126ve966 - I Love You escrita por Ju_uzumaki


Capítulo 2
O aluno novo




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No dia seguinte, sexta-feira, eu não tinha acordado. Pois eu nem havia conseguido dormir. Eu passara a noite em claro pensando em como seria minha vida a partir daquele momento. Pensando em como seria meu irmão, em como seria sua aparência, pensando se ele seria parecido comigo, ou não. Também pensei se nós nos daríamos bem.

Deixei meus pensamentos para trás, e fui me arrumar para ir à escola. Em frente ao espelho vi meu rosto, que eu considerava perfeito. Esse era o motivo de eu ser uma das garotas mais populares do Ensino Médio: minha beleza.

Porém naquele dia, eu não estava tão bonita. Eu reparei que estava com olheiras.

Peguei meu estojo de maquiagem e cobri essas olheiras com uma base que passei por todo o meu rosto. Passei uma sombra nos olhos de uma cor que realçasse o azul deles. Escovei meus cabelos lisos, curtos e loiros e coloquei uma faixa de cabelo lilás que combinava com minha roupa.

Linda como sempre – pensei.

Na hora do café-da-manhã, eu mal falei com os meus pais e fui apressada para a escola.

Quando cheguei lá, Carole estava me esperando no portão. Ela tinha longos cabelos castanhos que se enrolavam nas pontas, olhos escuros como a noite e pele morena. Ela era linda de dar inveja. Inveja até em mim.

–Bom dia, Carole! – cumprimentei-a, fingindo estar bem.

–Nossa, você está acabada! O que aconteceu? – disse Carole. Não adiantava tentar enganá-la, ela me conhecia muito bem.

–É uma longa história. Na sua casa, eu explico. Agora, vamos para a sala que o sinal já vai tocar.

–Tudo bem. – disse Carole dando de ombros – Olhe Anna, é o Mauricio.

–Bom dia, Mauri... – não consegui terminar a frase.

Eu fui interrompida pela presença marcante do garoto que vinha ao lado do Mauricio. Eu fiquei chocada. Ele era a pessoa mais bonita que eu já vira em toda minha vida.

Eu estava paralisada, admirando sua beleza, encantada com seus olhos brilhantes azuis, da cor de uma piscina. Eu praticamente estava encarando o moreno.

Eu o olhei de cima a baixo, e quando eu redirecionei meu olhar ao seu belo rosto percebi que suas esferas azuis me fitavam. Senti meu rosto arder de vergonha com aquele olhar penetrante, sensual e, ao mesmo tempo, assustador. Ele estava ao meu lado com o Mauricio, que conversava com Carole.

–Então, está confirmado? Vocês duas vão hoje? – Mauricio perguntou.

–Óbvio. Não é, Anna? – disse Carole.

–O quê? – eu estava perdida – Sim, sim. Claro!

–Então, até mais tarde, meninas! – Mauricio falou e foi embora.

O garoto nada disse e foi atrás do Mauricio. O que me deixou curiosa, e eu perguntei:

–Carole, quem era aquele?

–Aquele quem? – perguntou abobalhada. Ela quer mesmo que eu diga aquilo – pensei.

–O garoto que estava com o Mauricio. – disse na esperança de ela me responder.

–Que garoto? – perguntou como se realmente não soubesse de nada.

–Aquele garoto... – hesitei ao falar, mas me rendi – Lindo.

–Anna? É você mesmo? – ela disse debochada – Nossa! Você nunca acha ninguém bonito. Não o suficiente para você.

–Ah, muito engraçado... – disse irônica – Agora, fale quem era aquela pessoa.

–É o aluno novo que eu tinha lhe falado. Viu só? Ele não é perfeito? – ela falou contente – E ele vai estar hoje à noite na festa. Hoje será a nossa noite, com certeza. Você ficará com o Mauricio e eu ficarei com o Jota B.

–Jota B. é o nome dele? Que coisa mais ridícula! – critiquei.

–Disso eu não sei. Só sei que os garotos o chamam assim. – disse sorrindo – Então, vamos para a sala?

–Sim.

Nós corremos pelo corredor quando o sinal tocou para não perdermos o horário. Entramos na sala e sentamos nas cadeiras da frente. A professora já distribuía as provas e Carole ria sarcástica da prova que, para ela, estava realmente fácil.

Mas, como consequência por não dormir, eu fui péssima na prova a qual eu estudei muito. Eu havia deixado quase tudo em branco.

