava como um tomate escondendo a cara. Pude enxergar Summer, Neville e eu.

- Fred, pára, por favor. – Lizz sussurrava com as mãos no rosto.

- E esse foi o dia em que eu a vi pela primeira vez. Ela se sentou perto de mim, do outro lado da mesa, porém perto. Eu me lembro de sorrir para ela e lhe dar às boas-vindas, tanto a Hogwarts quanto a Casa da Grifinória. Ela tinha um sorriso nervoso e tímido, mexia no cabelo constantemente e quando viu comida, saiu em disparada. Nervoso ou fome? Nunca cheguei a perguntar isso pra você, né? – ele disse e ela sorriu. O sorriso que ela deu, nossa, como eles eram... lindos juntos... E então Fred puxou outra foto. – Essa foto aqui, é do time de quadribol de 91 também. Olha ela aqui. Goles na mão, marcou metade dos pontos no primeiro jogo. Deus sabe o quanto fiquei orgulhoso.

EU. NÃO. CONHEÇO. O. MEU. MELHOR. AMIGO. FRED. WEASLEY.

“Eu poderia ficar aqui e dizer tudo que já aconteceu em nossas vidas. Todas as recordações, as fotos, nosso primeiro beijo... Casa dos Gritos, lembra? “ ele sussurrou para ela com um sorriso. “Eu só quero que você saiba que eu nunca senti isso por ninguém. São 3 anos que eu não tiro você da cabeça e hoje eu quero mudar isso.”

Ele puxou mais uma vez alguma coisa do bolso. Mas desta vez, não era uma foto. Um cordão. Um cordão dourado, com um pingente azul com um “F”.

- Permissão para pôr isso em seu pescoço? – ele perguntou sorrindo de ponta a ponta.

- Permissão concedida. - ela, com os olhos brilhando, cheios de água, respondeu.

Ela pegou todo o seu cabelo e botou para um só lado, deixando o pescoço nu, virando-se para Fred. Ele colocou delicadamente o cordão em seu pescoço e ela abriu o sorriso quando a peça gelada tocou seu corpo. Quando ele pegou seus cabelos e botou-os no lugar onde eles normalmente ficavam, ela se virou para ele e o encarou.

- Como você sabia? – ela perguntou.

- Sabia o quê? – ele perguntou fingindo que não estava entendendo.

- Disso. – ela abriu a bolsa e puxou o presente, lembram? O “L” azul.

- Nossa, amor, eu não fazia IDEIA de que você tinha comprado isso também. – ele fingiu fazendo uma careta incrédulo.

- Mentiroso. – ela disse,ficando na ponta dos pés e botando o cordão no pescoço dele também. Ajeitou a peça e sorriu para ele, abraçando-o.

- Ainda não acabou. – ele deu tapinhas em suas costas e ela o largou.

- Tem mais presentes? – ela levantou a sobrancelha.

- Não. – ele riu. – Quer dizer, mais ou menos. – ele sorriu de ponta a ponta e pulou do banco, parando em frente a ela. Segurou a mão de Lizz e suspirou. – Quer ser minha namorada? – ele perguntou e eu quase desmaio no colo de Neville.

Ela malmente conseguia responder. Ficava abrindo e fechando a boca toda hora, e do nada, começava a rir. Ele a acompanhava às vezes, entendendo seu nervosismo e apenas esperando a resposta. Ela o encarou por alguns segundos, abriu a boca lentamente, abaixou a cabeça, e depois o encarou de novo. Teve um ataque de risos e eu perdi a cabeça.

- PELO AMOR DE DEUS, ACABEM LOGO COM ISSO! – eu gritei com raiva. Na verdade, estava quase na hora do meu encontro com Draco.

- Eu... eu... Sim. – ela sorriu para os lábios dele e depois passou a olhá-lo nos olhos.

- Sim? – ele perguntou com os olhos brilhando.

- Sim. – ela disse afundando a cara no peito dele, abraçando-o.

Ele sorriu, a soltou e levantou o queixo de Lizz, olhando-a nos olhos. Então ele a beijou. Luna e Neville gritavam e aplaudiam, enquanto Summer e eu fazíamos uma dança maluca.

- Gente, estou sem palavras para o que acabei de ver. Foi lindo, muito lindo. – Marissa bateu palminhas e deu pulinhos atrás da gente.

- Ai, nossa, foi mesmo. – Bryan a imitou e ela lhe deu um empurrão. Ele a puxou pelo braço e tacou-lhe um beijo. Náusea. Adorava os dois juntos, mas ainda era estranho ver o seu irmão beijando uma garota.