O restante do dia fora normal tirando o interesse repentino e um pouco obsessivo de Carole pelo aluno novo, mas eu resolvi não comentar nada.

Na casa de Carole, em seu quarto especificamente, estávamos decidindo qual roupa nós usaríamos na festa quando ela me perguntou o que havia acontecido comigo. Então, eu resolvi contar tudo a ela.

Ela também ficou impressionada com a história e entendeu o porquê de eu querer ficar na casa dela.

–Anna, eu estou louca para conhecer seu irmão amanhã. – disse animada – E se ele for bonito que nem você? E se rolar um clima entre nós dois? Você vai me deixar namorá-lo, não vai?

–Claro que não! – quase gritei frustrada – Não se namora o irmão da melhor amiga, nunca ouviu falar disso?

–Sim, mas eu ainda não conheço seu irmão, então essa regra não vale. – disse Carole.

–É, mas tudo isso continua sendo estranho. – falei meio confusa – Então... Vamos assistir àquele filme? – disse mudando de assunto.

–O de comédia? Claro! – disse animada.

Carole era praticamente uma adoradora do cinema. Ela assistia a todos os filmes premiados e de quatro em quatro dias ela ia ao cinema. Em sua casa, havia um quarto que parecia uma locadora. Ela mandara construí-lo só para colocar seus filmes. Nele havia muitas prateleiras com os filmes e eles estavam organizados pelo ano de lançamento e pelo gênero.

Carole foi até esse quarto, pegou o filme que eu falara e mais uns dois para assistirmos até dar a hora da festa. Não sei se esses filmes eram realmente inacabáveis ou se eu estava ansiosa, mas nunca demorou tanto para chegar onze horas da noite.

Antes que pudesse chegar aos créditos do terceiro filme, eu corri para a televisão para desligá-la e desligar o DVD.

–Vamos, vamos... Já são onze horas! – falei pulando, entusiasmada – Se demorar, não vai dar tempo de nós arrumarmo-nos! Nós só temos uma hora, Carole...

–Acalme-se, mulher! Não precisa ter tanta pressa. Eu não quero ser a primeira a chegar... Por que você está tão desesperada?

–Sei lá, eu devo ter ficado ansiosa depois de quase seis horas seguidas de filme de comédia. – disse encarando-a, mas ela não entendeu – Enfim... Vamos nos arrumar?

–Sim! – disse Carole animada.

A parte que era mais fácil para mim era se arrumar. Todas as roupas que eu colocava ficavam lindas em mim. Isso não é egocentrismo, é só ter consciência de minha beleza – pensei enquanto tomava banho. E enquanto eu tomava banho, Carole ainda se decidia se iria de vestido ou calças jeans.

Após o banho, vesti a roupa que já estava separada no quarto de hóspedes. Saia de couro, bota de salto agulha até o tornozelo, regata e uma jaquetinha por cima. Carole decidiu ficar com o vestido azul-marinho, meia-calça e uma sapatilha.

–Carole, nós vamos pular a janela ou você vai inventar uma desculpa esfarrapada para seus pais? – perguntei enquanto colocava uma luva de couro na minha mão direita.

–Nenhum dos dois! – enfatizou – Eu vou contar a verdade para os meus pais.

–Ah, é! Eu esqueci que seus pais são loucos... – disse rindo. Os pais de Carole deixavam-na fazer o que ela queria.

Nós fomos até eles, Carole disse sobre a festa e pediu carona, pois estava chovendo. E eles aceitaram numa boa, como se fosse a coisa mais normal do mundo. E o pior: ela disse que tipo de festa era.

Quando chegamos à casa de Mauricio, Carole agradeceu ao seu pai, que nos deu carona, e depositou um beijo em seu rosto.

Despedimo-nos de seu pai e saímos do carro. Da rua já dava para ouvir a música alta de dentro da casa. Andamos até a porta da casa e eu bati na mesma. Quem a abriu foi uma garota que eu não sabia quem era.

–Oi, Carole! – disse a garota animada.

–Olá! – Carole sorriu de volta para a garota, e entrou na casa.

–Oi, Anna! Estou muito feliz que você veio!

–Ah... Obrigada. – falei entrando também na casa atrás de Carole.


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Notas finais do capítulo

Ahh, prometo que o próximo vai estar melhor, ok?
Beijos sz