Olhei no relógio e faltavam vinte minutos pára meio dia. Me despedi de meus amigos e fui em direção ao meu dormitório me arrumar. Depois, para a cozinha.

Draco POV’S

Esperando a Emma em frente a cozinha, como combinado. O nosso almoço estava pronto, pedi para os Elfos Domésticos preparem algo bem gostoso e pouco, já que ela quase não come. Mas depois ia levá-la a Hogsmeade e comprar algum presente pra ela. Claro, logo após pedir ela em namoro.

Eu estava tão nervoso. Meu coração estava acelerado, minhas mãos suavam e eu andava para lá e para cá. Queria que alguém me dissesse se era um passo muito apressado pedi-la em namoro, mas se eu perguntasse para qualquer um que eu conheço algo sobre a Emma, as respostas vão me querer fazer empurrar a pessoa escada abaixo, portanto...

Ouvi passos e meu coração acelerou. Engraçado ela chegar antes do horário, não esperava por isso. Aí eu vi que não era Emma que estava vindo.

- Olá, Draquinho.

- Pansy. – entoei mal - educadamente, dando as costas para ela.

- Uh, que mal humor. Para quê isso? Volta aqui. – ela disse me puxando pelo braço, me envolvendo em seus braços mas eu a empurrei. – Qual é, hoje é dia dos namorados, vamos sair, nos divertir, sei lá.

- Não vou sair com você, esquece. – eu revirei os olhos e fiquei de costas para ela mais uma vez.

- Você vai sair com ela né? A Emma? – ela perguntou e eu virei novamente para ela, concordando com a cabeça e abri um enorme sorriso. Ela revirou os olhos e cruzou os braços. – OK, o que ela tem que eu não tenho?

- Olhos pretos, gravata vermelha, emblema vermelho, cabelos com pontas onduladas, mal-humor, preguiça, vergonha na cara e deixa eu ver... Ah é, tinha me esquecido do mais importante: meu coração.

- Aff. – ela disse revirando os olhos mais uma vez, mas dei de ombros.

Ficamos em silêncio por alguns segundos.

- Ain Draquinho, eu queria tanto que a gente desse certo. Temos tudo para isso acontecer. Larga ela, a Emma não merece você. Já eu, não só você me merece como eu também mereço você. E então, o que me diz? – ela colocou os braços envolta do meu pescoço e colou nossos corpos, chegando muito perto.

Senti algo diferente. Meu coração batia pela Emma, mas agora... Eu realmente queria estar com a Pansy. O cheiro que vinha dos lábios dela, me atraiam desesperadamente e eu não sabia o por que. Ela chegou mais perto e me beijou. Não agüentei ao toque dos seus lábios nos meus, botei minhas mãos em sua cintura e devolvi o beijo.

Emma POV’S

Terminei de me arrumar e fui para a cozinha. Meu nervosismo tomou conta de mim. Minhas mãos suavam e eu não parava de mexer no cabelo e na blusa, tentando parecer perfeita. Rui algumas unhas e meu coração estava quase pulando pela minha boca, quando ouvi vozes do corredor da cozinha. Antes de entrar no corredor, olhei escondida para lá e vi Draco e Pansy conversando. Draco parecia aborrecido e Pansy, como sempre, com os olhos de desejo no Draco.

- Ain Draquinho, eu queria tanto que a gente desse certo. Temos tudo para isso acontecer. Larga ela, a Emma não merece você. Já eu, não só você me merece como eu também mereço você. E então, o que me diz? – ela colocou os braços envolta do seu pescoço e colou seus corpos, chegando muito perto.

Senti um negócio explodir dentro de mim. Um ódio muito grande. Fiquei extremamente desesperada, mas eu sabia que Draco não ia fazer nada, até eles se beijarem.

Ela empurrou o beijo, mas ele aceitou, botando as mãos na cintura dela, devolvendo aquilo e meu coração partiu no meio. Senti uma tonteira horrível, náusea e meus olhos marejaram. Senti as lágrimas descerem pelo meu rosto e sai correndo dali, segurando as lágrimas teimosas que já estavam rolando em grande quantidade, junto com meus soluços.

Eu sempre soube que eu e Draco éramos algo que tinha começado cedo demais. Ou, que era algo bom demais... pra ser verdade. Mas agora acabou tudo. Ele conseguiu destruir toda a confiança que eu, de algum modo, consegui construir nele. Mas agora já era. Não tinha perdão para aquilo. Draco e eu terminamos aqui.